Mostrar mensagens com a etiqueta angra heroísmo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta angra heroísmo. Mostrar todas as mensagens

2006/12/03

Fortes razões.

Há muitos anos que ouço falar dos Açores, sempre com sentimentos de nostalgia.
Em Agosto do ano que corre rapidamente para o seu términus, tive ocasião de ficar a conhecer razoavelmente a Terceira. Durante essa estadia tirei a fotografia que agora coloco, em jeito de logotipo, na ombreira desta porta que se abre para o mundo e que tem por nome "dispersamente". As razões que justificam esta escolha serão muitas e dispersas...tão dispersas!
Ocorreu-me sem qualquer pretensão, simplesmente ao ritmo do voo incerto, disperso, dos pássaros, do tempo, da terra/mar/céu/nuvens, ligar este símbolo a Fernando Pessoa.
Fernando Pessoa tinha origens açorianas. A sua mãe era filha de uma ilustre família da Terceira.
A frase que legenda a foto, reparei nela, muito recentemente, agora que me estou a dar ao privilégio de tentar perceber melhor a vida e a obra fantástica de Fernando Pessoa. Porquê só agora, quase seis décadas de vida são passadas?
Os tempos estão em permanente mudança, rumam para a inevitável globalização?...mas não podemos dispersarmo-nos a ponto de perdermos de vista os sítios das âncoras da nossa cultura!
.
QUANDO ELA PASSA
(Aos 13 anos)
.
Quando eu me sento à janela
P´los vidros que a neve embaça
Vejo a doce imagem dela
Quando passa...passa...passa...
.
Lançou-me a mágoa seu véu: -
Menos um ser neste mundo
E mais um anjo no céu.
.
Quando eu me sento à janela,
P´los vidros que a neve embaça
Julgo ver a imagem dela
Que já não passa...não passa...
.
5-5-1902
(Escrito na Ilha Terceira, em memória duma sua meia-irmã, que um ano antes tinha morrido ainda antes de ter completado 3 anos. Terá sido o seu primeiro poema em português.)