2013/07/07

De volta a "O Crime do Padre Amaro"

Quem sobe para o castelo de Leiria, desde o Largo da Sé, pela Rua Cónego Sebastião da Costa Brites...

Ocorreu-me deixar aqui uma passagem do grande romance de "Eça de Queiroz", «O Crime do Padre Amaro».


Por inspiração cá dumas coisas em que ando metido (não são saias) estou a reler com um entusiasmo que já não esperava, este romance do Eça, por alguns considerado o romance mais realista do século XIX. É que é mesmo. As ligações a personagens reais e que me são chegadas (por parentesco) são tantas que é um regalo esta releitura.

Demais, este romance é, realmente, uma obra-prima da literatura mundial!...

Então:

(...)
"Durante toda esta manhã de domingo, o padre Amaro, à volta da Sé, estivera ocupado em compor laboriosamente uma carta a Amélia. Impaciente, como ele dizia, «com aquelas relações que não andavam nem desandavam, que era olhar e apertos de mão e dali não passava» - tinha-lhe dado uma noite, à mesa do quino, um bilhetinho onde escrevera com boa letra, a tinta azul: - Desejo encontrá-la só, porque tenho muito que lhe falar. Onde pode ser sem inconveniente? Deus proteja o nosso afecto. Ela não respondera:
(...)

Pode continuar a ler... aqui ia eu na página 198 da edição de 1964 da Lello & Irmãos- Editores, Porto...
O livro que estou a reler, ele próprio, tem uma história impensável para os dias de hoje! ...
@as-nunes

4 comentários:

Lídia Borges disse...


Uma leitura, um autor, cuja atenção focalizada na sociedade portuguesa da época lhe põe a nu a hipocria, o grotesco, a falsidade...

Terá a sociedade evoluído desde então?

É a resposta a esta pergunta que torna Eça um escritor sempre atual.


Tenha um bom domingo.

Lídia

a d´almeida nunes disse...

Não, Lídia, não, não evoluiu nada.

Vestimos doutra maneira, falamos noutro estilo, mais globalizante, mas continuamos na mesma.

Será que o Homem não é capaz de sair do marasmo mental em que se instalou?
Por comodismo? Por egoísmo?

Diria eu: por comodismo e por egoísmo! ...

Bom domingo, minha amiga.

António

rosa-branca disse...

Olá amigo, um livro que realmente mostra bem a mentalidade da época em que se viveu. Escreve-se por aí que os tempos evoluíram. E certas mentes será que conseguiram evoluir também?
No fundo mudámos a fatiota mas as mentes continuam como há muitas décadas atrás. Quanto à falsidade continua intocável. Beijos com carinho

Rosa dos Ventos disse...

Um grande escritor que muito aprecio...para ser franca nem sei bem qual dos romances dele mais conhecidos eu coloco em primeiro lugar!
Continuação de boa leitura!

abraço