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2010/02/07

Leiria e as crises cíclicas

Os tempos que correm são de grande perturbação social como consequência da persistente crise económica e financeira em que o Mundo mergulhou desde 2008, particularmente.
No que ao nosso país diz respeito, vivem-se momentos de grande incerteza no Futuro de Portugal. O Partido Socialista, após 4 anos de Governo apoiado numa maioria absoluta, não conseguiu, nas Eleições de 2009, mais que uma maioria relativa no Parlamento.
A Dívida pública e o Deficit Orçamental estão a obrigar a que se tomem medidas cada vez mais drásticas e anti-populares.
Quando se imporia que os políticos unissem esforços no sentido da desejada e imprescindível recuperação da Economia e das Finanças Portuguesas, eis que, diariamente, somos confrontados com informações contraditórias que geram mais e mais confusão e uma grande balbúrdia.
E nós, “O Zé”, repetindo-se a história de todas as épocas, cá vamos continuando a ser o bombo da festa.
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Dá-se, entretanto, o caso de que, em Leiria, teve lugar no passado dia 30, sob os auspícios da ODA, Associação defensora do Centro Histórico de Leiria e da Junta de Freguesia desta cidade, um debate seguido da abertura duma exposição sob o tema “comércio tradicional no centro histórico de Leiria – início do séc. XX ao início do séc. XXI”. Esta exposição foi apresentada por Fernando Rodrigues, coleccionador Leiriense essencialmente dedicado às questões relacionadas com as actividades económicas de Leiria.
Foi assim que tive acesso à carta abaixo reproduzida (1) .

Nesta sequência, procedi a uma investigação tendo em vista relacionar o tom melodramático deste texto de 1924 com a situação política, económica e social que se viveria nessa época em Portugal. Estávamos em plena agonia da I República e o debate que a desgastou até ao extremo, foi - pasme-se – entre os defensores do regime de monopólio (2) ou de livre iniciativa no que respeita ao exercício da indústria tabaqueira. Já nessa altura, as forças políticas propagandeavam como bandeiras de actuação: reforma fiscal, programa de fomento, autonomia administrativa e financeira das Ilhas Atlânticas, equilíbrio de classes, desenvolvimento da província (3).

Consultando o livro “100 Anos – 1902-2002” editado pela “ACILIS – Associação Comercial e Industrial de Leiria, Batalha e Porto de Mós” pode ler-se uma justificação para o conteúdo e estilo da carta a que se está a referir:
Em Novembro de 1923, encontrámos um veemente protesto dos comerciantes. A Voz do Povo refere que já há algum tempo se notava que companhias industriais, sobretudo de 
Lisboa, adoptavam oprocesso irritante e vexatório de exigirem o pagamento dos produtos das suas fábricas no momento que o comércio da província” fazia as suas requisições. Como tal, a mercadoria era entregue um ou dois meses depois de paga.
A notícia dizia que “aqueles senhores nababos para quem o comércio da província é apenas um farrapo” tinham por isso, sempre milhares de contos e podiam ter lucros fantásticos, empregando-os.”

.(clic na imagem para ampliar)
(1) Com autorização do dono do documento original
(2) Tema insistentemente abordado no decorrer do IV Congresso Nacionalista de Março de 1926.
(3) Província entendida como as regiões geograficamente afastadas de Lisboa.

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2007/11/10

Loureiro e poetas em Leiria

Na área ajardinada exterior à Escola Básica 1 em Leiria, na Rua Dr. António da Costa Santos(*) (Ao Largo da Rainha Sta. Isabel), brilhante poeta Leiriense, nascido em 6-6-1856 e falecido a 23-2-1896, encontram-se plantados estes dois espécimes de loureiro, devidamente identificados com placas colocadas aquando do cinquentenário da fundação do Ateneu Desportivo de Leiria, uma das Agremiações desportivas, recreativas e culturais de maior gabarito desta cidade.
Coincidências: o meu padrinho de crisma (religião católica) chama-se (presumo que ainda será vivo) António da Costa Santos. O de Leiria, nasceu numa casa desta rua e na respectiva fachada encontra-se uma inscrição alusiva; a EB1 está a ser frequentada por um dos meus netos e já o foi por outro; em tempos, anos 80, fui membro da Direcção do Ateneu Desportivo de Leiria.
Como se vê, temos aqui um belíssimo exemplo de como se poderiam identificar publicamente as árvores que ornamentam e avivam os nossos espaços públicos. Seria assim tão complicado?!
- Laurus nobilis L. é o vulgar Loureiro ou Louro. Árvore ou arbusto até 20 metros. É uma espécie nativa da região mediterrânica mas encontra-se naturalizado em vários outros locais nomeadamente da Europa. O loureiro, do qual eram feitas as grinaldas dos poetas nos tempos clássicos, é utilizado actualmente como condimento, quase obrigatório.
- Prunus laurocerasus L de nome vernáculo louro-cerejo ou loureiro-real. É originário desde o Sudoeste da Europa até ao Sudoeste asiático, daí dizer-se também que é o Loureiro da Índia. Muito utilizado como ornamental em parques e jardins. Arbusto perenifólio de até 8 m. (Guia de Campo - livro 09 - edição LPN de 2007).
(*) Será oportuno e de interesse referir duas curiosidades a respeito desta rua: 1) Aqui esteve instalada uma Estalagem, a chamada "Estalagem Velha", em cuja porta ainda lá se encontram cravados e bem à vista, duas argolas em ferro onde os utentes prendiam os cavalos e os burros em que se faziam deslocar; 2) na casa de nº 43 desta rua, mesmo defronte dos loureiros que originaram todo este enredo, está colocada uma placa toponímica em ferro esmaltado a azul, com a inscrição "Rua Dr. ANTÓNIO da COSTA SANTOS".
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