2007/08/19

Só visto!



Bem prega Frei Tomás!...

1) O poste de iluminação pública está sujo porque desde a sua instalação, já lá vão uns bons anos, nunca lhe foi retirado o papel colado que o envolvia para efeitos de transporte;

2) As cadeiras devem ser pertença dum bar aqui mesmo ao lado (do qual se ouve o ruído suficiente para ser praticamente impossível trabalhar ao serão ou dormir, a não ser a partir das tantas da madrugada, nos andares por cima) . São da cor que se vê, perfeita sintonia com o Largo da Sé Catedral de Leiria, e parece que é para ali estacionarem "ad eternum"!;

3) Não seria de se pintar (ao menos isso) as paredes da casa onde, por sinal, trabalhou como Administrador do Concelho, o grande Eça de Queirós, ele próprio (no 1º andar - na extrema direita da foto vê-se a varanda do que foi o seu gabinete - da esquina com a Rua da Vitória)?;

4) Porque não retirar, pura e simplesmente, o sinal de estacionamento proibido, o que está no meio do Largo?

5) Não se vê nesta foto, mas junto à escadaria para o Adro da Sé, existe o local, no chão do passeio, onde era suposto estar um Jacarandá, igual aos que estão à vista. Volvidos uma data de anos ainda ninguém se lembrou de lá plantar outra árvore! Temos que ser nós, os "moradores" daquela zona, a tomar a iniciativa de o fazer? Mesmo assim, não acabaríamos por ser multados?

Haja mais respeito pelo Centro Histórico de Leiria!

(clic para ampliar e para melhor se entender as incongruências entre o sermão do painel e a prática)

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2007/08/16

Recantos de Leiria

O Rio Lis à nossa direita. À esquerda o Jardim Luís de Camões "requalificado". Quedemo-nos na contemplação deste recanto do Marachão, uma longa alameda lateral ao Lis. O olhar alonga-se na direcção Norte/NW. São 3 horas da tarde, meados de Agosto deste ano sem estações do ano: primavera/outono/primavera/inverno/outono/primavera/verãozito...
As árvores. Estou a aprender a conhecê-las. Quero passar a chamá-las pelos seus próprios nomes. Não é tarefa fácil. Aliás, os serviços de espaços verdes da Câmara também em nada ajudam quem passa...e olha à sua volta...quando olha.
Vejamos: sem me socorrer das minhas notas: da esquerda para a direira: plátano bastardo (padreiro); liquidambar (em primeiro plano a começar a assumir a bela cor vermelha das suas folhas de fins de Verão); faia (pouco se vê da sua copa); uma melia azedarach com os seus ramos cheios de frutos característicos a espreitarem a objectiva.
Ultimamente dou comigo a observar o desenvolvimento destas e doutras árvores de Leiria, ao longo do ano.
Um espectáculo esplendoroso, visto assim na sequência das imagens do ano inteiro!

2007/08/15

MARIA...

Hoje, em Leiria, há festa em honra de N. Sra. da Encarnação, padroeira da cidade.
Aliás, esta foto foi tirada ontem, desde o alto do Santuário com o mesmo nome, localizado num monte com encostas muito arborizadas, a oriente do Castelo de Leiria, enquadrado a preceito com uma linha de horizonte, como que a anunciar a própria
Assunção de Maria.(*)
Segundo rezam os "Anais do Município de Leiria", de João Cabral, a pág. 22 do III volume - 1993: "As imagens de Nossa Senhora e de S. Gabriel que estão sobre a porta principal são de pedra e foram ali colocadas em 1890." Eu não dei conta.

Mais notas sobre este Santuário podem consultar-se aqui.

(*) Assunção de nossa Senhora é uma solenidade da Igreja Católica referente à elevação de Maria em corpo e alma à eternidade para junto de Deus de forma definitiva.
Não há registos históricos do momento da morte de Maria. Desde os primeiros séculos usou-se o termo dormitio (dormição) no lugar de morte de Maria. A partir do
século VIII, no ocidente, o termo dormição foi substituido por Assunção. (in wikipédia). Por esta razão é que o dia 15 de Agosto é Feriado santificado (também Feriado Nacional na maioria dos países católicos; em Portugal este feriado foi confirmado como Nacional por força da última revisão da Concordata entre o Estado Português e a Santa Sé, já em 2004; entrou em vigor em 18 de Maio. Substituiu a de 7 de Maio de 1940 ).

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2007/08/12

Centenário de Torga e Leiria

Hoje comemora-se o Centenário exacto do nascimento deste grande vulto das letras e da Cultura portuguesas do século XX.

É-me grato, em mais esta oportunidade, deixar aqui assinalado o facto de Miguel Torga ter vivido, embora por pouco tempo, em Leiria
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"Viveu em Leiria, na casa que existiu na Rua Comandante João Belo, que fazia esquina em frente à actual Casa Iglésias e onde exereceu a sua actividade médica." (conforme Boletim da Associação dos Antigos Alunos da Escola Domingos Sequeira - "Lucerna" e "Toponímia de Leiria" de Alda Sales, ed. da Junta de freguesia de Leiria).

Posso acrescentar que essa casa se situaria, em tangente com o Largo Marechal Gomes da Costa. Como curiosidade/coincidência, nessa mesma zona, está colocada uma estátua de Afonso Lopes Vieira, outro grande escritor/poeta, séc. XIX/XX, intimamente ligado a Leiria.
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"Estou a reportar-me ao primeiro volume do seu numeroso Diário, onde Torga registaria, uma semana após, a sua prisão deste modo:
Cadeia de Leiria, 30 de Novembro de 1939

EXORTAÇÃO

Meu irmão na distância, homem
Que nesta mesma cama hás-de sofrer:
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!

A página seguinte do Diário – I já é escrita na cadeia do Aljube, em Lisboa, mas apenas a 6 de Dezembro. E, encarcerado pelo menos até 1 de Fevereiro de 1940, escreverá ainda cinco poemas (sempre poesia, é curioso, embora nos seus Diários predomine a prosa)."
(conforme Zé Oliveira (cartoonista do "Região de Leiria") aqui)
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«1939 …Edita “O Quarto Dia” d” A Criação do Mundo, um dos poucos testemunhos sobre a Guerra Civil de Espanha que em Portugal foram produzidos a partir de uma vivência in loco e publicados durante o conflito. A descrição crua de uma Espanha devastada pela luta fratricida e dominada pelo franquismo, e também uma Itália arrebatada pelos discursos de Mussolini, leva Miguel Torga às cadeias de Salazar. O livro é imediatamente apreendido, e o autor é preso em Leiria, e depois levado para o Aljube.... "
(conforme escreve José Pacheco Pereira aqui)
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A única evocação de Torga em Leiria consiste no nome duma rua, a Rua Miguel Torga, que vai da Rua da Fábrica do Papel à Avenida N. Sra. de Fátima, conforme deliberação da Câmara Municipal em 4 de Fevereiro de 1977.
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Duas notas dissonantes:

1) Não tive conhecimento de que em Leiria se tivesse evocado data tão significativa; afinal Torga, Dr. Adolfo Rocha, exerceu medicina, durante algum tempo, na cidade do Lis. Teria sido uma boa oportunidade para se dar relevo à sua ligação à cidade de Leiria. Um busto ao lado desta placa toponímica (requalificando este trecho da parede do prédio que se vê na foto), por exemplo, poderia ser uma boa forma de se homenagear tão emérito vulto da nossa história contemporânea.
2) Será que as cerimónias que tiveram lugar ontem, em Coimbra, a inauguração da Casa-Museu "Miguel Torga" e o memorial "Torga" na ponte de Santa Clara, precisamente no dia em que se completaram 100 anos sobre a data do nascimento do grande Torga, não mereciam maior atenção por parte do Governo de Portugal?

2007/08/11

Consertando e Desconsertando


O Snr. Inocêncio. Há cinquenta anos (número arredondado por mim, que ele fez as contas e falou-me em 49 anos e tal) a consertar sapatos. Sempre neste sítio da cidade de Leiria.
Há 41 anos que vivo nesta cidade e nunca tinha reparado no pormenor da oficina artesanal do Snr. Inocêncio.

Há dias, descia eu a Rua de Alcobaça, vinha da "Caixa de Previdência" lá em cima, no Largo da República (também lhe chamamos a "Praça do Município") eis senão quando, olho para o cimo dum telhado (ele próprio velho e carcomido pelo tempo, que já terá coberto uma casa, ela própria também a ameaçar ruir por todos os lados) e o que é que lá vejo: um triciclo (ele próprio igualmente de modelo antigo, todo ferrugento). Espantei-me com tal descoberta. Fiquei a saber que já lá está há imenso tempo! Como é que um triciclo vai estacionar em cima dum telhado decadente duma casa em ruínas, que até parece que não tem proprietário?! Então, e os serviços da Câmara Municipal não dão por nada?
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Dálias, abelhas e...Futebol



Hoje, Leiria, está cheia de leões e dragões...
para ver ao vivo o jogo da final da Supertaça "Cândido de Oliveira".
De qualquer modo, aqui há mais vida para além do FCP ou do SCP. Aquele rosa da dália não poderá estimular os Benfiquistas? Apesar de tudo...
Mesmo assim lá estarei,logo à noite, no Estádio, na companhia do Moura. O meu neto (dragão ferranho, ainda tentei convencê-lo a ser Benfiquista, mas nada feito) vai entrar em campo com as duas equipas. Claro, equipado a rigor com as cores do FCP.
(a composição acima foi retirada do site da SIC)


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2007/08/09

Chorai, oh homens chorai!...



Esta foto, talvez de 1970, representa um "golfinho-de-água-doce" da China. Segundo notícia da Antena 1, foi declarado extinto. O Mundo está mais pobre.
Bonita e sentida homenagem no "gatimanhos".
-foto retirada da revista "fauna" - ed. 1972

2007/08/08

Edição ne varietur


Há que tempos que ando a namorar estes dois livros. Comprei-os há dias.
Acredito que haja muito boa gente que se interrogue, como eu me vinha interrogando (podia dizer que sim senhor, dominava perfeitamente este tema, mas tenho que admitir a minha ignorância, entretanto colmatada, julgo eu), do significado rigoroso da expressão "Edição ne varietur" inserta na capa do livro de António Lobo Antunes. Confesso que tive que fazer umas consultas na internet e, com a ajuda da Zaida (ela é que estudou "Latim" nos seus tempos do Liceu), confirmei num livro (que o dicionário mais sofisticado que cá tenho em casa, o "Dicionário Houaisse da Língua Portuguesa" não me ajudou em nada) lá consegui obter o resultado desejado:
"Ne varietur, como bem observa AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, trata-se de uma locução latina que significa: “Para que nada seja mudado”; usada para indicar reprodução muito fiel (Pequeno Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa, 11ª Ed., Ed. GAMA)."
Ou seja, o texto publicado é rigorosa e certificadamente igual ao original entregue pelo autor à editora.
Está-se sempre a aprender. Se a minha irmã mais nova lê este post até cora de "vergonha" por esta minha confissão!...
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2007/08/04

Barreira - Leiria em festa

Como já anteriormente referi, está na altura das festas em honra do Santíssimo Salvador, o que acontece este fim-de-semana, na sede da freguesia da minha residência.
Na foto acima podem notar-se os enfeites tipicos da actualidade para avisar os visitantes que a festa é aqui. O edifício que se mostra é o chamado Solar do Visconde, com a entrada encimada com o brasão(1) do Visconde da Barreira. A envolver o Solar pode vislumbrar-se o lindo e centenário jardim do Visconde, tílias sobre o lado esquerdo da foto e uma araucária a destacar-se no azul do céu da Barreira.
Como já prometi, proximamente voltarei a falar deste majestoso jardim, intimamente ligado à família dos Viscondes da Barreira, cuja origem remonta aos primórdios do séc. XX.
Hoje já houve foguetório...como é da praxe e do estilo. (ver folheto promocional da festa de 2006).
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O título de Visconde da Barreira foi criado por el-rei D. Carlos I, por decreto de 9.1.1902, em favor de Antonio Carlos da Costa Guerra, terceiro neto, por varonia, de José Pereira da Costa Guerra, que casou com D. Carolina Amélia da Silva Marques. A carta de brasão foi concedida em 15.9.1755, por el-rei D. José ao seu trisavô(2).
O 1º Visconde, pai de D. Virginia Pereira da Costa Guerra (na origem de famílias ilustres de Leiria, como os Charters por exemplo), nasceu em Leiria a 28.7.1849 e faleceu na mesma cidade a 14.1.1909; era bacharel formado em Direito, proprietário e lavrador e exerceu em Leiria diversos cargos administrativos.
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(1) Este brasão era o que originariamente foi concedido por El-Rei D. José.
Ao lado esquerdo: brasão da fachada da casa abrasonada da família Costa Guerra, na Rua João de Deus(*), em Leiria, antes das obras de requalificação em curso. (clicar para ampliar ao pormenor)

Não é rigorosamente igual ao que, entretanto, foi "normalizado" (ver ao lado) pelo Conselho de Nobreza depois de 1910, em 1948.
(2) conforme informação obtida aqui onde se pode consultar mais dados a este respeito e da família Charters.

(*) Há quem diga que é no Largo Marechal Gomes da Costa. De facto, vai ali alguma confusão na toponímia daquela zona de Leiria. Temos a Rua João de Deus, que vai do limite da zona da fonte luminosa até ao terreiro, passando pela frente da Tipografia Lis; de permeio, ali na zona da estátua a Afonso Lopes Vieira e a casa "Iglésias", temos o Largo Marechal Gomes da Costa. A questão é que este Largo parece mesmo uma interrupção da Rua João de Deus.
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2007/08/03

Capela do Casal - Ribafeita

No post anterior mostrava-se a capela da minha terra natal, fotografia de Agosto de 2001.
Em Abril do corrente ano, apresenta-se como se vê. Ao lado há um grande Largo, agora alcatroado.

Só faço um reparo: esqueceram-se das árvores?!

Confirma-se que a festa é, este ano, de 11 a 13 de Agosto.