2011/03/10

Leiria, Auto-Estradas, Obras Públicas, a Quinta da Mourã e tantas outras...


(clic para ampliar)

A Quinta da Mourã é uma das emblemáticas áreas rurais da zona de Leiria. Situa-se no limite de três freguesias: da Barreira, da Azoia, dos Parceiros e de Leiria. A entrada principal está bem visível quem passa de automóvel na rua alcatroada ao lado Nascente do "Continente".

Encontra-se instalada junto ao Rio Lena, no vale ainda hoje de aparência bastante produtiva para a agricultura, floresta e pecuária. Ainda se observa a existência dum moinho de água que deve ter tido muito uso, pelo que me informam até aos anos 80 do século passado.

As obras de construção do IC36, que estão a desconfigurar completamente uma extensa área agrícola e florestal entre os Rios   Lena e Lis, particularmente, os vales destes rios, também são visíveis numa das fotografias desta montagem.


Apetece-me perguntar: o que é feito das belíssimas intenções do MPRL - Movimento de Protecção do Rio Lena, solenemente constituído e apresentado publicamente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Leiria, no dia 21 de Julho de 2002? 
Temos que admitir, infelizmente, que todo aquele aparato acabou por se ficar pelos foguetes lançados ao ar!...
Lamentavelmente...

Obras públicas em nome do progresso material a quanto obrigam!

Claro, como ainda hoje discursou o Snr. Presidente da República na tomada de posse para o seu segundo mandato, o Desenvolvimento Económico é o factor que condiciona toda a nossa vida material. Pelo que nos estão a convencer, teremos que aceitar essa inevitabilidade para que possamos acompanhar minimamente os restantes países da União Europeia.

Uma questão muito importante, dadas as avultadas verbas utilizadas, a ter em conta é se o ritmo a que se estão a implementar algumas obras públicas (muitas através de concessões e parcerias público-privadas) será coadunável com a nossa capacidade de endividamento público. Sim,  já não nos podem restar quaisquer dúvidas, de que não estamos a conseguir criar riqueza nacional que nos permita muitas das veleidades a que nos estamos a abalançar. Até parece que já ninguém faz contas e balanceia devidamente o quociente custo/benefício dos investimentos públicos.

Das duas uma: ou se está a preparar nesta zona da Estremadura, uma área-motor da nossa Economia e então há que apoiar, com a necessária ponderação dos impactos ambientais, os investimentos em infra-estruturas rodoviárias que estão a ser levados a efeito; ou então, algo de muito difuso está a acontecer.

É que os juros da Dívida Pública têm que ser pagos! Pelos vistos vamos ter que os pagar com língua de palmo!...
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A quadra acima transcrita é de Acácio de Paiva, grande poeta bucólico e humorista, que nasceu em Leiria, Largo da Sé, casa com frontaria em azulejos "viúva Lamego", "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em 14 de Abril de 1863Faleceu, com 81 anos de idade, na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944. Vai dar à estampa, em breve, uma brochura monográfica, iniciativa da Junta de Freguesia de Leiria, em recordação da sua vida e obra em prol das letras portuguesas e da sua amada cidade de Leiria.
Pode ler mais, seguindo este link e este outro, aqui mesmo.
©as-nunes
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3 comentários:

Unknown disse...

Bom dia amigo
Uma excelente montagem fotográfica que nos situa nesse vale onde se que produziu muito pão.

Penso como tu e parece-me que a irresponsabilidade cada vez é maior.
Se estamos endividados só temos de descalçar esse jogo.
Depois faremos as obras com a prata da casa gastando menos e nunca vender ou hipotecar o futuro do país.
Parece-me que a irresponsabilidade chega ao cúmulo de que não são eles a pagar e quem vier a seguir que descalce a bota.
É tempo de começar a penalizar os nossos políticos pelos erros em que nos metem a todos por interesses desconhecidos de todos.
Não pode ser apenas penalização nas eleições. Deve haver outras formas que os obriguem a pensar melhor antes de se aventurarem neste descalabro.

a d´almeida nunes disse...

Olá, Luís, bom dia

Espero, antes de mais, que a vida te sorria, que as nuvens negras dêem lugar a céu sem nuvens, neste incrível e dramático mundo em que vivemos.

O julgamento de quem nos governa devia ser um imperativo da própria constituição. Infelizmente, diz que a penalização dos erros (alguns muito graves) que se cometem, será feita na boca das urnas.

Ora, ora!

Um abraço amigo

Graça Sampaio disse...

Intenções, diz muito bem. Parece-me que neste apís nunca passamos das intenções. Talvez com uma excepção: a intenção do senhor presidente em desmontar o governo eleito para lá pôr os camaradas... Um sonho que já vem do tempo do Sá-Carneiro e pelo qual muitos dos portugueses-carneirentos suspiram há muito.

Um beijo, amigo António.