2010/06/29

PORTUGAL - ESPANHA; a Península Ibérica em jogo!...

Vamos lá a ver se Rui Santos da SIC não se vai pôr aos ais, logo à noite, depois do jogo com os "nuestros hermanos" Espanhóis, para os oitavos de final do Campeonato do Mundo de Futebol, na África do Sul. Esperemos que não...
PORTUGAL PORTUGAL  PORTUGAL
(Foto (recortada) publicada no Diário de Notícias (ed.on-line) de hoje (29-06-2010))

E se nós (os Europeus) decidirmos construir uma Federação dos Estados Unidos da Europa
Porque não começar por uma Confederação Ibérica? (ai, ai ... querem lá ver que me deixei influenciar pelo grande Saramago, recentemente falecido, como bem se sabe!?...)
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2010/06/25

NACIONALITO DE FUTEBOL 7

Enquanto na África do Sul se desenrola o Mundial de Futebol, alguns de nós andamos por aqui, neste cantinho de V. R. Sto. António, a ajudar a levar a cabo um Torneio de Futebol com crianças até aos 12 anos. Estão presentes equipas de todo o país, incluindo Benfica, Sporting e Porto. A Final de Sub-12 vai ser amanhã, entre o Benfica e o Porto.

Os Sub-12 do GRAP - Pousos - Leiria, quando agradeciam os aplausos dos seus acompanhantes, familiares e amigos, após um jogo.
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As selecções de craques da bola do BRASIL e de PORTUGAL acabaram de empatar a zero golos e passaram as duas aos oitavos de final do MUNDIAL da AFRICA DO SUL.
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2010/06/19

JOSÉ SARAMAGO


foto captada do jornal das 8, da TVI, hoje
SARAMAGO
Caim
A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós, nem nós o entendemos a ele.


na badana da contra-capa de "Caim"
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Por esta e por muitas outras José Saramago desentendeu-se irremediavelmente com a Igreja Católica. De qualquer modo a reflexão de Saramago sobre a criação do Mundo por Deus é pertinente. 
Será? 
Para nós, os que foram catequizados para seguirmos a palavra de Deus como um dogma que não pode ser questionado, esta questão é muito delicada. Dois mil anos depois de Jesus as dúvidas sobre a origem e o fim das coisas são cada vez mais complexas. A ciência tem vindo a contrariar inapelavelmente muitos dos dogmas de todas as religiões. É também certo que ainda não conseguimos (nem sabemos se o viremos a conseguir) explicar o Universo, nem sequer a Vida do Homem.
Entretanto, em nome de Deus, o Homem tem cometido, ao longo de todos os tempos, as maiores barbaridades...
Afinal. O Homem é um ser dotado de inteligência e o seu pensamento não se pode proibir. Muito menos - nesta incerteza - julgarmo-nos detentores de toda a verdade e seguidores dos dogmas perfeitos que se sobrepõem aos dos outros, nossos semelhantes, mas educados em ambientes religiosos diferentes.
É por tudo isto que, na dúvida, temos a obrigação de pensar e exprimir livremente o nosso pensamento...
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2010/06/18

Leiria e a Comunidade Judaica



No passado dia 13 do corrente mês tive o grato prazer de estar presente na sessão de lançamento do livro “A Comuna Judaica de Leiria – das Origens à Expulsão”, da autoria do Prof. Dr. Saul António Gomes. O evento teve lugar no auditório da Junta de Freguesia de Leiria, precisamente no dia em que se comemorava o VIII aniversário desde que foi instituído que o seu Dia seria festejado nesta precisa data, conforme justificação já aqui exposta algumas vezes.
Da esquerda para a direita: Presidente da Assembleia de Freguesia deLeiria, Saul Gomes, Marques de Almeida, Presidente da Junta de Freguesia deLeiria
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Segundo o autor nos explicou, este livro apresenta a história daquela que foi uma das mais prósperas comunidades judaicas do Portugal medieval.
Este livro é apresentado nos seguintes termos:
O autor, depois de proceder à avaliação da tradição histório-gráfica acerca da memória judaica e cristã-nova leiriense, passa à contextualização da fixação dos primeiros judeus nesta antiga vila estremenha, por finais do século XII e princípios de Duzentos, e avalia pormenorizadamente as particularidades económicas, sociais e culturais da comuna israelita local em cujo seio, na década de  1490, funcionou a tipografia da família Ortas, oficina impressora do célebre Almanaque Perpétuo de Abraão Zacuto. Estabelece-se, de seguida, para os séculos XIII a XVI, a presença e a sobrevivência do povo hebraico em Leiria e em toda a sua região.”

Neste extraordinário estudo histórico e documental são reproduzidos e/ou referenciados 210 documentos, muitos dos quais foram recolhidos após centenas de horas de investigação na própria TT – Torre do Tombo; talvez também seja oportuno deixar a informação do próprio autor de que esta recolha se reporta a trabalho levado a cabo há cerca de 20 anos, na altura em que o processamento digital da informação era ainda um embrião cujo desenvolvimento era então uma grande incógnita.

A edição desta obra a todos os títulos notável no que respeita a um aprofundamento do estudo do Judaísmo em Portugal e ao seu enquadramento na história da vida errante e de resistência inigualável do povo Hebreu, durante séculos espalhado por todos os cantos do Mundo, tem  o  apoio incondicional da Cátedra de Estudos Sefarditas «Alberto Benveniste» - Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A apresentação do livro foi feita pelo Professor Doutor A.A. Marques de Almeida, Coordenador Executivo e Científico da Cátedra de Estudos Sefarditas e Director da Série Monográfica «Alberto Benveniste».

Penso ser de todo o interesse deixar aqui trasncrito o Índice deste livro:

1.   Introdução (O autor escreve, já na parte final: “ Contudo, a apresentação desta monografia traz alguns elementos inéditos. Penso nas questões da topografia local, na definição dos quadros iniciais do estabelecimento judaico por terras estremenhas, na própria vivência da comunidade nos séculos XIII a XVI. Penso, finalmente, no corpus documental que fica agora disponível a todos quantos desejem aprofundar o conhecimento do passado israelita em Portugal.”)
2.      Fundação da Judiaria e sua topografia
3.      Infra-estruturas urbanas
4.      População
5.      A antroponímia judaica local
6.      Personalidade jurídica da comuna e administração
7.      Vida económica e rendas da Judiaria
8.      Sociedade e vida quotidiana
9.      Cultura e conversões ao Cristianismo
10.  Expulsão e sobrevivências
      Documentos.
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Também pode ler neste blogue:
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2010/06/15

Capela das Chãs - Regueira de Pontes - Leiria - NÃO À DEMOLIÇÃO

Petição "Não à demolição da capela da aldeia"        <------  Assine esta petição seguindo o link



(fotos recebidas por e-mail)
Incompreensivelmente, duma forma inadmissível até pelas próprias normas instituídas oficialmente, a Câmara Municipal de Leiria, autorizou a demolição da Capela das Chãs, cujo exterior já tive oportunidade de mostrar em post anterior (aqui). 
O pretexto parece ser a sua substituição por uma igreja nova, já construída, um pouco mais atrás desta capela. Dizem alguns moradores que até nem se importam porque a capela está muito em cima da estrada. 
A minha posição pessoal é frontalmente contra tal atitude. Não sou natural das Chãs, mas trabalhei nesta localidade durante cerca de 30 anos. 
Não percebo como é possível as pessoas e as instituições, Igreja incluída, poderem ser tão insensíveis, a ponto de se deixar demolir um símbolo que acompanhou muitas gerações e que, a actual, não tem o direito de destruir e apagar das memórias futuras de toda uma comunidade. 
A motivação é somente prática? Tem a ver com o facto de a capela estar muito em cima da estrada? Mas quando a estrada actual foi aberta a capela já lá estava há séculos. E quantos monumentos por esse mundo fora não sobrevivem mediante a adaptação de projectos arquitectónicos mais modernos ao património existente?!
COMO É POSSÍVEL, MEU DEUS!...
TANTA INSENSIBILIDADE!
Afinal o que é que pretendemos da vida? O Passado é para apagar da memória dos vindouros?
Vamos desatar a demolir tudo quanto é antigo e simbólico? Tudo quanto os nossos antepassados nos legaram?

Haja senso! O Futuro não se constrói destruindo a Memória colectiva!... 

Petição "Não à demolição da capela da aldeia"        <------  Assine esta petição seguindo o link

NB.: Há que agradecer ao Clube dos Pensadores a sua cooperação com esta iniciativa da PETIÇÃO, colocando o respectivo link na barra lateral do seu blogue. 

2010/06/13

LEIRIA em dia de Sto António de Lisboa


Hoje comemora-se:
O Dia de Santo António de Lisboa
que o é, também, dos mais variados sítios e lugares


O Dia da Freguesia de Leiria.


Leia-se o seguinte excerto do parecer efectuado pelo Professor Doutor Saul António Gomes, emitido em 20 de Agosto de 2002, a pedido do Executivo da Junta de Freguesia de Leiria:
"...
Permanece em aberto, efectivamente, o facto histórico de grande relevância que é a elevação oficial de Leiria ao estatudo de cidade, pelo rei D. João III, como se referiu, em 13 de Junho de 1545. Curiosamente, um dia festivo na vida religiosa, cultural e histórica portuguesa por ser, muito justamente, o dia de Santo António de Lisboa. Santo que tinha na Leiria dos nossos avós grande apreço e era popularmente comemorado na cidade e arredores.
..."

Na imagem acima pode ler-se um poema dedicado a S. António escrito por Miguel Torga, intimamente ligado a esta cidade, pelo facto de aqui ter instalado o seu primeiro consultório como médico e aqui ter vivido nos anos 40. Aqui foi preso pela PIDE.
-
Nestes tempos, ditos modernos, em que andamos todos à nora com problemas de variada índole, nomeadamente as grandes dificuldades de ordem económica e financeira que o país atravessa, ocorreu-me transcrever um soneto de Acácio de Paiva, um dos maiores poetas leirienses de todos os tempos
(eu a recordar, também, aquele outro belo soneto, em que o poeta evocava as Noras que se faziam ouvir no meio do choupal ao longo do Rio Lena, agora a transformar-se rapidamente em área de infraestruturas a que a modernidade parece querer obrigar a todo o custo!...):


LEIRIA
I


A minha terra... Basta ser a tua
Para que mais nenhuma assim me agrade,
Na parte velha, a nossa mocidade
(A cegueira dos anos...) continua.


Ora me demorei vendo uma rua;
Talvez a mais antiga da cidade...
Conserva-te menina: ingenuidade,
Comedimento, a não ver Sol nem Lua.


Há bairros novos, casas de cimento,
Reparos brancos em ruínas, feira
mudada, restaurantes, movimento,


Outras línguas - política, suponho.
Recolhamos, afável companheira,
À capelinha rósea do meu sonho!


- Ler ensaio sobre o brasão da freguesia de Leiria 
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2010/06/12

Do Castelo de Leiria para todo o Mundo




Esta noite, em Leiria. Os radioamadores da ARAL estão em contacto com todo o Mundo via rádio, nas bandas de amador. Já estabeleceram centenas de contactos com cerca de meia centena de países...


E a noite ainda é uma criança!...

nb: Ver o post anterior para melhor se perceber o porquê destas andanças em que os amadores da rádio se envolvem. Por mero gosto pelas telecomunicações via rádio e pelo prazer de comunicar e cooperar nas mais variadas oportunidades!...
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2010/06/11

CASTELO DE LEIRIA - Os Radioamadores em acção



(clic para melhor ler e observar)

De 11 para 12 do mês em curso, Sexta e Sábado, os Radioamadores da ARAL vão activar a estação CT6ARL a partir do Castelo de Leiria.
Vão estar operativos em onda curta, para todo o Mundo, e em VH/UHF.
Com esta actividade pretendem colaborar com a Junta de Freguesia de Leiria nas Comemorações da VIII Comemoração da criação do Dia desta Freguesia.
O cartão de QSL acima reproduzido, na sua frente e verso, será outorgado a todas as estações que contactarem a CT6ARL, incluindo os radioamadores que se façam presentes no decorrer da emissão e da sessão de lançamento do livro de Adélio Amaro, "Leiria - ao encontro do castelo", um trabalho com que a Editora Folheto vai iniciar uma colecção "Cantos, Recantos e Encantos de Leiria", essencialmente à base de fotografias desta cidade das mais típicas e históricas de Portugal.
O autor deste blogue vai envidar todos os esforços para manter os seus seguidores a par do que se for passando. Os radioamadores passarão toda a noite no Castelo...
-
QSL - cartão confirmativo do contacto via rádio que seja estabelecido com a estação da ARAL, instalada no Castelo. Também será outorgado a todos os que se fizerem presentes no Castelo de Leiria no dia 12, Sábado, mesmo não sendo radioamadores.
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O autor deste blogue é radioamador desde 1980. Tem o indicativo CT1CIR e estará no ar no período indicado. Aproveitará o ensejo para levar a cabo uma reportagem a propósito deste evento.
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2010/06/10

DIA de PORTUGAL - Discursos de António Barreto e de Cavaco Silva

País - António Barreto quer todos os veteranos de guerra tratados como iguais - RTP Noticias

Já não era sem tempo.

Sei que está na ordem do dia o discurso das dificuldades orçamentais do Estado Português.

No entanto é da Lei que os Antigos Combatentes têm direito a receber um complemento anual de pensão que ronda os 100 Euros, em média.
Ainda que mal pergunte:
Porque é que essa lei não é de aplicação automática sempre que se atinja a idade da reforma?

Dada a exiguidade desta pensão (de sangue, suor e lágrimas ao serviço da Pátria) ainda assim é preciso andar a mendigá-la?
-
Aproveito o ensejo desta honrosa menção de António Barreto no seu brilhante discurso do Dia de Portugal, para deixar aqui a minha consternação pelo tom da parte do discurso do Presidente da República quando diz:
...
"Como avisei na altura devida, chegámos a uma situação insustentável."...

Será que era muito difícil evitar esta referência explícita no Discurso de apelo à coesão nacional e à capacidade de luta dos portugueses contra a adversidade numa altura como a que se pretende comemorar?

Não gostei. Não havia necessidade de meter esta cunha no seu discurso, Snr. Presidente da República!

2010/06/06

LEIRIA: O Couseiro, quem o escreveu?

Manuscrito de O Couseiro, oferecido à Câmara Municipal de Leiria, em 1975. Era Presidente da sua Comissão Constitutiva o então Coronel Carvalho dos Santos.
Frontispício da 1ª Edição do mesmo livro, também pertença da Biblioteca Afonso Lopes Vieira, Leiria.

Leiria. Biblioteca Municipal Afonso Lopes Vieira. Apresentação do livro de Ricardo Charters D´Azevedo, "Quem escreveu O Couseiro?".
Na mesa, da esquerda para a direita: Carlos Fernandes, Director da Editora Textiverso - Leiria, Engº Ricardo Charters, Prof. Dr. Saul António Gomes, historiador da Universidade de Coimbra e Dr.Gonçalo Lopes, vereador do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Leiria.

Sessão muito animada abordando um tema extraordinariamente interessante do ponto de vista da investigação histórica e literária. Trata-se de apresentar o primeiro ensaio credível para se tentar perceber e ficar a conhecer as origens autorais do mais antigo e melhor informado documento histórico do séc. XVII sobre a região correspondente aproximadamente à actual zona geográfica da Diocese de Leiria. Esse documento, no original, sabe-se que há-de ser um manuscrito escrito há cerca de quatrocentos anos, durante os reinados de Filipe III (Filipe IV de Espanha) e de D. João IV, o incontornável O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria, "o livro mais notável da bibliografia leiriense".

O autor do presente trabalho, arrojado e provocador, promove na defesa das suas teorias cinco ideias fundamentais:

1) O autor do manuscrito de O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria é desconhecido;
2) As cópias que hoje existem tiveram como base outras cópias e inevitavelmente terão erros de transcrição;
3) Os estudos levados a cabo indicam que esse manuscrito terá duas partes distintas, que se poderão atribuir a primeira a António Couceiro, Provedor da Comarca de Leiria e a segunda ao Deão da Sé de Leiria, que terá nele feito os seus registos entre 1651 e 1660;
4) Existem três edições impressas até hoje que contêm muitos erros e imprecisões;
5) Justifica-se plenamente uma 4ª edição anotada e com base num trabalho aprofundado e com apoio de Académicos de reputado perfil na matéria de investigação histórica.

A dado passo do seu livro, Charters d´Azevedo escreve: "Vemos assim que as três edições acima mencionadas são diferentes, pois cada uma tem acrescentos e adendas diferentes, mas todas dizem reproduzir, o mais fielmente possível, um manuscrito, que não é o original, pois não o encontraram."

Para se poder aquilatar do extraordinário interesse deste manuscrito basta dizer do facto de a consulta do seu conteúdo, seja através das cópias manuscritas seja das versões impressas (esgotadas, claro está), ser absolutamente imprescindível para quem pretender investigar sobre a história de Leiria do séc. XVII.(*)

Partindo destas premissas, Ricardo Charters remata, desafiando a Câmara Municipal de Leiria e os estudiosos da bibliografia leiriense a prosseguirem este seu ensaio com as hipóteses por si aventadas e agora apresentadas à discussão pública neste seu notável livro.
-
(*) Livros de consulta obrigatória nas investigações sobre Leiria (e o seu distrito): Anais do Município de Leiria, de João Cabral; Monografia de Leiria, a Cidade e o Concelho ou LEIRIA - Subsídios para a história da sua Diocese, ambos de Afonso Zúquete; Introdução à História do Castelo de Leiria, de Saul Gomes, Villa Portela, os Charters d´Azevedo em Leiria e as suas relações familiares (séc. XIX), de Ana Margarida Portela, Francisco Queiroz e Ricardo Charters, entre outros igualmente merecedores de relevo.
* Na Bibliografia deste último, "Villa Portela" pode ler-se a referência ao livro do autor deste blogue, "Caminhos Entrelaçados - na freguesia da Barreira-Leiria", ed. da Junta de Freguesia - 2005.

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2010/06/04

LEIRIA, a Galp e os choupos

(clic para ampliar)
O avisador de que o combustível do meu carro estava nas lonas soou. Pelas minha contas dá para mais 100 km, à velocidade média a que circulo. Conduzo com muito mais calma, agora que entrei nos sessenta e tal. De modo que quando ouço esse fatídico sinal para as minhas finanças pessoais - apesar de tudo - não entro em transe à procura do primeiro posto de abastecimento que apareça.
Como tinha um talão de desconto que me foi entregue a troco de mais uma boa maquia que ficou no hipermercado - que só pode ser usado em estações da Galp aderentes - acabei por parar nesta, a da foto acima. Entra-se e sai-se pela Av. das Comunidades em Leiria. Pode-se dizer que esta Avenida está a fazer o serviço que, em breve, irá ser feito pelo IC36, isto é, ligar a A8 à A1, aqui nesta cidade. Dá muito jeito para encarreirar os automobilistas a seguirem para a A1.

Ironia do destino. A BP lá anda com problemas bicudos para estancar a colossal maré de petróleo que está a ser derramado aos milhões de litros diários para o Atlântico e a afectar com gravíssimas consequências o Golfo do México e, principalmente, toda a costa da Louisiana e, muito provavelmente, a da Flórida. Ouvi nas notícias que Obama está muito zangado com a BP e já a mandou multar em 69 milhões de dólares. 
Coitadinhos. 69 milhões! Estão feitos!?...E as acções a caírem 30 e tal por cento! Ou muito me engano ou daqui a algum tempo é que vai ser ganhar dinheiro em Mais-Valias!

Nessa estação plantaram-se estes choupos, todos numa fila(*) muito alinhadinha. Por acaso estão muito bonitos nesta altura do ano.
E veja-se a oportunidade da colocação do logotipo da GALP, precisamente a apelar para o seu empenhamento no verde.
Do lado de lá da Avenida, entrevêm-se mais umas árvores. É verdade. É uma zona de terrenos agrícolas, de razoável dimensão, que pertence à Prisão Escola de Leiria. Até quando é que aquela zona ficará preservada como zona agrícola?
Com os projectos grandiosos que se antevêm - e já estão alguns em curso (Shopping Leiria de Belmiro de Azevedo e todas as estruturas rodoviárias em redor, um novo Centro Comercial tipo Fórum, ali perto, o próprio IC 36 que vai encurralar esta zona verde, etc. etc.) - está-se mesmo a ver o que vai ser de toda a zona agrícola e florestal que se situa entre esta Av. das Comunidades e a Mourã (lá se vai a Quinta da Mourã, auguro eu) na freguesia da Barreira. E o problema mais sério é que é precisamente nesta área que corre o Rio Lena, que mais abaixo, casa com o Rio Lis e lá seguem os dois muito unidos num só, até desaguarem de mansinho no Atlântico, na Praia da Vieira.
-
Ainda a propósito de choupos em Leiria. Alguém poderá informar a população porque é que se abateu o majestoso choupo que estava, até há dois dias, a dar o vistoso ar da sua graça no Largo do Tribunal em Leiria? Era um belo espécime de populus nigra.
(*) renque, lembrou-me a "deep". Obrigado, que bem andei à procura da palavra e não me ocorreu na altura. Passei à frente...
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2010/05/31

E se?!...

E se nos faltasse o Sol?


E se esta bela flor de Feijoa (*) não tivesse florido?... ontem, na Barreira - Leiria - Portugal?


E se os TOC fizessem greve?
E se os poetas deixassem de sonhar?
E se o PS não apoiasse Manuel Alegre?
E se este, agora, viesse desistir da sua candidatura a Belém?
E se hoje não fosse Segunda-feira?


E se não demolissem a Capela das Chãs, aqui a 3 kilómetros de Leiria?
E se Portugal não for Campeão do Mundo de Futebol?


E se?!...
Tantos ses!...
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2010/05/27

Alexandre Herculano - Herói nacional e lavrador (bicentenário do seu nascimento)

Está em curso o ano do bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano.
A capa acima é dum livro de João Medina, Edições Terra Livre, 1977 e a gravura é da autoria de Rafael Bordalo Pinheiro e dedicada a Alexandre Herculano, a quem um dia chamou "azeiteiro". Foi utilizada na Capa da revista Lanterna Mágica, de 26 de Junho de 1875.
Durante várias décadas, anos 40 a 60 do século XIX, Herculano dedicou a sua vida à política  e à literatura, tendo atingido a expoência máxima. Era considerado, consensualmente, o «primeiro homem do seu país», tendo participado nos momentos mais importantes que se passaram em Portugal naquele período. Escreveu os livros mais lidos do seu tempo, nomeadamente pelos mais novos, que muito o apreciavam. Foi o inspirador da revolução liberal de 1851(*) e organizou um dos dois partidos liberais da altura. Redigiu o Código Civil com o qual se poderá dizer que se iniciou o processo de separação da Igreja e do Estado com a institucionalização do casamento civil e que haveria de se consumar já em pleno século XX. Esta tomada de posição criou muitas incompreensões e inimizades a Herculano, que passou a ser visto como um ateu convicto o que não correspondia, de todo, à realidade. Privadamente, Alexandre Herculano frequentava a sua capela privativa na sua Quinta de Vale de Lobos. 

Inesperadamente, no momento em que o país se afundava dramaticamente num caos de valores sociais, políticos e económicos, determinado a não se deixar envolver em confronto com as ideias da nova geração que estava a surgir na ribalta da cena política e literária, retirou-se voluntariamente para a sua Quinta de Vale de Lobos (que comprou com os direitos autorais dos seus livros), transformando-se num verdadeiro e empenhado lavrador. Com esta decisão cortou radicalmente com a vida pública passando a viver duma forma decididamente solitária.


Repousa na capela tumular do Mosteiro dos Jerónimos.

Herculano escreveu muitas das mais belas páginas da literatura e da História de Portugal. Pode-se mesmo dar o devido realce à magistral obra Eurico, o Prestíbero. Nesta oportunidade, porém, apetece-me falar duma das suas Cartas Inéditas a Joaquim Filipe de Soure datada de 4 de Julho de 1867(?) a que lhe deu o título: AS TRÊS FAIAS.

E lembrei-me de deixar aqui, mais uma vez, expressa a minha admiração pela FAIA da Alameda José Lopes Vieira, junto ao Rio Lis e ao Jardim Luís de Camões, em Leiria (v. foto). Esta árvore, enquadrada por outras, também muito bonitas (melia azedarach, liquidambar, padreiro, bordo, tília), compõem um dos recantos mais românticos de Leiria (já aqui publiquei variadíssimas fotografias).

Porque virá a propósito deste meu parêntesis, e também porque espelha fielmente o espírito monástico de Herculano da altura, permito-me transcrever um pequeno excerto daquela carta: "... Em suma, o canto obscuro da aldeia é hoje o meu único destino nacional, e felizmente a minha única ambição. As minhas três grandes faias dão-me mais prazer ao vê-las que todos os museus, monumentos, praças, teatros, bibliotecas da Europa. Que ia eu lá ver, se não achava lá as minhas três faias? Estou assim: que lhe hei-de eu fazer?"
Lendo a contra-capa do livro que está a servir de guia deste texto facilmente se deduz que o seu objectivo é transmitir um tributo de homenagem a Alexandre Herculano. Estava-se na altura da sua edição a comemorar o centenário da morte de Herculano.
Raramente alguém terá inspirado tanta controvérsia à volta da sua vida e da sua obra, na qual se envolveram, a favor e contra tantas figuras conhecidas, como no caso de Herculano. O caso é que se trata de figuras gradas da literatura portuguesa pertencentes a uma geração mais nova, a geração dos anos 70 do séc. XIX. Figuras que conheceram e conviveram com Herculano e que, por isso, lhe estariam mais próximas, emocionalmente.
Dentre essas figuras cimeiras destacam-se: Antero de Quental, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Anselmo de Andrade, Ramalho Ortigão, Teófilo Braga, , Adolfo Coelho e - sobretudo - Oliveira Martins.
...
Muito mais se poderia acrescentar para compor este texto. Simplesmente, o que me motivou a abordar este tema, o de falar de Alexandre Herculano, foi, por um lado, o facto de estarmos em ano de comemoração do bicentenário do seu nascimento e, por outro, o de recapitular informação que já me estava a ficar distante no tempo em que na Escola a tive que estudar por obrigação.
É que está programado para muito em breve falar-se sobre Alexandre Herculano no seio do Grupo de Poetas e amigos da Literatura da Biblioteca Municipal de Alcanena, do qual já faço parte. Com muito gosto.
-
(*) Regeneração
Período da vida portuguesa, iniciado em 1851 com a insurreição militar que levou à queda de Costa Cabral.

A regeneração durou 17 anos, neste período decorreu um processo de desenvolvimento económico, social e mental que tentou colmatar atrasos estruturais:
Estradas
Caminhos de ferro
Telégrafo
Modernização da agricultura, comércio e indústria

No entanto esse desenvolvimento acarretou alguns custos, só possíveis com o recurso ao aumento da carga fiscal que a população não compreendeu, o que culminou na revolta da Janeirinha(1868). 
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2010/05/22

LEIRIA - Dia do Município e da Diocese

O Largo da República e a sede dos antigos Paços do Concelho, hoje, Câmara Municipal de Leiria. As bandeiras de Portugal, do Município  e da União Europeia, içadas, a condizer.
Uma das características mais significativas deste largo é que nele estão implantados cerca de uma dezena de pinheiros mansos. Um dos ex-libris da região de Leiria com o seu histórico e emblemático "Pinhal de Leiria".
É de notar um antigo marco do correio como já não se vêm com facilidade. E mais um painel de propaganda política a apelar à resistência contra o aperto do cinto a que estamos a ser forçados. Esta zona é, por assim dizer, reservada para as campanhas do BE.

Nossa Senhora do Fetal, uma das Paróquias da Diocese de Leiria-Fátima. Em exposição numa das barraquinhas do Jardim Luís de Camões.

Esta rosa amarela fotografei-a ontem, no meu jardim, na freguesia e paróquia da Barreira. Antes que murchasse com este sol abrasador que se tem feito sentir nos últimos dias.

Está um dia de Sol radioso em Leiria. Em todo o Portugal, pelo que dizem as notícias...
Comemora-se o Dia do Município(*) e o Dia da elevação da então vila de Leiria a Diocese(*) de Leiria, hoje, de Leiria-Fátima.
A cidade anda num grande alvoroço, tendas, barracas, barraquinhas, representando as várias Paróquias desta Diocese.
Segundo me apercebi, a Igreja Católica aproveitou o ensejo da recente visita do Papa Bento XVI ao Santuário de Fátima e este ano promoveu uma iniciativa com mais relevo do que nos outros aniversários. Ontem à noite houve uma Procissão a acompanhar a imagem de N. Sra. de Fátima desde o Centro de Turismo, no Jardim Luis de Camões até à Sé de Leiria. Hoje, toda a zona do antigo Rossio, Jardim e Largo 5 de Outubro de 1910, está engalanada a preceito para a "Festa da Fé". Lá se apresentam em confraternização todas as paróquias da Diocese.

Logo à noite vai proceder-se à inauguração da iluminação cénica da barbacã do Castelo de Leiria em sessão oficial na Rua Pero Alvito, a que bordeja a base do morro do Castelo, na parte virada a Norte/Nordeste.
-
(*) Em 22 de Maio de 1545, o Papa Paulo III, a pedido do rei de Portugal, D. João III, criava a diocese de Leiria com a bula "Pro excellenti apostolicae sedis", desanexando-a da de Coimbra. 
No mesmo ano (13 de Junho - Dia da Junta de Freguesia de Leiria), D. João III elevou a vila de Leiria a cidade.
...
Muitas peripécias foram, entretanto, surgindo, com o decorrer dos séculos, tendo mesmo a diocese de Leiria sido extinta em 30 de Setembro de 1881, por bula do Papa Leão XIII. Nesta altura 25 das 50 paróquias de Leiria foram integradas em Coimbra e as restantes ficaram a pertencer ao patriarcado de Lisboa.
O Papa Bento XV, depois de muitas e sucessivas diligências de leirienses e diversos Bispos, acabou por restaurar a diocese de Leiria com a bula "Quo vehementius" ,  de 17 de Janeiro de 1918.
...
A mensagem de Fátima daria à pequena diocese de Leiria uma verdadeira dimensão internacional. Assim, por decreto da Congregação dos Bispos. de 13 de Maio de 1984, confirmado pela bula "Qua pietate", com a mesma data, passou a designar-se "Diocese de Leiria-Fátima".
.
Ver "Leiria-Fátima" - Órgão Oficial da Diocese - Ano XII «» NÚMERO 34 «» JANEIRO/ABRIL «» 2004
(gentil oferta do Prof. Dr. Saul Gomes(y), ilustre historiador, que neste número escreveu "O ano do trigo sujo": as rendas do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra no Priorado de Leiria nas vésperas da criação do Bispado (1541-1545).
-
(y) Que também me deu a subida honra de escrever um Posfácio para o meu livro, ensaio histórico e monográfico da Freguesia da Barreira - Leiria, "Caminhos Entrelaçados" Ed. da Junta de Freguesia da Barreira, 2005.

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