2007/09/03

Igreja e Convento de Santo Agostinho - Leiria

Na entrada anterior deste blogue fala-se do Jardim de Sto. Agostinho, mesmo pegado à Igreja e Convento do mesmo nome. Nessa sequência, talvez não seja desajustado, acrescentar mais alguns pormenores daquele monumento arquitectónico, que, pelo que me é dado saber, só por si, daria para escrever um livro. A Igreja está aberta ao culto e em bom estado de conservação.
Já o antigo Convento com as suas imponentes colunas do espaçoso claustro, do qual se entrevê nesta fotografia, em fundo, uma das torres da Igreja, encontra-se num estado lastimoso e, que se saiba, não há projectos para a sua restauração ou requalificação (apesar de enquadrar a área junto ao rio Lis, que foi objecto de obras de requalificação no âmbito do Programa Polis). Toda esta zona está votada ao abandono quase completo, servindo de arrecadação desordenada de todas as velharias mal conservadas, nem sei se minimamente catalogadas ou sequer inventariadas.
Relativamente ao brasão apresentado na fotografia 2 - Há uns meses atrás entrei, pela primeira vez, naquela área. Aliás, o seu acesso está às escâncaras. Reparei num brasão, muito ao abandono - escreve João Cabral, nos Anais do Município, volume I - ed. 1993, a pág. 83: "No Convento de Santo Agostinho, na parede sul do claustro, está um brasão cujos elementos são: Escudo francês esquartelado. O 1º e o 4º quartéis seis quadernas postas 2,2,2,; e o 2º e 3º ondados. Elmo cerrado, de frente: Virol, timbre e paquife. O 1º e 3º quartéis lembram-nos GOIS, nome muito respeitado em Leiria em princípios do século XVII. O 2º e 4º recordam-nos MARTIM DE TÁVORA E NORONHA, segundo filho de D. Pedro Vieira da Silva e neto, por parte da mãe, de Martim de TÁVORA e Noronha."
Esta foto 3 refere-se a um pormenor da porta de entrada. Segundo a mesma obra: "A coroar a porta de entrada da igreja de Santo Agostinho, vê-se um brasão cujas peças são: uma águia bifronte com uma lisonja no centro e dentro desta um coração. Sobre a lisonja uma mitra."
Esta águia, símbolo dos missionários agostinianos, faz parte da haráldica da freguesia de Leiria, sobre cujo brasão continuo a recolher elementos o mais precisos possível, dado que a justificação da simbologia dos elementos que a compõem, que me foi facultada pela própria Junta, não me parece estar devidamente clara.
- Já que estamos em tempo de inauguração oficial de obras Polis, com membros do Governo e tudo, seria bom não esquecer que em 2000 foi anunciado, como uma das obras a levar avante: "instalação de um museu de arqueologia no Convento de Santo Agostinho".
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2007/08/30

Igreja Sto. Agostinho de Leiria - Quercus robur vs Quercus rubra

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A Igreja de Santo Agostinho, de Leiria, é um dos ícons sagrados desta cidade. A sua história é muitíssimo rica. Pena é que a parte conventual a que este monumento de culto está intimamente associado esteja tão maltratado. Só vendo as fotografias que tenho de minha posse tiradas nos claustros! É uma pena! Tanto esforço psíquico e financeiro das gerações passadas e nós a desbaratarmos os sinais que nos deixam, autênticas pistas de reflexão para trilhar um futuro de comunidade.(1).


Este aspecto de pormenor seria suposto reportar-se ao Quercus robur, a que se refere a placa abaixo e pertenceria à árvore que se vê junto a essa mesma placa colocada no jardim requalificado no Largo de Infantaria 7 (ou do jardim de Sto. Agostinho), o rio Lis, aqui mesmo ao lado, a primeira fábrica de papel de Portugal, a 50 metros ao lado esquerdo, tudo devidamente requalificado (ou quase, que as obras ainda estão em curso), no âmbito do programa Polis, ontem solenemente inauguradas pelo Primeiro Ministro e pela Dra. Isabel Damasceno, Presidente da Câmara).

Outros nomes por que o Quercus robur L. é conhecido: Carvalho-roble, Carvalho-alvarinho, Carvalho-comum.
Não são visíveis Frutos. De qualquer modo não será de espantar que este carvalho esteja sem frutos, dada a sua tenra idade e o seu longo período de maturação (explicação adaptada duma nota/comentário deste post. Aliás aconselha-se a leitura destes comentários, pela pertinência das suas achegas ao esclarecimento do conteúdo desta entrada). Talvez que se estivesse mais bem tratado ou localizado de modo a que a própria Natureza melhor o desenvolvesse, o seu vigor fosse outro. Ao fim e ao cabo esta árvore há-de ter mais de 10 anos de idade.

- Não gostaria que me dissessem: "quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão?"

Mas, este Quercus será mesmo um Quercus robur? Não terá havido uma segunda plantação e, na sequência, uma troca de árvores? Veja-se a foto das folhas da árvore que aqui (mais ou menos no mesmo sítio) estava plantada em 2000 (data do "atlas das árvores de Leiria"). Se se ampliar a fotografia acima, tirada hoje, penso que há diferenças nítidas no tipo de Folhas.

Aliás, se repararmos nas folhas dum dos Carvalhos (o da sequência), plantados no passeio nascente da Rotunda Melvin Jones, esse sim, será um Quercus robur. Fica aqui a minha dúvida. Terá razão de ser?

Nota complementar: Pelas informações posteriores que consegui, não só na sequência das minhas próprias observações, mas, muito particularmente, pelas colaborações disponibilizadas através dos comentários de amigos deste blogue e da Botânica, o carvalho actualmente plantado junto à placa em questão é um Quercus rubra. Nestas circunstâncias penso que seria de todo desejável, diria mesmo que deveria constituir-se numa imposição, que, no mais curto espaço de tempo possível, fosse colocado neste local o carvalho da espécie referida na placa comemorativa, em substituição do que lá está, actualmente. (1/9/2007).

Enviei um e-mail à Câmara Municipal de Leiria a chamar a atenção para esta questão. Espero bem que não tenha caído em "caixa rota".

* (1) Ver pág. 20 do III vol. de "Anais do Município de Leiria" - 2ª ed. 1993, de João Cabral.
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Árvores de Leiria - Quercus

Quercus robur L. (Note-se a diferença da folha com a do pretenso (digo eu) Quercus robur que deveria estar plantado no Jardim de Sto. Agostinho, junto à placa alusiva à geminação com a cidade Alemã de Rheine a ter em conta o texto nela inscrito).

Ontem, na Rotunda Melvin Jones, em Leiria. Beleza singular de carvalhos de várias espécies plantados, há poucos anos, creio que por alturas dos preparativos para a construção do Estádio Dr. Magalhães Pessoa para o Euro2004. Não terão mais de 10 anos no local. Claro que já para lá foram com alguns anos de vida. Será impressão minha ou estes Carvalhos não estão lá de muito boa saúde? Ou será que o Outono está a antecipar-se?

Só uma simples pergunta, em jeito de satisfação da minha curiosidade: qual a razão explicativa da plantação desta belíssima colecção de carvalhos neste local, precisamente?

Hoje, decidi que, dado o entusiasmo com que tenho andado a observar e a estudar as árvores de Leiria, era tempo de abrir mais um blogue, como complemento deste "dispersamente..." nesta especialidade.
Chama-se precisamente "
Árvores de Leiria". Se me puder dar umas dicas sempre que notar alguma imprecisão nas minhas observações de amador e leigo na matéria, ficava-lhe muito grato.

A classificação destas árvores irá sendo aqui registada tão logo tenha elementos o mais fidedignos possíveis. Pode ser que o Departamento de Espaços Verdes da Câmara Municipal de Leiria nos possa esclarecer...). Não seria má ideia!

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2007/08/28

Onde está a Felicidade? (*)

Num dia 28 de Agosto, estão a fazer à volta de 2.500 anos, morreu Confúcio.
Porque não seguir as suas máximas?
De que mais precisaríamos para sermos felizes?
PODER?
RIQUEZA?
Insensatos que nós somos!...
-

ONU


Serão necessários 200 mil milhões de dólares para travar mudança climática até 2030 (DE)
-
Não se gastam muitos mais milhões em excessos de meia dúzia de privilegiados, egoístas, que só pensam neles, e só têm olhos para os seus próprios umbigos?
As alterações climáticas, os cataclismos da Natureza, para não falar dos que a ganância e ignorância de motivações religiosas e outras, poderão desencadear neste belo Planeta, que os Astronautas vêm azul, não vão poupar os ricos e poderosos, muito menos os restantes milhões de seres a que a Terra dá Vida e Sustento.
Não sejamos estúpidos, por amor de Deus, Alá, Buda, etc. etc. etc!
-
À especial atenção dos detentores do Poder de Governar: Porque não reflectir seriamente sobre as máximas de Confúcio?
-
(*) Desculpem ter mudado o título. Mas lembrei-me duma estória antiga com alguma piada, analisada agora a esta distância. Tem a ver com o livro, com o mesmo título, de Camilo Castelo Branco. Não vem lá muito a propósito do tema que a Zaida se propôs tratar no post que colocou no "gatimanhos", mas veio-me à memória essa estória - hoje seria hilariante - passada comigo, tinha eu 16 anos, quase 17. Fui à Biblioteca Pública "da Casa Amarela", em Viseu, com ideias de ler aquele livro. Não seria, aliás, o meu primeiro livro de Camilo Castelo Branco. Que não snr., que o meu Bilhete de Identidade tinha lá escrito, preto no branco, que eu ainda não tinha 17 anos, portanto não podia requisitar aquele livro!...
Coisas do tempo da "outra senhora"!...

2007/08/27

A Beleza acontece quando tu SORRIS...


Estamos, eu e a Zaida, de férias. Daquelas em que temos conseguido não nos submeter a horários nem a programas previamente empacotados, cheios de papelinhos com cores e cheiros tropicais e outros que tais.
Temo-nos deixado levar pelas ondas do Tempo, horário, meteorológico, humorístico ou mais casmurrento.

Vivemos, de há uns bons anos a esta parte, num local de que gostamos. A decisão de virmos viver para estes lados foi inicialmente motivada pela minha paixão pelo Radioamadorismo. A propagação das ondas hertzianas tem campo aberto para se espraiar por esse Mundo fora…


A Nascente, o vale do Rio Lis - nascido naqueles lugares encantados das Cortes, terra de muito labor compensado embora com boas produções, terra de muitos e bons poetas, de muita cultura e de muita História – a Sra. do Monte a retribuir os nossos olhares, por vezes duma forma enigmática, como que a lembrar-nos a sua presença majestosa mas cúmplice.

..
A Poente, a continuação da encosta do lado de cá do Rio, terrenos em forte declive, mas de bom cultivo e pastoreio, uns restos de pomar, de vinha e de pinhal. Lá ao cimo pressente-se a estrada de S.S. Salvador que leva, depois de se passar pela Carvalhinha e pelo Pinhal Verde, à sede da freguesia, a Barreira; com a sua Igreja Matriz dedicada ao SS Salvador, o Solar do Visconde e respectivo jardim exótico e secular, o seu casario à volta das antigas casas Senhoriais dos Guerras e dos Oliveira Simões, vinhas e pomares a perder de vista…
O dia amanhece lindo, a confirmar o quão volúvel o Tempo se nos está a apresentar, como que a enviar-nos avisos, alertas! Para nos animar, talvez, o Sol brilha e encanta. Faz-nos Sorrir…e que nos faça pensar, também.
Fiz umas experiências com a tele-objectiva, coisa simples, da minha inseparável máquina fotográfica.
É uma pequena amostra desta sessão fotográfica matinal que vos quero mostrar, agora, aqui…
Bom dia!
Façam favor de ser Felizes!
Sorriam!...
- 19h00 -

Ao fim da tarde não resisti a voltar a fotografar a vista panorâmica que se abarca desde a varanda virada a nascente. Só que desta vez as Cortes e toda a Sra. do Monte (o monte sobranceiro que detém esse nome por lá ter sido fundada a capelinha da Sra. do Monte, a que só poderá ser reconhecida na foto - lá no alto - por quem conhecer este sítio) apresentam-se com a luminosidade espantosa da luz do Sol poente.

E pensar, por associação de ideias com os momentos dramáticos que os Gregos estão a viver neste preciso momento, que todo aquele Monte, encostas e outras áreas desta zona, arderam completamente num fogo terrível, em 2005. Posso garantir-vos que, nessa altura, eu e outros populares, ouvimos e vimos o diabo à solta. Lufadas de ar negro de fumo, ruído cavo, medonho, abafado que sufocava, atravessou o vale e, como que nos queria atemorizar, a nós que estávamos do lado de cá. As populações das Cortes e arredores juntaram-se aos bombeiros e lutaram que nem uns bravos, na defesa dos seus bens e do seu próprio habitat.

A vida neste Planeta Terra, alvo de tantas e tão vis cobiças de toda a ordem, bem precisada está que sejamos capazes de reflectir no melhor caminho a seguir, sem rancores, sem guerras, sem ganâncias desmedidas.

Precisamos urgentemente de reencontrar a alegria de Viver e SORRIR!
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2007/08/25

Ninguém protege o ambiente?

Assim?! O lixo da primeira foto já ali está há, pelo menos 10 dias! Os painéis que apelavam à colaboração de todos estão por terra, pior, espalhados pelo areal a prejudicar seriamente a recuperação da flora protectora das dunas!
Para onde anda a olhar o presidente da Junta de Coimbrões - Leiria?!
E todos estes aspectos aqui publicados são uma pequena amostra da falta de empenho da autarquia e dos próprios utentes na necessária e absolutamente indispensável preservação de condições mínimas de decência com que se deve manter a única praia do concelho de Leiria: a Praia do Pedrógão!
Elementar, meus caros, elementar!...
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2007/08/24

Eucaliptos ornamentais na Escola Domingos Sequeira - Leiria

A ver se nos entendemos, se não ainda posso contribuir para gerar alguma confusão entre os leitores deste blogue. O que, de todo, faço questão em evitar a todo o transe.
De há dois anos a esta parte que me tenho vindo a interessar em escrever sobre as árvores de Leiria. Na altura o "Atlas das Árvores de Leiria" não estava activo na Net nos seus principais links. Era preciso password. De modo que me desinteressei da sua consulta e comecei a minha aventura, por conta e risco próprios. E fui escrevendo e relatando as notas resultantes dessas minhas observações. Com as inevitáveis insuficiências. Na oportunidade, valeu-me a equipa do blogue "
dias-com-arvores.blogspot.com" e outros, como o "sombra-verde", e o facto de ter investido em livros sobre Botânica, eu que sou um simples amador. Ao mesmo tempo consegui que me fosse facultado um CD com o referido Atlas e, pouco tempo depois, apercebi-me que os links do "Atlas" na internet já estavam activos e de livre acesso.
Inesperadamente, tomei consciência do quão raras são algumas das árvores plantadas, já há umas décadas, nos jardins da Escola Secundária Somingos Sequeira - Leiria (fui lá professor de 1969/71 e em 1983). Já reportei, em posts anteriores, da minha descoberta de dois eucaliptos de rara beleza e pouco frequentes em Portugal. Ver
aqui.
Apesar de já ter voltado atrás para fazer uma actualização com mais notas, aqui fica o ponto da situação que eu me permito fazer nesta data:

(continua em "dentrodetioleiria").

Sobreiro da Escola do Telheiro - Barreira

Este sobreiro é como que uma imagem presente do meu dia a dia e nos de muitas mais pessoas, com toda a certeza. Já o fotografei em variadíssimas ocasiões: com mais luz, menos luz, de outros e variados ângulos. Mas é assim, tal como está - mesmo descarnado da sua cortiça, que lha tiraram há uns dois anos - talvez, que mais ele se mostra.
Há que tempos que ando para o colocar neste meu blogue. Ei-lo finalmente!
Quantos anos terá? Já fiz esta pergunta a muita gente da terra, Telheiro - Barreira - Leiria. Que não fazem ideia. Está posicionado precisamente no lugar do muro do recreio da Escola Básica. Ainda bem que o estão a preservar. Para mim, que aqui passo todos os dias e que moro aqui perto, já é mais que uma simples árvore. É um símbolo dum lugar! Imprescindível!
Que Deus o conserve! E que os homens não o desamparem!...

- Quercus suber L Sobreiro, Sovereiro, Sobro, Sôvero, Chaparro

Árvore de copa ampla algo irregular, até 10-25 metros de altura. Ritidoma suberoso(*), grosso e gretado, cinzento-escuro a quase negro, revelando-se liso e amarelado ou avermelhado nos troncos e ramos descortiçados. Espécie comum do O da região mediterrânica e muito cultivado na Europa pelo valor ornamental e aproveitamento comercial da cortiça. (ver "Árvores de Portugal e Europa" - Guia FAPAS(**) - ed- 2005. A página 3 deste livro pode ler-se: "Em memória do grande ambientalista português, Vitor Manuel Marques de Magalhães, 1951-2004. ... Com o Vítor Marques, como gostava de ser chamado, travámos muitas lutas, fundámos o Terra Viva, o Grupo para o Estudo e Protecção da Fauna e Flora do Alto Alentejo e, por fim, o jornal e a associação Quercus. ... Caro Vítor, ainda havemos de plantar, com o Gustavo, muitas árvores em tua memória! 14 de Abril de 2005. Serafim Riem" (Gustavo é seu filho)).

(*) Principal característica para o distinguir da Azinheira, Quercus Ilex L, que tem o Ritidoma não suberoso, isto é, "porção externa da casca, e que consiste na periderme e tecidos por ela isolados, nomeadamente tecidos corticais e floémicos", no caso em análise, ter ou não ter cortiça.

(**) FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens, associação sem fins lucrativos (http://www.fapas.pt/)

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2007/08/21

S. Francisco de Leiria

Hoje, ao princípio do dia, férias cá dentro, tomava um pequeno almoço, ali numa esplanada do CC Maringá (bem que se lhe podia ter dado outro nome, mas enfim. Porque não CC S.Francisco?, por exemplo? É verdade que, mais tarde, foi instalado, nas proximidades, um Centro Comercial com este nome, na mesma Rua de S. Francisco(*)). Claro, tinha que andar com a minha máquina fotográfica a tiracolo, a Zaida já nem me diz nada, olhei, voltei a olhar, aquele contraluz duma manhã cristalina, algo fresca, esta mota, ao fundo os ciprestes do Cemitério de Sto. António do Carrascal, lá no alto, o conjunto da Igreja de S. Francisco(**), requalificada nos anos 90 do séc. passado. Como resitir à magia deste momento?!
Todas as árvores são um encantamento para mim. E se as há que me seduzem perticularmente - pela sua beleza, pela sua variedade dentro da grande família Quercus, uma delas é o Carvalho. Já fotografei diversas vezes uns carvalhos do género deste que vos mostro em primeiro plano, jovens, que estão em pleno vigor num recanto ajardinado nas traseiras da Igreja de S. Francisco (estamos em Leiria - sem esquecer que esta igreja também esteve ligada a um convento).
Muito sinceramente, não consegui ainda classificá-lo com o rigor indispensável, limitei-me a olhá-lo e comparar o recorte das suas folhas com os manuais de Botânica que tenho ao meu dispôr, eu que ando somente a tentar aprender os nomes das árvores de Leiria, a ver se consigo familiarizar-me com elas um pouco mais. Parece-me ser um Quercus velutina.
- Conforme se pode observar na fotografia acima, ao lado da igreja de S. Francisco, foi construída, segundo se julga pelo Bispo D. Miguel de Bulhões, um pouco à frente e ao lado, com limite para a Rua já referida, uma "capela dos Terceiros".
Nela está incrustada uma pedra com as armas da Ordem Terceira de S. Francisco, cuja fotografia desta data mostra o seguinte brasão:
Partida: na primeira as chagas de S. Francisco;
na segunda as armas de Portugal.
Na base lê-se a legenda: ANNO 1719.
Na fachada principal da Igreja existe outro brasão da mesma Ordem, algo mutilado.
A Ordem de S. Francisco foi muito influente em Leiria, tendo eu lido, recentemente, que em 1905, havia a Procissão dos Passos que, no itinerário de Jesus no seu Calvário, saía da Igreja de S. Francisco e seguia os seus Passos até à Sé de Leiria. Permito-me mostrar um excerto da fotografia digital que tirei hoje mesmo, no Arquivo Distrital de Leiria, extraída do Semanário "Leiria Illustrada", nº 15, de 17 de Março de 1905 (tendo em conta que o nº 14 saíu à estampa em 9 de Março de 1905 - não anotei a data precisa nem tal ficou na foto).
O Arquivo Distrital de Leiria possui um acervo assinalável de jornais e outra imprensa de épocas remotas.
A consultar, incluindo o seu site na internet.
-
(*) A Rua de S. Francisco vai da Rua Capitão Mouzinho de Albuquerque à Rua Dr. Américo Cortês Pinto (a rua ao longo do Marachão, que vai dar ao Teatro José Lúcio da Silva). Tem este nome por Alvará do Governo Civil, de 18-12-1877.
(**) Esta Igreja, que há muito ameaçava ruir, pertencia ao conjunto do antigo Convento de S. Francisco. Hoje, depois de vicissitudes várias quanto à sua propriedade e destino na sequência da extinção das ordens religiosas(***), está restaurada e aberta ao culto. A Igreja de S. Francisco, Leiria, esteve no centro de algumas polémicas relativas à jurisdição das igrejas de Leiria. Em 1503, na Igreja de S. Francisco de Leiria, uma bênção episcopal lançada por D. Jorge de Almeida, deu azo a processos e contestações, em termos da "luta" que então se travava entre o Bispo de Coimbra e os Cónegos Regrantes de Santa Cruz, que detinham um enorme e velho poder. (conforme se pode inferir da leitura dos trabalhos abaixo assinalados em que uma quota importante é da resposnabilidade do historiador Prof. Dr. Saul Gomes). Mais se poderá apurar pela leitura da bibliografia abaixo referida, mas não, ao que é do conhecimento público, em relação à data precisa da construção desta igreja.
(***) Ver "Leiria-subsídios para a História da sua Diocese" - A. Zúqute; "Anais do Município de Leiria" - João Cabral - vol I - 2ª ed.revista e aumentada - CML 1993; "Catedral de Leiria" - ed. "Diocese de Leiria-Fátima" - Leiria 2005; e "Organização paroquial e jurisdição eclesiástica no priorado de leiria" - Saul Gomes.
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2007/08/19

Só visto!



Bem prega Frei Tomás!...

1) O poste de iluminação pública está sujo porque desde a sua instalação, já lá vão uns bons anos, nunca lhe foi retirado o papel colado que o envolvia para efeitos de transporte;

2) As cadeiras devem ser pertença dum bar aqui mesmo ao lado (do qual se ouve o ruído suficiente para ser praticamente impossível trabalhar ao serão ou dormir, a não ser a partir das tantas da madrugada, nos andares por cima) . São da cor que se vê, perfeita sintonia com o Largo da Sé Catedral de Leiria, e parece que é para ali estacionarem "ad eternum"!;

3) Não seria de se pintar (ao menos isso) as paredes da casa onde, por sinal, trabalhou como Administrador do Concelho, o grande Eça de Queirós, ele próprio (no 1º andar - na extrema direita da foto vê-se a varanda do que foi o seu gabinete - da esquina com a Rua da Vitória)?;

4) Porque não retirar, pura e simplesmente, o sinal de estacionamento proibido, o que está no meio do Largo?

5) Não se vê nesta foto, mas junto à escadaria para o Adro da Sé, existe o local, no chão do passeio, onde era suposto estar um Jacarandá, igual aos que estão à vista. Volvidos uma data de anos ainda ninguém se lembrou de lá plantar outra árvore! Temos que ser nós, os "moradores" daquela zona, a tomar a iniciativa de o fazer? Mesmo assim, não acabaríamos por ser multados?

Haja mais respeito pelo Centro Histórico de Leiria!

(clic para ampliar e para melhor se entender as incongruências entre o sermão do painel e a prática)

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2007/08/16

Recantos de Leiria

O Rio Lis à nossa direita. À esquerda o Jardim Luís de Camões "requalificado". Quedemo-nos na contemplação deste recanto do Marachão, uma longa alameda lateral ao Lis. O olhar alonga-se na direcção Norte/NW. São 3 horas da tarde, meados de Agosto deste ano sem estações do ano: primavera/outono/primavera/inverno/outono/primavera/verãozito...
As árvores. Estou a aprender a conhecê-las. Quero passar a chamá-las pelos seus próprios nomes. Não é tarefa fácil. Aliás, os serviços de espaços verdes da Câmara também em nada ajudam quem passa...e olha à sua volta...quando olha.
Vejamos: sem me socorrer das minhas notas: da esquerda para a direira: plátano bastardo (padreiro); liquidambar (em primeiro plano a começar a assumir a bela cor vermelha das suas folhas de fins de Verão); faia (pouco se vê da sua copa); uma melia azedarach com os seus ramos cheios de frutos característicos a espreitarem a objectiva.
Ultimamente dou comigo a observar o desenvolvimento destas e doutras árvores de Leiria, ao longo do ano.
Um espectáculo esplendoroso, visto assim na sequência das imagens do ano inteiro!

2007/08/15

MARIA...

Hoje, em Leiria, há festa em honra de N. Sra. da Encarnação, padroeira da cidade.
Aliás, esta foto foi tirada ontem, desde o alto do Santuário com o mesmo nome, localizado num monte com encostas muito arborizadas, a oriente do Castelo de Leiria, enquadrado a preceito com uma linha de horizonte, como que a anunciar a própria
Assunção de Maria.(*)
Segundo rezam os "Anais do Município de Leiria", de João Cabral, a pág. 22 do III volume - 1993: "As imagens de Nossa Senhora e de S. Gabriel que estão sobre a porta principal são de pedra e foram ali colocadas em 1890." Eu não dei conta.

Mais notas sobre este Santuário podem consultar-se aqui.

(*) Assunção de nossa Senhora é uma solenidade da Igreja Católica referente à elevação de Maria em corpo e alma à eternidade para junto de Deus de forma definitiva.
Não há registos históricos do momento da morte de Maria. Desde os primeiros séculos usou-se o termo dormitio (dormição) no lugar de morte de Maria. A partir do
século VIII, no ocidente, o termo dormição foi substituido por Assunção. (in wikipédia). Por esta razão é que o dia 15 de Agosto é Feriado santificado (também Feriado Nacional na maioria dos países católicos; em Portugal este feriado foi confirmado como Nacional por força da última revisão da Concordata entre o Estado Português e a Santa Sé, já em 2004; entrou em vigor em 18 de Maio. Substituiu a de 7 de Maio de 1940 ).

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2007/08/12

Centenário de Torga e Leiria

Hoje comemora-se o Centenário exacto do nascimento deste grande vulto das letras e da Cultura portuguesas do século XX.

É-me grato, em mais esta oportunidade, deixar aqui assinalado o facto de Miguel Torga ter vivido, embora por pouco tempo, em Leiria
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"Viveu em Leiria, na casa que existiu na Rua Comandante João Belo, que fazia esquina em frente à actual Casa Iglésias e onde exereceu a sua actividade médica." (conforme Boletim da Associação dos Antigos Alunos da Escola Domingos Sequeira - "Lucerna" e "Toponímia de Leiria" de Alda Sales, ed. da Junta de freguesia de Leiria).

Posso acrescentar que essa casa se situaria, em tangente com o Largo Marechal Gomes da Costa. Como curiosidade/coincidência, nessa mesma zona, está colocada uma estátua de Afonso Lopes Vieira, outro grande escritor/poeta, séc. XIX/XX, intimamente ligado a Leiria.
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"Estou a reportar-me ao primeiro volume do seu numeroso Diário, onde Torga registaria, uma semana após, a sua prisão deste modo:
Cadeia de Leiria, 30 de Novembro de 1939

EXORTAÇÃO

Meu irmão na distância, homem
Que nesta mesma cama hás-de sofrer:
Que nem a terra nem o céu te domem;
Nenhuma dor te impeça de viver!

A página seguinte do Diário – I já é escrita na cadeia do Aljube, em Lisboa, mas apenas a 6 de Dezembro. E, encarcerado pelo menos até 1 de Fevereiro de 1940, escreverá ainda cinco poemas (sempre poesia, é curioso, embora nos seus Diários predomine a prosa)."
(conforme Zé Oliveira (cartoonista do "Região de Leiria") aqui)
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«1939 …Edita “O Quarto Dia” d” A Criação do Mundo, um dos poucos testemunhos sobre a Guerra Civil de Espanha que em Portugal foram produzidos a partir de uma vivência in loco e publicados durante o conflito. A descrição crua de uma Espanha devastada pela luta fratricida e dominada pelo franquismo, e também uma Itália arrebatada pelos discursos de Mussolini, leva Miguel Torga às cadeias de Salazar. O livro é imediatamente apreendido, e o autor é preso em Leiria, e depois levado para o Aljube.... "
(conforme escreve José Pacheco Pereira aqui)
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A única evocação de Torga em Leiria consiste no nome duma rua, a Rua Miguel Torga, que vai da Rua da Fábrica do Papel à Avenida N. Sra. de Fátima, conforme deliberação da Câmara Municipal em 4 de Fevereiro de 1977.
-

Duas notas dissonantes:

1) Não tive conhecimento de que em Leiria se tivesse evocado data tão significativa; afinal Torga, Dr. Adolfo Rocha, exerceu medicina, durante algum tempo, na cidade do Lis. Teria sido uma boa oportunidade para se dar relevo à sua ligação à cidade de Leiria. Um busto ao lado desta placa toponímica (requalificando este trecho da parede do prédio que se vê na foto), por exemplo, poderia ser uma boa forma de se homenagear tão emérito vulto da nossa história contemporânea.
2) Será que as cerimónias que tiveram lugar ontem, em Coimbra, a inauguração da Casa-Museu "Miguel Torga" e o memorial "Torga" na ponte de Santa Clara, precisamente no dia em que se completaram 100 anos sobre a data do nascimento do grande Torga, não mereciam maior atenção por parte do Governo de Portugal?

2007/08/11

Consertando e Desconsertando


O Snr. Inocêncio. Há cinquenta anos (número arredondado por mim, que ele fez as contas e falou-me em 49 anos e tal) a consertar sapatos. Sempre neste sítio da cidade de Leiria.
Há 41 anos que vivo nesta cidade e nunca tinha reparado no pormenor da oficina artesanal do Snr. Inocêncio.

Há dias, descia eu a Rua de Alcobaça, vinha da "Caixa de Previdência" lá em cima, no Largo da República (também lhe chamamos a "Praça do Município") eis senão quando, olho para o cimo dum telhado (ele próprio velho e carcomido pelo tempo, que já terá coberto uma casa, ela própria também a ameaçar ruir por todos os lados) e o que é que lá vejo: um triciclo (ele próprio igualmente de modelo antigo, todo ferrugento). Espantei-me com tal descoberta. Fiquei a saber que já lá está há imenso tempo! Como é que um triciclo vai estacionar em cima dum telhado decadente duma casa em ruínas, que até parece que não tem proprietário?! Então, e os serviços da Câmara Municipal não dão por nada?
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Dálias, abelhas e...Futebol



Hoje, Leiria, está cheia de leões e dragões...
para ver ao vivo o jogo da final da Supertaça "Cândido de Oliveira".
De qualquer modo, aqui há mais vida para além do FCP ou do SCP. Aquele rosa da dália não poderá estimular os Benfiquistas? Apesar de tudo...
Mesmo assim lá estarei,logo à noite, no Estádio, na companhia do Moura. O meu neto (dragão ferranho, ainda tentei convencê-lo a ser Benfiquista, mas nada feito) vai entrar em campo com as duas equipas. Claro, equipado a rigor com as cores do FCP.
(a composição acima foi retirada do site da SIC)


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2007/08/09

Chorai, oh homens chorai!...



Esta foto, talvez de 1970, representa um "golfinho-de-água-doce" da China. Segundo notícia da Antena 1, foi declarado extinto. O Mundo está mais pobre.
Bonita e sentida homenagem no "gatimanhos".
-foto retirada da revista "fauna" - ed. 1972

2007/08/08

Edição ne varietur


Há que tempos que ando a namorar estes dois livros. Comprei-os há dias.
Acredito que haja muito boa gente que se interrogue, como eu me vinha interrogando (podia dizer que sim senhor, dominava perfeitamente este tema, mas tenho que admitir a minha ignorância, entretanto colmatada, julgo eu), do significado rigoroso da expressão "Edição ne varietur" inserta na capa do livro de António Lobo Antunes. Confesso que tive que fazer umas consultas na internet e, com a ajuda da Zaida (ela é que estudou "Latim" nos seus tempos do Liceu), confirmei num livro (que o dicionário mais sofisticado que cá tenho em casa, o "Dicionário Houaisse da Língua Portuguesa" não me ajudou em nada) lá consegui obter o resultado desejado:
"Ne varietur, como bem observa AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, trata-se de uma locução latina que significa: “Para que nada seja mudado”; usada para indicar reprodução muito fiel (Pequeno Dicionário Brasileiro de Língua Portuguesa, 11ª Ed., Ed. GAMA)."
Ou seja, o texto publicado é rigorosa e certificadamente igual ao original entregue pelo autor à editora.
Está-se sempre a aprender. Se a minha irmã mais nova lê este post até cora de "vergonha" por esta minha confissão!...
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