2012/05/31

Júlio Dantas na vida de Acácio de Paiva


Nas minhas buscas incessantes à procura de informações sobre factos ou personalidades que tenham alguma ligação, ainda que ténue, com Acácio de Paiva (tenho-o evocado insistentemente nestes últimos tempos), encontrei o livro "Júlio Dantas - Uma vida*Uma Obra*Uma Época" da autoria de Luis de Oliveira Magalhães, ed. Romano Torres, de 1963.

Comprei-o há uns anos num alfarrabista de feira das velharias, por 1 €uro, em Monte Gordo.


Acontece que a vida de Acácio de Paiva se cruzou com a de Júlio Dantas em várias ocasiões, particularmente, nas suas atividades literárias, jornalísticas e do Teatro de Revista do princípio do século passado.
Oliveira de Magalhães era também crítico teatral e amigo pessoal de Júlio Dantas.


Quer Júlio Dantas quer Acácio de Paiva  escreveram em parceria com Ernesto Rodrigues, várias peças de teatro, designadamente, "A Santa Inquisição" em março de 1910 e "Sol e Dó", em 1909.
De relevar a importância da ação de Ernesto Rodrigues na renovação do Teatro de Revista na fase de transição para a I República, particularmente através do movimento "A Parceria" (1912-1926).


A partir de Julho de 1916 Acácio de Paiva substituiu Júlio Dantas na "Crónica do Mês" na célebre e histórica revista "Illustração Portugueza", mantendo, em simultâneo a responsabilidade pela manutenção de "O Século Cómico" como seu Diretor, incorporada na IP por necessidades de gestão do papel que escasseava por causa da I Guerra Mundial.

2012/05/29

Conciliação difícil...mas não impossível, como se pode ver



O meu mundo nestes últimos dias tem-se cingido a umas espreitadelas para a Sra. do Monte, a nascente...

Aproveitando esta pausa nas contas para o fisco:
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AUGUSTO GIL

Amigo: um bom soneto não tem graça
consagrado a poeta assim perfeito;
vou, pois, fazê-lo com cuidado e jeito
a ver se por estranho, agrada e passa.

Forçada a rima, indefinida e baça,
cadência frouxa, que é maior defeito,
tudo produzirá tão mal efeito
que talvez desse modo satisfaça.

As quadras já lá vão. É nesta altura
que se torna difícil o soneto
por ter de preparar-se a fechadura.

Enfim, cheguei ao último terceto.
Mas se a vates de tal envergadura
mil versos dedicar, eu seja preto
!
 


Acácio de Paiva

escritor, poeta, crítico de Teatro, literário, tauromáquico, peças de teatro;
grande humorista e improvisador;
também desenhava.
Nasceu em Leiria, no Largo da Sé, nº 7, em 14/4/1863
Faleceu na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944

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A páginas tantas não seria de se reler algo de Augusto Gil (*)
Pelo menos eu, que até podia aproveitar este ensejo de na 5ª feira próxima ter de dizer umas palavras acerca da vida e obra de Acácio de Paiva e ele, pelos vistos, ter em boa conta este seu ilustre amigo.
(*)http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Gil
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2012/05/26

Vamos, então, conversar sobre ACÁCIO de PAIVA


MAIO


Vem minha noiva, dá-me o lindo braço
Pois Maio chega, convidando a amores;
Posso às mãos cheias atirar-te flores,
Encher, a transbordar, o teu regaço.


A luz da aurora é tanta pelo espaço
Que já teu corpo, de ideais primores,
Posso todo banhar em róseas cores,
Quando ìmpiamente e doidamente o enlaço.


É Maio. Posso modular-te um canto
De aves aos centos a voar nos brejos,
Para o triunfo no momento santo.


Em que tu cedas, ébria de desejos,
Ao preguiçoso e dúlcido quebranto
Da deleitosa música dos beijos...


É já na próxima 5ª feira que se vai conversar, durante uma hora, no Mercado de Santana, em Leiria, sobre Acácio de Paiva e o ambiente lírico e romântico que o poeta viveu e verteu para os seus versos espalhados aos sete ventos, pelos jornais e revistas da época, princípios do século passado.
Deixo aqui, hoje, este soneto, Maio já chegou e está no fim, aproveitemo-lo, então, antes que se vá embora, mais uma vez...

Muito se pode dizer sobre a vida e a obra de Acácio de Paiva,(*) entretanto podemos guiar-nos por este link, para irmos adaptando os nossos gostos e olhares da atualidade ao sentir a vida, a poesia, convertida em palavras daquela época...

Escrevia Américo Cortez Pinto, em 1968:


" A poesia estava-lhe no sangue e o seu estro não o abandonou jamais! Faleceu com 81 anos de  idade. E já ao aproximar-se o fim da vida confiava ao papel:
.....E tanto mais eu vivo de Poesia
.....Quanto maior o peso dos meus anos!"
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(*)Biografia de Acácio de Paiva
@as-nunes

2012/05/25

Pescadores, Caçadores e outros Mentirosos

A ideia do título não é, de modo algum, meter no mesmo saco os Pescadores, Caçadores (desportivos)
e os Mentirosos/Aldrabões que nos complicam a vida, autênticos predadores implacáveis...

Não é por maledicência, digo eu, mas ocorreu-me, nesta oportunidade, registar aqui esta associação de ideias.
Vinha eu de Monte Redondo, de regresso duma missão de trabalho, decidi seguir ao longo do Rio Lis e dei com a Pista de Pesca Vale do Lis, ali perto de Amor, na freguesia da Carreira. Achei um piadão àquele painel em que se brinca com quem passa para chamar a atenção para aquele empreendimento, simples, de mero aproveitamento dum recurso natural para atrair turistas com gosto pela pesca desportiva de rio.
Em tempos da minha Juventude, também me gabava de que era um bom pescador, que tinha artes de fazer boas pescarias, acabei mesmo por entrar em variadíssimos concursos de pesca desportiva. Um deles tem uma história muito engraçada, algo caricata quiçá, mesmo assim digna deste apontamento. 
Como se pode ver no conjunto que representa a frente e verso duma medalha que me foi atribuída na data indicada (1977, já?! parece que foi ontem!) eu integrei uma equipa que ficou em 1º lugar. Éramos três. A mim calhou-me, por sorteio, um pesqueiro que não me deixou apanhar uma boga pequenina que fosse. No entanto, os meus companheiros de equipa pescaram que se fartaram. No final, ao peso, ganhámos o 1º lugar. Logo, tive direito à medalha, guardada religiosamente no escaparate das minhas peças raras e de recordação. 
A verdade é que a equipa funcionou. Um por todos e todos por um!

E os outros, que, provavelmente, nem à pesca desportiva se dedicam? 
(um parêntesis só para que não os deixemos fugir do anzol)
Os que são mesmo aldrabões e ladrões, dispostos a dar cabo da vida dos seus compatriotas?
Se calhar ainda vão receber condecorações e medalhas no 10 de Junho, quem sabe!?...

2012/05/24

VISEU, terra de encantos, tantos!...

A terra onde nascemos é sempre o marco primeiro da nossa vida...

Uma das formas de entrar no coração de Portugal...poderá ser clicando na imagem abaixo. Também pode seguir este link.

2012/05/23

Lá fora, na minha rua...e eu, aqui, atado de pés e mãos!



A entreolharmo-nos...
eu
estevas da minha rua
uma faceta 
da silhueta
do meu loureiro


As contas para o Fisco 
dão-me cabo do juízo
cuidado que nem um cisco
me pode dar prejuízo


...

@as-nunes 

2012/05/22

Slide show ... em Lourais


Música: Devil Woman - Hugo Montenegro
Boa tarde, está um dia fabuloso, visto daqui, sentado à secretária, através da janela, na direção de nascente, a meio da tarde, o vale do Lis e a Sra. do Monte a acenarem-me...

Ainda tenho que penar mais uns dias, como um pássaro na gaiola!...
@as-nunes 

2012/05/21

Tempo de balanço...Estado da Nação


Estou no exterior de um quartel. Do quartel onde passei os 3 meses que antecederam  a minha mobilização para Moçambique. Estávamos em 1969. Nessa altura Salazar apregoava aos sete ventos que estávamos orgulhosamente sós e antes assim que mal acompanhados. E vivíamos num regime ditatorial.

40 anos são volvidos...
(...)
Governos do chamado Bloco Central e de Direita foram sendo sucessivamente empossados, Centro/esquerda, Centro/Direita, Direita/Extrema Direita, Centro/Extrema Direita, ou seja, PS, PPD, CDS e nada.

Presidentes da República vários e nada.

Assembleias da República com muitos deputados e nada.

Entramos na Comunidade Europeia. E passamos a integrar a zona Euro, mudando do Escudo para o Euro. E entram Euros em catadupa. E desaparecem misteriosamente, através de artes e manhas de uns quantos espertos ligados às instâncias do poder, milhões e milhões de euros. E gastamos à grande e à francesa. A União Europeia garantia que era mesmo para funcionar, assim a modos que uma Federação de Estados, em que a Solidariedade era uma palavra de honra de cavalheiros. A Europa estava unida e organizada!

O Povinho dá maiorias sucessivas a Sócrates.

 Chega a hora de se fazerem contas. Não temos dinheiro para fazer face às nossas dívidas públicas, contraídas com o nosso aval.
E começam a exigir que nos portemos bem, para não assustar os investidores estrangeiros. Temos de recorrer ao FMI com o aval das instituições da UE,  até que nos impõem um plano de recuperação da nossa dívida coordenada por uma Troyka, estrangeiros a dizerem-nos como devemos gerir os negócios do Estado. As coisas complicam-se, até porque estes senhores esqueceram-se que havia um fator determinante e indispensável que era o Desenvolvimento Económico.

Vamos a eleições antecipadas e vá de dar maioria absoluta  ao miúdo de Vila Real, Passos Coelho e ao seu amigo Paulo Portas. E ele começa a armar-se em autoritário, a rodear-se duma equipa de tecnocratas e amigos de confiança.
As promessas esfumam-se rapidamente, tenham paciência, tem de ser assim ou então não teremos dinheiro para pagar aos funcionários públicos e aos pensionistas.

A corrupção de colarinho branco campeia impunemente: BPN, PPP, aquela coisa da EDP/rendas, protocolos de cobrança de portagens em duplicado, SCUTS que já não podem ser Scuts, Loureiros, Valas, Limas, Isaltinos. São muitos milhões que estão em jogo e com isso o equilíbrio das contas públicas.

A inflação continua, mas os salários e pensões estagnam.  São-nos sonegados o subsídio de férias e de Natal, não para todos,que se justificam umas exceçõezitas, para evitar a fuga de crâneos de reconhecida competência. Que não dá em nada.

Se calhar é melhor fazerem as malas e irem lá para fora, que lá há melhores oportunidades, sugere o Primeiro Ministro.
E se não se resolver o problema desta maneira, não stressem que isto de ir para o desemprego até pode ser um bom estímulo para se arranjar uma vida melhor, volta à carga.

Estupefação geral!  Ainda não conseguimos digerir estas mezinhas mas o resultado está bem à vista. Um milhão e desempregados, mais, talvez, que estas estatísticas quem pode confiar nelas?

E agora?

Os jornais já começam a receber recados para não publicarem certas coisas, que vão fazer mal à cabeça dos portugueses, coitados, que já andam tão à nora,  a prozac e xanax e outras coisas. Os que ainda têm algum dinheirito, por enquanto.

Começa-se a recear por represálias, perder o emprego. O medo instalou-se, joga-se com a ansiedade das pessoas, com a sua dignidade, a sua sobrevivência e da família.
Impensável que estejamos  a regressar a estes tempos fascisantes!

Que mais mos irá acontecer?

Será que a Democracia está, de novo, em perigo? Claro que está. Afinal quem manda? O Povo que vota, não. Quem manda então? 
Ora, pois, a Alta Finança internacional, sem rosto, globalizada, constituída por agiotas que se julgam uma raça à parte, especial, devem ter olhos especiais, descendentes de alguma estirpe estrita a certas camadas sociais.

Que fazer, então,  desta pescadinha de rabo na boca, tão bem arranjadinha que ela está?
...
(edição revista e mais sintética - 12h30)
@as-nunes 

2012/05/20

Dia após dia, sem me cansar...de a olhar




Dia de paz
Poesia em fragrâncias
Cores em delírio
Milagre da senhora
Que no monte
É um farol

Tanta terra
Tanto mar

Alto majestoso
Diogo Gil
No mar proceloso
Tormentas mil

Promessa cumprida
Em horas de aflição
N. Sra. naquela ermida
Pelo milagre em devoção


Sra. do monte
Saúdo-te por
Poder  admirar
Esse lugar

Serenamente…

Tanta  luz
No meu olhar
Dia a dia

Sempre!…
  
Maio de 2012
-
Quer conhecer a lenda da sra. do monte - Leiria? (v. aqui, por exemplo)

2012/05/19

Uma «caneleira» que não dá canela ...



http://diariodumjardim.blogspot.pt/2008/05/caneleira.html
Neste endereço poder-se-á perceber melhor essa singela estória duma caneleira, que não dá canela, nem tão pouco é uma caneleira...

Caneleira que não dá canela nem tem essa designação científica...

Mas que dá uma flor lindíssima, lá isso dá!
E ainda agora a procissão vai no adro!
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Afinal choveu mesmo, esta noite, e a potes! Mas nem dei por ela! Dormi a sono solto, será porque não tenho nada que me pese na consciência? 
É meio-dia e a Natureza está a dar um espetáculo ao ar livre, divinal!...
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(continuará...assim o tempo me dê uma mãozinha!)
@as-nunes