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2010/02/18

"DIÁRIO" de Miguel Torga em Leiria - 2 de Fevereiro, todos os anos

Por vários motivos de ordem pessoal não tive ensejo de registar neste meu caderno virtual de notas e apontamentos do que me vai ocorrendo e/ou acontecendo, uma referência que fosse sobre o Dia de Miguel Torga em Leiria.

Soube pela imprensa que a Junta de Freguesia de Leiria foi no passado dia 9, descerrar uma lápide no local onde existiu a casa em que morou Miguel Torga com a mulher, junto do Hotel Eurosol.
Logo a seguir foi feita a apresentação de um livrinho de 50 páginas "a Leiria de Miguel Torga - Guia da Cidade - 2010" da autoria de Carlos Alberto Silva, Edição conjunta da Junta de freguesia e do Inatel. Está muito bem concebido e contem várias fotografias comparativas de Leiria da época e da actualidade. Muito interessante. A contra-capa aborda o tema "Uma vista retrospectiva do "bairro" de Miguel Torga" que nos permite compreender a transformação que a zona mais frequentada por Torga em Leiria sofreu desde 1939 até à actualidade.

Talvez em jeito de contrição, passei pela "Livraria Martins", na rua D. Dinis (É sempre com muito gosto que entro nesta Livraria e troco impressões sobre livros com o Snr. Rui, que por sinal até foi meu aluno nos velhos tempos de 1966 a 1968 da Escola Industrial e Comercial de Leiria) e comprei todos os Volumes do "Diário" de Miguel Torga, edição em 2 Tomos da "Publicações Dom Quixote", 2ª edição (integral), Dezembro de 1999.

Não resisto a transcrever o poema «Exortação» que Torga escreveu quando foi preso e interrogado pela PSP de Leiria, à ordem da PVDE e do Ministro do Interior, de 30 de Novembro a 2 de Dezembro de 1939:

Meu irmão na distância, homem
Que nesta mesma cama hás-de sofrer;
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!


Hei-de voltar a falar de Torga! Vezes sem conta, assim espero!...

2007/11/16

Acácio de Paiva e o Largo da Sé

Assim se vai desfigurando, dia após dia, o Centro Histórico de Leiria.
Já começa a ser de mais.
Parece que, por razões um tanto obscuras, a pretexto de que um outro prédio do Largo da Sé, que também confronta com o início da Rua Barão de Viamonte (Rua Direita), está a ameaçar ruir, o Departamento de Trânsito da Câmara deliberou fazer umas alterações de trânsito. Vai daí não encontraram melhor sítio para colocar uma placa de sinalização do que a tapar a fachada da casa de Leiria mais fotografada pelos turistas que visitam esta cidade. Já agora será de se relembrar que a esta casa estão ligadas fuguras como Eça de Queirós (trata-se da botica do Carlos do romance "O Crime do Padre Amaro") , os azulejos são "viúva Lamego" e nela nasceu o lídimo poeta Leiriense Acácio de Paiva, que tanto e tão bem cantou Leiria, as suas gentes e os seus lugares.
Repare-se que a placa comemorativa alusiva a Acácio de Paiva, está parcialmente tapada, como se se tratasse muito simplesmente duma pedra que ali está para completar o pilar mestre do edifício.
E mais. Por incrível que pareça, o folheto que foi distribuído pela cidade, refere-se à Rua por trás deste edifício como sendo a Rua António Paiva, quando devia ter sido escrito ACÁCIO de PAIVA.
Uma desgraça completa!...
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(À atenção de quem tem a obrigação de gerir as coisas da cidade mas também de preservar a sua memória: haja mais respeito pela memória dos que nos antecederam e que deram o seu melhor por Leiria!...). Leia-se o soneto de Acácio de Paiva, "Soneto sobre Leiria" (aqui). Admite-se a barbaridade que é taparem-lhe a placa em que se loureia o poeta Leiriense?
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2007/11/10

Loureiro e poetas em Leiria

Na área ajardinada exterior à Escola Básica 1 em Leiria, na Rua Dr. António da Costa Santos(*) (Ao Largo da Rainha Sta. Isabel), brilhante poeta Leiriense, nascido em 6-6-1856 e falecido a 23-2-1896, encontram-se plantados estes dois espécimes de loureiro, devidamente identificados com placas colocadas aquando do cinquentenário da fundação do Ateneu Desportivo de Leiria, uma das Agremiações desportivas, recreativas e culturais de maior gabarito desta cidade.
Coincidências: o meu padrinho de crisma (religião católica) chama-se (presumo que ainda será vivo) António da Costa Santos. O de Leiria, nasceu numa casa desta rua e na respectiva fachada encontra-se uma inscrição alusiva; a EB1 está a ser frequentada por um dos meus netos e já o foi por outro; em tempos, anos 80, fui membro da Direcção do Ateneu Desportivo de Leiria.
Como se vê, temos aqui um belíssimo exemplo de como se poderiam identificar publicamente as árvores que ornamentam e avivam os nossos espaços públicos. Seria assim tão complicado?!
- Laurus nobilis L. é o vulgar Loureiro ou Louro. Árvore ou arbusto até 20 metros. É uma espécie nativa da região mediterrânica mas encontra-se naturalizado em vários outros locais nomeadamente da Europa. O loureiro, do qual eram feitas as grinaldas dos poetas nos tempos clássicos, é utilizado actualmente como condimento, quase obrigatório.
- Prunus laurocerasus L de nome vernáculo louro-cerejo ou loureiro-real. É originário desde o Sudoeste da Europa até ao Sudoeste asiático, daí dizer-se também que é o Loureiro da Índia. Muito utilizado como ornamental em parques e jardins. Arbusto perenifólio de até 8 m. (Guia de Campo - livro 09 - edição LPN de 2007).
(*) Será oportuno e de interesse referir duas curiosidades a respeito desta rua: 1) Aqui esteve instalada uma Estalagem, a chamada "Estalagem Velha", em cuja porta ainda lá se encontram cravados e bem à vista, duas argolas em ferro onde os utentes prendiam os cavalos e os burros em que se faziam deslocar; 2) na casa de nº 43 desta rua, mesmo defronte dos loureiros que originaram todo este enredo, está colocada uma placa toponímica em ferro esmaltado a azul, com a inscrição "Rua Dr. ANTÓNIO da COSTA SANTOS".
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2007/06/06

Amieiros do Lis e do Lena


Um amieiro (alnus glutinosa) junto à ponte dos Caniços, em Leiria. Muitas outras variedades de árvores se podem apreciar naquela zona do rio, no seu próprio leito, em tempo seco e nas suas margens: salgueiros, amieiros, choupos, plátanos, freixos e outras, até pinheiros.
Toda a zona marginal do Rio Lis(*), desde S. Somão até às Almoinhas, passando pelo centro ribeirinho da cidade, foi alvo de obras de requalificação no âmbito do chamado "Programa Polis". Ao longo de todo esta marginal foram construídas vias e pontes pedestres (ao mesmo tempo ciclo vias, talvez seja de regular a difícil convivência entre estas duas vertentes de fruir os tempos livres) que estão a começar a ser muito procuradas pela população. Também foram instalados muitos bancos de jardim estrategicamente colocados de modo a que as pessoas possam apreciar o leito do rio, em dois pontos da cidade transformados em autênticos lagos/espelhos de água.
O resultado é deslumbrante! Para já!
Asim a água não falte ao Lis!...E se preservem outras vertentes ambientais, de modo a que a Natureza não nos desampare!...
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(*) Também no Rio Lena. O Lis e o Lena correm, de mansinho, um ao encontro do outro, até que se abraçam e fundem-se, num só, à entrada das terras de Ulmar. E lá vão, os dois, juntinhos, num derradeiro devaneio esforçado, até ao mar da Vieira!...
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...
Rio que se fez tinta,
em versos para sempre repetidos
por ventos nas ramadas dos salgueiros,
por gemidos nas noras embaladas.
...
Lis & Lena (Saga Imaginária)
Ed. Folheto 2007, ISBN 978-972-8821-77-7
Luís Vieira da Mota
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