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2008/02/01

S. Tomé e Príncipe - imigrantes

Na empresa onde presto os meus serviços desde o longínquo ano de 1981, trabalham actualmente, dois Imigrantes oriundos da ilha de S. Tomé. O mais novo chama-se Eugerque. Tem 22 anos. Trabalha como electricista, a ajudar o Snr. Afonso, o melhor Mestre de ofício que lhe podia calhar na rifa da vida.
Só depois de muitas tentativas é que consegui acertar no seu nome quando tinha que lhe dirigir a palavra. Quantas vezes o chamei Bergénia, nome que era imediatamente corrigido pelo próprio, sempre com bons modos e muita simpatia.

Hoje ocorreu-me perguntar ao mais velho, o pai, das razões que o levaram a baptizar o filho com aquele nome.

Surpresa minha!

. ..A resposta é duma candura e imaginação impressionantes:

- Então, foi simples, inspirei-me nos jornais;
- ?!
- Pois. Todos os meus filhos têm o nome começado por EU, logicamente, já que sou eu o pai deles. Depois era só ler uma frase que viesse no jornal, aleatoriamente e usar a primeira letra de várias palavras até arranjar um nome que me soasse bem.
- Então, quantos filhos tem e como se chamam?
- Ora bem:
Eusvalda
(que já morreu); Eusvácia; Eugério, Eugilson; Eudecília; Eugerque (o nosso homem); Eudulaina. Todos da companheira da minha vida. Tenho outra filha de outra mulher. Chama-se Eujuleica.

Intrigante é o facto de o meu interlocutor ter um nome genuinamente português e simples: CASTRO Helena Madre-Deus.
O que é que o terá motivado a usar esta forma de conceber nomes para os seus filhos?! Aversão aos nomes dos colonizadores portugueses? Não me respondeu a esta interrogação. Limitou-se a sorrir, os dentes alvíssimos a sobressaírem da cor escura da sua pele…

(foto da net http://www.janelanaweb.com/viagens/stome.html)