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2013/03/17

Se serra a serra


A serra dos Candeeiros vista da serra de Sto. António (Minde). Há dias.
(...)
(17-03-2013-08h00)
A caminho de Viseu, com vistas para as Serras da Estrela e do Caramulo... 
(depois admiro-me que que me digam que não preciso de contar mais nada, que já leram o que aqui vou deixando bem esparramado, quais fragmentos do meu Diário!...)

@as-nunes

2012/11/30

Os dias que correm e Fernando Pessoa


Em 18.1.1985 Al Berto escrevia no seu Diário:
[...]
(uma das maneiras possíveis de compreender este país é reler Pessoa. Atentamente. Devotadamente. Todos os dias. Alguma luz se fará, por entre a teia magnífica dos heterónimos. Por vezes, penso que este país é o heterónimo dum outro país que sobreviveu ao seu próprio criador. Assim, já não possuindo o motor que o faz pensar, criar, imaginar, mover-se, acabou por se afundar no orgulho do seu próprio esterco.)

Hoje escreveria da mesma forma, com toda a certeza!
Onde está a tão apregoada mudança do rumo deste país?!
(para bem dos portugueses em geral ... e não, só das elites.)
@as-nunes

2012/05/23

Lá fora, na minha rua...e eu, aqui, atado de pés e mãos!



A entreolharmo-nos...
eu
estevas da minha rua
uma faceta 
da silhueta
do meu loureiro


As contas para o Fisco 
dão-me cabo do juízo
cuidado que nem um cisco
me pode dar prejuízo


...

@as-nunes 

2012/02/19

DECLARAÇÃO de hoje; e amanhã?


Este meu olhar embasbacado...na direção das Cortes e Serra da Maúnça, logo a seguir à Sra. do Monte...


Assim:


DECLARAÇÃO

Eu, abaixo assinado, não sei o que
hei-de declarar.

Mas posso declarar que foi ontem que eu,
abaixo-assinado, declarei que era hoje que
iria declarar o que tinha de declarar.

E declaro hoje que não sei o que declarar no dia
de hoje enquanto amanhã não chega.

Eu abaixo-assinado declaro que
amanhã terei de declarar tudo o que tenho
de declarar.

Ontem teria declarado e subscrito
o que tinha de declarar.

E amanhã também iria declarar
todas as declarações do mundo se, quando
amanhã chegar, não descobrisse que amanhã
é hoje.

Por isso é que eu, abaixo-assinado,
declaro que não sei declarar hoje, que é o amanhã
de ontem, tudo o que tenho de declarar.

E eu, abaixo-assinado, declaro solenemente
por minha honra que só não declaro nada hoje porque
hoje é o amanhã de ontem,
e também não vou declarar nada amanhã porque
amanhã é o hoje em que irei deixar para depois
de amanhã o que tenho de declarar.

E cumpra-se esta declaração que vou datar
de amanhã, sabendo que só a poderei escrever
depois de amanhã, quando ontem for o amanhã
em que a vou adiar para ontem.

Nuno Júdice
Pp 50 “A matéria do poema”, Ed. Dom quixote - 2008
-
Ou seja, estou a repetir-me, parece-me a mim, talvez seja altura de pensar melhor naquilo em que se está a transformar este meu "DISPERSAMENTE...", se calhar só isso, um amontoado de apontamentos dispersos mas também dispersivos, em demasia!...

Para já é esta declaração que aqui me apetece deixar hoje, logo a seguir à DECLARAÇÃO de Nuno Júdice, de forma a que me possa servir de muleta, tentando o balanceamento do passado e presente com o futuro.

Será que amanhã estarei a pensar o mesmo que hoje?!...
@as-nunes

2012/01/01

Este Primeiro de Janeiro de 2012

Hoje é Domingo e o primeiro dia do ano da (des)graça de 2012, a avaliar pelos ensaios já levados a cabo no decorrer do ano de 2011, travagens bruscas no nível de vida dos portugueses, a Europa gaseada de todo, serão ainda os efeitos dos primeiros bombardeamentos de gás mostarda da I Guerra Mundial?


Começámos o dia acordados pelo ribombar dum foguete-petardo, qual terá sido a ideia não sabemos, terá sido para comemorar o fim do 2011, de tão má memória, terá sido para chamar a atenção aos deuses da fortuna para nos darem mais ânimo para enfrentar 2012?

Os nossos gatos, os que estão fora de casa, mas com condições invejáveis, três ao todo, acharam por bem ofertarem-nos os despojos do nosso rouxinol, sobrou a cabeça e algumas penas. Eles próprios, talvez o rapazito, tinham-se encarregado de, por artes e manhas de que só eles é que são capazes, deitarem a gaiola ao chão, a porta abriu-se, o rouxinol escapuliu-se mas não abandonou as redondezas da casa. Acabou por ser apanhado pelos felinos, estava-se mesmo a ver.
O rouxinol, já em liberdade, eu a fotografá-lo no meio dum piricanta com os seus pomes característicos (são comestíveis e considerados dum extraordinário valor medicinal) ainda não sabia que era o que até há pouco tempo estava dentro duma gaiola. No dia seguinte, provavelmente hoje, acabou por ser apanhado pelos gatos que lhe chamaram um figo. Era um rouxinol oriundo do Japão...


Continuam a estralejar foguetes!...
Ainda não ouvi rádio, nem vi TV, nem li jornais, não sei nada do que se passa no mundo, hoje, à hora a que me sentei aqui defronte do monitor do computador, com a ideia de registar a simplicidade fransciscana deste primeiro dia do primeiro ano pós 2011.


Já andei pelo quintal, a ver a horta e o jardim, a ajudar a Zaida em arrumações exteriores, também. E assim irá ser o nosso dia, muito provavelmente...

11h45...12h20 tmg.
- vou fotografar a vista panorâmica aqui em frente, na direcção nascente, mil vezes mirada, mil vezes registada em milhões de pixels!...
- o que é que vai sair deste arrolamento de ocorrências na vida de um casal de suburbanos, já entradotes, mas que querem manter-se activos, física e mentalmente?
A ver vamos!


Acabei de tirar a supra dita fotografia. Não sei se a vou inserir nesta entrada do meu blogue. É mais uma das perspectivas de sempre. Estarei a ficar monótono?
Antes de começar a descer as escadas para o rés-do-chão, passei por uma das estantes da nossa biblioteca e lembrei-me de reler uma passagem do "Diário" de Torga, no ano de 1947, o do meu nascimento, em Viseu, ali à beira do Vouga, serra de S. Macário à vista, S. Pedro do Sul a dois passos. Apeteceu-me. Gosto muito do Torga.
Respiguei isto, escrito em 8 de Janeiro de 1947:
"...
Aqui é preciso aceitar tudo, porque o trigo e joio fazem parte do mesmo corpo, sem possibilidade de separação. Daí, a multiplicidade, partidos, controvérsias, oposição. A uniformidade social é a monotonia de um batatal. E a história perdoa tudo, menos a monotonia.
..."
O que se estará a passar no mundo? Ainda nem sequer passei os olhos pelas notícias on-line.


Mais um foguete!... Deve ser para recordar os mais distraídos que já mudámos de ano de calendário!


12h50 tmg................................................................... já cá volto
(é possível que, enquanto em edição, pelo menos, algumas gralhas pousem por aqui...espero que só temporariamente...
E mais, ainda temos a questão do Novo Acordo Ortográfico; obrigado, Alda, pela sua sugestão de não me preocupar com esse acordo(des).
-
Já são 18h45m, noite cerrada. Continuo sem saber nada do que se passa por esse mundo fora. Estarei a perder alguma informação relevante? Algo que possa vir a contribuir para a melhoria da nossa vida? Os chineses já compraram mais algum pedaço de Portugal? 


Entretanto, cá temos passado o dia em trabalhos de manutenção da casa. Um pouco a contragosto, que me apetecia começar o novo ano nas calmas, acabei por passar o dia às voltas com um berbequim, chaves de fenda, martelo, alicate, parafusos, prateleiras, alguns trabalhos na minha oficina, uma parafernália de todo o tipo de material e ferramentas acumuladas ao longo de várias décadas de vida.  


Finalmente dou por terminado este apontamento, por ora. Deixa-me lá dar uma espreitadela pela janela dos noticiários da rádio e tv.
Antes, vou ver o que se anda por aí a badalar na net.


Mais foguetes! Tem sido isto toda a tarde, aqui pela zona do Vale do Lis, a nascente a meia dúzia de passos. Nem sei para quê, talvez para espantar os espíritos ruins que nos andam a acenar com sombras esquisitas moldadas em silhuetas indefinidas!...


Ora então vamos a ele, ao 2012!
Que venha em paz!
Que venha com menos egoísmos!
Que os governantes da Europa e do resto do mundo assumam um genuíno compromisso de honra em como vão defender a qualidade de vida dos cidadãos!


@asnunes  

2011/12/16

Um diálogo permanente com o Universo



...
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação


António Ramos Rosa - em 1961
-
Ele quer levar essa descida ao extremo limite da integração cósmica (embora, como dissemos, acabe por integrar o cósmico na sua atmosfera pessoal), ao máximo de comunhão entre Corpo e Terra, para se sentir despojado, longe da cadeia do mundo convencional, livre, enfim (até onde essa liberdade lhe é possível...).
(in Ensaio de João Rui de Sousa sobre António Ramos Rosa no nº 1 da Revista bandarra - Primavera 1961)
-
                   em dia de 7º aniversário deste blogue.            
@asnunes

2008/06/04

Em busca dum Diário perdido no tempo...



Em jeito de Diário Sintético
Em busca de Leiria e das suas árvores
Dispersamente…

Nos meus tempos de estudante do ensino secundário, logo no 2º ou 3º, em plena década de 50 do século passado, tive uma professora de português que, como avaliação duma prova minha de redacção, inscreveu a vermelho, no sentido longitudinal da folha, o seguinte: “Até parece um romance do século XVIII”. Na altura, esta observação da minha professora caiu-me em cima como uma bomba. Nem sei bem porquê. Eu, de facto, não escrevia nada bem, lia pouco e fiquei bastante azamboado.
Dava-se o caso de que eu tinha um colega, ainda me lembro do nome completo, João António Morais da Costa Pinto (nunca mais o vi, que será feito de ti, João?). Lembro-me que pertencias a famílias de cultura e bem colocadas na vida. O teu pai era oficial da Armada. Se bem me lembro, também andavas com a mesma ideia. Provavelmente seguiste pela Escola da Marinha e hoje já deverás estar reformado, quem sabe, como Almirante. E vê lá tu como é a vida. A minha família era pobre, mal havia dinheiro para nos mantermos a estudar no Secundário, quanto mais para maiores voos. In extremis acabei por ir para o Porto, para o Instituto. Era assim que lhe chamávamos, ao Instituto Comercial. Também havia o Industrial. A Universidade era um sonho irrealizável para a maior parte de nós.
Voltando à questão daquela boca (hoje diria, foleira e sem qualquer categoria pedagógica, gritada por uma professora incompetente, sem psicologia capaz de lidar com garotos em início de formação académica). Lembro-me que, depois daquela célebre aula, vínhamos a descer as escadas do lado masculino da Escola Emídio Navarro, em Viseu, conversámos sobre este tema, daquela frase que me ficou a martelar na cabeça, como se fosse um ferro em brasa. Tu, que eras um colega e amigo, bastante educado e muito calmo, só me dizias em jeito de conselho: tens que ler, ler muito. Só assim é que conseguirás escrever o que precisares e quando quiseres. O João António era, na maior parte das disciplinas, o melhor aluno. Que eu até nem era mau aluno, pelo contrário. Naquelas turmas de 30 e mais alunos, eu estava sempre entre os 3 primeiros. Isso para mim era um orgulho e fazia questão em manter-me sempre entre os melhores. Imaginam agora a minha frustração.
-
A minha reacção foi brutal, arrisco-me a dizê-lo. Logo que começaram as férias grandes, comecei a percorrer a via sacra do leitor devorador de livros de empréstimo. Nessa altura, havia as bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Estacionava de 15 em 15 dias, em Abravezes, que ficava a cerca de 1 km da minha casa, ali na Quinta da Isabelinha ou do Judeu. De cada vez que lá ia, trazia o máximo de livros possível; penso que eram uns 4 ou cinco. A verdade é que os lia de fio a pavio. A todos. Passei os três meses dessas férias a ler, não ia para lado nenhum. Arranjei um caderno para escrever o significado de todas as palavras que desconhecia. E se eram muitas! Lia o dicionário e escrevia para melhor aprender o sentido das palavras que me iam surgindo no decorrer das minhas leituras. Não deixava uma única palavra desconhecida para trás. Lembro-me que escrevi vários cadernos. Tenho muita pena de não os ter guardado até hoje.
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No ano lectivo seguinte surgi na disciplina de Português, com ar decidido e convincente. Algumas das minhas redacções passaram a ser lidas em voz alta pela minha professora. Imaginem a minha vaidade e sentido do dever cumprido. Era preciso, pois vamos a isso. A verdade é que aqueles três meses de leitura intensiva constituíram um excelente estímulo e rampa de lançamento para o gosto pela leitura que, entretanto, adquiri. Até hoje, que já tenho a minha própria Biblioteca. E que até já escrevi um livro e participei em co-autoria noutro. Para além do gosto impenitente que tenho pela escrita, ao meu jeito, simples, sem floreados só para alindar. E que estou sempre disponível para escrever na imprensa. De borla. Sempre de borla. E, também muito importante, que já sou sexagenário!...
Uma das minhas prioridades: compatibilizar este gosto pela web com o amor que dedico à família e às flores e plantas em geral. E às árvores, as de Leiria em particular, aquelas que eu posso acompanhar no meu dia a dia.
Com o advento da Internet (gosto de me gabar de ter sido dos primeiros a entrar no mundo da comunicação digital) comecei com a transmissão digital via rádio nas bandas de amador, aí pelos anos 80, ainda no tempo das cassetes.
Hoje quem me tira a possibilidade de partilhar informação, seja em texto seja em fotografia ou até mesmo em vídeo tira-me uma grande parte do prazer de viver. Sem esquecer que também sou radioamador com o indicativo CT1CIR.
É assim que, actualmente, mantenho em plena actividade, vários blogues e sites. Tais como, por exemplo: http://dispersamente.blogspot.com/ , http://arvoresdeleiria.blogspot.com/ , http://dentrodetioleiria.blogspot.com/ , http://leiria.no.sapo.pt/ , http://diariodumjardim.blogspot.com/ .
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Posso afirmar que a minha participação nos blogues me tem proporcionado maravilhosas ocasiões de descobrir novos ambientes, pessoas interessantíssimas, outras áreas do conhecimento, de me apaixonar pela botânica, de ser muito mais observador de tudo o que me rodeia e de partilhar essas minhas observações com toda a gente onde quer que esteja (o sortilégio da internet!…).
E é assim que vou continuar. Durante quanto mais tempo? Até já não atinar com o que ando a fazer ou a dizer?
Sendo assim só peço uma coisa às pessoas que me encontrarem aqui pela web. Alertem-me por favor quando sentirem que estou a entrar em desvario.

Será que já comecei a dispersar demais e a não dizer coisa com coisa?…
Agora que estava a ganhar balanço e as palavras começavam a brotar em torrente, sem rumo bem definido, a dispersarem-se por aqui e por ali, olhando em todas as direcções, ordeno-me: basta por ora. Até porque não te esqueças que tens muito trabalho profissional pela frente, urgente, pelo menos para todo este mês…
… (talvez continue a abrir a minha janela…afinal o homem é um ser eminentemente social )…

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