2009/04/30

Democracia centralizada?

Logotipo do blogue "Clube dos Pensadores" - Autor na foto: Joaquim Jorge


Para pagar estes painéis que nos entram pelos olhos dentro, mesmo sem querer, e que não nos deixam apreciar o que de mais belo e útil temos no Mundo, a Natureza, não poderiam ser 22.500 Euros, pois não!... Tem que ser muito mais... e o Povo que se aguente!...
Já ontem à noite, ouvi uns zunzuns (até porque entretanto estava quase a adormecer, que os dias de trabalho sucedem-se ininterruptamente. E é para ver se conseguimos juntar uns dinheiritos para pagar os impostos, taxas, serviços públicos entretanto já pagos com os impostos, etc, etc. e que ainda nos possa sobrar algum para as despesas correntes). E ao fazer a minha ronda pelos blogues que acompanho com regularidade, dei com este texto, que espelha exactamente a sensação com que fiquei, ao ouvir falar da aprovação apressada daquele astronómico aumento de entradas de dinheiro vivo nos partidos, para fazerem face às suas despesas.
Que ao menos fiquem sujeitos a auditorias independentes e rigorosas é o mínimo que se pode exigir! Somos um Povo que se deixa enrolar com muita facilidade e que perde a memória com muita frequência!
O Estado somos todos nós! Não são só os Partidos e as instituições que eles telecomandam!
Transcreve-se a seguir o texto referido, partindo do pressuposto que tacitamente tenho a devida autorização do seu autor:
-
Joaquim Jorge

A democracia tem um custo mas é inaceitável num tempo de restrições e penúria este aumento escandaloso e obsceno de 55 vezes o limite de entrada de dinheiro vivo. Passa de 22.500 para 1.257.66o euros. Mais de um milhão de euros ! Este sistema político medonho em que a seu bel-prazer mantém os privilégios dos seus actores é lamentável. O exemplo desta votação- relâmpago quando dá jeito, isto é, para ainda ser aplicada nestas eleições de 2009, para interesses próprios é feita em tempo recorde . Todavia se fosse preciso alguém beneficiar dos mais desfavorecidos, com alguma lei que não fora ainda aprovada com toda a certeza demoraria muito mais tempo.
O valor da nossa democracia é o desmazelo partidário na avaliação de muitas questões . Este sistema democrático em que os protagonistas são unicamente os partidos tem que ser alterado. Não podem continuar a fazer leis de protecção dos seus privilégios votando em causa própria. Os
cidadãos não podem ser meros espectadores e para serem actores ter que estarem dentro dos partidos. A análise feita por Luís Filipe Menezes aqui noutro post é algo que dá que pensar...
(Posted by Clube dos Pensadores)
-

1 Pensamento(s):
as-nunes disse...
Caro amigo Joaquim Jorge.
Em sinal de aprovação do que aqui está exposto e como forma da ampliação possível, vou-me permitir transcrever esta sua reflexão.
Isto é um escândalo, bem o sabemos. E os próprios actores também têm consciência disso.
Só que lhes faz muito jeito poder gerir as finanças dos seus partidos assim.
O problema é que o Zé bem barafusta, mas contra a força do PODER, batatas e feijões.
E temos que ser nós a semeá-los e a tratar deles!...
30 de Abril de 2009
Posted by Picasa

10 comentários:

D'Rimba disse...

So fresh that way.............

a d´almeida nunes disse...

Outra medida que devia ser tomada era juntar duas eleições no mesmo dia: as autárquivas e as legislativas.
É que assim de facto, não há dinheiro que vede o custo da nossa Democracia!
E o povo não vive só da Democracia em teoria.
Ou andamos a nadar em dinheiro sem sabermos, ou então estamos a hipotecar o Futuro deste país!...
Há que fazer as contas como deve ser e prestarem-nos os esclarecimentos devidos!

Clube dos Pensadores disse...

Obrigado pelo gesto . sinto-me lisonjeado .

Aproveito para convidá-lo a escrever um texto para o meu blogue.

Envia-me para o meu e-mail jota.jota@sapo.pt

Gostei do seu blogue .

Um abraço e até breve .

JJ

Chanesco disse...

Meu caro António

Se os politicos pagassem do próprio bolso as asneiras que cõmetem...

Um abraço

arte por um canudo 2 disse...

Ainda dizem que estamos em crise!..Mas a crise é só para o zé povinho. Eles sabem-se tratar e a politica dos nossos politicos é só para o seu umbigo.Gr. abraço

a d´almeida nunes disse...

Clube dos Pensadores

Caro JJ
Eu é que fico sensibilizado pelo convite.
Vou tentar corresponder o melhor que puder e souber.

Mãos à obra que o tempo urge. A ver se começamos a levara sério que se impõe uma Nova Ordem, não só Nacional, mas também Mundial.

AN

Elvira Carvalho disse...

E reparou no pormenor de que a votação foi unânime? Pudera quando se trata de algo para eles estão todos de acordo, não há esquerda nem direita.
E o Zé aperta o cinto até mais não poder.
Como cantava o saudoso Zeca.
Eles comem tudo...eles comem tudo...
Um abraço

ANTONIO DELGADO disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ANTONIO DELGADO disse...

Não consigo entender esta convergência de todos os partidos na votação é acho-a de uma curiosidade cavernosa. É normal que as organizações humanas, onde se incluem os partidos necessitem de recursos económicos mas sendo os partidos fruto de uma vontade associativa parece lógico serem os seus filiados encarregues de os financiar… ou não? Ou será que o Estado deve pagar aos partidos os (maus) serviços que fazem à causa pública? No caso de particulares, quem escrutina a culpa dos maus serviços de um partido quando é financiado com “dinheiro vivo”, de semelhantes procedencias?
Com esta forma de “melhoria de financiamento”, como a designa JMF, não ficam os partidos penhorados às clientelas habituais ? E não ficam penhorados a sectores da sociedade possivelmente contrários a princípios pouco ou nada democráticos? Não irão ajudar a instituir suspeitas e praticas violadoras do bem comum abrindo de vez a porta à corrupção? Na minha humildade só me resta perguntar, sobre a maravilha aprovada, que irá exigir um financiador a um partido com “dinheiro vivo” ? Será o bem do partido? da sociedade e das pessoas em geral? Fará a doação por altruísmo e benemérito? Se fosse o caso não poderia dar às instituições vocacionadas? Sejamos objectivos QUE RETOMA QUERERÁ?
Quando a meta dos partidos é o poder e não a causa publica e o bem comum só pode provocar situações destas. Infelizmente há pessoas que não vendem a alma como fez o deputado que votou em contra a lei . A unidade na votação sugere que estamos perante um único partido e não numa pluralidade deles. Afinal o capital UNE-OS. No meu ponto de vista é condenável esta espécie de ideologia transversal da qual resulta esta unanimidade. É por este carácter ambíguo dos partidos em questões de Ética de Estado, como é o financiamento de partidos, que há cada vez mais desafecto em relação a eles. O procedimento de que resultou a lei , só vem reafirmar o que a maioria das pessoas diz na rua: “que os partidos são instrumentos não para lograr o bem colectivo mas o mero proveito particular dos seus membros”.
O actual estado dos partidos parece ainda implicar que as principais decisões políticas não são tomadas no parlamento mediante o exercício da razão e do debate de ideias, mas pelos seus dirigentes, obrigando os deputados e demais funcionários de eleição popular a seguir a agenda que determinam. Deste modo os deputados estão a dar a imagem que não representam súbditos e soberanos só representam soberanos. Quanto ao voto em branco há muitas teorias sobre ele. Aquilo que eu acho é haver um nítido sinal de reprovação para este e outro tipo de desplantes partidários.
Ps. Esta unanimidade na votação, lembra-me o filme “ Todos Morreram Calçados” em Ingles “They died with their boots” com o Errol Flynn …O futuro dirá se o que aconteceu à 7ª. Cavalaria não será o mesmo que poderá acontecer um dia, não muito afastado, aos partidos!?

Um abraço.

a d´almeida nunes disse...

Caros amigos

Pela intensidade e qualidade dos comentários aqui presetes, sem dúvida que este é um tema candente.
Não estão a compportar-se correctamente connosco, os deputados. Este tipo de esbanjamento de dinheiro público, que mal dá para as nossas primeiras necessidades (e só dá para mais umas canbalhotas financeiras porque nos estamos a endividar, se calhar para todo o sempre) é inadmissível e imperdoável.
Quem nos acode?
António Nunes