2007/03/01

À volta do maviosíssimo poeta Francisco Rodrigues Lobo

Quem se aproxima da Praça Rodrigues Lobo, em Leiria, vindo da Rua D. Dinis, outra das imortais referências desta região e de Portugal inteiro. Num dia luminoso de prenúncios da Primavera de 2007.

Fermoso rio Lis, que entre arvoredos
Ides detendo as águas vagarosas,
Até que üas sobre outras, de invejosas,
Ficam cobrindo o vão destes penedos;
.

Verdes lapas, que ao pé de altos rochedos
Sois morada das Ninfas mais fermosas,
Fontes, árvores, ervas, lírios, rosas,
Em quem esconde Amor tantos segredos;
.

Se vós, livres de humano sentimento,
Em quem não cabe escolha nem vontade,
Também às leis de Amor guardais respeito.
.

Como se há-de livrar meu pensamento
De render alma, vida e liberdade,
Se conhece a razão de estar sujeito?
.

Primavera, Vales e Montes..., Floresta Undécima

2007/02/28

A Primavera está aí em força

Nos meus percursos diários entre a Boa Vista e Leiria e vice-versa, de vez em quando, dou umas sortidas pelas variantes nos campos dos arredores de Leiria. Quando nos dipomos a observar a natureza, são incontáveis os pequenos pormenores que a Natureza nos permite observar e admirar.
Como podemos ser tão indiferentes à vida que se renova em ciclos, ano após ano?
Com uma beleza estonteante!...Repare-se, muito simplesmente, neste TOJO!
Posted by Picasa Vejam mimosas e a sua cor viva e esfusiante, apresentadas no blog do Agostinho
- Mais info sobre o "tojo"

2007/02/27

Que raio de ideia!...

O meu amigo F´Santos, cartoonista, continua a privilegiar-me com vários trabalhos, que mos envia por e-mail. Tenho que me penitenciar por não ser suficientemente perspicaz para encontrar oportunidade e publicar mais neste blogue disperso, disperso até ao meu eu e mais além, muito mais além…
Hoje enviou-me este, que vos mostro.

Quem se atreve a escrever um texto sobre o tema proposto?
Se aparecer algum voluntário que queira alinhar no desafio de completar este post, aqui fica o repto.

Que raio de ideia mais estapafúrdica!…

Olhares

2007/02/24

Dentro de ti, ó Leiria!

Vista panorâmica sobre Leiria, o seu castelo empoleirado num morro, conjunto ex-libris deste Concelho. Pode vislumbrar-se, do lado direito, o monumental Estádio Dr. Magalhães Pessoa, construído por alturas e a pretexto do "Euro 2004" de futebol, desde então sempre às moscas, que é do bairrismo dos Leirienses?! O seu custo atingiu somas astronómicas, que estamos e estaremos, por muitos anos, a pagar com juros. Cá nos irá sair dos bolsos...enquanto lá tivermos uns trocados!
O ponto de partida deste olhar é o mesmo do da foto a seguir.
É verdade! Ainda se podem apreciar cenas campestres como esta, dentro da zona urbana de Leiria!
Por quanto tempo mais se conseguirá preservar este ambiente?
Esta vista panorâmica foi tirada em 20 de Fevereiro próximo passado. Ângulo: imagine-se imediatamente ao lado do IC2 - estrangulado, atrofiado, em movimento automóvel incessantemente infernal - Rua da Fonte do Rito, freguesia de Marrazes, a olhar no sentido Norte/Sul. A urbanização visível é a da Quinta do Bispo. Lá vivi, de 1980 a 1992...
E lá cresceram os meus filhos, a Inês e o Bruno, eu e a Zaida a vê-los fazerem as malas e irem para Coimbra. Hoje, ela é mãe da Mafalda e do Guilherme, professora de História da Arte, ele vai ser pai da Carolina, já para o mês que vem (ena, é já daqui a dias!...) e é Engenheiro de Informática e formador.
Eu meti-me, de alma e coração, no Radioamadorismo, campeão de cartões de QSL e de Diplomas de concursos internacionais via rádio...
O meu vizinho do 3º andar é que não gostava nada da brincadeira, sempre com resmunguices, que me cortava o cabo de transmissão, que deitava abaixo as antenas lá em cima do prédio, que até ia construir uma moradia por via dos "incómodos". Que incómodos?! Acabei por ser eu a sair antes, para uma moradia na Barreira. Ainda cá tenho um estendal de antenas em cima do telhado, que só visto! Aliás já as mostrei aqui num post, acho eu!...Só a paciência e compreensão da Zaida é que me afoitaram àquele empreendimento! Bons velhos anos 80!...

2007/02/21

Centenário do Nascimento de Miguel Torga (II)


Comunicado

.
Na frente ocidental nada de novo.

O povo

Continua a resistir.

Sem que ninguém lhe valha,

Geme e trabalha

Até cair.
.
Miguel Torga
Coimbra, 18 de Abril de 1961

2007/02/20

Bizarrias 1-n

 
Posted by Picasa

A Rita e o Bombom

Lembram-se de, há cerca de um ano atrás, lhes ter mostrado uma ninhada de gatos que nasceu num terreno/silvado mesmo ao lado de minha casa?
Pois cá andam, sempre muito fugidios, gatos da rua, às vezes mais domésticos, nós cá em casa a ajudar-mos à sua subsistência, apesar de tudo bons caçadores, bem reparamos nas penas de pássaros que eles vão apanhando.
Estes dois são, da esquerda para a direita, a Rita e o Bombom. A laranja que se perspectiva sobre a cabeça da Rita é a parte visível duma laranjeira novita mas produtiva, ali mesmo ao lado.

Posted by Picasa

2007/02/16

O carvalho mais antigo da Península Ibérica?

Porventura o mais antigo carvalho da Península Ibérica. Estima-se que tenha mais de 1.000 anos de vida. Há quem avente a hipótese de estar muito perto dos 1.500 anos. Esta foto foi tirada em 15 de Fevereiro de 2007.
Enquanto não tiver informações mais precisas, fica aqui, simplesmente, esta dica. Este carvalho é conhecido por "carvalho do Padre Zé" (caminho branco - Reguengo do Fétal), nos arredores de Leiria, numa zona povoada por muitos carvalhos, alguns de grande porte.
Nesta mesma área podem observar-se muitas oliveiras e sobreiros que têm, seguramente, várias centenas de anos de vida.
Segundo me informou o meu acompanhante e guia (na foto) este carvalho já foi observado por elementos da QUERCUS para efeitos duma possível classificação como património mundial.
Também fui informado de que este carvalho tem sido objecto de alguns atentados com vista à sua destruição, nomeadamente através dum furo feito com um trado de 30mm de diâmetro e 60 cm de altura. Nele foi introduzido ácido sulfúrico numa ocasião e noutra até dinamite foi utilizado. Infrutiferamente, pelo que se vê. Felizmente.
António Oliveira, o meu companheiro de visita e amigo, nasceu nesta zona e nela viveu e vive durante os seus 44 anos de existência. Conhece aquela zona como a palma das suas mãos. Tem muitas histórias a contar sobre toda aquela área duma beleza e contrastes naturais extraordinários. Até as lágrimas lhe vêm aos olhos só de pensar que o destino deste carvalho possa ser o abate, puro e simples, para fazer lenha!...
Esperemos que quem de direito e com responsabilidades na preservação da Natureza tome medidas urgentes antes que seja tarde.

2007/02/15

ANDRÉ BRUN vs Acácio de Paiva

Há uns meses atrás conheci, na Net, uma pessoa, que se está a revelar um inesperado amigo. Ainda não o conheço pessoalmente apesar de já termos trocado alguma correspondência. Começou por se mostrar a oferecer-me um livro, edição antiga, de SAMUEL MAIA (v. post anterior). Acabou por me explicar que tinha de sua posse uns livros que lhe tinham chegado às mãos por herança, mas que, na maior parte dos casos, estava interessado em se desfazer deles encontrando quem lhes pudesse dar uso e neles se mostrasse interessado.
Recentemente, sem despesas da minha parte, que não sejam as inerentes aos portes de correio registado, enviou-me um outro livro, por se ter apercebido do meu interesse particular no trabalho literário de Acácio de Paiva, conforme também já aqui foi focado. Foi assim que me chegou às mãos o livro de ANDRÉ BRUNDez contos de papelFolhinha de qualquer ano – contos e crónicas, um deles dedicado a ACÁCIO de PAIVA: “A “Serenata”, de Schubert”. O conto I está dedicado a Júlio Dantas e tem por título “A doida da minha rua”, um e outro autênticas preciosidades.
.
André Brun (1881-1926), filho de franceses, autor de prosa divertida e de humor subtil e generoso, ao atingir a maioridade pediu licença ao pai para optar pela nacionalidade portuguesa.
Foi um dos fundadores da sociedade de que resultou a SPA - Sociedade Portuguesa de Autores.

Assim termina o conto com dedicatória a Acácio de Paiva. Mesmo não se tendo lido todo o enredo deste texto literário, facilmente se antevê o fino humor que lhe serviu de fio condutor. A condizer, aliás, com a peculiaridade humorista do poeta Leiriense Acácio de Paiva.