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2008/09/06

Parceiros - Leiria - Quinta do Carrascal



Para que conste dos registos deste blogue:


- Estamos na freguesia dos Parceiros, na Rua da Quinta do Carrascal, limite com a freguesia da Azoia.
Concelho: Leiria
Portugal
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Esta chaminé, que faz parte integrante das edificações da antiga Quinta do Carrascal, parece ser datada de 1952. Pelo que tenho observado, era usual inscrever-se nas chaminés de algumas casas, o ano da sua construção.

Ampliando-se esta fotografia fica-se abismado (eu fiquei) com a idade que estas árvores deverão ter, partindo-se do princípio que são pilriteiros.
Aspecto de pormenor das árvores/arbustos,pilriteiros, atrás mencionadas.
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Os pomes dos pyracantha(*), nesta altura, ainda estão de cor amarela ou mesmo verde. Quando maduros passam pelas cores amarelo/laranja e vermelha.
(*) Ver tag respectiva
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2008/08/14

Natália Correia lembrada por Leiria






Na sequência da entrada anterior repare-se nos pormenores de placas e paineis colocados na Rua Poetisa Natália Correia, em Leiria.
A apresentação do painel alusivo à Quinta do Africano tem a ver com o facto de na mesma parede da quinta estarem colocadas duas placas toponímicas: uma da Junta de Freguesia de Leiria, a outra em painel de azulejos, dos proprietários da Quinta.
Parece que a estou a ver, com a sua cigarrilha ou em acesos debates no Parlamento ou a recitar com garra um poema. (leia-se o comentário de Jofre de Lima Monteiro Alves nesta entrada/post).
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Auto-retrato
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Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea.
Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
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Natália Correia
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2008/07/28

O Polícia Sinaleiro em Leiria

"Quem não se lembra do Polícia Sinaleiro?" - Pergunta a autora da brochura, cuja capa (clic para ampliar) se vê acima. Claro que a pergunta é dirigida às pessoas mais idosas, as que ainda têm presente na própria memória, aspectos, em muitos casos nem sequer do conhecimento das novas gerações.
A EN1, que atravessava a cidade de Leiria, e aqui tinha um cruzamento de difícil circulação, passava precisamente neste local. Vindo de Coimbra, atravessava-se a ponte sobre o Rio Lis(*) e seguia pela Rua Machado dos Santos para quem pretendesse seguir em direcção a Lisboa.
Os polícias sinaleiros foram criados em 1927, tendo-se iniciado este serviço na cidade de Leiria em 1930. Com o desenvolvimento das vias rodoviárias, deixou de haver polícia sinaleiro em Leiria no mês de Dezembro de 1980.
A brochura a que se está a fazer referência é uma edição da Junta de freguesia de Leiria, da autora/investigação de Susana Carvalho e Colaboração Especial da PSP de Leiria.
Esta edição tem como intuito marcar a atribuição do topónimo "Rotunda do Sinaleiro" à nova Rotunda que confina com a Ponte Afonso Zúquete(*), Praça Goa, Damão e Diu, Rua Machado dos Santos, Largo Alexandre Herculano (o nome antigo da rotunda, onde, na foto, está o polícia sinaleiro em cima da peanha) e Largo da Comissão Municipal de Turismo, , conforme acta da Câmara Municipal de Leiria nº 26 de 18 de Julho de 2005.

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2008/05/23

Rua Ramalho Ortigão - Leiria (Um desrespeito à memória dum grande escritor)

=nota prévia: foi actualizado "diário do meu jardim".
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Eça de Queirós
De Julho a Setembro de 1870, em colaboração com Ramalho Ortigão, escreve o "Mistério da Estrada de Sintra", que publica em folhetins no "Diário de Noticias".”
1870: É nomeado Administrador do Distrito(*) de Leiria. Com Ramalho Ortigão, escreve O "Mistério da Estrada de Sintra". Presta provas para cônsul de 1ª classe, ficando em primeiro lugar.
Este trabalho em conjunto foi feito em Leiria, no período em que Eça de Queirós aqui ocupou o cargo de Administrador do Concelho.
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Por vezes, ao fazer o percurso diário obrigatório, dos Lourais para Leiria (Largo da Sé), em vez de seguir o habitual itinerário, que me leva a subir até ao Telheiro e lá vou eu, via Cruz da Areia, Largo da República, entrar na Estrada da Marinha Grande (Rua dos Mártires) cortar à direita no caminho para o Castelo de Leiria, em vez de subir, cortar para a direita e descer até ao Largo da Sé; faço a variante de descer, seguir pela Estrada das Cortes até ao centro de Leiria.
Foi o que me aconteceu hoje.
Na zona da Quinta de Vale de Lobos (na Guimarota) de há muito que lá está uma rua, que acaba por ser um beco sem saída, a não ser que se tenha o privilégio de seguir de jipe, que não é o meu caso, nem para tal estou disposto a endividar-me. Durante muito tempo pensava eu que era a entrada da Quinta ou duma parte da quinta e que até seria um caminho privado. Mas não.
Hoje, lembrei-me de lá dar uma olhadela para observar os carvalhos que existem naquela zona e se por lá havia algum Quercus robur. Espanto meu. À entrada tinha sido colocada uma placa toponímica que diz tratar-se da Rua Ramalho Ortigão. Fiquei logo no ar para telefonar para a Junta de freguesia de Leiria para me darem mais elementos da razão daquele topónimo. Em vão. Que andavam em mudanças e tinham toda a papelada encaixotada. Entretanto, a senhora que me atendeu foi adiantando que julgava que foram os moradores (dois ou três, conforme já pude comprovar) que sugeriram esse nome. Telefonei para a Câmara Municipal. Como era dia de meia-ponte, o Snr. Engº não sei quantos não estava, a senhora da secção de toponímia idem, a das actas da Câmara não podia ajudar. Não queria ser ofensivo nem é essa a minha intenção, mas, que diabo, não seria melhor terem fechado a Câmara fazendo a ponte toda?
Cá me hei-de desenrrascar.
A rua é de terra batida. E há lá o Quercus robur, confirmei. Mesmo na berma em declive sobre a rua de terra batida, cheia de regos das fortes correntes de água que por lá passam quando chove forte.
Aqui deixo a reportagem fotográfica, a complementar este escrito, mesmo em cima do joelho.



Aqui está um Quercus Robur, antigo e com rebentos novos. Também encontrei, mesmo na valeta da rua/rego de água, alguns Robur a nascerem das próprias bolotas. Claro que aproveitei para trazer um e algumas bolotas. Sou capaz de fazer uma pequena maternidade destes carvalhos no próximo Outono.
Depois de dar meia-volta, ao descer de regresso à Estrada das Cortes. Um dia destes volto para falar com algum dos actuais moradores do cimo da Rua/Beco sem saída. Será que Ramalho Ortigão não merecia melhor tratamento?
(*) Eça foi Administrador do Concelho de Leiria, não do Distrito.
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2008/01/07

Leiria - Rua D. Sancho I

Rua D. Sancho I - Leiria. Ao fundo vislumbra-se a casa dos Paivas, no Largo da Sé. A toponímia desta rua justifica-se conforme já referenciado aqui. Na sequência do que vem dito na nota atrás, julgo ser oportuno relembrar aquela que é considerada a nossa mais antiga cantiga de amigo, atribuída a D. Sancho I, composta provavelmente em 1199. (*)

A casa dos Paivas, a celebrizada "Botica do Carlos" do romance de Eça de Queirós, "O Crime do Padre Amaro", inicialmente identificada em letras em painel de azulejos "viúva lamego" com o nome "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva".
Quase todos os dias faço este percurso, as mais das vezes a pé. Infelizmente o Largo da Sé está com um aspecto quase terceiro-mundista. Casas antigas escoradas para não ruirem completamente, o Largo em si transformado num estaleiro, num pombal e numa armadilha para os automobolistas (vejam-se os pinos derrubados; mal começa a chover, lá temos a dança das derrapagens no piso de pedra extremamente escorregadia). Na parte extrema esquerda da foto pode ver-se uma placa alusiva ao insigne poeta Leiriense Acácio de Paiva, que aqui nasceu em 14-4-1863.

(*)

Ay! Eu coitada
como viuo
En gram cuydado
por meu amigo
Que ey alongado!
Muyto me tarda
o meu amigo
na guarda!

Ay! Eu coitada
como viuo
En gram deseio
por meu amigo
Que tarda e non veio!
muyto me tarda
o meu amigo
na guarda!

Esta disposição é a mesma que foi adoptada na ed. da Rev. de Portugal, idêntica à de Th. Braga (Hist. da Lit. Portuguesa, Edade Média, p. 188). Foi reproduzida por D. Carolina Michaelis (CA1, II, pp. 593-594), Audrey Bell (The Oxford Book of Portuguese Verse, p. 1) e J.J. Nunes na Cresc., p. 349, diferente da que adoptara nas Cant. d´Amigo, DXII.

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2006/04/09

A Cidade de LEIRIA, hoje (Domingo)

O Largo da República(1) com os seus pinheiros mansos. Em segundo plano, o Castelo de Leiria a disputar visibilidade com os prédios novos que, um pouco pela cidade, de vários ângulos, o escondem, como se esta cidade pudesse chamar-se Leiria sem o seu símbolo máximo.

Ainda na mesma praça, em Leiria, 10 e meia. Um grupo de motards preparava-se para partir não peguntei para onde. O arvoredo que se mostra pertence à Quinta da Portela, uma relíquia da cidade, autêntico bosque exótico dentro da cidade, que também é do Rio Lis (apesar de o próprio Eça o ter classificado como ribeira, no seu livro "O Crime do Padre Amaro"). É privado e não se sabe bem qual será o futuro daquele local. Agora, que é uma referência incontornável desta cidade de Leiria, não tenhamos dúvidas.

Continuamos no Largo da República. Vê-se uma estátua do Rei D. Afonso III, os inevitáveis pinheiros mansos e o edifício dos Paços do Concelho, onde funcionam os serviços da Câmara Municipal. Descortina-se com facilidade um pormenor interessante. Finalmente as portas da entrada da Câmara, creio que também as janelas, estão a ser pintadas. É que já estavam necessitadas dessa mautenção há que tempos!...
A propósito, sabem qual a ligação de D. Afonso III a Leiria? Claro que sabem, só que sem consultarem os compêndios não conseguem recordar-se:
(Conforme informação livre colocada no endereço http://pt.wikipedia.org :)
D. Afonso III (Coimbra, 5 de Maio de 1210 – id., 16 de Fevereiro de 1279), cognominado O Bolonhês por haver sido casado com a Condessa de Bolonha, foi o quinto Rei de Portugal. Afonso III era o segundo filho do rei Afonso II e de sua mulher Urraca de Castela, e sucedeu a seu irmão Sancho II em 1247.
Como segundo filho, Afonso não era suposto herdar o trono destinado a Sancho e por isso fez a vida em França, onde casou com a herdeira Matilde de Bolonha em 1238, tornando-se assim conde de Bolonha. Todavia, em 1246, os conflitos entre Sancho II e a Igreja tornaram-se insustentáveis e o Papa Inocêncio IV ordenou a substituição do rei pelo conde de Bolonha.
Afonso não ignorou a ordem papal e dirigiu-se a Portugal, onde se fez coroar rei em 1247 após o exílio de Sancho II em Toledo. Para aceder ao trono, Afonso abdicou de Bolonha e divorciou-se de Matilda para casar com Beatriz de Castela. Decidido a não cometer os mesmos erros do irmão, o novo rei prestou especial atenção à classe média de mercadores e pequenos propretários, ouvindo suas queixas. Em 1254, na cidade de Leiria convocou a primeira reunião das Cortes, a assembleia geral do reino, com representantes de todos os espectros da sociedade. Afonso preparou legislação que restringia a possibilidade das classes altas cometerem abusos sobre a população menos favorecida e concedeu inúmeros previlégios à Igreja. Recordado como excelente admnistrador, Afonso III organizou a admnistração pública, fundou várias vilas e concedeu o privilégio de cidade através do edicto de várias cartas de foral.
Com o trono seguro e a situação interna pacificada, Afonso virou a sua atenção para os propósitos da Reconquista do Sul da Península Ibérica às comunidades muçulmanas. Durante o seu reinado, Faro foi conquistada com sucesso em 1257 e o Algarve incorporado no reino de Portugal. Após esta campanha de sucesso, Afonso teve de enfrentar um conflito diplomático com Castela, que considerava que o Algarve lhe pertencia. Seguiu-se um período de guerra entre os dois países, até que, em 1267, foi assinado um tratado em Badajoz que determina a fronteira no Guadiana.
No final da sua vida, viu-se envolvido em conflitos com a Igreja (tendo morrido excomungado à semelhança dos reis que o precederam), bem como com o herdeiro D. Dinis. Está sepultado no Mosteiro de Alcobaça.
--- Notas complementares sobre Leiria coligidas pelo editor:
A actual cidade de Leiria foi fundada em fins de 1135, pelo primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, ao pretender estabelecer uma guarda avançada para a conquista de Santarém, Lisboa e Sintra.
Leiria foi elevada a cidade em 1545, por influência de D. Frei Brás de Barros, reformador do Mosteiro de Santa Cruz, de Coimbra, e primeiro bispo da diocese. Recebeu forais do seu fundador, D. Afonso Henriques em 1142(2) e de D. Sancho l em 1195 (3), e, foi doada por D. Dinis, com a alcaidaria castelã, a sua mulher D. Isabel de Aragão, mais tarde Rainha Santa Isabel. Foi cenário de diversas vicissitudes da história portuguesa, preservando uma série de monumentos artísticos, nomeadamente igrejas, conventos e casas senhoriais, que atestam um passado esplendoroso. Infelizmente, as invasões napoleónicas de 1808 e 1810 afectaram sobremaneira esta região, com a violência e devastações dos soldados franceses. Saquearam e mataram em Leiria... A "Rua dos Mártires" é para nos lembrar desses horrendos tempos em que homens de Leiria e arredores, armados de alfaias agrícolas, enfrentaram tropas napoleónicas, fortemente armadas e com soldados treinados e experientes. As mulheres e as crianças também não foram poupadas.
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(1) - Por deliberação camarária de 10-10-1910 foi determinado "que ao largo fronteiro aos Paços do Concelho se dê o nome de Largo da República". Foi-lhe dado este nome por, da varanda do edifício dos Paços do Concelho ali situado, ter sido anunciado o derrube da Monarquia e a implantação da República.
(2) - Esta data é contestada por alguns historiadores do Castelo de Leiria(4) , admitindo a possibilidade de esse documento ter sido forjado nos meados do séc. XVI, em defesa de interesses eclesiásticos do mosteiro da Santa Cruz.
(3) - VER Post 11/04/2006.
* 1195 ABRIL - foral outorgado pelo rei D. Sancho I a Leiria.
Assim começa a tanscrição deste foral inserta no livro referido em (4), a páginas 223 a 225.
(4) - Leia-se a obra, notável, "Introdução à História do Castelo de Leiria", do Professor Doutor Saul António Gomes, catedrático de História Medieval da Universidade de Coimbra. Este livro, 2ª Edição - Revista e ampliada, da Câmara Municipal de Leiria, é dum extraordinário interesse histórico e de bom recorte literário, tendo como objectivo principal o estudo e divulgação do Castelo sob o ponto de vista histórico e arquitectónico. Um hino judicioso à beleza, dignidade e magia do Castelo de Leiria.
asn