2008/09/18

1ª Fábrica de papel em Portugal - Rio Lis, Leiria


(1) No séc. XV a moagem de cereais era uma das tradições de trabalho e de riqueza na região. Dos Caniços ao

Arrabalde podiam contar-se sete moinhos, para além do pisão do papel, pertencendo uns aos Mosteiros de Alcobaça e de Santa Cruz de Coimbra e outros, ainda, a abastados proprietários que os podiam, ou não, alugar a rendeiros. Em 1411, D. João I permitiu, por Carta Régia, a Gonçalo Lourenço de Gomilde, homem da Corte, que"...em dois assentamentos velhos que em outro tempo foram moinhos que estão no termo e na ribeira da nossa vila de Leiria...junto à ponte dos caniços..."instalasse"...engenhos de fazer ferro, serrar madeira, pisar burel e fazer papel ou outras coisas que se façam com o artifício da água...contando que não sejam moinhos de pão...". (in "Roteiro Cultural de Leiria "Do Moinho do Papel à Tipografia Judaica" - ed. "Região de Turismo Leiria/Fátima").

Muitas outras fábricas se instalaram em Portugal (particularmente a partir de meados do séc. XVI) permitindo um desenvolvimento da técnica papeleira que deu a um português - Moreira de Sá - a honra de fabricar pela primeira vez em todo o mundo papel de pasta de madeira de pinho, em 1802, na sua fábrica junto do Vizela (1). ((1) A História de Portugal, de A.M.Cunha Lopes, p. 54).

Até há bem pouco tempo o edifício principal do moinho mantinha a traça arquitectónica original e teimava em laborar, precisamente, na arte de fazer farinha. Ainda é vivo e activo noutra profissão o último moleiro daquele moinho.


As rodas do moinho, reconstruídas e enquadradas no conjunto requalificado das instalações onde funcionou a 1ª fábrica de papel, como acima ficou dito, com início em 1411. Estas instalações localizam-se entre a "Rua da Fábrica de Papel" e a "Ponte dos Caniços", no Rio Lis, cujo nome foi mantido desde aquele longínquo séc. XV. A abertura destas instalações museológicas está prevista para breve.
Informação bastante pormenorizada pode ser lida a pág. 24 e seguintes da "revista municipal" de Leiria, nº 30 de dezembro de 2007.
Um aspecto actual do Rio Lis, poucos metros antes da "ponte dos caniços". Originalmente, a flora ao longo do rio era constituída exclusivamente por salgueiros, freixos, amieiros e choupos. Segundo julgo saber, os muitos plátanos, alguns de porte monumental, que se podem observar na actualidade, foram introduzidos ao longo das margens do rio, a partir do princípio do séc. XX.
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12 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

im here because of few cents for you. just dropping by.

Anónimo disse...

very nice! hahahahaha

Anónimo disse...

thats amazing story.

Anónimo disse...

http://descargasinlimite.net

Anónimo disse...

wow, very special, i like it.

Justine disse...

Mais uma excelente informação, para ficar a conhecer melhor a cidade e a sua história.

ANTONIO DELGADO disse...

Olá Viva AS-Nunes,

Muito pedagógico o poste e a informação. Conheço a cidade de Leiria é a capital do meu distrito. No entanto não conheço esses engenhos que agora e em boa hora foram restaurados para manter uma memória bem antiga. Sei que longo do rio, em direção às cortes, há vários engenhos e todos eles muito bem integrados, como é o caso de uns que estão na vila perto da casa museu Mario Soares. E outro mais à frente ao lado direito quando se vai para as cortes e no qual fizeram um restaurante, por sinal bastante acolhedor. Pena é que em todo o distrito não recuperem mais engenhos destes na medida em que fazem parte da nossa memória nos seus aspectos relacionados com a hidraulica. Em Alcobaça infelizmente não recuperaram várias destes engenho existentes ao longo do rio. No seu lugar edificaram imóveis muito feios. Por vezes as ideias de novo e moderno, são muito perigosas quando são manipuladas por autarcas ignorantes, gentes sem cultura e noção da memória, na medida em que o passado é visto como um tempo de passar necessidades.Logo o antigo é simbolo de de má recordação. Muitas vezes e este principio que está na genese da destruição do nosso rico património arquitectónico, das aldeias e de muitas cidades, com história e do interior. Felicito quem sabe manter e preservar estes elementos arquitectónicos. Um abraço e bom domingo.

Anónimo disse...

A beleza não tem idade é o que se pode deduzir dessa requalificação com excelente gosto. Harmonia entre o antigo e o moderno dão um conjunto belissimo.Quanto á 1º fabrica de papel em Portugal foi em Leiria, faz parte da história, é de Leiria e actualmente os autarcas desse municipio também irão ficar como os autarcas que cuidaram do património, trataram e embelezaram Leiria.Gr. abraço

Anónimo disse...

A beleza não tem idade é o que se pode deduzir dessa requalificação com excelente gosto. Harmonia entre o antigo e o moderno dão um conjunto belissimo.Quanto á 1º fabrica de papel em Portugal foi em Leiria, faz parte da história, é de Leiria e actualmente os autarcas desse municipio também irão ficar como os autarcas que cuidaram do património, trataram e embelezaram Leiria.Gr. abraço

by mghorta disse...

Obrigado pela sua visita, fico lisonjeado pela presença de um dos poucos que ainda escrevem algo em abono de uma cidade que que teimosamente segue o avanço do cimento e ferro.
Sei que tem muita coisa boa, mas parece que podem se contar pelos dedos, ao passo que as outras, aiai.

Bons posts, Leiria agradece o seiu trabalho.

P.S.
Vou voltar sim mais vezes, até vou linkar seu no meu.

Maria Cristina Amorim disse...

Olá,
Venho aqui muitas vezes mas nunca consigo comentar por razões que me são alheias. Mas hoje consegui!
Tantas imagens bonitas desta tua cidade que adotas-te.
Beijos.