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2018/02/23

Afonso de Sousa (1906-1993) e o seu soneto às ruelas de Leiria e de Coimbra


http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/Afonso%20de%20Sousa


Conforme já aqui ficou dito, Afonso de Sousa foi um ilustre leiriense, que deixou o seu nome ligado às lides de advogado notável, insigne prosador e poeta e que, enquanto estudante (1923/1930) e até noutras ocasiões,  foi um dos mais interventivos executantes de viola e guitarra da canção/fado de matriz coimbrã.
Eis um dos seus sonetos conforme consta do folheto alusivo à cerimónia de "Oferta ao Museu da A. Académica de Coimbra, em 25 de Novembro de 1989" da guitarra que utilizou como solista e acompanhador de Artistas como Artur Paredes, Albano de Noronha, Edmundo Bettencourt, Armando do Carmo Góes, Paradela de Oliveira, Artur Almeida d´Eça e, embora espradicamente, o Doutor António Menano.
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Ruelas de Leiria e de Coimbra

Rua de minha Terra, luar de prata,
E vós, Amigos meus, minha ventura:
- Silêncio, que alguém vibra de ternura
E vai passar a minha serenata.

A cada acorde meu que se dilata
Uma janela se abre à noite pura.
Cada janela aberta é uma jura,
Um idílio de amor que se desata.

Assim passei... Debalde agora vim
Meu passado rever nessas ruelas,
Tanger a minha lira, antes do fim.

Vibro-lhe as cordas, rasgo os dedos nelas...
- Guitarra, que houve em nós, ou que houve em mim,
Que já ninguém nos abre essas janelas?!


Afonso de Sousa
©(texto digitado pelo autor deste blogue)

2016/07/01

Soneto de Acácio de Paiva aos amigos de "A Parceria", Ernesto Rodrigues, Felix Bermudes e João Bastos


Aos amigos que vierem do Facebook.
A propósito das últimas notícias, via TVI, acerca do 1º Hino Oficial do S.L.Benfica.

Prometo mais informação...

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p 116 do livro "Falando de Acácio de Paiva"
Ed. Junta de Freguesia de Leiria, 2013
António Almeida Santos Nunes

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Ernesto Rodrigues, Felix Bermudes e João Bastos

Apanham amanhã um bom almoço
E eu não somente aprovo a bela ideia
Mas se alguém propuser jantar e ceia
O alvitre aceitarei com alvoroço.

Não fosse eu um bom almoço
Que os sustentava a molho de lampreia,
A peito de faisão, mesmo a geleia,
Enfim, ao que quisessem, fino ou grosso!

E não era pagar com grande usura
As finezas que devo à troupe amiga
Nestes tempos que correm, de amargura.

O riso, já se vê, não se mastiga;
Mas devo-lhes pançadas com fartura
E sempre engano a pobre da barriga...

Acácio de Paiva
1921 - 1ª publicação no "Século Cómico"
de que o autor era Diretor.
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in Facebook:


(Biografia) Félix Bermudes - Benfiquista dos 7 oficios
Impôs-se desde muito cedo, ao lado de Cosme Damião, primeiro como atleta e, mais tarde, como dirigente.
Foi fundador [nº5] do S.L.Benfica e seu Presidente [1916-17; 1930-31; 1945], atleta do clube em futebol, remo, esgrima e ciclismo e campeão nacional de tiro (representou o país nos Jogos Olímpicos de 1920 e 1924); foi da sua autoria a sugestão para a bem conhecida divisa do SLB, "E Pluribus Unum", foi autor da letra do primeiro Hino do Benfica "Avante, Avante p'lo Benfica", de imediato censurado pelo governo. Fez parte das listas da oposição nas eleições de 1949, ao lado de Norton de Matos...

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3 comentários
Comentários
Jose Manuel Leal Pires Obrigado por esta descrição que ouvi também na TVI.
Vou partilhar.

António Nunes Na p 116 do livro "Falando de Acácio de Paiva", de minha autoria, refiro e reproduzo uma fotografia onde estão os elementos da "A Parceria" e o próprio Acácio de Paiva. Acácio de Paiva escreveu um soneto a este triunvirato: Pode-se ler esse soneto no blogue http:\\dispersamente.blogspot.com . O livro está a ser distribuído gratuitamente: nunes.geral@gmail.com ou tm.

DISPERSAMENTE.BLOGSPOT.COM|DE AS-NUNES

2013/04/23

Bom dia!...

Hoje, do lado de cá, ao nascer o dia, já a gatinhar bem!...


RAIZ

Por que vivo? Que força, calma, essência
me faz sentir, pensar, me faz querer?
Por que motivo tenho a consciência
dos atos que pratico e do meu ser?

Qonde começa e acaba uma existência?
Por que me sinto e dão esse prazer?
Que vem de ser vontade e inteligência?
Onde existiam antes de eu nascer?

A minha vida.. Que é a minha vida?
Sei que proveio de outra vida igual,
mas esta e a outra quem a gerou também?

E mais, e toda a série indefinida
de que fonte brotaram? Foi do Mal?
Vejo-o mais claramente do que o Bem!

Acácio de Paiva
1863-1944
@as-nunes

2013/04/12

ACÁCIO de PAIVA - Altíssimo Lírico e o maior Humorista da Poesia Portuguesa

Acácio de Paiva nasceu a 14 de Abril de 1863.
Vão fazer precisamente 150 anos!
Alguém se lembrou dele?
Não tenho conhecimento de nenhuma iniciativa para comemorar oficialmente esta efeméride!
Acácio de Paiva é, reconhecidamente, um dos maiores poetas líricos e satíricos da Literatura Portuguesa!

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 O Tojo

Porque me fez cruel a natureza,
O tojo diz, é alma da floresta,
E não me concedeu, como a giesta
E mais irmão que tenho a macieza?

Não pode por carícia (que tristeza!)
Diminuir a dor que me molesta,
Pois que por condição, e bem funesta,
A quem me toque eu firo, com dureza.

Pés descalços, de carne preciosa,
Se atravessam os matos dos caminhos
Eu tenho de os rasgar, alma impiedosa,

E tanto desejaria que os espinhos
Se trocassem por pétalas de rosa
Quando os pisam crianças e velhinhos!

  Acácio de Paiva


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A LÍNGUA PORTUGUESA

Assim como onde tem maior pureza
A linfa, é na mãe de água, por ventura
Assim também na aldeia é que é mais pura
A minha amada língua Portuguesa.

Na sua elegantíssima rudeza
Como nos seus extremos de doçura
Todos os pensamentos emoldura
Numa espontânea e artística beleza

Oiço-a forte, nas feiras, discutindo;
Nos serões oiço-a meiga namorando…
E é sempre um trecho de poema lindo

Aqui soberbo, além risonho e brando,
Porque é de Portugal o mar bramindo
E é também o nosso rouxinol trinando

ACÁCIO de PAIVA
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 (No momento em que eu, no Arquivo Distrital de Leiria, enquanto a recolher (quantas consultas????) dados para completar a escrita de um livro sobre Acácio de Paiva...
Desculpem qualquer erro gramatical, que será de minha responsabilidade, pela pressa com que escrevi e publiquei...)

em tempo:
1- O fotocopiador do arquivo não está operacional;
2- não se podem fotografar documentos;
3- As digitalizações que se queiram, levam uma semana, pelo menos.

Razão de ter digitado estes dois sonetos.   Ficam já aqui...

Boa tarde a todos.

@as-nunes

2012/06/06

Lembranças de Florbela Espanca





                                 Lembrança

Fui Essa que nas ruas esmolou
E fui a que habitou Paços Reais;
No mármore de curvas ogivais
Fui Essa que as mãos pálidas pousou …

E tanto poeta em versos me cantou !
Fiei o linho à porta dos casais …
Fui descobrir a Índia e nunca mais
Voltei ! fui essa nau que não voltou …

Tenho o perfil moreno, lusitano,
E os olhos verdes, cor de verde Oceano,
Sereia que nasceu de navegantes …

Tudo em cinzentas brumas se dilui …
Ah ! quem me dera ser «Essas» que eu fui,
«As» que me lembro de ter sido … dantes ! …

Florbela Espanca

nota:
Estas ruas e travessas estão localizadas num espaço de poucas dezenas de metros. Alguém, naquela zona, apreciava ao extremo a poesia desta grande poetisa portuguesa!...
@as-nunes

2012/05/29

Conciliação difícil...mas não impossível, como se pode ver



O meu mundo nestes últimos dias tem-se cingido a umas espreitadelas para a Sra. do Monte, a nascente...

Aproveitando esta pausa nas contas para o fisco:
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AUGUSTO GIL

Amigo: um bom soneto não tem graça
consagrado a poeta assim perfeito;
vou, pois, fazê-lo com cuidado e jeito
a ver se por estranho, agrada e passa.

Forçada a rima, indefinida e baça,
cadência frouxa, que é maior defeito,
tudo produzirá tão mal efeito
que talvez desse modo satisfaça.

As quadras já lá vão. É nesta altura
que se torna difícil o soneto
por ter de preparar-se a fechadura.

Enfim, cheguei ao último terceto.
Mas se a vates de tal envergadura
mil versos dedicar, eu seja preto
!
 


Acácio de Paiva

escritor, poeta, crítico de Teatro, literário, tauromáquico, peças de teatro;
grande humorista e improvisador;
também desenhava.
Nasceu em Leiria, no Largo da Sé, nº 7, em 14/4/1863
Faleceu na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944

-
A páginas tantas não seria de se reler algo de Augusto Gil (*)
Pelo menos eu, que até podia aproveitar este ensejo de na 5ª feira próxima ter de dizer umas palavras acerca da vida e obra de Acácio de Paiva e ele, pelos vistos, ter em boa conta este seu ilustre amigo.
(*)http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Gil
@as-nunesPosted by Picasa

2012/03/31

Olaias rubras em Leiria, digo, Cerejeira do Japão (errata em 31-3-2014)




A tempo:
Devo ressalvar a informação de que se trata de uma olaia; de facto, a Av. N. Sra. de Fátima, em Leiria, tem muitas olaias, mas esta é uma cerejeira do Japão e não uma Olaia. (11Abr2012)
Na Av. N. Sra. de Fátima, em Leiria, no dia 24 de Março de 2012.
Estas serão as flores de olaias, as mais lindas que eu já vi em dias da minha vida...


Horas Rubras

Horas profundas, lentas e caladas
Feitas de beijos rubros e ardentes,
De noites de volúpia, noites quentes
Onde há risos de virgens desmaiadas…

Oiço olaias em flor às gargalhadas…
Tombam astros em fogo, astros dementes,
E do luar os beijos languescentes
São pedaços de prata p’las estradas…

Os meus lábios são brancos como lagos…
Os meus braços são leves como afagos,
Vestiu-os o luar de sedas puras…

Sou chama e neve e branca e mist’riosa…
E sou, talvez, na noite voluptuosa,
Ó meu Poeta, o beijo que procuras!

(Soneto “Horas Rubras”, Florbela Espanca. 
In: Livro de Sóror Saudade. 
Edição da autora, 1923, p. 196. 
@as-nunes   

2007/10/05

Árvore do gelo - Leiria


Fotografias actuais da chamada "Árvore-do-gelo" existente no Jardim Luís de Camões, em Leiria. Quem não tiver visitado esta zona da cidade há mais de dois anos, há-de verificar que a estátua do autor de "Os Lusíadas" está deslocalizada em relação à sua posição inicial. Que mania de mudar as estátuas e monumentos de lugar!!!..."Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"...
O nome científico desta árvore é Braychychiton populneus e é da família das ESTERCULIACEAE. É de origem Australiana, cresce até aos 18 metros de altura e é muito resistente ao gelo e à poluição urbana.
Vale a pena observar os seus pormenores, por ampliação das fotografias, clicando em cima.
Tenho acompanhado a evolução desta árvore, com fotografias regulares, há mais de um ano.
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Luís Vaz de Camões

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
muda-se o ser, muda-se a confiança;
todo o mundo é composto de mudança,
tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
diferentes em tudo da esperança,
do mal ficam as mágoas na lembrança,
e do bem – se algum houve - , as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
que já coberto foi de neve fria,
e enfim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
outra mudança faz de mor espanto:
que não se muda já como soía.
Posted by Picasa

2006/04/19

Sempre Leiria...DISPERSAMENTE

In http://leiria.no.sapo.pt/acacio.html


SONETO SOBRE LEIRIA
.
Minha terra velhinha! Assim te quero,
Ente as olhalvas frescas, pequenina,
Teu Lis saudoso, teu castelo em ruína,
Teu ar de monja, tímido e severo.
-
Assim te represento e te venero,
Te possuo em minh'alma e na retina.
Deixei-te muito cedo, porque é sina
Fugir de quem mais amo e mais espero.
-
Ela me arrasta, força e descaminha,
Mas não me esqueces, terra doce e triste,
Vetusta jóia de precioso engaste.
-
Em cada pedra tua, em cada ervinha,
Quantas vezes comigo tu sorriste
E, só porque eu chorava, tu choraste!
-
Acácio de Paiva
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asn