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2010/12/18

Boas Festas - Da Batalha para todo o Mundo, via rádio


Estúdios da rádio Batalha. 11h45. Hoje, programa de Soares Duarte coadjuvado por Zaida Nunes (visíveis na foto-montagem). Tema central: receitas culinárias de Natal, mensagens dos ouvintes, conversas a propósito da época Natalícia que estamos a viver.

A Zaida, para além de participar no programa radiofónico, foi quem confeccionou as filhós acima. Uma delícia, podemos - os que as apreciámos no local - afiançar. Simplesmente uma delícia. E podem crer que não é por ser eu - alegado suspeito de não ser imparcial - a afirmá-lo, aqui e agora. A Zaida tem um dom incontestável para a culinária. A receita penso que é mais ou menso consensual. O segredo está na categoria do/a artista. Os preparativos só posso dizer que são demorados e requerem muita paciência, devoção e muito jeito. Para ficarem com aquele gosto e aspecto, claro está!

Também participei de viva voz na emissão desta Rádio, que transmite desde a bela, histórica e muito carismática cidade da Batalha, para saudar os ouvintes, aproveitar para lhes desejar um Feliz Natal e falar-lhes da minha vivência de Natais passados em Viseu, na minha infância, onde se comia, para além das batatas com bacalhau, arroz de polvo. Uma tradição que se perde na bruma dos tempos.

Muito interessantes, duas histórias relacionadas com esta época:

1- Soares Duarte lembrou (muitos de nós aprendemos) que já Gil Vicente falava das filhós. É do "Auto dos 5 Pastores" que se podem recolher os seguintes versos (a ortografia está actualizada, como é bom de ver):

Comprei farinha de trigo
amassei o meu filhó
e ainda não estava feito
papava-mo a minha avó.


Fiz umas papas de abóboras
por sinal bem meladas.
Lobrigou-mas minha mãe
e foram logo papadas.
-
Fiz uma rápida consulta na Internet. Encontrei esta referência:
Os filhos e as filhós
Eu não sei qual a origem das filhós, como doce. Mas já assim se chamavam no século XVI, pois já Gil Vicente escreveu sobre elas:
mando-vos eu sospirar pola padeira d’Aveiro que haveis de chegar à venda e entam ali desalbardar e albardar o vendeiro senam tever que nos venda vinho a seis, cabra a três pão de calo, filhós de manteiga moça fermosa, lençóis de veludo casa juncada, noite longa chuva com pedra, telhado novo a candea morta e a gaita à porta. Apre zambro empeçarás olha tu nam te ponha eu o colos na rabadilha e verás.
Quanto à etimologia, filhós vem do latim filiola, que significava filha pequena.
Agora, respondendo à pergunta: filhós é tão bom, que todos gostam de comer e ninguém se farta, na noite da consoada, e no dia seguinte.   Por isso é tanto masculino, como feminino, tanto singular, como plural.    Comem todos: o filhós, a filhós, os filhós, as filhós.Há quem use no singular filhó, mas parece-me que está errado.   Nos séculos XIV e XV usava-se filhó por filho, e talvez por detrás desse uso se esconda a origem do bolo.  Não sei! E há também quem use no plural filhoses e também filhozes.   Este plural já entrou no costume, e portanto,segundo os dicionários,  não é errado.
Nos Açores chamam-lhes“malassadas”.   

2- Zaida Nunes falou do conto " O Quebra Nozes e o Rei dos Ratos", de E.T.A. Hoffman. Aliás, esta ideia de se falar da história referida num conto tão célebre, tem a ver, naturalmente, com o conto referido, mas também com o facto de ainda estar em palco em Portugal, o bailado "Quebra Nozes", Música de Pyotr IlYich Thaikovsky, por uma companhia itinerante constituída por solistas dos principais teatros da ex-União Soviética.
Este conto pode ser lido, seguindo este link (aqui).
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2009/09/22

Batalha - Castanheiro tri-pé


A caminho da Batalha fiz um desvio pelo Vale do Horto, Quinta dos Frades... e dei com este belo espécime de Castanheiro.




Como não consegui aproximar-me mais, ampliando-se a foto, fica-se com a sensação de que terão sido plantados, há muitos anos, três castanheiros, de forma a que, ao crescerem, os seus troncos se fundissem num só, por osmose. Na base parece que tal intento foi conseguido.

(clic para ampliar)


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2007/11/17

Espaços e memórias da Estremadura



16-11-2007 - José Travaços Santos, um vulto da Cultura, não só regional mas até nacional, um dos homens que mais conhece dos meandros (de toda a ordem) do Mosteiro da Batalha, no decorrer da apresentação do seu livro, "Etnografia da Alta Estremadura - breve introdução", na sede do "Rancho Rosas do Lena", ne Rebolaria - Batalha, perante uma numerosa e entusiasmada assistência, entre a qual se contavam vários membros do Movimento Elista Internacional(*), de Portugal e do Brasil, nomeadamente os Presidentes do Elos de Leiria, Dr. Arménio de Vasconcelos, o Vice-Presidente Intercontinental, Dr. António Abraços, membros do Elos de Lisboa. Na mesa estavam: Adélio Amaro, editor e jornalista, Prof. Dr. Saul Gomes, Director Científico da colecção que integra o livro ora apresentado, Dr. António Lucas, Presidente da Câmara Municipal de Batalha, Mário Matias, Presidente da Fundação da caixa Agrícola de Leiria e Dr. Joaquim Ruivo, Presidente da Direcção do CEPAE - Centro do Património da Estremadura.
José Travaços Santos tem sido, durante toda a sua já longa vida, um lutador incansável pela fidelidade ao rigor da Língua Portuguesa. Sempre que tem ensejo para se manifestar assim se declara. Um seu desabafo me ficou retido na alma: estão aqui presentes alguns nossos irmãos Brasileiros que, talvez melhor que nós próprios, compreendam o alcance do meu sentimento de revolta quando noto, em todo o lado, a todo o momento, as infelizes manifestações dos próprios portugueses, com a introdução e uso frequente de palavras de origem inglesa, no vocabulário do dia a dia.(não sic) Já conhecíamos de, pelo menos, há 500 anos, o que era um povo ser colonizado por outro. Mas um povo, como o português estar a colonizar-se a ele próprio?! Isto é uma Vergonha Nacional!
Aplaudo, concordo e Subscrevo integralmente esta ideia. A Língua Lusíada é falada em todos os Continentes. Somos muitos milhões e devemos ter orgulho na nossa História e Património Linguístico, Etnográfico e demais.
Vamos todos dar as mãos e lutar verdadeiramente pela difusão da Cultura Lusíada?
Ouviram a reacção do Snr. Bush, lá pela América do Norte, quando se insurgiu contra a ideia de se investir no ensino da Língua Portuguesa?! Contra o poder incomensurável dos Americanos não há nada a fazer, dirão muitos de nós! A verdade, porém, é que uma Cultura não se apaga com uns dólares a mais ou a menos no Orçamento dos Estados Unidos!... como a História recente o tem demonstrado à saciedade.
18-11-2007
Uma outra ideia fortemente defendida por Travaços Santos tem a ver com a actual Divisão das regiões administrativas. Aproveita para criticar asperamente a divisão da Estremadura, transferindo a parte histórica do seu Norte (cuja fronteira deveria ser a zona de Pombal), passando a designar toda esta região como Beira Litoral, quando, bastaria verificar que, no concernente à etnografia, por exemplo, esta e outras sugestões mais recentes de regionalização despedaçarama, pura e simplesmente, as áreas que, nesse aspecto, tinham motivos comuns e laços seculares. Deveríamos assim, considerar, que a Beira Litoral e a zona mais a Sul, incluindo pelo menos a zona a Norte de Lisboa, deveriam estar integradas numa mesma região, a da "Estremadura". E finaliza a sua ideia, resultante de aturadas investigações e da sua própria vivência ao longo de várias décadas a acompanhar o movimento do folclore nos vários espaços portugueses:
"No entanto, e não obstante, podermos atribuir à Estremadura três espaços folclóricos - Alta Estremadura (Leiria como capital), Estremadura saloia, Estremadura transtagana - há na nossa província uma certa unidade que nos fez crer numa raiz numa raiz comum que manteve a vitalidade até aos nossos dias."
-
nota: A ilustração da capa do livro foi feita a partir de uma fotografia tirada em 1938, na casa do Dr. Afonso Lopes Vieira, em S. Pedro de Muel, pelo pai do autor. Três gerações de mulheres batalhenses integradas na comitiva que foi homenagear o Poeta, filho adoptivo da Batalha.
post terminado em 18-11-2007

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