2007/01/30

IVG ou IVV ?

Qual será a resposta à questão que vai ser colocada aos portugueses no próximo referendo sobre a IVG?
- SIM?
- NÃO?
Será que a maioria das respostas que forem contadas nas urnas serão verdadeiramente conscientes da opção que se está a tomar?
Qual deverá ser o cerne desta questão para que o Presidente da nossa República nos está a convocar?
A vida humana começa somente no preciso momento em que o embrião resultante da fecundação do óvulo feminino perfaz 10 semanas? A Interrupção do processo natural de gestação da vida humana só é permitida até esse momento?
Vamos votar pela "qualidade" da vida dos vivos?
Vamos optar pela liberdade irresponsável?
Aborto? Só em condições devidamente particularizadas na lei?
Por muito modernos e socialmente evoluídos que nos queiramos mostrar, temos que admitir que a resposta não é fácil.
SIM: Despenalize-se, isto é, permite-se que o processo biológico da Vida possa evoluir até às 9 semanas e 29 dias. Nessa altura decide-se se se interrompe esse processo de vida ou não;
NÃO: Penaliza-se o aborto de acordo com a lei em vigor. Fica tudo como dantes!
É fácil decidir?
Há quem diga que sim! Para mim, não!
-
IVG - Interrupção Voluntária de Gravidez
IVV - Interrupção Voluntária da Vida

6 comentários:

Tozé Franco disse...

Gostei da reflexão. Há muito mais para além de um simples (?) sim ou não.
Não será 9 semanas e 6 dias?
Um abraço.

zé lérias (?) disse...

Tens contigo o dilema que eu sinto, muito embora não esteja muito disposto a votar Não.
Assim, para mim, uma das três outras opções (abstenção, voto nulo ou sim) ficam em aberto até ao fechar das urnas.
Um abraço.

Nota: vê o que escrevi sobre a matéria...;)

Bruno Nunes disse...

Embora ache que o aborto é muitas uma forma de fugir a uma responsabilidade, vou votar sim...
Basicamente, acreditem ou não, sou contra o aborto, mas votar não para mim, pelas razões normalmente apontadas, é o mesmo que dizer que sou contra todas as tecnologias que mexem com a vida e com a morte... A questão, para mim, é que normalmente apenas olhamos para extremos. Apenas pensamos no aborto e na eutanásia, mas tanta coisa mexe com a vida e a morte (até a própria inseminação artificial), com os direitos de cada um de nós, que nunca vai haver consenso por se tratar de questões tão pessoais e "teológicas"... Se assim é, para mim votar não é dizer que a "verdade" em que acredito e os "princípios" que guiam a minha vida são mais válidos que os dos outros... Quanto a mim, vou educar os meu filhos como sempre o pensei fazer, incutindo-lhes a responsabilidade e os princípios que julgo serem os melhores. Mas não me sinto capaz de julgar pessoas que optem por outros caminhos, não neste campo...

Já me andam a pegar esta moda dos blogs... Acho que é a primeira vez que resolvo dizer algo... ;)

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
a d´almeida nunes disse...

Pois. Nunca seremos demais desde que venhamos para a blogosfera com todo o nosso talento e consciência. A informação consciente que vem para a Grande Base de Dados que é a Internet será sempre de utilidade para alguém. Quem quer que seja onde quer que esteja.
E começas com uma intervenção perfeitamente válida.

maria disse...

Ouvi, há umas horas, mais uma pessoa que aprendi a respeitar pelo que faz e como faz, a falar na "Grande Entrevista", o cientista Alexandre Quintanilha...

Sinto-me, em relação à vida, sempre cheia de dúvidas.
Sinto-me, em relação às questões da vida, sempre com imensas dúvidas sobre o que há para pensar em casos de perfeita, notória, evidente ausência de qualquer forma de dignidade de vida, precisamente.

Julgo que é urgente fazer! É urgente dignificar... a discussão, para já, porque não? Falar clara e concretamente. Ser claro e responsável.
Tenho vários amigos que pensam mais ou menos no sentido do que eu própria penso sobre este assunto e, por isso, não nos custa nada entender as razões de parte a parte mas também tenho um amigo que pensa ao contrário de nós todos e diz que votará "não" porque não quer ver na lei a legalização da possibilidade de um fim de vida... ora até este pensamento, que comecei por aceitar bem, já me parece redutor... não é isso que poderá ficar na lei. O que se pretende, com a pergunta, é saber se está certo julgar e poder prender quem escolhe não deixar avançar aquela possibilidade de vida humana numa altura em que é "apenas" promessa humana...

Para mim, que cultivo dúvidas, há algumas garantias que me dão sustento... neste caso reconheço potencial ao conjunto de células já harmonizadas às 10 semanas mas não as tomo como "criatura humana". Às 10 semanas é apenas potencial humano, não é ainda pessoa. Não há cérebro, não há sistema nervoso central, não há viabilidade em caso de desespero da grávida não desejada...
Por isso quanto ao voto não tenho dúvidas. E a questão é difícil, muito difícil especialmente porque nunca me veria capaz de um aborto mas que nunca seria capaz de julgar quem a ele recorra (nestes limites de gestação apenas no domínio do potencial!).