2006/10/17

Beber um copito faz bem à saúde!

De quando em quando, ouve-se na rádio (o meu meio de comunicação preferido para ouvir e ter companhia, ou não fosse eu radioamador...que se passa comigo?!...agora só escrevo sobre temas com ligações ao radioamadorismo?...) das virtualidades de se beber um copito de vinho (tinto de preferência) à refeição.
Que faz bem à saúde, que é um óptimo anti-oxidante, ajuda à circulação sanguínea e contém na sua composição algumas vitaminas e outros ingredientes necessários ao bom funcionamento do organismo humano.
Os médicos, obviamente, alertam de imediato, para se ter atenção à quantidade desse precioso (para quem o sabe apreciar, claro está) néctar dos deuses! Nada de entusiasmos, acrescenta-se logo, por via dos abusos!
Vem todo este intróito a propósito de livros antigos e de um ilustre médico Viseense (Ribafeita, além de que também é da minha freguesia natal), chamado Samuel Maia, que escreveu, dissertou e trabalhou em vinho, nos princípios do séc. passado. E também do facto de que já ando acometido duma doença, acho que incurável, que é bisbilhotar à procura de livros de edições antigas, repescados em alfarrabistas ou através de contactos fortuitos sobre esta matéria dos livros.
Ofereceram-me, nestes últimos dias, um livro deste meu conterrâneo e aqui estou a apresentar esta faceta do Dr. Samuel Maia.
O livro de capa acima reproduzida, “O Vinho (Propriedades e Aplicações)”, com trinta mil exemplares vendidos na década de trinta, é duplamente interessante: primeiro, porque, para qualquer efeito, é criação de um viseense; e, por último, porque se trata de um trabalho saído da pena de um médico que resume comunicações e pareceres aprovados nos últimos congressos médicos dessa época, não sendo uma artística ode ao vinho proveniente da ressaca de um qualquer paraíso artificial - e que me perdoem os poetas, de que tanto gosto, mas, não obstante o Pro Archia de Cícero, cedo aprendi que os poetas não precisam de ser defendidos!
Samuel Maia, médico-escritor nascido em Viseu, que, tendo conhecido outra visibilidade e uma incontestada representatividade, nomeadamente na década de vinte do século passado, agora é obscuro domínio para o público avulso e até mesmo para os "profissionais da literatura". Contudo, nem sempre assim foi, sinal de que os modismos vão causando fluxos e refluxos do núcleo para as margens e destas para o centro. Em 1929, um artigo no parisiense <Monde> sobre os escritores mais importantes de Portugal prescreve o primado de Eugénio de Castro e de Augusto Gil, seguindo-se-lhes de imediato António Nobre, Aquilino, Samuel Maia Lopes de Mendonça e Ferreira de Castro (FRANÇA: 129). Ou seja, o autor viseense goza então de uma incontestável centralidade.
Samuel Maia, um vulto das nossas letras, nasceu em Ribafeita, Viseu, em 1873 ou 1874?
Samuel Maia, depois de se formar em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, vê inscrita a sua obra de ficcionista nos antecedentes do neo-realismo, consagrando-se mesmo, ao tempo, com o romance regionalista de sabor aquiliniano Sexo Forte (1917 ou 1919) e com a novela Língua de Prata (1929), obras que, no dizer de António José Saraiva e Óscar Lopes, sobrepujam as restantes.
(Martim Sousa – in “Millenium on line” – Nº 16 de Outubro de 1999 :: texto a azul:: com algumas adaptações)

2006/10/15

RECORDAR é COMUNICAR...



Corria o tempo dos tempos dos anos 80, princípios da década.
Uma das formas mais privilegiadas de comunicar com pessoas de todo o mundo era através das bandas de radioamador, na modalidade de fonia.
De preferência em onda curta, para contactos a longa distância, para países longínquos (hoje estão ao alcance de um clic!...). Quão emocionante era a expectativa no decorrer duma Chamada geral via rádio, na banda dos 20 metros, por exemplo, ao romper da aurora ou ao pôr-do-sol, os momentos privilegiados para conseguir que as comunicações se estabelecessem com países como o Japão, a Austrália, as mil e uma ilhas espalhadas pelo Pacífico, alguns países da Ásia (os que já permitiam alguma abertura dos seus cidadãos com o estrangeiro...), as Américas, enfim.
Com mais ou menos dificuldade, ouvíamos, quando menos esperávamos, uma resposta ao nosso CQ, CQ, CQ de CT1CIR (o meu indicativo ainda hoje), "calling anyone anywhere and listening! Over!..." repetido vezes sem conta quando a propagação dos sinais radioeléctricos não era fácil.
Estabelecido o contacto, trocávamos coordenadas (endereços postais, normalmente o P.O.Box, lembram-se? os apartados postais, que era mais fácil transmitir!...) para escrever-mos para os sítios mais exóticos e obter uma resposta a confirmar que fizémos aquele QSO (conversação via rádio).
O poema acima reproduzido foi a forma como uma radioamadora do Paraguai achou mais interessante para me confirmar o QSO. No verso do postal lá vinham os dados todos:
Indicativo, banda/frequência, Data-hora, sinal de recepção e mais umas palavras de saudação.
Não resisti a esta tentação de voltar a falar dos tempos românticos das comunicações, ante-Internet!
Que saudades!... Claro, os tempos agora são outros. O Mundo deu muitas voltas, muita água passou por debaixo das pontes, a tecnologia deu, entretanto, um Pulo de Gigante!...

JARDIM DO SOLAR DO VISCONDE da BARREIRA


Uma amostra do que é o fantástico jardim do Solar do Visconde da Barreira, concelho de Leiria.
Ainda há tesouros escondidos...
Quer ver mais?...

2006/10/12

ATENÇÃO! Sexta-Feira é dia 13 !!!...


O termo superstição usa-se frequentemente para designar certas crenças, representadas em folclore antigo, alguns costumes e até atitudes semi-religiosas, sem fundamento ou mesmo completamente irracionais.
Ainda hoje se encontram muitas pessoas, se calhar a maioria de nós, que acreditam que determinados dias, gestos, actos, objectos e números (então os números, particularmente o 13!...) podem atrair sortes ou desgraças.

Muito boa gente teme e evita o número 13, rotulado de sinistro as mais das vezes:
- Uma Sexta-Feira que caia em dia 13 nunca deve ser escolhida para a realização de qualquer acto importante;
- Nunca sentar 13 pessoas à mesa.
Esta superstição é associada geralmente à Última Ceia, que reuniu 13 pessoas, entre as quais Judas Iscariotes, que atraiçoou Jesus Cristo.
Esta crença, no entanto, ainda será mais antiga que o Cristianismo, remontando à mitologia escandinava; 12 deuses participavam num banquete quando o Espírito da Discórdia – Loki – apareceu e ocasionou uma violenta disputa da qual resultou a morte de Baldur, o Favorito dos Deuses.

Todos nós já ouvimos falar e voltaremos a ouvir, ver e ler nos media da próxima Sexta-Feira, de variadíssimas outras superstições, algumas que nem sequer são associadas ao número 13.

Em jeito de conclusão sempre se poderá dizer que é fácil repelir a superstição como absurda, se se seguirem as ideias do comediante Groucho Marx, que interpretou as inúmeras superstições populares com todo o seu humor.
Por exemplo:
- “À mesa, 13 é sinal de má sorte quando a dona de casa dispõe apenas de 12 costeletas”;
- Reconhecer o número 13 é indício de que se frequentou a escola”;
- Sair da cama pelo lado contrário significa, provavelmente, que se bebeu demasiado na véspera
”.

E assim sucessivamente…

2006/10/10

TERRAS BEIRÃS...De outros tempos



Há dias fui/fomos a Lisboa e perdemo-nos um bom bocado num pequeno alfarrabista na R. das Portas de Sto. Antão. Comprámos alguns livros, de entre os quais este que vos apresento. Editado, "com as devidas licenças" pela Editorial A.O. - Braga, 1996. Quem o escolheu foi a Zaida, por dois motivos: é de poesia e a sua autora é filha de um tal Telles, um nome que ela própria também tem. Coincidências da vida...
Eu acrescento que a autora é natural de Viseu (a minha própria terra natal...), onde nasceu, às abas da Sé, em 13 de Novembro de 1884.
Reproduzi os versos acima a imagná-los como que a voaram no tempo e a fazerem-se presentes neste nosso Presente que estamos a viver e que temos o dever de ultrapassar para deixarmos de legado aos nossos filhos um Futuro mais risonho... Ámen.

2006/10/07

Hoje, em Lisboa

Hoje, estivemos, eu e a Zaida, em Lisboa. Fomos com o objectivo primeiro de assistir ao famoso musical "CATS". Ou não se desse o caso de a Zaida gostar tanto de gatos. Até tem um blog (por sinal está muito bem apresentado, diga-se de passagem).
Vou raramente a Lisboa. E hoje foi um dia muito mal escolhido. Apesar de ser Sábado, ou talvez por isso, logo ali à chegada à Rotunda do Marquês, instalara-se por lá uma grande confusão, em termos de trânsito. Por um lado andam por lá em obras na via pública; não percebi muito bem se é algum túnel, se é mais algum parque de estacionamento subterrâneo. Logo a seguir, muitos polícias, não se pode circular pela Avenida da Liberdade. Eu ia com ideias de estacionar no Parque de estacionamento dos Restauradores (há quantos anos é que eu uso esse sistema quando quero ir para aquela zona da baixa!), obrigaram-me a dar uma voltas a que não estava habituado, nem sei como não me perdi e lá consegui chegar ao objectivo. Então o que é que se passava? Alguma manif? Ainda me vêm à lembrança aquelas manifs dos tempos "revolucionários" dos meus 30 anos, nem isso. Do 1º 1 de Maio logo a seguir ao 25 de Abril! Uma festarola, que só visto! Vim a saber que a SIC andava por lá a comemorar o seu 14º aniversário. Então, e corta-se o trânsito durante uma tarde inteira, na Avenida da Liberdade em Lisboa, por causa do aniversário duma Empresa de Televisão? Já não percebo nada disto!
Bem, lá fomos para a Rua Portas de Sto. Antão, aquela do Coliseu dos Recreios, bem sabem. Almoçámos por lá, já tarde, umas pataniscas de bacalhau com arroz de feijão e uma imperial, para mim, um bife à moda da casa, para a Zaida. Às páginas tantas, somos abordados por um indivíduo, novo, com bom ar mas algo alvoroçado, pede-me uma carcaça (estávamos na esplanada na rua), dei-lha, seguiu rua abaixo, parecia-me assim meio acabrunhado, fiquei algo pensativo.
Depois da conta paga, até nem foi caro, por assim dizer, começámos a cirandar por ali, demos com o Snr. Manuel LLach, é artista de pintura de cerâmica, azulejos, tiles, carreaux, sei lá que mais. A Zaida interessou-se por um azulejo com uma pintura dum gato e comprou-o. Estivemos ali um pouco à conversa, deu-me um cartão, autorizou-me que tirasse uma fotografia.
Pelos vistos ali tem sediado o seu estabelecimento comercial; R. Portas de Sto. Antão - Lisboa (não precisa de número de porta).
Lisboa, na baixa, uma multidão extremamente cosmopolita, um movimento contínuo, muitos turistas à mistura.
Enfim, observações dum "provinciano", que raramente vai a Lisboa...
Gostámos do espectáculo! É de facto, um Musical a não perder. Extremamente bem concebido, muito original e recheado de excelentes artistas... Uma maravilha para os olhos e para os ouvidos!

2006/10/05

JOSÉ MARIA de ALMEIDA - O Homem e o Artista

O ELOS CLUBE de LEIRIA, as Associações Culturais e Recreativas de Cunha Alta e a Câmara Municipal de Mangualde, levaram a efeito, no dia 4 do corrente mês, no Auditório da Biblioteca Municipal de Mangualde, uma Sessão de Honra, no Centenário do nascimento de José Maria de Almeida.
Bem se pode dizer que a alma desta iniciativa foi o Presidente da Direcção do Elos de Leiria e Director da Casa-Museu Maria da Fontinha, Dr.
Arménio Vasconcelos, superiormente coadjuvado pelo Vice-Presidente do mesmo ELOS CLUBE, Adélio Amaro e com a participação activa de vários outros membros deste clube. É de toda a justiça realçar a íntima e interessada participação de outras entidades, nomeadamente as ligadas à comunidade da terra de nascimento do ilustre pintor homenageado.
Dado que já muito se encontra publicado acerca da vida e obra de
José Maria de Almeida e na expectativa de uma grande reportagem deste acontecimento, quer na imprensa de Mangualde quer no Correio de Leiria, não me irei alongar na descrição pormenorizada do que me foi dado assistir pessoalmente na qualidade de membro do já dito Elos Clube de Leiria.
A seguir deixo aqui patente uma pequena mostra das muitas fotografias que recolhi na oportunidade, algumas já hoje, dia 5 de Outubro.

Esta placa toponímica foi descerrada, imediatamente antes da sessão de honra na Biblioteca Dr. Guilherme Alves, na presença do Presidente da Câmara Municipal de Mangualde, da filha do Pintor homenageado, Ana Rita, do Presidente do Elos Clube de Leiria, outras individualidades e muitas mais testemunhas do acto.

Autoridades e Convidados que compunham a Mesa da Sessão, no momento em que se cantava o Hino Nacional da República Portuguesa imediatamente a seguir a se ter escutado com emoção o Hino Nacional do Brasil. Pode observar-se, no lado direito da foto, o busto do homenageado junto ao qual se encontra o seu autor e grande amigo do Pintor, o escultor brasileiro Gilberto Mandarino.

(continua em próximo post)

2006/10/03

TAGARELICES em Poesia


Maria Fernanda Pereira Leitão e a Folheto Edições & Design, têm o prazer de convidar V. Ex.ª para a apresentação do livro de Américo Farinha, "Tagarelices":

A sessão terá lugar no próximo dia 15 de Outubro de 2006, pelas 15 horas, na Associação da Presa, Presa - Alcaravela
.
(Sertã)
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É sempre com todo o gosto que dou realce a lançamentos de livros neste meu blog, modesto sim mas de portas abertas a quem quer que seja onde quer que esteja. Com uma única condição:
Venha em Paz!

2006/10/01

DIA INTERNACIONAL DA MÚSICA

MÚSICA - Arte de combinar harmoniosamente vários sons, de acordo com regras definidas.
In "Grande Diconário Enciclopédico Ediclube"



Há coincidências fabulosas! Acabei de consultar o blogue "Gatimanhos" que no último post aborda mais um tema interessantíssimo relacionado com os gatos: os gatos e os pintores.

Simplesmente fantásticas as reproduções de três óleos do pintor brasileiro Reynaldo Fonseca que a autora do blogue integrou no post em referência.

Por uma feliz coincidência a Zaida falou-me num outro quadro deste pintor que poderia muito bem simbolizar o "Dia Internacional da Música", que hoje se comemora.

Que quadro! Que harmonia! Respira musicalidade!