2006/10/30

300 Notas dispersas...

Iniciei este blog (blogue) no início do corrente ano de 2006.
A finalizar o mês 10 do actual calendário moderno, eis que atingi o 300º post, ao qual quero dar o devido relevo. E aproveitar este ensejo para tecer umas quantas considerações acerca do uso ( e, muitas vezes, abuso) desta formidável ferramenta da internet.
Este post está a ser escrito como que ao sabor da inspiração do momento. Se alguma coisa consegui, até à data, com esta minha participação no mundo partilhado da blogosfera, tal só foi possível graças a várias circunstâncias:
1) Antes de mais, à minha mulher, a Zaida* pela muita paciência que tem demonstrado face às horas e horas que tenho vindo a despender neste hobby**; e pela sua disponibilidade para colaborar activamente, incluindo alguns casos em que ela própria se dispõe a construir a totalidade do post;
2) Logo em seguida tenho que relevar todos os leitores anónimos que me têm dado o grato prazer de me transmitir a sensação maravilhosa de que ainda há quem gaste parte do seu tempo a tomar conhecimento do que por aqui se vai passando;
3) Inevitavelmente, vêm em pé de igualdade com os antecedentes, todos os/as colegas bloguistas, a maior parte grandes amigos/as, que, muitas vezes sem os/as conhecer pessoalmente, já os/as tenho como tal. E sabe muito bem sentir que há reciprocidade da parte deles/as. Quem sabe um dia destes não nos juntamos numa Tertúlia Bloguística formalmente constituída, com registo e tudo.
Um bem-haja do fundo do coração a todos!
António S Nunes (asn)
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* Tem um blog sobre gatos e toda a ligação deste misterioso animal a todas as Artes, em suma a sua íntima ligação com o Homem. Eu sei que ela não gosta que faça publicidade do seu blogue. Mas a verdade é que tem no gatimanhos um trabalho de muita garra, vida e amor pela Natureza. Aliás, até já o deu por encerrado, apesar das minhas insistências para continuar. Sem resultado.
** É claro que podemos falar em hobby quando nos declaramos amantes da intervenção pública num blogue, só pelo puro prazer de comunicar com o nosso semelhante, abordando temas que são do nosso gosto pessoal.
De qualquer modo não considero que esteja a escrever um mero "Diário", ainda que muitas facetas desta modalidade literária estejam subjacentes ao dia a dia da maior parte dos blogues.
É assim no meu caso...declaro-o!
Partilhar conhecimento e informação em todas as áreas - às quais a minha capacidade de compreensão e espírito crítico e de análise consiga alcançar - é a minha bandeira!

2006/10/28

OUTUBRO


Outubro, 8º mês do antigo calendário romano e o 10º mês do nosso ano civil.
Outubro do ano de 2006 está a acabar.
Outubro”, filme realizado em 1928 por Sergei Eisenstein, um estudo sobre a Revolução Russa de 1917.
(Cena do filme "Outubro")

Eisenstein nasceu em 1898 em Riga, Letónia, e morreu em 1948 em Moscovo.
Realizador cinematográfico, Eisenstein pelo seu vanguardismo técnico, é tido como um dos expoentes máximos da história da 7ª arte.
Além de “Outubro” produziu, entre outros, os filmes “Greve” (1923), “Linha Geral” (1929) e “O Couraçado Potemkin”, em 1925, considerado por muitos, o melhor filme de todos os tempos. Uma das suas sequências tem sido entendida como “os seis minutos de maior influência na história do cinema”.

2006/10/27

O LIVRO e os BITS

Os actuais processos de armazenamento e transmissão do pensamento serão realmente fiáveis?
Quanta da informação que circula hoje na Internet perdurará? Por quanto tempo?
Não será de continuar a preservar a sabedoria humana transmitida de geração em geração, através do livro, muito especialmente quando estivermos na presença de trabalhos acabados (relativamente, que nunca será a mesma coisa que dizermos definitivamente, como bem o sabemos)? Não será o processo tipográfico e/ou os seus sucessores, em papel, a forma mais segura, mais fiável, de reproduzir e gravar a informação disponível num dado momento e que pretendemos torná-la perene?
Estas interrogações poderão parecer muito retrógradas face à evolução impressionante das novas tecnologias da informação, mas serão de facto? Quantas vezes já não fomos confrontados com a perda de fotografias gravadas digitalmente e de que, inesperadamente, apagamos ou perdemos, pura e simplesmente, os correspondentes ficheiros? E outros dados importantes, que estavam armazenados num computador, mesmo com cópia de segurança, quando esta (quantas vezes) também falha? Algum dia iremos conseguir substituir o livro?
Tem sido muito lento o processo evolutivo do livro, começando por constituir não mais que um compêndio de textos escritos (religiosos, leis) e que competiu penosamente durante séculos com as tradições orais, muito mais acessíveis a um maior número de indivíduos.
O livro foi e continua a ser o maior instrumento de progresso humano e provavelmente continuará a ser o mais humano processo de transmitir o pensamento.
O homem está a dar decisivos passos da sua história.
Nesta perspectiva, o livro será irremediavelmente abandonado e substituído pela tecnologia dos bits?
O Futuro quem o pode prever, com rigor?
Eu continuo a ver esse futuro com livros impressos com textos e imagens, que irão proporcionar o processo natural de transmissão do pensamento humano.

2006/10/21

ENCARNAÇÃO

A lembrar-me da minha mãe Encarnação, agora com 82 anos de idade, lá para o Casal de Ribafeita, nas terras graníticas de Viseu
E do casamento da milha filha Inês com o Carlos
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Há dias fui rever o Santuário de N. Sra. da Encarnação, em Leiria.


Diz a lenda que, em 11 de Julho de 1588, uma inválida de nome Susana Dias, foi levada àquela capela, onde iam à missa os Marqueses de Vila Real e muito povo, no altar de N.S. da Encarnação. No momento da Elevação a jovem sentiu-se pressionada por algo indefinível, levantou-se e começou a andar.

Este acontecimento veio renovar a fé em N.ª Sr.ª da Encarnação, o que levaria à construção de uma nova igreja.

É um santuário pequeno, com um corpo revestido a azulejos policromos de padrão seiscentista e pinturas votivas à Virgem e a S. Gabriel, feitos em pedra e colocados sobre a porta principal. No exterior a igreja foi dotada de um alpendre simples.

O bispo D.Fr. Miguel de Bulhões e Sousa mandou construir uma monumental escadaria, de 162 degraus, que lhe dá um aspecto imponente.


A beleza deste santuário é completada pelo diverso arvoredo que existe à sua volta e a vista sobre a cidade que se pode apreciar a partir daqui é uma experiência única.


(texto da lenda conforme site da “Região de Turismo Leiria-Fátima”)

Notas:

1)O Orago de Leiria é precisamente Nª Snra. Da Encarnação, cuja festa anual se celebra a 15 de Agosto.

2) Fotos de asn

2006/10/19

HOMENAGEM AO MÉRITO FOTOGRÁFICO

Isabel Pires de Lima, a actual Ministra da Cultura, visitou o distrito de Leiria, no início da semana passada, tendo encerrado as comemorações do 90º aniversário do Arquivo Distrital e homenageado o fotógrafo José Fabião.
José da Silva Fabião a receber das mãos da Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, a Medalha de Mérito Cultural.
(Foto digtalizada a partir do semanário "A Região de Leiria" de 13 de Outbro de 2006)
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Nota, a propósito, da Zaida:
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Foi com comoção que li a notícia da homenagem feita pela ministra da Cultura ao Sr. Fabião.
O Sr. José Fabião, de 85 anos de idade, tem sido, ao longo da sua vida, o fotógrafo, por excelência, de Leiria e das suas gentes.
Orgulho-me da amizade que ele sempre me dedicou. Uma forte e sã amizade o ligou também ao meu pai, José Paiva*. Nos seus tempos de juventude, ambos jogaram basket-ball no "Leiria Ginásio Club". E, claro por aquilo que me é dado saber, o sr. Fabião, ao mesmo tempo que prestava o seu contributo à equipa, como jogador, ia tirando as fotos que tão bem ilustram uma época da cidade de Leiria.
Era ele então, na altura, o proprietário da "Fotogafia Liz" ** junto ao Parque na margem direita do rio que atravessa esta cidade.
Esta Medalha de Mérito Cultural não podia ter sido mais bem atribuída!
Parabéns, Sr. Fabião!
Permita-me que lhe dê um forte abraço de muito carinho.
Zaida
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* O Snr. Fabião fez parte da mesa de apresentação do livro sobre o seu amigo Zé (o meu sogro, falecido em 1994). É o último à direita, na primeira fotografia.
** Temos, eu e a Zaida, no nosso espólio, variadíssimas fotografias dos anos 40, com o respectivo carimbo no verso, como era da praxe e do estilo da época. Algumas dessas fotografias bastante utilidade tiveram para nos ajudar a escrever o livro a que faço referência acima. Nele se focam aspectos relevantes duma época, dum homem(José Paiva, grande amigo do Sr. Fabião e a quem se faz a devida e merecida referência) e duma cidade (Leiria).
asn

2006/10/17

Beber um copito faz bem à saúde!

De quando em quando, ouve-se na rádio (o meu meio de comunicação preferido para ouvir e ter companhia, ou não fosse eu radioamador...que se passa comigo?!...agora só escrevo sobre temas com ligações ao radioamadorismo?...) das virtualidades de se beber um copito de vinho (tinto de preferência) à refeição.
Que faz bem à saúde, que é um óptimo anti-oxidante, ajuda à circulação sanguínea e contém na sua composição algumas vitaminas e outros ingredientes necessários ao bom funcionamento do organismo humano.
Os médicos, obviamente, alertam de imediato, para se ter atenção à quantidade desse precioso (para quem o sabe apreciar, claro está) néctar dos deuses! Nada de entusiasmos, acrescenta-se logo, por via dos abusos!
Vem todo este intróito a propósito de livros antigos e de um ilustre médico Viseense (Ribafeita, além de que também é da minha freguesia natal), chamado Samuel Maia, que escreveu, dissertou e trabalhou em vinho, nos princípios do séc. passado. E também do facto de que já ando acometido duma doença, acho que incurável, que é bisbilhotar à procura de livros de edições antigas, repescados em alfarrabistas ou através de contactos fortuitos sobre esta matéria dos livros.
Ofereceram-me, nestes últimos dias, um livro deste meu conterrâneo e aqui estou a apresentar esta faceta do Dr. Samuel Maia.
O livro de capa acima reproduzida, “O Vinho (Propriedades e Aplicações)”, com trinta mil exemplares vendidos na década de trinta, é duplamente interessante: primeiro, porque, para qualquer efeito, é criação de um viseense; e, por último, porque se trata de um trabalho saído da pena de um médico que resume comunicações e pareceres aprovados nos últimos congressos médicos dessa época, não sendo uma artística ode ao vinho proveniente da ressaca de um qualquer paraíso artificial - e que me perdoem os poetas, de que tanto gosto, mas, não obstante o Pro Archia de Cícero, cedo aprendi que os poetas não precisam de ser defendidos!
Samuel Maia, médico-escritor nascido em Viseu, que, tendo conhecido outra visibilidade e uma incontestada representatividade, nomeadamente na década de vinte do século passado, agora é obscuro domínio para o público avulso e até mesmo para os "profissionais da literatura". Contudo, nem sempre assim foi, sinal de que os modismos vão causando fluxos e refluxos do núcleo para as margens e destas para o centro. Em 1929, um artigo no parisiense <Monde> sobre os escritores mais importantes de Portugal prescreve o primado de Eugénio de Castro e de Augusto Gil, seguindo-se-lhes de imediato António Nobre, Aquilino, Samuel Maia Lopes de Mendonça e Ferreira de Castro (FRANÇA: 129). Ou seja, o autor viseense goza então de uma incontestável centralidade.
Samuel Maia, um vulto das nossas letras, nasceu em Ribafeita, Viseu, em 1873 ou 1874?
Samuel Maia, depois de se formar em Medicina pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, vê inscrita a sua obra de ficcionista nos antecedentes do neo-realismo, consagrando-se mesmo, ao tempo, com o romance regionalista de sabor aquiliniano Sexo Forte (1917 ou 1919) e com a novela Língua de Prata (1929), obras que, no dizer de António José Saraiva e Óscar Lopes, sobrepujam as restantes.
(Martim Sousa – in “Millenium on line” – Nº 16 de Outubro de 1999 :: texto a azul:: com algumas adaptações)

2006/10/15

RECORDAR é COMUNICAR...



Corria o tempo dos tempos dos anos 80, princípios da década.
Uma das formas mais privilegiadas de comunicar com pessoas de todo o mundo era através das bandas de radioamador, na modalidade de fonia.
De preferência em onda curta, para contactos a longa distância, para países longínquos (hoje estão ao alcance de um clic!...). Quão emocionante era a expectativa no decorrer duma Chamada geral via rádio, na banda dos 20 metros, por exemplo, ao romper da aurora ou ao pôr-do-sol, os momentos privilegiados para conseguir que as comunicações se estabelecessem com países como o Japão, a Austrália, as mil e uma ilhas espalhadas pelo Pacífico, alguns países da Ásia (os que já permitiam alguma abertura dos seus cidadãos com o estrangeiro...), as Américas, enfim.
Com mais ou menos dificuldade, ouvíamos, quando menos esperávamos, uma resposta ao nosso CQ, CQ, CQ de CT1CIR (o meu indicativo ainda hoje), "calling anyone anywhere and listening! Over!..." repetido vezes sem conta quando a propagação dos sinais radioeléctricos não era fácil.
Estabelecido o contacto, trocávamos coordenadas (endereços postais, normalmente o P.O.Box, lembram-se? os apartados postais, que era mais fácil transmitir!...) para escrever-mos para os sítios mais exóticos e obter uma resposta a confirmar que fizémos aquele QSO (conversação via rádio).
O poema acima reproduzido foi a forma como uma radioamadora do Paraguai achou mais interessante para me confirmar o QSO. No verso do postal lá vinham os dados todos:
Indicativo, banda/frequência, Data-hora, sinal de recepção e mais umas palavras de saudação.
Não resisti a esta tentação de voltar a falar dos tempos românticos das comunicações, ante-Internet!
Que saudades!... Claro, os tempos agora são outros. O Mundo deu muitas voltas, muita água passou por debaixo das pontes, a tecnologia deu, entretanto, um Pulo de Gigante!...

JARDIM DO SOLAR DO VISCONDE da BARREIRA


Uma amostra do que é o fantástico jardim do Solar do Visconde da Barreira, concelho de Leiria.
Ainda há tesouros escondidos...
Quer ver mais?...