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2010/03/27

TEATRO DRAMÁTICO DO HOMEM E DAS ÁRVORES COMO SERES DA NATUREZA



A Rua Ramalho Ortigão, na zona de Vale de Lobos (LEIRIA), há dois anos atrás. Toda esta zona era uma área arborizada, com choupos, carvalhos, sobreiros, etc. ... Uma Reserva Ecológica, que se deveria preservar. As Árvores eram centenárias e gozavam de boa saúde ,segundo consegui observar. 
Porque não investir algum dinheiro para a preservar?


Eis o aspecto da mesma rua, hoje. Toda aquela zona verde de Vale de Lobos está a ser devastada para ser transformada em prédios e arruamentos. 
Ainda não tive acesso ao plano de urbanização em curso. 
A verdade nua e crua, porém, é que não foi poupada uma das centenas de árvores que existiam naquele local. Perturbante... Nem sequer meia dúzia de Quercus Robur, porte altivo e frondoso no Verão, ficaram de pé.

Dá-se o caso de eu, na altura em que tirei a fotografia acima, ter recolhido um espécime, ainda a desabrochar da bolota e o ter plantado no meu jardim/quintal. Tenho 63 anos de idade. Já não serei um dos usufrutuários das suas belas folhas e da sombra acolhedora das tardes escaldantes de Verão! Mas pode ser que outras gerações venham a tirar partido dessa árvore. Se resistir às alterações climatéricas cada vez mais visíveis à medida que o Homem se vai auto-destruindo conjuntamente com a barbárie que vem cometendo contra a Natureza!...


Esta perspectiva retrata o que é hoje o Largo Cónego Maia (*), em pleno Centro de Leiria. Repare-se nos choupos. Ao lado estão alguns acers.
Saibam os leitores (alguns hão-de lembrar-se da polémica que se gerou aquando da requalificação deste Largo de Leiria.)  que  estava previsto o abate puro e simples destes dois choupos, que seriam substituídos por acers.
Após muita discussão e pressão sobre a Câmara Municipal de Leiria, com ameaças de habitantes que se oporiam fisicamente ao abate daquelas árvores, lá se conseguiu que aqueles dois populus nigra fossem poupados à barbárie cega dos projectistas urbanistas do moderno, mesmo à custa da preservação da história e do património duma cidade tão antiga como Leiria. 
Valeu a pena lutar pelo ambiente e preservação do património público, não acham?


Ampliando-se esta imagem-texto, pode ficar-se com uma ideia do seu conteúdo, como excerto duma peça de teatro alusiva ao tema dos Parques de lazer e das árvores citadinas. O que vem mesmo a propósito do Dia que estamos a comemorar hoje:  
O Dia Mundial do Teatro.

Trata-se de "Árvores, Verdes Árvores", uma peça de teatro e uma fábula de intenções evidentes. Destinada ao palco a à leitura, escrita para crianças e para adultos, o "recado" que ela contém a todos nós diz respeito, seres da Natureza que somos, quer árvores quer homens, persistentes aliados na defesa urgente de um espaço natural, onde o respirar não seja um direito de difícil conquista.Aqui as árvores falam e quem lhes deu voz, o dramaturgo Jaime Salazar Sampaio (também engenheiro silvicultor), aliou-as a muitas outras vozes, algumas bem identificáveis ao longo da intriga, mas que serão no somatório, as de todos os leitores/espectadores desta peça de flagrante actualidade.
- Personagens: Engenheiro, Construtor Civil, Bombeiro, Mulher-à_procura-de-uma-folha-de-louro, Ele e Ela (casal de certa idade), Génio da Floresta, Dois corredores, 1ª Árvore (Olaia), 2ª Árvore (Loureiro), 3ª Árvore (Faia).
Plátano editora, SARL - 1980 (A sua actualidade é cada vez mais evidente).

Uma actuação firme e urgente de todos nós, impõe-se, no sentido da protecção das Árvores, dos Largos, dos Parques das cidades e de espaços verdes com dimensões adequadas.
Há que pugnar pelo equilíbrio indispensável para retomarmos alguma alegria de viver no interior dos espaços urbanos. Que não sejam só para dormir...ou para grandes superfícies comerciais ou urbanísticas descaracterizadoras da matriz de cada uma das nossas cidades...
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(*) Observe-se como era este Largo em Julho de 2008. 
http://dentrodetioleiria.blogspot.com/2009/07/centro-de-leiria-em-29-2-2008.html
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2008/05/23

Rua Ramalho Ortigão - Leiria (Um desrespeito à memória dum grande escritor)

=nota prévia: foi actualizado "diário do meu jardim".
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Eça de Queirós
De Julho a Setembro de 1870, em colaboração com Ramalho Ortigão, escreve o "Mistério da Estrada de Sintra", que publica em folhetins no "Diário de Noticias".”
1870: É nomeado Administrador do Distrito(*) de Leiria. Com Ramalho Ortigão, escreve O "Mistério da Estrada de Sintra". Presta provas para cônsul de 1ª classe, ficando em primeiro lugar.
Este trabalho em conjunto foi feito em Leiria, no período em que Eça de Queirós aqui ocupou o cargo de Administrador do Concelho.
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Por vezes, ao fazer o percurso diário obrigatório, dos Lourais para Leiria (Largo da Sé), em vez de seguir o habitual itinerário, que me leva a subir até ao Telheiro e lá vou eu, via Cruz da Areia, Largo da República, entrar na Estrada da Marinha Grande (Rua dos Mártires) cortar à direita no caminho para o Castelo de Leiria, em vez de subir, cortar para a direita e descer até ao Largo da Sé; faço a variante de descer, seguir pela Estrada das Cortes até ao centro de Leiria.
Foi o que me aconteceu hoje.
Na zona da Quinta de Vale de Lobos (na Guimarota) de há muito que lá está uma rua, que acaba por ser um beco sem saída, a não ser que se tenha o privilégio de seguir de jipe, que não é o meu caso, nem para tal estou disposto a endividar-me. Durante muito tempo pensava eu que era a entrada da Quinta ou duma parte da quinta e que até seria um caminho privado. Mas não.
Hoje, lembrei-me de lá dar uma olhadela para observar os carvalhos que existem naquela zona e se por lá havia algum Quercus robur. Espanto meu. À entrada tinha sido colocada uma placa toponímica que diz tratar-se da Rua Ramalho Ortigão. Fiquei logo no ar para telefonar para a Junta de freguesia de Leiria para me darem mais elementos da razão daquele topónimo. Em vão. Que andavam em mudanças e tinham toda a papelada encaixotada. Entretanto, a senhora que me atendeu foi adiantando que julgava que foram os moradores (dois ou três, conforme já pude comprovar) que sugeriram esse nome. Telefonei para a Câmara Municipal. Como era dia de meia-ponte, o Snr. Engº não sei quantos não estava, a senhora da secção de toponímia idem, a das actas da Câmara não podia ajudar. Não queria ser ofensivo nem é essa a minha intenção, mas, que diabo, não seria melhor terem fechado a Câmara fazendo a ponte toda?
Cá me hei-de desenrrascar.
A rua é de terra batida. E há lá o Quercus robur, confirmei. Mesmo na berma em declive sobre a rua de terra batida, cheia de regos das fortes correntes de água que por lá passam quando chove forte.
Aqui deixo a reportagem fotográfica, a complementar este escrito, mesmo em cima do joelho.



Aqui está um Quercus Robur, antigo e com rebentos novos. Também encontrei, mesmo na valeta da rua/rego de água, alguns Robur a nascerem das próprias bolotas. Claro que aproveitei para trazer um e algumas bolotas. Sou capaz de fazer uma pequena maternidade destes carvalhos no próximo Outono.
Depois de dar meia-volta, ao descer de regresso à Estrada das Cortes. Um dia destes volto para falar com algum dos actuais moradores do cimo da Rua/Beco sem saída. Será que Ramalho Ortigão não merecia melhor tratamento?
(*) Eça foi Administrador do Concelho de Leiria, não do Distrito.
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