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2019/02/17

Mais um treze de fevereiro






Mais um treze de fevereiro


parece-me estar
numa roleta russa
o pensamento flui
num rio incerto 
ora envolto em nevoeiro
ora serpenteando
ao sabor da orografia do terreno
inevitavelmente
com o mar na mira
mas nunca como alvo final
e o tempo vai e vem
com o pensamento
a tentar driblar a memória
sem sucesso
mais um 13 de fevereiro começa
e já são muitos muitos
mas podem vir mais
.............................

a DA
13Fev19

A janela daquele quarto





a janela daquele quarto

a janela do meu quarto
corriam os anos sessenta
já do século próximo passado
hoje reparei nela
ei-la que está em recuperação
tão inanimada que estava
meio século.
sobreviventes daqueles anos
mágicos
míticos
esta passagem do tempo
mais ou menos longa
tudo nos vai subtrair
há que usufruir da vida
livrar a mente do medo
aDA
16fev19-Leiria

2019/02/06

n+1 o dia nasceu cheio




O dia nasceu cheio
de cor e sombras
muitas sombras
culpa do sol

as poli-oliveiras
do meu vizinho
lá estão
expectantes
seguindo sem descanso
o movimento
do sol da chuva do vento
e dos pássaros

enquanto isso
os cientistas
espantam-se
a nossa galáxia
está diferente

coisa incrível e nunca vista

oh e nós
confusos
perplexos

em constantes
cá se vai indo


a DA
6jan19

2019/01/31

Bálsamo




é um bálsamo
ler poemas
que nos dizem muito
sabendo nós
contudo
que muito mais haverá a dizer

e é esta sensação indizível
que nos obriga a pensar
que o que nós somos
não sabemos

o que saber
o que fazer
para conseguirmos
entender
o quê e quem somos

não sabemos

saberemos ¿¡


a DA
jan19


(Talvez se possa melhor entender o que se passa consultando https://cmlopires.blogspot.com/  )

Interrogações



Interrogações interrogações

Olho o tempo que faz
e o que não vejo
deixa-me
cada dia que passa
mais perplexo.

Deus do Universo
quem és Tu
que não te consigo ver¿

Diz-se
que Tu e o Universo
se sobrepõem
com rigor cósmico

E nós¿
O ambiente natural
e todos os seres humanos

como nos harmonizamos¿

a DA
jan19 a findar

- O Grupo dos 4=CINCO tem sido uma fonte inspiradora para a forma como venho reaprendendo a Poesia.
Aquelas trocas de ´e-mails` e os muitos livros lançados - particularmente os da poesia de Carlos Lopes Pires - têm-me motivado sobremaneira no modo de encarar a Poesia, Deus e/ou o Universo. Obrigado, amigos.

2019/01/15

Será que ainda haverá um dia em que darei à estampa um livro de poesia?


Antes de mais. O que entendo por Poesia? O que é que cada um de nós entende que deve ser invocado como sendo poesia, no sentido de usar palavras para transmitir algo que nos toca no mais íntimo do que julgamos ser? 
Será impossível estabelecer normas para se escrever Poesia? 
Ou a Poesia é algo que não se define, que se transmite pelas mais inesperadas e inusitadas formas?! 
Que Poesia é tentar pensar o universo, cada um de nós como sendo o próprio universo, como fazendo parte do Todo pressentindo que não é Nada?!

-

O frio da memória

Inverno de gelo
A madrugada apressa-se
a entrar pelo dia
O frio lá fora

Invoco a memória
Porquê para quê
Não sei

A madrugada lá vai
Num percurso sinuoso
Cheio de apelos
A memórias de tantas coisas

Tempos dobados
em instantâneos difusos

O tempo continua a correr

Para onde
Por que caminho
Não sei

É melhor assim

Talvez amanhã seja outro dia

a DA
14jan18  - 4 horas
Lourais - Barreira - Leiria

2019/01/11




o sol irradia vida
em luz embrulhada em frio

correm dias de pensar
divagações intermináveis
interrogações 
interrogações

e ouvem-se sons
vozes canções
lançadas no cosmos
por quem       como

continuamos sem saber 

continuamos à deriva
sem rumo 
o azul do infinito
sem uma referência definida

quanto mais longe 
julgamos ser
mais longe estamos

antónio nunes

aDA - 9jan19

---
(em jeito de conversa de amigos. Carlos Lopes Pires tinha escrito e enviado a alguns amigos um poema por alturas do 4º aniversário da morte de sua mãe)

Uma fatia do tempo




uma fatia do tempo
do calendário planetário
e doutro muito mais além

um peregrino
só com o mundo.
o seu só
que não é só dele

e que partilha
com quem talvez
o possa ajudar a mitigar
alguma ausência ...

Fátima, 29dez2018
a DA


2019/01/02

Possivelmente




possivelmente



tempos de solstício de inverno
dias quedos e ledos
que possivelmente estão a contrariar
uma possível ordem cósmica

possivelmente
estamos em mudança

em vias de nos transformarmos
em algo que só se pressente
quando conseguimos
boiar na corrente 
que continuamente nos transporta
para sítios inimagináveis
mas que talvez estejam  

e que só quando lá estivermos
possivelmente encontraremos
tudo o que julgávamos perdido

possivelmente

a DA
31dez2018
-
Caros amigos, que esta passagem para o calendário de mais um ano,
vos seja muito favorável.
(ensaio dum comentário/resposta a um poema de Carlos Lopes Pires
por altura da passagem de ano de 2018/19. Troca de correspondência por emeile)

2018/12/28

Oa amigos e eu em transe





Os amigos escrevem coisas
De encantar os nossos sentidos
Em tempo de sugestão
De Paz e sossego

Quiçá entrecortado
Por inefável música planetária
Que acabamos de escutar
Em transe

É que Deus está em transe
E com ele parece que o homem
Também

Recuperado da respiração
Sempre quero agradecer
Os bons augúrios dos amigos

A estação está a receber
100x100
E responde com olás

Uma luz amovível
Por alguém
Pelo poder vindo de além
Onde?! Quem?!
Chama por nós
Incessantemente

Nós é que não a conseguimos ver
Por detrás da sua mancha escura

Façamos  esse esforço
Deus não nos pode odiar
Sim ou Não?!

a d'Almeida
19dezembro2018
(original por email para amigos da irmandade X)

2018/12/23

ÀS vezes também chove



Às vezes também chove


A chuva aí tem andado
a fazer côrregos rápidos
nas valetas da minha rua
e com ela levando as bolotas
que aqueles dois sobreiros
vizinhos de baixo
vão largando ao seu destino

o negro em cinzento das nuvens
predomina na paisagem
e remete-nos para o negrume
das vidas sem norte

que sorte, que sorte
o homem e a sua desumanidade

afinal seremos mesmo uma parte do Caos ¿¡

A DAlmeida
Dez18(antes do Natal)


2018/12/22

Poesia sobre desenhos da Alice

A ninha neta Alice, 5 anos, veio mostrar-me os desenhos da gata Ema e da cadelita Tina.
Estão muito lindos. Disse eu.
E estão.
Digo.










Serão horas de dormir
Interrompi a leitura de umas coisas
do poeta Ron Padgett.


Afinal há coincidências.

Estava a ler
"Os animais e a arte".


Veio-me à ideia de que há dias
fotografei dois ensaios pictóricos
da minha neta mais nova
cinco anos, a Alice.


Mostrou-mos e perguntou:
Qual é o mais bonito?

Tratava-se duma cadelita e uma gata:
A Tina e a Ema
muito queridos entre a família.

Respondi-lhe: cada um à sua maneira
estão os dois muito bonitos.

Trocámos muitos beijinhos
e sorrisos.

É Natal.

2018/12/17

Bolotas da minha rua


Bolotas da minha rua

O passeio da minha rua
coberto de bolotas 

Aquele sobreiro 
virado a nascente
altaneiro 

Mais abaixo 
o rio Lis
serpenteante

Quatro horas da madrugada
noite desassossegada

Que somos nós
senão o movimento
de partículas ínfimas
do universo!?

Para lá do tempo
parece que ainda aqui os sinto

Ouço o tissitar
dos estorninhos
alinhados nos fios eléctricos
enquanto a tarde 
vai mudando as cores do dia

Algum sossego
finalmente

A vida a correr 


.
Vou dormir, que estou cansado, adoentado, já passou...
por ora  ...

(um comentário que deixei algures num blogue ou num e-mail do «Grupo dos Quatro=5»).

2018/11/18

Uma flor ao longe




Uma flor ao longe


Nas minhas deambulações etéreas
sintonizei uma emissão
cuja origem
só pode ser um mundo diferente
dos muitos em que nós outros
julgamos acreditar

e que alguns de nós
até olhamos e dizemos que gostamos do que vemos

só que não conseguimos descortinar
o caminho
rumo a algo que sentimos inalcançável

Demais sabemos que há outros mundos
que nos parecem cada vez mais distantes
à medida que reparamos neles

mas que talvez estejam
à mão duma simples flor
duma maçã acabada de colher
das pedras do caminho
dos detalhes do meu quintal

duma gota de chuva
nas areias do deserto
ou no fogo

redemoinhado pelo vento

nada será em vão

a DAlmeida
(comentário que deixei no blog de Carlos Pires)

2018/10/16

Oração ao Padre Eterno




Padre eterno

não te consigo ouvir
nem ver

mas foste tu 
que me concebeste
à tua imagem celestial

porque sou assim
só o ruído me move
e só consigo olhar
por cima do ombro

não desistas de me ensinar
o caminho certo
rumo à mais recôndita estrela

sem medo

rezo contigo em silêncio
no meio de infinitas palavras cruzadas

a d´almeida
out18

2018/10/09

A poesia e o dia 5 de Outubro de 2018




Em dias d´ouro
(para o Carlos Pires e aqueles outros 4 amigos que nós sabemos)
(comovido/emocionado com o poema-prenda evocativa do 5 de Outubro de 2018)


a poesia é das coisas boas
que o homem pode usar
e com ela 
muito simplesmente
oferecer uma rosa aos amigos

em momentos de vida
determinados ou não

por isso mesmo
ficamos-te muito gratos
por esta tua prenda

das melhores 
que se podem receber

em qualquer altura

oh mas esta data
talvez por já a termos 
interiorizado como marcante
é uma das que se nos gravam
no coração

e queremos que fique esculpida
para todo o sempre
numa daquelas pedrinhas
que encontrámos
no nosso caminho

a guardámos religiosamente

e a conseguimos dourar


a d´Almeida
Por mim e pela Zaida
1968-2018

---
nota:
alguém terá reparado que eu, às vezes, também tento escrever uns ensaios de posia:
e aqui ficou publicado https://gazetadepoesiainedita.blogs.sapo.pt/a-dalmeida-nunes-em-dias-douro-48975

2018/09/21

Olhar-Orar






agora mesmo
voltei a ver Deus
por entre um halo
de dissipação da neblina
matinal


enquanto olhava
como quem ora
talvez isso mesmo
a olhar-orar
as serras em linha
montejunto-estrela

acabei a pensar
que afinal assim

podemos falar com Deus
com a Sra do Monte e Maúnça
em altar no horizonte
e luz do infinito

a DA-set18


2018/09/16

(...) e o galo a cantar


Continuo a escrever (ensaiar) poesia. A dúvida persiste: escrevo para quem?!
Talvez para mim...


ººººººº

Olho o horizonte infinito
onde o próprio tempo
se confunde no turbilhão
dos seus pretéritos
mais-que-perfeitos

e rendo-me à dúvida
se com o tempo
aprendi ao menos
algo de nada

Oh não compreendo
a razão
de tanta interrogação
apesar de toda a luz
que emana das pedras

(…) e o galo a cantar
impassível
às horas costumeiras

a dalmeida
set18

2018/09/12

Os poetas também escrevem poemas aos amigos



Acabei de ler no blog dum grande amigo um poema dedicado à minha mulher para a vida toda ( (´para Zaida no falecimento de sua mãe`). Senti o impulso de deixar este comentário:




Eva de Sousa Esteves Paiva (1919-2018) (1ª do lado esqº), em 1968, no casamento de sua filha Zaida Manuela Paiva Nunes.(5out1968)

houve momentos
de adeus esvoaçados 
talvez a sinalizar
o regresso migratório
do pássaro pousado
no seu coração
até que esse pássaro
levantou voo
rumo a perder de vista

a d´Almeida Nunes

(os poetas também escrevem poemas aos amigos)
(https://cmlopires.blogspot.com/2018/08/blog-post_30.html)


2018/09/03

DEUS, eu e os outros


Prezados leitores:

Apesar do contador deste blogue me indicar que desde 2006 estão registados 560.000 visitantes (nem todos se poderão considerar leitores, julgo eu), pergunto-me, com frequência:
Escrevo/publico neste blogue para quem?
E fico-me à espera do milagre duma resposta...
---
Ultimamente publico no meu Facebook, muitas vezes ao sabor da inspiração do momento e, posteriormente, transcrevo,por vezes com adaptações, o que me vai ocorrendo.
Assim:
Eis o que deixei escrito no FB de ontem, 2 de Setembro de 2018: