2010/04/25

LIBERDADE


A LIBERDADE é VERDE
A LIBERDADE é VERDE e VERMELHA


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... ... ....
Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

Esses ricos sem vergonha,
esses pobres sem futuro,
essa emigração medonha,
e a tristeza uma peçonha
envenenando ar puro.

Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

Essas guerras de além-mar
gastando as armas e a gente,
esse morrer e matar
sem sinal de se acabar
por política demente.

Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

Quase, quase cinquenta anos
durou esta eternidade,
numa sombra de gusanos
e em negócios ciganos,
entre mentira e maldade.

Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

Saem tanques para a rua,
sai o povo logo atrás:
estala enfim altiva e nua,
com força que não recua,
a verdade mais veraz.

Qual a cor da liberdade?
É verde, verde e vermelha.

jorge de sena
[Lisboa, 1919-1978]

in CANTIGA DE ABRIL, livro "Os poemas da minha vida" - Jerónimo de Sousa, ed. Público -  2005
-
E hoje, 25 de Abril de 2010, 36 anos decorridos desde esse mítico 25 de Abril de 1974?

  • Que Democracia?
  • Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.
  • O Estado a dar esmolas, hipocritamente, como que a penitenciar-se dos desmandos dos seus dirigentes.
  • A Economia desorganizada, quase desmantelada, pela falta de estratégia nacional e de defesa do interesse público.
  • O egoísmo das corporações profissionais e económicas a sobrepor-se cegamente aos superiores interesses da comunidade.
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5 comentários:

arte por um canudo disse...

25 de Abril sempre!..O sonho continua...

a d´almeida nunes disse...

A luta continua...

Cada um que FAÇA A SUA PARTE, que não se esqueça que os outros também têm direito a uma vida melhor.

Manuela Freitas disse...

Nunes,
No meu blogue faço uma homenagem a essa maravilhosa Revolução dos Cravos, que vivi cheia de entusiasmo e me provocou os sonhos mais lindos da minha vida, as decepções que se seguiram guardo para os outros dias, porque de facto há muitos problemas e o meu amigo tem muita razão.
Um abraço,
Manuela

Anónimo disse...

Nunes, em 1974, eu tinha 13 anos de idade.
Cheguei a ouvir aqui, notícias dando conta desse momento em Portugal.
O filme A Revolução dos Cravos, assisti.
Abraços afetuosos.

Unknown disse...

Acordei nessa madrugada a ouvir as notícias da revolução.
Tinha 24 anos, e nasceram muitos sonhos na minha vida.
Que pena que os sonhos nunca tenham sido realizados. Aos poucos foram tirando o pouco que Abril nos deu e pior ainda estão com vontade de tirar o resto.