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2014/09/23

Um bilhete do elétrico




Acabei de receber dum alfarrabista, pelo correio, um livro de 1974.
Lá dentro estava este bilhete.
Como já tenho uns anos largos de vida, veio-me logo à memória, que em tempos que já lá vão há muito, tínhamos que o mostrar ao revisor do elétrico. Dos tempos do Porto, anos 60, ainda que este deva ter sido usado em Lisboa. C.F.L. - caminhos de ferro de Lisboa?

Já não me recordo se no Trolley também se usava este tipo de bilhete.

2014/06/27

O papel das Bibliotecas Públicas na minha vida de estudante, ali pelos anos 1963/1966

Elegia dum funcionário da Biblioteca Municipal do Porto, talvez o senhor Sá, que tantas horas, durante três anos, de 1963 a 1966, compartilhou a enorme Sala de Leitura da Biblioteca, comigo ... eu, estudante, sem dinheiro para livros (pelo menos o de Economia Política, que esse bem me lembro de o ter passado à mão, quase todo...).


"(...)
eu quando estiver para ir
senhor sá levo bagaço do bom
vá combinando com fernando
pessoa um encontro nos 
claustros da biblioteca daí
a terra prometida e dada
inapelavelmente ao corpo
senhor sá a vida é assim
diga-me como são os livros
depois de apodrecermos"
-
José Viale Moutinho
(faço meus estes versos, amigo José Moutinho)




Tinha eu acabado de receber, via CTT, dum alfarrabista, o livro "Ao Porto - Colectânea de Poesia sobre o Porto", Dom Quixote. 2001. 
Também dedico este "post" à memória (às tantas ainda é viva?!) da minha profª Dra. Silvana Braga (autora do livro/sebenta da esquerda, na foto). Lembra-se Dra. Silvana? de quando foi chamada ao gabinete do Diretor do ICP por causa da minha prova de exame final, 2ª época? Disciplina nuclear, chumbava o ano todo; e eu até era aluno de alguns 17 e até 18 (naquela época!). Lembra-se que não se conformava com a ideia de eu poder repetir a prova depois daquele incidente surreal?! ... E de como eu lhe provei que sabia a matéria toda??? de fio a pavio???? ...

2012/10/09

PORTUGAL, a EUROPA e os papagaios políticos


Esta bandeira estava hasteada no quartel, em Leiria, de onde eu parti, em 1969, para terras de Moçambique, no Índico Ocidental. Eu, a minha mulher e a minha filha que lá iria nascer...
E para a Europa retornámos ...


PORTUGAL

Esperam de encontro ao Cais, como penduras (bem se conhecem):
os magníficos estupores deste consórcio espúrio em que, de volta
à pátria, rumo à Europa, nos embarcaram outra vez.
Em bicos de asa, fingem.
Escondem o esfíngico futuro do passado.
Sei o que esperam.
Como enfunada, a alma os tenta, frente à mastreação bastarda
de outros mares.
Se a Europa aqui jaz, com que fito, o rosto é Portugal?

Vergílio Alberto Vieira 

do grupo de poetas do café Orfeu, no Porto, por volta do anos 80 do século passado.
in
ORFEU 4  (ver registo biblioteca pessoal aqui)
Porto Dezembro 1988

-"Saudemos o poeta-cantor quando os usos e costumes entronizam as putas dos poderes, os papagaios políticos, tecnocratas miúdos, atletas sem cabeça, medíocres vedetas da mediatocracia."
Assim se exprimia Arnaldo Saraiva na sua nota introdutória.
-
outros poetas deste grupo:

Amadeu Baptista
Arnaldo Saraiva
Egito Gonçalves
Manel António Pina
e
tantos outros ...


-.-
@as-nunes

2009/10/01

Leiria - Quinteto "As Vozes da Rádio"

Dia 1 de Outubro de 2009.
Teatro José Lúcio da Silva, Leiria.


 



 
Hoje fomos comemorar o Dia Mundial da Música assistindo, com muito agrado, ao excepcional espectáculo musical e alegria com o quinteto "As Vozes da Rádio".
A assistência vibrou com o tipo original e ritmo do espectáculo musical proporcionado por este excelente Quinteto. De destacar o "humor e sadia loucura" com que este Grupo se apresenta em público.

Seria suposto colocar aqui um vídeo da actuação de hoje (ainda estive para vos pedir autorização mas cheguei um bocado em cima da hora...). Sendo assim, aqui fica um, já com uma dúzia de anos, mas que tem a particularidade de vermos também o Rui Veloso a cantar e a mostrar o "Porto Sentido"; "...da Ribeira até ao mar..." e as ruas e vielas que eu tão bem conheci nos anos 60 (66 a 68).




Vão dando notícias através do seu blogue http://vozesdaradio.blogspot.com/

Outro Vídeo:  "Vozes da Rádio - Canção da Viela património mundial"


nota: é conveniente desligar a minha "Play list" na barra lateral.
Posted by Picasa

2009/02/01

George Viviam, pintor inglês do séc.XIX, em Leiria e outras localidades portuguesas

Estas gravuras (1 e 2 integradas no conjunto acima) são de pertença particular.

(Litografia das mais representativas do que era Leiria no princípio do séc. XIX - clic para melhor apreciar)
As outras cidades que Vivian retratou nas gravuras litografadas do conjunto acima são: Porto (ver em baixo), Setúbal, Braga, Sintra e Coimbra
-
Deste artista inglês, que publicou, em Londres, no ano de 1839, um livro intitulado Scenery of Portugal & Spain, ficaram também conhecidas, por ex., os trabalhos litográficos sobre Sintra ou Leiria (o que se mostra acima), datados do mesmo ano. Infelizmente, pouco ou nada sabemos sobre a vida e obra de G. Vivian.
O pouco que consegui apurar encontrei-o num site "Old Church Galleries" :

George Vivian (1798-1873), desenhador e pintor em Londres, viajou através de Espanha e Portugal fazendo esboços de muitas construções típicas e cidades. No seu regresso, Vivian completou os mais famosos desenhos e publicou uma colecção de litografias sob o título “Scenery of Portugal & Spain”. O trabalho é constituído por 33 desenhos magníficos gravados em pedra por L. Haghe. Vivian seleccionou os mais interessantes e pitorescos cenários para as litografias, conseguindo uma viva imagem pictórica de países, tal como se apresentavam no princípio do séc. XIX.

(Traduçao do autor do blogue)
-
A litografia ao lado representa uma vista panorâmica desde os Jardins Públicos, LISBOA, em 1839.
...Terá estado em Portugal na década de 30 do séc. XIX, depois de ter viajado pelo Mediterrâneo europeu, pela Alemanha e pela Escandinávia. Como todos os românticos do seu tempo do seu tempo que nos visitaram, publicou (1839) um livro de viagens, intitulado Scenery of Portugal and Spain, enriquecendo o texto com delicados desenhos litografados por L., Haghe, obra que atinge elevadíssimos preços quando, raramente, surge em alfarrabistas.
(in Vol. XVIII do Grande Dicionário Enciclopédio Ediclube)
.
(clic para ampliar)
Facilmente se pode concluir que esta imagem foi tomada desde o alto da actual Rua de Santa Catarina, no PORTO.
Sem dúvida que todas estas gravuras constituem excelentes provas documentais do que era o aspecto das cidades de Portugal e o tipo de vida que as nossas
gentes levavam.

De notar que esta é uma das 6 gravuras que constam da colecção acima apresentada.


Posted by Picasa

2006/06/06

PONTE D. LUÍS - Imagem, Poema, Recordações

Caro LUÍS CUNHA (Grupo Yahoo "amantesdaleitura")

Enviei-lhe, agora mesmo, um e-mail em que lhe propunha que me autorizasses a publicação da fotografia da Ponte D. Luís/Douro/Porto-Gaia/Portugal e o poema que a acompanhava. Não fiquei com cópia. Pode mandar-me uma cópia desse e-mail? Na falta de resposta, vou permitir-me fazer aquela transcrição no meu blog: http://dispersamente.blogspot.com
As sensações, emoções e sentimentos, exaltados ao extremo, que me assaltaram após a leitura do poema e da visão daquela ponte, deixaram-me completamente aturdido. Posso acrescentar - penso que pela primeira vez digo isto em público - que um dia (podia ter sido fatídico para mim...pelo menos), 16/17 anos, vivia eu momentos de grande depressão, era estudante, não tinha dinheiro(*), vivia sozinho e longe da família (imaginem aquela época, viagens à boleia, demoradas e infernais, estradas estreitas, orladas por árvores identificadas com uma risca pintada a branco no tronco e semeadas de curvas diabólicas e mortíferas, ligação Viseu-Porto passando por S. Pedro do Sul, Albergaria-a-Velha, ao longo do Rio Vouga, S. João da Madeira, etc ), foi por um rebate in-extremis que resisti àquela tentação mórbida, solução definitiva, visionada momentaneamente, daquela ponte abaixo. Atravessava diariamente, a pé, a ponte D. Luís, entre um quarto arrendado em Gaia e a Rua de Entreparedes, à Batalha, Instituto Comercial do Porto (depois ISCAP, agora?).
Lembra-se do "Duque da Ribeira"? Era assim por que ele era conhecido, não era? Aquele velho barqueiro que tantos corpos retirou já sem vida das águas do Douro e muitas outras, também, resgatou das ânsias da morte por afogamento.
Passaram-se, entretanto, 43 anos. Acabei o curso, sou casado, tenho dois filhos e dois netos e vivo em harmonia comigo mesmo e em família. Em Leiria.
Um abraço.
António
(*) Tenho que expressar aqui, agora, o meu reconhecimento para toda a vida, à "Fundação Calouste Gulbenkian", da qual passei a receber, a partir do 2º ano do meu curso, uma Bolsa de estudos (tive média final do 1º ano justificativa). A primeira minha extravagância com o dinheiro da primeira mesada dessa bolsa: comprei uma camisa "Regojo Splendesto" numa loja na Batalha, uma camisa de "fazer inveja" e de que estava necessitado. Que tempos aqueles!...
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Caro Luís Cunha:
Fatalmente teria que acontecer. Redescobri-o através do seu blog "BUFAGATO"
Espero que tenha lido o comentário que lhe deixei e/ou tenha recebido um e-mail, com outro texto, mas complementar a este, que está agora e aqui, publicado.
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Poema da minha autoria, publicado na edição de hoje, 2006-05-28, no Jornal de Notícias, na secção do Leitor, P. 29, com foto da ponte e do metropolitano.


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(A Rainha do Douro)
D. Luís a Ponte

De ti morreram-me saudades
Estás bela, remoçada na maquilhagem
Novo curso, te destinaram
Deixas de ser ponto de passagem
Dos veículos que te cruzaram
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Apenas peões e metro ligam as margens
Tens rosto prazenteiro leve na aragem
Do batom soalheiro a cobrir a ramagem
És o Porto inteiro na hora das coragens
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Velhos como os séculos, são os trapos
Porque remoçada, és mesmo linda
Pois percorrem-te a pé ainda
Na motivação citadina dos factos
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E com desvelo te veneram
Acariciam o ferro de teu arco
Debruçados, o Douro avistam
Na travessia de cada barco
.
És do Douro a rainha
Ponte sublime e cuidada
Os tripeiros chamam-te sua
Quando há festa na rua
Nos festejos és folgada
Nessa festa também minha

© Luís Monteiro da Cunha
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asn