2011/11/29

Lourais e Carvalhinha em contraluz


Do lado de cá, em contraluz, no Domingo passado, a cerejeira do meu vizinho em fim de ciclo, uma "figueira-do-inferno", vislumbram-se algumas laranjas na própria árvore, a quinta do cabreiro (era do snr. David, mas ficou com este nome, foi como me ensinaram, há uns 10 anos atrás), lá acima olhamos para poente...


Entretanto:
O nosso fadário, esse continua cada vez mais atiçado!...
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nb.: figueira-do-inferno é o nopal 
@as-nunes

2011/11/27

O Fado (Reedição): JÁ É PATRIMÓNIO MUNDIAL

Fotografia de 2003, fachada das instalações da agência do ex-Banco de Portugal, em Leiria.
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Fui ver o "Corta Fitas" que ficou no cimo da lista da actualidade dos blogues que sigo. Copiei este vídeo...
Há minutos que o FADO é Património Mundial. Aliás, já era, há muito. Já os nossos marinheiros de 500 o cantavam, com toda a certeza, por entre as saudades lançadas aos sete ventos e brisas dos mares de todo o mundo, o conhecido e o desconhecido desta Europa, que se julgava o centro do Universo!...
27-11-2011 (01:00 PM)


1ª ed. desta entrada: 26-11-2011

2011/11/25

Pode ser que depois da tempestade venha a bonança

Uma camélia "winter snowdown", agora.
Lourais-Cortes- Sra. do Monte: o amanhecer de um novo dia. 

Esperança em melhores dias
palavras mais animosas...
que estas fotografias
as insinuam bem airosas
muito mais que o azedume
destes tempos de queixume
que aqui tenho lançado
mais parecendo desanimado
não gosto deste fado
desafinado
desesperançado

Espero bem que o FADO venha a ser mais um património imaterial da Humanidade...

e que com ele
 possamos cantar
 as alegrias 
de melhores dias
@as-nunes

2011/11/23

Greve Geral



Será que é a hora da revolta? 
Revolta contra quê?  
Contra quem?


Quem é o inimigo? 
O medo de sermos pobres? Mais pobres ainda? 


Estaremos nós à procura da luz antes que ela se extinga ou será que estamos muito simplesmente a viver a ilusão de que seremos capazes de contrariar o movimento de rotação da Terra?

Sem dúvida que a crise económica e social que se vive em
Portugal tem na sua génese três factores inquestionáveis:
Má gestão dos governos pós 25 de Abril de 1974;
- Corrupção incontrolável;
- Descontrolo na forma como nos integrámos na zona Euro.

A organização política e administrativa da Nação que passou a vigorar depois da "revolução dos cravos" tem sido muito mal articulada.

Será que estamos em face do drama das crises cíclicas que têm afectado a Europa ao longo de todos os tempos, particularmente ao longo dos últimos dois séculos?

Será que os Europeus não têm estadistas à altura das circunstâncias da actualidade, face à inevitável globalização da sociedade?

A verdade incontornável é que nós, portugueses, deixámos que as nossas contas chegassem a um limite tal, que nos impede absolutamente de cumprir as regras base de qualquer sistema económico:
Quem recebe deve
Quem dá tem a haver

Se temos recebido (gasto) mais do que damos (vendemos/exportamos/emprestamos), é inevitável que tenhamos um saldo devedor nas nossas contas. 
Como inverter esta situação?
Os ricos, os que enriqueceram à custa da agiotagem, de manobras na área do poder e da corrupção é que deviam pagar a crise. 
Isto significaria que a riqueza produzida por todos deveria ser repartida com muito mais equidade (perfeitamente de acordo snr. Presidente da República, não são só os sacrifícios que devem ser repartidos com equidade, esta tem de partir logo da fase da distribuição da riqueza, aí é que está o busílis).

Que fazer, então, interrogam-se os sábios economistas, em permanentes mesas redondas em busca do enigma da quadratura do círculo?  
Entretanto, vamos para a rua?! Se for para pressionar os chefões da União Europeia, contem comigo. Doutro modo, o que é que esperamos duma greve geral, na actual conjuntura?


2011/11/22

Leria: numa manhã outonal





Agora passamos mais tempo na freguesia da Barreira, com vistas para o Vale do Lis, as Cortes, a Sra. do Monte e a Serra da Maúnça.


Ora, acontece que, estando nós a cerca de 5 km do centro da cidade de Leiria, por um lado, e à mesma distância da zona comercial, ali para os lados dos Parceiros, o Instituto Politécnico logo ao pé, acessos incríveis, até parece que foram encomendados de propósito, o novo "Santuário" cá do burgo - como já há quem lhe chame - um autêntico carreiro que se abre à nossa frente, qual passadeira rolante de alcatrão novo, lá temos que nos deslocar assim às manhãs ou tardes inteiras, para tratar de assuntos vários.


Hoje de manhã fiquei de serviço ao volante do carro. Como não tinha assim nada de especial a tratar - tinha mas são daquelas coisas que podem ficar para amanhã - vai daí, dei uma volta, mais de passeio do que por necessidade. Claro que, nesses momentos, vem à baila a questão do preço do combustível que se gasta nestas voltinhas e do desgaste do carro...


O resultado está à vista nestas fotografias, tiradas com a minha Canon PC1560 35X zoom digital, vídeo HD. Saíram assim, de imprevisto, à medida que os alvos me iam surgindo. Como se estivesse à caça em terreno conhecido.


Antigamente não era nada disto. Na actualidade, todos nós podemos tirar boas fotografias. Basta ser insistente/persistente, gostar da fotografia e, uma coisa determinante: estar atento ao que se passa à nossa volta. Isto para a fotografia de reportagem, digamos que é mesmo assim, qualquer um de nós se pode transformar num repórter fotográfico. A questão é que, apesar de todas as facilidades de que se dispõe, hoje em dia, mesmo assim nem sempre se conseguem tirar boas fotografias.


O que vos posso dizer, da minha experiência de muitos anos, a sensação que tenho é que serei um eterno amador. Mesmo nos conhecimentos técnicos. 
Tenho comprado diversos livros técnicos sobre fotografia, revistas, cursos. Com isso só me confundo ainda mais.
As minhas fotos têm de ser assim, tal como eu as consigo tirar. A minha mestra, boa ou má, é esta mania que se pode dizer que nasceu comigo: fotografar.


Os temas são os mais variados. Olho e vejo uma moldura a envolver uma imagem. Aí está uma fotografia...

@as-nunes

Duma varanda do lado de cá



São tantas as desgraças sobre que se pode escrever, hoje em dia, na nossa região, no nosso país, na Europa, no mundo inteiro, que, para não me afastar da minha musa inspiradora, nela me amparando, como se de um pronto-socorro se tratasse, eis que aqui vos deixo esta sequência de fotografias do que me prendeu a atenção durante o dia de hoje, a olhar só aqui à minha volta, sem mais divagações.

(Para quem aqui passe, distraidamente, não conheça o ambiente:
- Amanhecer sobre as Cortes, Sra. do Monte, Leiria;
- A quinta aqui ao lado, terras à espera de ordens do "borda d´água"; o folheado em amarelo é duma cerejeira;
- Ao anoitecer do lado de lá, das Cortes, em dia de chuva e algum frio.) 
@as-nunes

2011/11/20

João Negreiros: um artista a conhecer

No próximo dia 26 de novembro às 15 Horas, terá lugar na Biblioteca Municipal de Alcanena mais um encontro de poetas que desta vez abordará a obra de João Negreiros.
Lá estarei. A participar, a tentar aprender mais sobre poesia, sobre os poetas e demais escritores de língua portuguesa, primordialmente.


Claro, como não podia deixar de ser, também na minha função/missão de fotógrafo de reportagem, a que mais me tem seduzido ao longo da minha vida, digamos que desde os meus 18 anos, altura em que tive oportunidade de comprar a minha primeira máquina fotográfica.


Para mim, a fotografia é a musa inspiradora para a maior parte dos meus ensaios e estudos sobre as mais variadas áreas de investigação, da reportagem, da opinião, da crítica, do conhecimento, enfim.
Que melhor prova do que estou a afirmar que este meu blogue, sempre na linha de vista das ocorrências que me vão impressionando, ainda que, por vezes (demasiadas, talvez) possam correr o risco de não se sintonizarem o suficiente com os gostos de quem por aqui passa.
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João Negreiros nasceu em Matosinhos a 23 de Novembro de 1976. O escritor português foi o primeiro classificado no Prémio Internacional OFF FLIP de Literatura (Brasil,2009). Em Portugal, entre outros prémios, João Negreiros venceu o Prémio Nuno Júdice. Na área do teatro, a sua obra foi crescendo, tendo hoje quatro peças editadas, “Silêncio” e “Os Vendilhões do Templo” (2007), “O segundo do fim” e “Os de sempre” (2008). No âmbito da poesia, publicou três livros: “o cheiro da sombra das flores” (2007, Papiro Editora), seleccionado de entre as melhores obras de poesia ibérica publicadas entre 2007 e 2008 pelo Prémio Correntes d' Escritas de 2009, “luto lento” (2008, Papiro Editora) e “a verdade dói e pode estar errada” (2010, Camões & Companhia). Em 2010, é editado também o primeiro livro de prosa do autor “O mar que a gente faz”. Para além de escritor, João Negreiros é actor e tem divulgado a poesia nacional através de espectáculos e vídeos de spoken word
Em 2011, o artista foi o representante da Literatura Portuguesa na 7ª edição do conceituado Festival Internacional das Artes de Castela e Leão.
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A tristeza

A tristeza é uma irmã mais velha
que vive no quarto dos fundos           dos bolsos
sempre que não tenho trocos para lhe comprar uma cama de hotel
para poder vê-la feliz

as calças estão para lavar
as moedas tocam tambor
ou o leito de um rio que fica entre as almofadas do sofá

mana
vai-te embora que tenho saudades do meu quarto
quero dormir na minha cama

sabes
o sofá da sala tem um vale que me afunda as costas

mana
vá lá
pinta-te            sai à rua e arranja namorado

e tristeza partiu mesmo antes da morte chegar
o meu quarto está vazio              para sempre´

Um dos poemas de João Negreiros,  mais divulgados, consta do seu livro "o  cheiro da sombra das flores". 

Comprei, recentemente, e estou a ler, o seu primeiro livro de prosa: 
Livros editados - Prosa

Estou a gostar imenso. Aliás, lê-se bem. E tem uma particularidade. É extremamente original e sincero na sua concepção e no estilo da narrativa.



Pode acompanhar-se João Negreiros, inclusive na audição de alguns dos seus poemas, no seu blogue http://joaonegreiros.blogspot.com
@as-nunes

IC36: ai Leiria do Lis e do Lena

As silhuetas do Castelo de Leiria e do Santuário de Nª Sra. da Encarnação, observadas do viaduto do IC36, com os automóveis a sobrevoar o Vale do Lis.
Provavelmente já não poderei captar esta imagem na via Nascente/Poente em direcção à A19, ou à A8 ou à A17 ou mesmo em direcção à A1, se quiser virar à rotunda do IC36/S.Somão, seguir à rotunda do "McDonald" e seguir a via rápida para os Pousos e auto-estrada. 
É que, depois de aberto oficialmente ao tráfego, não se pode parar lá em cima.
 A estrada que vem de S. Romão em direcção a Fátima, o Vidigal à vista, de cá de cima do IC36
 O vale do Lis, terrenos da Quinta de S. Venâncio, lá em baixo...uma amostra do que era a quantidade de sobreiros que havia nesta zona. (clique para ver melhor, pode ser que eu não tenha visto bem).
No horizonte, a silhueta da Sra. do Monte e da Serra da Maúnça.
Ora cá estão as famigeradas portagens. Fica-se sem se perceber se estas são as taxas por se estar a percorrer o IC36 ou se serão as taxas para quem queira ir para a A8 ou se será a portagem para se seguir pela A19 até à A8. 
Confusões... deve ser por causa da minha dificuldade em me adaptar a estas alterações bruscas, coisas da idade, se calhar, os neurónios a funcionarem com memórias e recordações do que era o tempo do Lis e do Lena cantado por poetas e aproveitado para a agricultura, pastorícia e florestas a perder de vista.
@as-nunes

2011/11/18

IC36 prestes a entrar em serviço, após uma razia de floresta, nivelamento de montes e vales, poluição visual

Vale de Lobos e Telheiro; floresta e monte esventrados, habitações em equilíbrio instável
O IC36, obras imponentes, em pleno predomínio sobre a paisagem, ali era uma floresta de carvalhos, sobreiros e pinhal. Paciência? Alcatrão e betão antes de tudo? A qualquer preço? Em nome do desenvolvimento, do futuro? Futuro sem floresta?  Ali podia ter-se feito um túnel, evitava-se a destruição do meio ambiente à superfície,  respirava-se outro ar.
Não é só casmurrice da minha parte, ou será? Já nem sei que dizer, os jovens é que deviam ser chamados a dar a sua opinião acerca do que querem para o futuro do planeta.
Vale do Lis visto do Vidigal, via externa, as folhas outonais dos plátanos da quinta de S. Venâncio a acenarem-nos, de longe, como que a dizerem-nos adeus.
Inicio a subida da rua dos Lourais. Olá, anima-te, mostram-se-me estas rosas de todos os anos, dum meu vizinho.
O IC36 aqui mesmo ao pé, vai passar a ser um instante para se ir para a A1, A8, A17, A19. Viva, viva, tantas vias para andarmos de automóvel por aí fora, que importam as árvores, o Vale do Lis, o vale do Lena, os Pousos cortado ao meio?
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18nov - 10h30 - últimas notícias do IC36:
Já se circula no IC36. Uma obra monumental, esperemos que não venha a ser mais uma obra faraónica. O impacte ambiental é tremendo. Ver-se o vale do Lis e as encostas dos dois lados - Nascente com o Vidigal, S. Romão , Pousos e Poente, Vale de Lobos e Telheiro -, de cima daquele viaduto de quase um quilómetro, como que a sobrevoar  com os pés assentes nas suas sapatas gigantescas, toda aquela zona mítica, parece que muitas e românticas referências de Leiria, se esfumaram em menos de um fósforo.
O Castelo de Leiria e o Santuário de N. Sra. da Encarnação a recortarem-se no horizonte, uma nova silhueta que ficou ao nosso alcance...

Que venha a ser para o bem das novas gerações... 

2011/11/16

Uma geração traída?!...


Recebi este emocionante texto por e-mail e lembrei-me de o passar aqui...
A pensar, também, nos adolescentes de agora... e nos seus avós 
(os que já morreram e os que ainda estão vivos e lúcidos e activos, a lutar ombro a ombro com os seus filhos e netos por uma vida digna de ser vivida).


in Público de 20 de Outubro de 2011 (acabei por constatar)
@as-nunes