2009/07/28

Os Centros Comerciais e a Vida

Nota prévia: A Sabine77, no seu blogue "O Peso e a Leveza" deambulou no post a que se tem acesso clicando em cima da pintura ao lado, sobre os Centros Comerciais e as suas luzes ofuscantes da nossa eventual clarividência. Gostei do seu texto e escrevi lá este comentário. Permiti-me copiá-lo integralmente do blogue da Sabine. Espero que ela não leve a mal esta colagem!...

E cá andamos nós nesta triste sina. Na indecisão, somos arrebanhados para os Centros Comerciais. Para a ilusão da quantidade e da qualidade. Ali mesmo à mão de semear! Semear? Só se for grão a grão para encher o papo sempre aos mesmos!

Entramos num Centro Comercial e, por momentos, às vezes até dá para pensar, nem sabemos bem em que lugar da Terra estamos. Em que cidade estamos.
Afinal estamos num Centro Comercial igual a tantos outros, espalhados por esse país fora, por esse Mundo fora.
E, de facto, parece que temos à mão, tudo o que precisamos, digo, que julgamos precisar naquele momento, seduzidos pelo Marketing, pela variedade que nos entra pelos sentidos.

Afinal até temos soluções para este síndrome da multidão. Parecemos carneiros, todos devidamente concertados, enfileirados, baratas tontas dum lado para o outro, convencidos que estamos no Paraíso!
Porque não, começarmos a pensar mais nos Centros Comerciais abertos, nas Zonas Históricas das cidades, por exemplo? Caminhamos mais, andamos ao ar livre, mas poderemos encontrar o que queremos.
O problema é que os comerciantes não se organizam, as autarquias pouco fazem para atrair as pessoas aos centros das cidades, as pessoas parece que andam teleguiadas e só conhecem o caminho dos Grandes Centros Comerciais…

Vamos mudar de Vida?
Pelo menos pensemos a sério no que é que andamos a fazer à face da Terra!…

António

nota: Sabine, este texto saiu-me assim, de repente, como um eco ao teu grito de alerta! Vou publicá-lo, também, no meu blogue. Começa a ser tempo de as pessoas viverem mais a Vida em ambiente aberto, ao ar livre.
A andar, a conversar, a rir…sem pressas!…

9 comentários:

sabine disse...

Não levo nada a mal! Os comentários são de quem os faz!

vieira calado disse...

Pôs o dedo na ferida, meu caro!

O pior é que não é você que manda

e quem manda

anda a mandado

dos poderosos...

Um abraço

eddy disse...

este é "mundo-cão" do todo-poderoso "deus- dinheiro". tenhamos a verdadeira coragem de fazer a revolução de todas as revoluções: poesia, amor e liberdade...

Anónimo disse...

Caro Amigo e Companheiro Nunes, o problema em portugal, é que somos todos carneiros ... se existe um restaurante que serve bem e começa a ter afluência, lá estão os carneiros, se uma loja de chineses tem mais variedade, lá vão os carneiros ... se alguém se atreve a discordar dos poderosos, é atirado ao poço e vilependiado, portanto só resta aos portugueses serem carneiros ... por obrigação, por dependência e finalmente por inveja ... cumprindo o sacrossanto caminho designado por Camões e que passa pela célebre frase do Vasco Santana na Canção de Lisboa "Carneiro amigo, andamos todos ao mesmo"

Alda M. Maia disse...

O que me provoca grande tristeza é o abandono dos centros históricos das grandes cidades.
Fecham-se os escritórios e a vida desaparece; a parte habitável foi abandonada e os prédios caem em ruínas. É um espectáculo indecente para autarquias que deveriam enfrentar o problema com determinação. Infelizmente, nunca vão além do palavreado das “boas” intenções.

É mais rentável construir na periferia e incluir centros comerciais, obviamente.
Um abraço

Tozé Franco disse...

Olá António.
Ontem andei por Coimbra eram 10 da noite e nãos e via ninguém. Pelo contrário em Madrid, onde estive este fim de semana, à meia-noite, parece hora de ponta.
Por cá, achamos moderno encafuarmo-nos nos centros comerciais, que são todos iguais. Gostos!
Mas é um facto que também os centros de lagumas cidades nada têm à noite para oferecer. Como resolver o problema?
Um abraço.

Milu disse...

Olá António!

Pela parte que me toca, confesso, que prefiro os centros comerciais, neste caso para fazer compras, aos centros históricos, pelo menos, aqui na minha zona. E esta minha preferência prende-se com razões que penso serem pertinentes. Nos centros comerciais entro e saio das lojas à minha inteira vontade, mexo e remexo, sem que alguém olhe para mim com cara de desagrado, ou nitidamente contrafeito, por sair sem nada comprar, como costuma acontecer nas lojas dos centros históricos. Também há mais variedade e a melhores preços. Por vezes a qualidade não é nada por aí além, mas a mim, interessa-me renovar, ou então, aborreço-me. Já lá vai o tempo dos banhos de naftalina para conservar os trapos! Longe vá esse tempo, que não me deixou saudades, nem a ninguém que o tivesse vivido! Agora se for para petiscar não há como a tasquinha num qualquer buraco ou beco dos centros históricos! Uns carapauzinhos fritos, um arroz de tomate à saloia, enfim, tanta coisa gostosa!
Um abraço.

a d´almeida nunes disse...

Pois é Milu
Com esse argumento das tasquinhas e das esplanadas é que se podiam reavivar os Centros Históricos. Principalmente com o petisco, o sossego e o artesanato, do verdadeiro, do local...
Quanto ao resto, a evolução dos tempos é capaz de nos arrastar para outros lados, lá isso será verdade.
Mas há sempre um factor muito importante a ponderar. Precisamos de liberdade, de ar puro, não o condicionado.

É certo. Estamos num beco com saídas, embora estreitas, para alguns lados.
E depois,coloca-se a questão do trânsito automóvel nos Centros Históricos. Elimina-se, pura e simplesmente? Restringe-se ao máximo a ponto de não valer a pena levar os automóveis? E os moradores? E as excepções para os comerciantes entrarem com os seus pópós e encostá-los nos cantinhos privativos?

Temos que conversar mais, pensar mais, actuar mais e melhor!

Um abraço

Maria Cristina Amorim disse...

Na verdade não gosto de centros comerciais. O comércio tradicional é incomparável.
Beijos