Que faz bem à saúde, que é um óptimo anti-oxidante, ajuda à circulação sanguínea e contém na sua composição algumas vitaminas e outros ingredientes necessários ao bom funcionamento do organismo humano.
Os médicos, obviamente, alertam de imediato, para se ter atenção à quantidade desse precioso (para quem o sabe apreciar, claro está) néctar dos deuses! Nada de entusiasmos, acrescenta-se logo, por via dos abusos!
Vem todo este intróito a propósito de livros antigos e de um ilustre médico Viseense (Ribafeita, além de que também é da minha freguesia natal), chamado Samuel Maia, que escreveu, dissertou e trabalhou em vinho, nos princípios do séc. passado. E também do facto de que já ando acometido duma doença, acho que incurável, que é bisbilhotar à procura de livros de edições antigas, repescados em alfarrabistas ou através de contactos fortuitos sobre esta matéria dos livros.
Ofereceram-me, nestes últimos dias, um livro deste meu conterrâneo e aqui estou a apresentar esta faceta do Dr. Samuel Maia.
O livro de capa acima reproduzida, “O Vinho (Propriedades e Aplicações)”, com trinta mil exemplares vendidos na década de trinta, é duplamente interessante: primeiro, porque, para qualquer efeito, é criação de um viseense; e, por último, porque se trata de um trabalho saído da pena de um médico que resume comunicações e pareceres aprovados nos últimos congressos médicos dessa época, não sendo uma artística ode ao vinho proveniente da ressaca de um qualquer paraíso artificial - e que me perdoem os poetas, de que tanto gosto, mas, não obstante o Pro Archia de Cícero, cedo aprendi que os poetas não precisam de ser defendidos!
Samuel Maia, médico-escritor nascido em Viseu, que, tendo conhecido outra visibilidade e uma incontestada representatividade, nomeadamente na década de vinte do século passado, agora é obscuro domínio para o público avulso e até mesmo para os "profissionais da literatura". Contudo, nem sempre assim foi, sinal de que os modismos vão causando fluxos e refluxos do núcleo para as margens e destas para o centro. Em 1929, um artigo no parisiense <Monde
Samuel Maia, um vulto das nossas letras, nasceu em Ribafeita, Viseu, em 1873 ou 1874?
Samuel Maia, depois de se formar em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, vê inscrita a sua obra de ficcionista nos antecedentes do neo-realismo, consagrando-se mesmo, ao tempo, com o romance regionalista de sabor aquiliniano Sexo Forte (1917 ou 1919) e com a novela Língua de Prata (1929), obras que, no dizer de António José Saraiva e Óscar Lopes, sobrepujam as restantes.