Prémio Camilo Pessanha 1969
Não quero prefácio
para o meu primeiro livro de poemas.
Se o que ele contém não é poesia,
nunca as palavras de apresentação
o poderão salvar.
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rio não é bom
rio é bom
rio tem peixe
mas rio tem jacaré
Alima chora menino
Alima perdeu filho
que foi no dentro
do jacaré
rio é bom
rio é mau
Nampula, 1 de Setembro de 1969
Nasceu a minha filha Inês
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nota: voltarei mais vezes com este poeta...
4 comentários:
Já tinha ouvido a minha mulher (nasceu na Beira/Moçambique em 1963) usar a palavra Macua mas o sentido era outro.
Caro Rui
Os Macuas constituíam uma etnia do Nordeste de Moçambique, aquilo que eu me lembro. A minha filha, que nasceu em Nampula, ainda hoje brincamos com ela dizendo que ela é Macua.
Não sei exatamente qual era a área precisa de influência dessa etnia Moçambicana, mas aquela zona de Nampula, Ilha de Moçambique e outras, eram de maioria étnica Macua.
Foi em Nampula que eu estive na tropa.
Claro que fazíamos escala na Beira, que me lembre, também em Moçâmedes, quando ia de Lourenço Marques para Norte.
Há tantos anos!
Que poema violento! Já o conhecia, mas já o tinha esquecido. Se calhar por ser tão violento! Mas tão bem dito, em tão poucas palavras!
Tudo é bom
e tudo é mau, não é?
Beijinhos
Este poema fez-me recuar no tempo, ao tempo de um rio também com jacarés e onde os meninos inocentemente nadavam... e lá ficavam.
Um abraço.
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