2011/12/04

Alves Redol: Uma Fenda na Muralha; reedição apresentada na Nazaré

Miniaturas dos barcos de pesca Nazarenos. O do lado direiro, "Mar Santo ", foi o barco onde Alves Redol viveu uma extraordinária aventura de Medo e de Coragem, na companhia de pescadores da Nazaré.
Talvez que dessa quase-tragédia, tenha resultado o nome do livro "Uma Fenda na Muralha". Segundo algumas interpretações, a do próprio filho que esteve presente na sessão da Biblioteca (ver vídeo abaixo), o título do livro significa precisamente o milagre que foi, o barco em que seguiam, ter conseguido, in extremis,   furar a muralha que eram os enormes vagalhões que assaltavam, nos mares da Nazaré, aquele barco, o "Mar Santo".
O filho do mestre desse barco, o Snr. Diamantino Peixe, contou-nos essa história, que foi o que inspirou a escrita daquele livro durante pouco tempo após o sucedido em alto-mar, quando já toda a Nazaré, se preparava para enfrentar a grande desgraça, que teria sido mais um naufrágio, para cúmulo, com um barco em que Alves Redol se tinha prontificado a viajar para viver na companhia dos próprios pescadores, as suas ansiedades e expectativas da pesca.

Alves Redol, ao seu lado direito, o filho António Mota Redol, que apresentou a reedição do livro, "Uma Fenda na Muralha", na Biblioteca Municipal da Nazaré.


No vídeo que a seguir será aqui colocado poderão ouvir-se outros pormenores da vida de Alves Redol, da ambiência política e social em Portugal, nos anos 60 e dos escritores famosos e de referência da época, particularmente do neorealismo literário, Manuel da Fonseca, Piteira Santos; Cardoso PiresFernando Namora e outros.
 
nota: 
O snr. Diamantino Peixe acima referido, vê-se, neste vídeo, na mesa, ao lado direito de António Mota Redol, enquanto este falava sobre o seu pai, Alves Redol.
@asnunes

9 comentários:

Graça Sampaio disse...

Por incrível que pareça, nunca li nenhum livro de Redol; apenas alguns excertos. Uma falha grave já que se trata de um dos nossos realistas contemporâneos mais consagrados. Muito interessante esse episódio narrado.

Que medo andar no mar como esses homens bravos ou loucos...

Catarina disse...

Muito corajoso, aventurar-se assim por esse mar nazareno!
Já publiquei(no blogue) um dos seus poemas.

Justine disse...

Muito importante não deixar morrer a memória destes escritores. É boa notícia a reedição de "Uma fenda na muralha"!
Abraço de vizinha:)))

Rosa dos Ventos disse...

Nem o "Constantino, Guardador de Vacas e de Sonhos", Carol?
Custa a crer porque era uma das obras de leitura obrigatória do nossos meninos...no tempo em que estes autores eram lembrados!
Eu também tenho de reler algumas obras!

Abraço

Unknown disse...

Nunesamigo

Grande iniciativa! O Redol mereceu-a, merece-a e merecê-la-á.

Tenho todos os livros dele, li a fio o «Constantino» e também esta agora reeditada «Fenda» e os «Gaibéus». Os outros - mais moderadamente.

Ainda agora fui reler trechos da «Fenda» por mor do milagre dos pescadores de Caxinas. E valeu a pena.

Abç

a d´almeida nunes disse...

Até parece que me perdi no alto mar ao largo da Nazaré, eheh, desculpem não ter dado sinais de vida em relação aos vossos comentários, até este momento.

Como disse o Eng. António Mota Redol, foram editadas pelos CTT, em 2011, pagelas com alusões e selos comemorativos dos centenários de Alves Redol, Manuel da Fonseca, Trindade Coelho, Antónia Ferreira (Ferreirinha) e Eugénio dos Santos. Ainda não as consegui obter nos CTT em Leiria. Encomendei, pode ser que mas entreguem. Material muito interessante com toda a certeza.

A verdade é só uma: tantos livros, tantos autores, para tão pouco tempo disponível!

Um abraço

BlueShell disse...

Meu bom amigo: vir aqui é sempre enriquecedor: li Alves Redol quando andava no liceu: não gostei...ningu+em me contextualizou e eu não percebi nadinha. Depois, mais tarde, li tudo...e adorei.
Obrigada!
BJ

Eduardo Miguel Pereira disse...

De Redol, confesso, li apenas o (belíssimo) conto "Constantino Guardador de Vacas e de Sonhos".

E para ser franco, acabaste de me dar uma boa ideia para leitura na semana de férias que vou ter no Natal.

p.s.
Lá na "nossa" V.N.Milfontes havia uma artista que, munido apenas de um pequeno e muito afiado canivete e um pedaço de madeira, fazia miniaturas de barcos, como as que aqui nos deixaste, que eram um regalo de ver.
Nem sei se ainda é vivo e se por lá anda.

o ultimo fecha a porta disse...

Acabei de ler e publicar sobre "uma fenda na muralha" e é um livro muito bem escrito sobre os perigos da profissão de pescador e do sofrimento das gentes de Nazaré sempre que há gaivotas em terra.