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2017/06/06

O Largo da Sé de Leiria, a "Pharmácia Paiva", a família a ela associada e Eça de Queiroz



https://cld.pt/dl/download/6769502c-c51c-40f7-af61-424a57834426/MAIO%20leiria.pdf



Este número do "Notícias de Colmeias" de 9 maio 2017 tem um Suplemento dedicado a Leiria, pela passagem de mais uma Data Comemorativa do Dia da Cidade - 22 maio. As páginas 1,3-5 são de minha autoria. Título: «O Largo da Sé de Leiria, a "Pharmácia Paiva", a família a ela associada e Eça de Queiroz. O Jornal está à venda nas Tabacarias, particularmente no "Shopping" - Leiria. 
Pode-se ler o artigo, na totalidade, consultando o seguinte link acima
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ps.: 
O célebre ex libris de Leiria, edifício do Largo da Sé a que se refere no artigo, «Pharmácia Paiva», vai ser objeto de obras de restauro em breve.
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O edifício vai ser objeto de profundas obras de restauro. Vamos ficar com aquele ex libris mais vistoso ainda, o que reforçará a sua referência inquestionável, no rol do património histórico e romântico de Leiria, na linha do que se usava nos prédios burgueses e de família de finais do séc. XIX e meados do séc. XX. É urgente explorar em termos turísticos a sua mais valia, tendo em conta a sua ligação à família Paiva, ao insigne poeta, jornalista e dramaturgo Acácio de Paiva e ao próprio Eça de Queiroz e as suas referências e vivências pessoais naquele edifício, não só através da sua extraordinária obra "O Crime do Padre Amaro" mas também da sua permanência amiúde na Botica do Carlos, que era o dono da farmácia na altura da permanência do escritor em Leiria.

2015/10/14

Capa da "Amparo" do romance de Eça de Queiroz: "O Crime do Padre Amaro"


"Capa de D. Leopoldina Amélia Carolina Telles, esposa do proprietário da Farmácia Paiva, situada no Largo da Sé, n.° 7, contemporânea de Eça de Queiroz, à data da sua estada em Leiria.
Foi esta senhora que inspirou a personagem de Amparo da Farmácia, referida na obra de Eça de Queiroz: "O Crime do Padre Amaro".
Oferta de D. Zaida Manuela Esteves Telles e Paiva Santos Nunes, bisneta de D. Leopoldina e sobrinha-neta do poeta leiriense Acácio de Paiva.
A Sempraudaz-Associação Cultural agradece desvanecida e sente-se muito honrada com o inestimável presente. 
Bem-haja, Zaida." (texto escrito no Facebook de Isabel Santos aqui)
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Resposta de Zaida Paiva Nunes:
É muito recompensador a partilha de algo que pode ser de muito significado para esta cidade e, particularmente, para uma Instituição como a SemprAudaz. Eu é que agradeço toda a atenção que, de certo, vai ser prestada a esta peça indumentária tão representativa duma época de Leiria que para sempre ficará ligada à obra literária de Eça de Queiroz. ass.: Zaida Paiva Nunes
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3 páginas do livro "Falando de Acácio de Paiva" de António Almeida Santos Nunes, 2013. (*)
Algumas notas explicativas da provável (não restam muitas dúvidas) ligação entre personagens reais que viveram em Leiria à época em que Eça de Queirós escreveu o seu romance "O Crime do Padre Amaro".
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(*) Para quem tiver interesse em ter de sua posse este livro pode contactar-me por e-mail (nunes.geral@gmail.com)

2014/09/22

Eça de Queiroz em Leiria, o Largo da Sé e o Teatro




Um dia destes tive de ir ao Largo da Sé, a ver se havia correio...
Estavam a ensaiar uma cena de Teatro de rua acerca de "O Crime do Padre Amaro"

* Acho um piadão observar as várias fases por que passou o sítio onde está este banco no Largo da Sé, em Leiria. (...)

2014/01/23

Leitura comparada de "A Capital" de Eça de Queirós e "Nome de Guerra" de Almada Negreiros



"Conversando Com" ... organização da Associação Cultural "SemprAudaz" em Leiria, ao Centro Cívico. Sessão de 21 de Janeiro de 2014 com Orlando Cardoso ...  (edição original no FB desta data )


21 de Janeiro da 2014: Na SEMPRAUDAZ - Associação Cultural realizou-se a sessão Vamos conversar com... Dr. Orlando C Cardoso. Tema: Almada e Eça - Romance a dois? Em debate a leitura comparada de "A Capital" de Eça de Queirós e "Nome de Guerra" de Almada Negreiros.



Sinopse
Sinopse: A Capital é o segundo volume de uma colecção que inclui as obras de Eça de Queirós, numa nova edição que oferece ao público textos fixados por um estudo comparativo das várias edições existentes. O leitor, terá assim acesso, em edições correntes, ao texto fixado pela edição crítica das obras de Eça de Queirós, levada a cabo pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda. O Professor Carlos Reis é o responsável pela coordenação geral, assim como pelas introduções, prefácios e notas ao texto.

Obra que Eça deixou inacabada – em parte por recear que fosse demasiado escandalosa para a sensibilidade dos seus contemporâneos - A Capital só viria a ser publicada postumamente, numa edição com cortes e acrescentos de autoria de José Maria d’Eça de Queirós, o filho do escritor. Daí o interesse de que se reveste a presente edição, cujo texto é substancialmente diferente do que até agora circulava. Nele descobrimos o deslumbramento, mas também a mordacidade queirosiana com que Eça retratou a «sua» cidade, através da sofisticada frivolidade dos meios sociais e das personagens que ainda hoje povoam o nosso imaginário quando evocamos a Lisboa de Novecentos.
(in site da Wooks)
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Nome de guerra, romance de aprendizagem (Bildungsroman) de Almada Negreiros, foi escrito em 1925 e publicado em 1938. Para Eduardo Prado Coelho, inaugura “na nossa literatura um modelo de ficção-reflexão” (1970: 35) que só na segunda parte do século terá continuidade. 

Em termos de construção narrativa, o romance representa a luta entre a personalidade do indivíduo e as normas da sociedade por adquirir uma certa autonomia. Antunes, o neófito, rebela-se contra os padrões sociais: "amava a verdade acima de tudo", "quem pensa sozinho não quer senão a verdade, as justificações são por causa dos outros". 

O problema começa com a tentativa dos pais, da sociedade e dos modelos culturais e psicológicos de exercer a sua influência sobre o destino do protagonista: "É sempre assim, temos sempre que perder o nosso tempo em desfazer o bem que os outros fizeram por nós". 

Mais aqui , por ezemplo

2013/07/07

De volta a "O Crime do Padre Amaro"

Quem sobe para o castelo de Leiria, desde o Largo da Sé, pela Rua Cónego Sebastião da Costa Brites...

Ocorreu-me deixar aqui uma passagem do grande romance de "Eça de Queiroz", «O Crime do Padre Amaro».


Por inspiração cá dumas coisas em que ando metido (não são saias) estou a reler com um entusiasmo que já não esperava, este romance do Eça, por alguns considerado o romance mais realista do século XIX. É que é mesmo. As ligações a personagens reais e que me são chegadas (por parentesco) são tantas que é um regalo esta releitura.

Demais, este romance é, realmente, uma obra-prima da literatura mundial!...

Então:

(...)
"Durante toda esta manhã de domingo, o padre Amaro, à volta da Sé, estivera ocupado em compor laboriosamente uma carta a Amélia. Impaciente, como ele dizia, «com aquelas relações que não andavam nem desandavam, que era olhar e apertos de mão e dali não passava» - tinha-lhe dado uma noite, à mesa do quino, um bilhetinho onde escrevera com boa letra, a tinta azul: - Desejo encontrá-la só, porque tenho muito que lhe falar. Onde pode ser sem inconveniente? Deus proteja o nosso afecto. Ela não respondera:
(...)

Pode continuar a ler... aqui ia eu na página 198 da edição de 1964 da Lello & Irmãos- Editores, Porto...
O livro que estou a reler, ele próprio, tem uma história impensável para os dias de hoje! ...
@as-nunes

2013/02/02

TV Rural de volta à programação da RTP ?!


"A agricultura aqui (em Portugal) é a arte de assistir impassível ao trabalho da natureza."

Uma Campanha Alegre -Eça de Queiroz.
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A propósito duma recente promoção de alguns deputados no sentido de se retomar na programação da RTP o programa TV Rural, nos mesmos moldes do que foi transmitido em vida do conhecido Engº Sousa Veloso. Lembram-se, os mais velhos?
 
Pode ser que este senhor que se vê na foto, aqui à volta de Leiria, aprenda alguma coisa de interessante e útil para a sua agricultura.
Por aquilo que observei, pareceu-me que o sr. não estaria a fazer nada de especial. Mas também, com a idade que aparentava, não devia ter condições físicas (provavelmente nem anímicas) para tirar algum proveito palpável da terra!
 
Será que vão ser esses snrs. deputados que vão dar as dicas para o guião desse programa?
Será que a ideia é retomar o caminho dos campos para plantar nabos e nabiças?!  E que os snrs. deputados vão ser os primeiros a dar o exemplo de como é que a agricultura pode contribuir substancialmente para o aumento do PIB português?
Snr. deputados.
Sabem, concerteza, que trabalhar na agricultura, dá cá um trabalhão (!), que é preciso ter arcaboiço para pôr a terra a produzir os ingredientes com que se confecionam os petiscos que V. Exas. tanto apreciam!? ...
E nós, os outros, também necessitamos do pão para a boca! ...
 
Está bom de ver. Antes que a coisa dê para o torto há que relembrar o povo que, em caso de necessidade, ainda temos os campos para cultivar!
Haja quem dê o coiro ao manifesto!
 
Ora aqui está uma boa sugestão para o snr. Ulrich brilhar e demonstrar as suas extraordinárias e recentes teorias do "aguentam, aguentam!"!

2012/08/11

LEIRIA: Rota dos Escritores em Leiria

 Mais pormenores se podem consultar seguindo este link da Câmara Municipal de Leiria.

Lá em cima, a caminho do Castelo, já na designada Av. Ernesto Korrodi, uma lápide evocativa da presença de Miguel Torga em Leiria. O nome desta avenida invoca outra figura ilustre que marcou indelevelmente esta cidade, com os seus múltiplos e  geniais trabalhos  de arquitetura, nos princípios do séc. XX.
 No jardim Luís de Camões, junto à estátua ao Pastor Peregrino, uma figura intimamente ligada à obra de Francisco Rodrigues Lobo.
O eterno rio Lis...


Com ponto de encontro no Centro Cívico: Edifício Praça Eça de Queiroz e Largo da Sé, teve lugar em Leiria, a 2ª Rota do Escritores em Leiria.

Fez-se uma visita guiada por 28 pontos relacionados com a história da cidade entrelaçada na vida em Leiria dos seguintes escritores portugueses:

Francisco Rodrigues Lobo
Eça de Queiroz
Acácio de Paiva
Afonso Lopes Vieira
Miguel Torga
(seguir links que reportam a estes escritores e à sua ligação a Leiria)

Foram cerca de três horas, a percorrer a pé, praticamente todo Centro Histórico de Leiria. Pura magia!

E falou-se dos escritores. E falou-se muito do significado desses pontos onde parávamos para ouvir as informações que nos eram prestadas e, não raramente, participávamos em amenas cavaqueiras a propósito do interessante tema que nos juntou. Pessoas de fora de Leiria estavam em maior número. À volta de 30.
Foi  muito gratificante ter conversado com essas pessoas e trocarmos impressões sobre tão ilustres escritores e a sua ligação pessoal com a cidade de Leiria.


Os guias, funcionários da Câmara de Leiria, na área da Cultura, foram inexcedíveis em dedicação e profissionalismo. É justo deixar aqui os seus nomes: Isabel Brás e Miguel Narciso.



Podem-se ler muitos poemas e outras referências seguindo links neste blogue e/ou através da consulta das etiquetas por temas.

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Bom fim de semana a todos quantos aqui aportarem.
Amanhã, Domingo, vou até Viseu...

@as-nunes

2011/12/29

Eça em Leiria, um grafite a evocar "O Crime do Padre Amaro"

Cheguei ao Largo da Sé, em Leiria, descendo a Rua Cónego Sebastião da Costa Brites, aquela calçada que vem do Largo Manuel de Arriaga, ali ao Governo Civil (ex-Governo civil, que agora já não há governadores civis, sei lá), quem vem da zona do Castelo.
Reparo na azáfama dum fotógrafo, às voltas com o melhor ângulo para fotografar a gravura estampada na parede, como se mostra na foto. Arte Grafite, diz-se.
Se se ampliar, pode ler-se a seguinte legenda: "O seu nome era Amaro Vieira". Ficámos por ali um bocado à conversa sobre quem é o autor daquele mural, parece que já o "Correio da Manhã" andou a investigar quem será o artista mistério (actualização: ver vídeo TVI24), que já fez apresentações deste género, mas sempre originais e propositadas, em vários pontos da zona de Leiria. 
Será Leiriense?
Acabámos por chegar à conclusão que até já tínhamos trabalhado na mesma empresa, há muitos anos atrás, falámos imenso sobre máquinas fotográficas, objectivas, lentes, aberturas, velocidades, sensibilidade, tempos passados em que a fotografia era com rolos, etc. etc., trata-se do Filipe, repórter fotográfico profissional, pareceu-me pessoa já muito experiente e activa, falámos do "Diário de Leiria", de Agências de Informação, etc., a primeira página do DL vai trazer hoje, 29 de Dezembro, uma reportagem sobre esta história do artista mistério, acabei por lhe tirar esta foto, os fotógrafos raramente ficam nos "bonecos" está bom de ver, entretanto eu também acabei por tirar uma data de fotografias.
Fiquei com a ideia de que o Eça também estava metido nesta história e lá fui dar mais uma espreitadela no "O Crime do Padre Amaro". E lá está, na pág. 11 da edição da "Lello & Irmão - Editores", não tem a indicação do ano em que foi impresso, mas deve ser dos anos 50/60 do século passado:
"..., o pároco José Miguéis foi definitivamente esquecido.
Dois meses depois soube-se em Leiria que estava nomeado outro pároco. Dizia-se que era um homem muito novo, saído apenas do seminário. O seu nome era Amaro Vieira. ..."
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@asnunes 

2011/10/25

As Farpas de Eça: 139 anos depois

Uma pequena mostra do que vai circulando pela Net. 
Muitos de nós já recebemos na caixa de correio electrónico mails deste teor e de outros do mesmo quilate.
Poder-se-á dizer, lá estamos nós a lavar roupa suja, só a dizer mal da situação, sem avançar com soluções para os problemas que temos em mãos. 
A verdade, porém, é que a situação económica e financeira em Portugal era muito grave no tempo em que Eça e o seu amigo Ramalho Ortigão escreviam a criticar a atitude dos que se arvoravam em mentores políticos da Nação sem que para isso tivessem a ombridade necessária.
O tempo passa e continuamos na mesma...


Será que não se consegue sair deste circuito vicioso?
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PS.: Ó Zé, mas que grande bombardeamento que me estás a fazer à minha caixa de correio! E cada .pdf mais verrinista  mas assertivo que o anterior.
Isto é que vai uma crise!...
Financeira e de valores, temos que admitir!
@as-nunes
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2011/09/10

Adeus, Largo da Sé de Leiria

Isto não é uma montagem fotográfica. Caprichos da reflexão da luz... 

Ontem, Sexta-Feira, esteve um dia de Sol e calor. Até parecia Verão! ;))
Fomos, eu e a Zaida, ao Largo da Sé, em Leiria. Andamos em mudanças de escritório, eu já na fase de tirar fotografias do interior das instalações, das paredes, alguns móveis, máquinas antigas,  recantos, enfim, a registar em foto os resquícios de recordações de 40 anos de vida. Foram anos em que utilizámos estas instalações com várias finalidades:
1 - como habitação durante mais de 10 anos, quando começámos a nossa vida, depois do regresso de Moçambique, do serviço militar obrigatório (os mais jovens, sabem o que é isso?!);
2 - como escritório e Sala de Estudos;
3 - só como escritório.

Está-se a fechar um ciclo determinante da nossa vida. Deixámos o convívio diário com o Largo da Sé, a Catedral mesmo em frente, do outro lado do Largo, as minhas amadas árvores do Adro da Sé, aquela dupla, uma tília e um jacarandá, já de proveta idade, a recordar-me do dia negro em que cortaram todos os ácer (padreiros) que emolduravam o Largo, lhe davam uma vida quase celestial, o chilrear ao cair da tarde de centenas de pequenas aves. 
E que dizer da Tipografia Leiriense (imprimia os cartazes a anunciar os filmes para o Teatro José Lúcio da Silva), hoje Tip. Carlos Silva (por cima ainda se pressente a figura esguia de Eça de Queirós a dar despacho ao expediente, na sua qualidade de Administrador do Concelho de Leiria), na esquina do Largo e da Rua da Vitória, nesta rua a barbearia onde me habituei a cortar o cabelo desde sempre (agora essa operação é feita em menos dum fósforo), os Hingá e a sua oficina de automóveis?
Tantas recordações...
Bons amigos e companheiros de jornadas e jornadas de trabalho e de alguma cavaqueira!...

Vinha eu em direcção ao prédio, reparo na minha imagem reflectida nos espelhos duma portada do Bar do rés do chão (quantas vezes é que tal não me aconteceu?), hoje decidi-me e tirei uma fotografia, esta que aqui vos mostro.

Nos próximos posts talvez coloque aqui outros "pequenos" apontamentos de pormenores que me captaram a atenção sentida neste dia de "despedidas" e de nostalgia...


Adeus Largo da Sé, até sempre...
Claro, esta não é uma despedida definitiva. Mas que toca ao sentimento lá isso toca!...
@as-nunes
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2009/06/18

LEIRIA - EÇA DE QUEIRÓS - Recreação histórica



No próximo dia 20 deste mês, Sábado próximo, venha a Leiria apreciar e participar em diversas manifestações relacionadas com Eça de Queirós.
Esta ideia partiu de contactos informais com comerciantes e outros leirienses da Zona Histórica de Leiria, designadamente, Largo do Gato Preto, Praça Rodrigues Lobo, Terreiro, Rua Direita, Largo da Sé, a que a Junta de Freguesia de Leiria deu o devido apoio.
Na organização destes eventos estão envolvidas diversas outras entidades nomeadamente, Câmara Municipal de Leiria, ODA - Associação Cultural com sede no Largo do Gato Preto, Acilis e outras instituições.
Pretende-se com esta iniciativa incrementar o conhecimento das actividades económicas e culturais do Centro Histórico de Leiria.

Mais pormenores podem ser recolhidos pela leitura da brochura "Olhares Queiroseanos - 20 de Junho de 2009leiria", ed. da Junta de freguesia de Leiria. Pode consultar-se na ODA no Largo do Gato Preto, na Junta e no Turismo, pelo menos.

Também serão colocadas mais informações no blogue "Dentro de ti ó leiria" e no da ODA - Associação Cultural.
Ler artigo de pág. inteira no "Diário de Leiria".
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2009/04/12

LARGO do GATO PRETO e Eça de Queirós em Leiria



Largo do Gato Preto - Leiria
e
Caffé Gato Preto

A fachada da pensão/actual Café Restaurante "Gato Preto"

Largo do Gato Preto: Uma Lenda ?!

Este é o nome popular por que é conhecido o Largo Paio Guterres, em Leiria.

A primeira designação que se lhe conhece é Rua dos Banhos, que já vem na planta da cidade do séc, XV, a mais antiga que se conhece. No séc. XIX passou sucessivamente a ser conhecido por Largo Paio Guterres (18-12-1877) e Largo de S.João (30-04-1885), a pedido dos moradores daquele local. Ainda hoje existe uma imagem de S. João num nicho colocado e preservado religiosamente na parede da casa comercial que faz esquina com o Largo das Forças Armadas.

A Câmara Municipal, em 29-12-1921 alterou-lhe novamente o topónimo para Largo Paio Guterres, que foi o primeiro Alcaide de Leiria, ainda no reinado de D. Afonso Henriques. E assim se tem mantido este topónimo até aos dias de hoje. Oficialmente. Continuamos, instintivamente, a denominá-lo, no nosso dia a dia, como o “Largo do Gato Preto”.

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Qual, então o motivo porque este Largo continua a ser conhecido por “Largo do Gato Preto”?

Neste Largo existe uma referência incontornável e extremamente usada como símbolo identificativo do local, que é um painel de azulejos com um gato preto na parede do prédio onde está instalado desde há muitas décadas, um estabelecimento ligado à restauração, tendo sido pensão e residencial afamada durante muito tempo. Há cerca de seis anos, aquando das obras de renovação das infra-estruturas de saneamento e do pavimento, ficaram representados no pavimento, em pedra de cantaria, vários gatos, ao longo da casa do “gato preto”, o que vem reforçar a tese da preservação do simbolismo do gato naquele Largo.

É caso para perguntar:

Porque razão é que a Câmara Municipal de Leiria não repõe a toponímia daquele Largo para “Largo do Gato Preto” já que essa é que é a verdadeira tradição da cidade? Fale-se do Largo Paio Guterres e ninguém conhece; refira-se o “Largo do Gato Preto” e toda a gente sabe onde se localiza.


Recentemente, um casal de jovens, com ligações familiares íntimas aos primitivos utilizadores daquela pensão, empreendeu uma bela e romântica aventura empresarial, instalando neste estabelecimento o “Caffé Gato Preto” que, paulatinamente, se está a impor no tecido empresarial do Centro Histórico. Estes jovens estão decididos a lançarem-se numa iniciativa, que se antevê bastante laboriosa mas profícua, usando a história e a tradição poética da cidade. Àquela zona específica estão fisicamente ligados poetas célebres, como Francisco Rodrigues Lobo, Afonso Lopes Vieira, Acácio de Paiva, José Marques da Cruz. O próprio Eça de Queirós inspirou-se na vida da cidade de Leiria de fins do séc. XIX para escrever o seu mais conhecido trabalho literário e um dos mais divulgados pelo Mundo fora: “O Crime do Padre Amaro”. Todo o enredo deste celebérrimo romance ronda as imediações daquele Largo ou não tenhamos nós que referir, nessa circunstância, a Rua da Tipografia, a pensão da Isabel Jordão, a Igreja da Misericórdia, a Rua Direita, o Largo da Sé, a “Pharmácia Paiva”, a Praça Rodrigues Lobo, a Rua Almeida Garret, etc.


Aqui chegados, talvez tenhamos alcançado a possível, diria mesmo, mais que provável, razão para que este Largo se tenha mantido vulgarmente a ser conhecido por “Largo do Gato Preto”.


José Marques da Cruz, Nasceu em Famalicão – Cortes - Leiria em 1888 e formou-se em Direito, em Coimbra, onde ainda escreveu três obras. Em 1912 emigrou para o Brasil e por lá ficou definitivamente, continuando a escrever, sobretudo poesia, mas dedicando-se essencialmente ao ensino em vários colégios e na Universidade de São Paulo. Ele próprio fundador de alguns colégios, foi também director da revista "Castália" e colaborador na revista "Filologia Portuguesa". O soneto "Lenda do Lis e Lena" é o seu trabalho mais famoso. Morreu em 1958.

(Síntese biográfica adaptada de http://jornaldascortes.no.sapo.pt/ilustres.htm)


Marques da Cruz, escreveu o livro “Eça de Queirós - a sua Psique”, ed. Melhoramentos, esgotada, mas que se pode consultar no Arquivo Distrital de Leiria. Neste trabalho, Marques da Cruz entrega-se a uma refinada análise da personalidade do grande Eça, acompanhando-o no seu percurso pelas várias localidades que percorreu, em viagem ou estadias nas suas lides profissionais e/ou trabalhos literários. Dedica um capítulo à conhecida permanência de Eça na cidade de Leiria, em 1870. De facto, como Eça de Queirós queria ser cônsul e, como nesse tempo, essas funções só podiam ser exercidas por quem já tivesse sido funcionário público há, pelo menos, seis meses, este conseguiu ser nomeado, em 21 de Julho de 1870, administrador do Concelho de Leiria.

Eça nunca morreu de amores por Leiria, bem pelo contrário, aproveitava todas as oportunidades para se referir a esta cidade, de cinco mil almas, com sarcasmo e ironia.

Valia-lhe, na oportunidade, ter vários amigos em Lisboa, cultos, alguns escritores que fizeram Escola, nomeadamente Ramalho Ortigão, com quem se escrevia regularmente e se encontrava com bastante frequência, muito particularmente porque os dois fizeram uma parceria para escrever “O Mistério da Estrada de Sintra” e as “Farpas”. Numa dessas cartas a Ramalho Ortigão falava “do seu exílio administrativo” e dizia: “ Eu morava numa rua estreita. De um lado, tinha as velhas paredes da Misericórdia, onde as corujas piavam; do outro, as torres da Sé, onde os sinos faziam rolar pelo ar os seus prantos sonoros”.

Eça foi sempre supersticioso. Diziam sempre os velhos leirienses, que, se Eça visse na rua um gato preto, voltava logo para trás, procurando ir por outra rua” – escreve Marques da Cruz.

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Pelas referências deixadas pelo próprio Eça, essas ruas por onde, ao passar, estava sempre a olhar pelo canto do olho à busca de algum gato preto eram as que iam desembocar ao actual Largo do Gato Preto, nomeadamente a Rua Almeida Garrett, a Rua Direita, que seria a mais directa para percorrer o caminho da casa onde estava hospedado na Rua da Tipografia e o seu escritório de Administrador do Concelho, no Largo da Sé, no primeiro andar da esquina com a Rua da Vitória e outras que tais. Todas, ruas estreitas e de temer, principalmente à noite, para quem, como ele, era extremamente supersticioso.

Não me foi possível comprovar em absoluto que a fachada que contém o painel de azulejos com o “gato preto” estará na origem do nome do Largo onde se encontra. Ou será que o Largo já era conhecido com a actual designação antes da construção do painel? Pode afiançar-se serem estes episódios em que intervém Eça o efectivo motivo desta designação do Largo do Gato Preto?

Por mim acharia muito interessante que esta teoria pudesse ter vencimento!...


nota: vivo desde 1966 em Leiria. Tenho intentado em variadíssimas oportunidades certificar-me da origem concreta do nome por que o Povo se habituou a designar este Largo independentemente das deliberações e contra-deliberações da Câmara; Largo do Gato Preto.
Foi assim que decidi publicar este ensaio acerca da justificação do nome do Largo do Gato Preto, em Leiria.
Quem terá informações para me contraditar?

Contacto: nunes.geral@gmail.com

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2008/12/26

Recantos de família


Um recanto familiar.
1- aguarela da casa da família Paiva. Pintura recente.
2 - os dois diplomas são datados de 5 de Dezembro de 1859 e de 13 de Janeiro de 1903. Foram ambos passados pela Universidade de Coimbra, Faculdade de Farmácia. Os diplomados exerceram o seu mister nesta farmácia - PHARMÁCIA DE LEONARDO DA GUARDA E PAIVA tal como se pode observar em inúmeras fotografias tiradas por milhares de turistas de todo o Mundo. O próprio Eça de Queiroz imortalizou esta farmácia no seu romance "O Crime do Padre Amaro". Era a "botica do Carlos", um centro de reunião e cavaqueira da sociedade leiriense(1);
3 - Moldura que encaixilha uma composição de poemas de Acácio de Paiva, lídimo representante da poesia naturalista e romântica, nasceu nesta casa em 14-4-1863 (2);
4 - A estatueta de Santo António tinha que ter lugar num recanto tão significativo, não só pelas suas ligações a Leiria, basta falar do local onde existiu a Ermida de Sto. António do Carrascal, aqui em Leiria e ao facto de nos nomes portugueses sobressair o António;

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1) Ver "José Teles de Almeida Paiva - Uma Vida, Uma Época, Uma Cidade - 1917.1994" ed. de 2004, autores António Nunes e Zaida Paiva Nunes.
2) Ver "Acácio de Paiva - Insigne Poeta Leiriense" - Poemas. ed. da Câmara Municipal de Leiria, 1988; em preparação:"Acácio de Paiva - Uma vida e uma obra de referência para Leiria" de António Nunes.
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2008/05/23

Rua Ramalho Ortigão - Leiria (Um desrespeito à memória dum grande escritor)

=nota prévia: foi actualizado "diário do meu jardim".
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Eça de Queirós
De Julho a Setembro de 1870, em colaboração com Ramalho Ortigão, escreve o "Mistério da Estrada de Sintra", que publica em folhetins no "Diário de Noticias".”
1870: É nomeado Administrador do Distrito(*) de Leiria. Com Ramalho Ortigão, escreve O "Mistério da Estrada de Sintra". Presta provas para cônsul de 1ª classe, ficando em primeiro lugar.
Este trabalho em conjunto foi feito em Leiria, no período em que Eça de Queirós aqui ocupou o cargo de Administrador do Concelho.
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Por vezes, ao fazer o percurso diário obrigatório, dos Lourais para Leiria (Largo da Sé), em vez de seguir o habitual itinerário, que me leva a subir até ao Telheiro e lá vou eu, via Cruz da Areia, Largo da República, entrar na Estrada da Marinha Grande (Rua dos Mártires) cortar à direita no caminho para o Castelo de Leiria, em vez de subir, cortar para a direita e descer até ao Largo da Sé; faço a variante de descer, seguir pela Estrada das Cortes até ao centro de Leiria.
Foi o que me aconteceu hoje.
Na zona da Quinta de Vale de Lobos (na Guimarota) de há muito que lá está uma rua, que acaba por ser um beco sem saída, a não ser que se tenha o privilégio de seguir de jipe, que não é o meu caso, nem para tal estou disposto a endividar-me. Durante muito tempo pensava eu que era a entrada da Quinta ou duma parte da quinta e que até seria um caminho privado. Mas não.
Hoje, lembrei-me de lá dar uma olhadela para observar os carvalhos que existem naquela zona e se por lá havia algum Quercus robur. Espanto meu. À entrada tinha sido colocada uma placa toponímica que diz tratar-se da Rua Ramalho Ortigão. Fiquei logo no ar para telefonar para a Junta de freguesia de Leiria para me darem mais elementos da razão daquele topónimo. Em vão. Que andavam em mudanças e tinham toda a papelada encaixotada. Entretanto, a senhora que me atendeu foi adiantando que julgava que foram os moradores (dois ou três, conforme já pude comprovar) que sugeriram esse nome. Telefonei para a Câmara Municipal. Como era dia de meia-ponte, o Snr. Engº não sei quantos não estava, a senhora da secção de toponímia idem, a das actas da Câmara não podia ajudar. Não queria ser ofensivo nem é essa a minha intenção, mas, que diabo, não seria melhor terem fechado a Câmara fazendo a ponte toda?
Cá me hei-de desenrrascar.
A rua é de terra batida. E há lá o Quercus robur, confirmei. Mesmo na berma em declive sobre a rua de terra batida, cheia de regos das fortes correntes de água que por lá passam quando chove forte.
Aqui deixo a reportagem fotográfica, a complementar este escrito, mesmo em cima do joelho.



Aqui está um Quercus Robur, antigo e com rebentos novos. Também encontrei, mesmo na valeta da rua/rego de água, alguns Robur a nascerem das próprias bolotas. Claro que aproveitei para trazer um e algumas bolotas. Sou capaz de fazer uma pequena maternidade destes carvalhos no próximo Outono.
Depois de dar meia-volta, ao descer de regresso à Estrada das Cortes. Um dia destes volto para falar com algum dos actuais moradores do cimo da Rua/Beco sem saída. Será que Ramalho Ortigão não merecia melhor tratamento?
(*) Eça foi Administrador do Concelho de Leiria, não do Distrito.
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2008/01/07

Leiria - Rua D. Sancho I

Rua D. Sancho I - Leiria. Ao fundo vislumbra-se a casa dos Paivas, no Largo da Sé. A toponímia desta rua justifica-se conforme já referenciado aqui. Na sequência do que vem dito na nota atrás, julgo ser oportuno relembrar aquela que é considerada a nossa mais antiga cantiga de amigo, atribuída a D. Sancho I, composta provavelmente em 1199. (*)

A casa dos Paivas, a celebrizada "Botica do Carlos" do romance de Eça de Queirós, "O Crime do Padre Amaro", inicialmente identificada em letras em painel de azulejos "viúva lamego" com o nome "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva".
Quase todos os dias faço este percurso, as mais das vezes a pé. Infelizmente o Largo da Sé está com um aspecto quase terceiro-mundista. Casas antigas escoradas para não ruirem completamente, o Largo em si transformado num estaleiro, num pombal e numa armadilha para os automobolistas (vejam-se os pinos derrubados; mal começa a chover, lá temos a dança das derrapagens no piso de pedra extremamente escorregadia). Na parte extrema esquerda da foto pode ver-se uma placa alusiva ao insigne poeta Leiriense Acácio de Paiva, que aqui nasceu em 14-4-1863.

(*)

Ay! Eu coitada
como viuo
En gram cuydado
por meu amigo
Que ey alongado!
Muyto me tarda
o meu amigo
na guarda!

Ay! Eu coitada
como viuo
En gram deseio
por meu amigo
Que tarda e non veio!
muyto me tarda
o meu amigo
na guarda!

Esta disposição é a mesma que foi adoptada na ed. da Rev. de Portugal, idêntica à de Th. Braga (Hist. da Lit. Portuguesa, Edade Média, p. 188). Foi reproduzida por D. Carolina Michaelis (CA1, II, pp. 593-594), Audrey Bell (The Oxford Book of Portuguese Verse, p. 1) e J.J. Nunes na Cresc., p. 349, diferente da que adoptara nas Cant. d´Amigo, DXII.

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2007/06/19

Pharmácia Paiva - Leiria


(clic para ampliar)
(Continuação da entrada anterior):
TEXTO ACTUALIZADO em 21/6/2007:
Sequência das fotos, de cima para baixo e da esquerda para a direita:
1- Fachada da Pharmácia Leonardo Paiva, virada a Nascente;
2- Hipócrates (a)
3- Galeno
4- Um dos anjos que seguram uma faixa, que segue duma extremidade à outra do painel de azulejos
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Após algumas investigações complementares, penso que se poderá conciliar o texto da placa informativa, instalada ao início da escadaria central para o Adro da Sé e as figurações da fachada do edifício "Pharmácia Paiva", como segue:
A figura que sustenta nas mãos um documento em que se pode ler nitidamente o nome de "Sócrates" será Galeno e não o próprio Sócrates, como talvez erradamente tem vindo a ser popularmente divulgado, sem que as autoridades administrativas e culturais de Leiria tenham feito grande esforço em esclarecer.
É sabido que Galeno foi médico particular, entre outros, do imperador romano Marco Aurélio, que escreveu comentários sobre Hipócrates e que teve uma actuação de excepcional mérito no campo da medicina e da anatomia do corpo humano. (mais). Note-se, também, em abono desta teoria, o realce dado pelo pintor dos azulejos, ao colocar, em segundo plano - mas com a intenção nítida de lhe dar visibilidade e significado - a figura dum soldado/general da Roma antiga.
Outro pormenor importante a ter em conta é que Galeno começou por ser um grande estudioso da Filosofia. Daí, provavelmente, ser representado na fachada a estudar uma obra em que se fala de Sócrates.
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A fachada em azulejos foi colocada por encomenda para identificar especificamente uma "pharmácia". Consequentemente seria natural que os motivos das suas figuras estivessem relacionados com os temas farmácia e medicina e não se descortinam razões ponderosas para se destacar "Sócrates" em pessoa. Além do mais, também não se vê onde esteja a lógica de o próprio Sócrates estar a ler um documento (escrito numa tábua?) com o seu nome, em jeito de auto-identificação, até porque se sabe que o grande filósofo não escreveu, ele próprio, os seus pensamentos, antes preferindo divulgá-los através do discurso directo, profundo e cortante, em vários fóruns públicos, dirigidos não só à elite dominante como directamente ao Povo. Disso se encarregaram os seus seguidores e igualmente reconhecidos filósofos da Antiguidade, como Platão e Xenofonte;
A outra figura, que se aceita aludir a Hipócrates também pode representar o próprio Esculápio(a), apresentado pela civilização Grega, como filho do deus Apolo e o primeiro investigador e com capacidades para curar as doenças do Homem. Dado que Hipócrates lhe seguiu as pisadas e iniciou, com grande reconhecimento, uma escola no âmbito do estudo das doenças e das curas, é natural que o seu nome e obra tenha ficado para a posteridade como uma referência incontornável, o que de facto aconteceu.
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Texto correspondente à versão popular/vernacular
Esta farmácia, actualmente desactivada, foi a primeira a ser instalada em Leiria. A sua fundação remonta aos finais do séc. XIX e a sua história confunde-se com a história da família Paiva. Constitui, sem dúvida, um dos emblemas mais carismáticos da cidade de Leiria.
A sua fachada é de grande beleza artística e revestida a azulejos "viúva lamego" como já é consensual entre os estudiosos da matéria. Este tema já foi tratado neste blogue noutras oportunidades pelo que tenho que me abster de voltar ao assunto na generalidade(*). No entanto não se deve deixar de referir um aspecto que poderá ser de interesse para quem, como eu, gostaria de precisar a razão de se aludir a "Galeno" na placa informativa colocada no início da escadaria de acesso ao Adro da Sé, tal como se mostra na entrada anterior (ampliando-se, lê-se o texto com nitidez). A própria família, do ramo de Adolfo de Sampaio Telles e Paiva - filho de Jozé de Paiva Cardoso (sepultado no jazigo-capela «nº 58T4» do cemitério de Santo António do Carrascal), de quem herdou a pharmácia Paiva - último boticário da família, devidamente diplomado (pode-se ver o Diploma no livro (*)), não reconhece na fachada a razão da referência à figura de Galeno. Tem sido ponto assente que a figura com um manuscrito em que se reconhece de forma destacada a palavra "Sócrates", é o próprio filósofo Grego. Assim sendo, quando muito poder-se-ia tolerar que se optasse ou por Hipócrates ou por Galeno para identificar a outra figura. De qualquer modo, pelo conjunto da figura, penso que não haverá qualquer dúvida em o identificar como Hipócrates, unânimemente aceite como o pai da Medicina.
Entretanto, estou a envidar esforços no sentido de indagar das razões oficialmente invocadas para se inscrever essa alusão na placa explicativa que está no Largo da Sé.
As figurações da fachada em análise são, de há muito e em muitos escritos sobre a matéria, alusivas a Sócrates e a Hipócrates.
Assim sendo seria de toda a urgência que se tornasse mais explícito o texto da placa que tem estado na origem desta contestação. Seria importante que as entidades mais responsáveis (Câmara Municipal, Junta de Freguesia e até a própria Região de Turismo) se debruçassem sobre este assunto, para que os turistas que visitam Leiria e a população em geral, pudessem ser informados duma forma o mais fidedigna possível.
... (agradecem-se contributos para o cabal esclarecimento deste tema...)
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(*) Ver "José Teles de Almeida Paiva - 1917-1994 - Uma Vida, uma Época, uma Cidade" - Ed. Folheto - 2004
António Nunes e Zaida Paiva Nunes
(**) Também se pode ler o livro – “ALERTA, LEIRIA” , Edição do Agrupamento Nº 127 do CNE - Sé de Leiria. Pode ser consultado na Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira.
(a) Segundo as informações que nos chegam dos tempos da Antiguidade, Esculápio era representado como um homem sério e apoiado num bastão no qual se enrolava uma serpente. Estes símbolos passaram a representar toda a escola hipocrática e, ainda hoje, são de uso corrente.

2007/01/24

Os tempos heróico/românticos da Tipografia

- actualizado em 31/1/2007)


(Uma das faces (repare-se no pormenor dos versos humorístico/publicitários) de um calendário de 1931 que a tipografia "Imprensa Comercial" oferecia aos seus clientes e público em geral)


Pretenderam as gentes de Leiria, em tempos, a honra de nesta cidade ter sido instalada a primeira tipografia, o que não corresponde à realidade como já está documentado . Essa glória cabe a Faro.
Caberá, de facto?
(parte de um painel de azulejos afixado na actual Rua da Tipografia, numa parede exterior da Igreja da Misericórdia, em Leiria)

De qualquer modo, em Leiria, apenas cinco anos passados, estávamos então em 1492, foi instalada a tipografia de Samuel d´Ortas e Filhos na, hoje, Travessa da Tipografia, bem perto do Largo da Sé. Aí se imprimiu o livro "Provérbios de Salomão". Mais tarde, "Os Profetas Primeiros" encomendado pela comunidade judaica. Seguiu-se a publicação de as "Tavulas Astronómicas" de Abraão Zacuto, em 1496, que foram utilizadas por Pedro Álvares Cabral na sua viagem de descoberta do Brasil.

(Evoluída, sítio da criação do primeiro moínho de papel e de uma das primeiras tipografias da península, é em Leiria que vem à luz do dia a primeira obra impressa em português, o Almanach Perpetuum de Abraão Zacuto, corria o ano de 1496. Uma vez mais importante e sem o saber, dava à luz as tábuas de navegação com que o Gama leu o caminho para a Índia.) (in) (actualização em 26/1/2007).

Saltando agora no tempo, vamos para 1903. Largo da Sé. Edifício onde funcionou, no primeiro andar, a Administração do Concelho, cujo primeiro Administrador foi Eça de Queirós.

(A casa dos Paivas, "Pharmácia Paiva", fica situada mesmo defronte desta esquina, no Largo da Sé. Quer uma quer outra, foram locais fundamentais onde se desenrolou uma boa parte da trama do célebre romance de Eça de Queirós, "O Crime do Padre Amaro").



No rés-do-chão surgia a "Imprensa Comercial", hoje "Tipografia Carlos Silva".

...




A Tipografia foi fundada em 1903 pelo snr. Carlos Silva, a que se seguiu seu filho, Carlos Silva e, mais tarde o seu neto, Carlos Silva, actual proprietário.



Atente-se na forma e no estilo da publicidade da época, com a figura do ardina em grande evidência. Não nos podemos esquecer que os jornais e revistas da região de Leiria eram impressos nestas tipografias e, em muitos casos, a distribuição era feita por seu intermédio.


Espero que tenham apreciado esta pequena resenha.

2006/05/22

EÇA de QUEIROZ e os políticos.

(clic em cima da imagem para poder ler com facilidade) Hoje, como no tempo de Eça - Crises políticas e sociais sucessivamente adiadas. Já lá vão 139 anos e a ideia que fazemos dos políticos que têm governado o nosso país continua a ser a mesma: nulos a resolver crises.

(Enviado por e-mail por Mário Freitas)