2013/11/26

Sarau Literário no Clube Recreativo de Soutocico - Operário em Construção

A idade não conta, minhas Senhoras e meus Senhores
Companheiros

À 3ª sexta-feira de cada mês realiza-se um sarau poético e cultural no Clube Recreativo de Soutocico (Leiria).
Eu e a Zaida começámos a frequentá-lo, há uns meses atrás, a convite do nosso comum e velho amigo, Mário Marques da Cruz. A verdade é que acabámos por lá encontrar outros velhos amigos de quem andávamos afastados há muitos anos, alguns que nos voltámos a relacionar desde os tempos idos dos anos 60, altura em que fui seu professor na Escola Industrial e Comercial de Leiria e de outros cursos numa escola particular...
Muitos anos se passaram. Hoje estamos "velhos" mas cheios de vontade de não esmorecer e mantermos a nossa atividade intelectual em forma.
É assim que nos juntamos, trocamos impressões literárias, experiências de vida e dizemos poesia. Uma maravilha!
Na semana passada a Zaida dissertou com agrado geral sobre gatos, tendo sido muito aplaudida e cumprimentada. Aqui hei-de dar nota da reportagem que estou a preparar. 
A maior parte dos presentes disse poemas de sua própria autoria ou de outros autores, destacando-se Acácio de Paiva, Miguel Torga, João de Deus, sei lá que mais... Muitos e bons.

O snr. José Selada, o decano dos poetas da freguesia e destes saraus, disse, de cor, sem falhas, o poema "Operário em Construção" do grande Vinicius de Moraes. Por sinal no decorrer do presente ano está-se a comemorar o centenário do seu nascimento.
O vídeo que aqui se apresenta tem uma duração de 5 minutos mas vale a pena ouvir este poema dito por José Selada... Como é que um homem da sua idade (uns 80 e muitos anos, julgo eu) consegue dizer de cor um poema tão longo como aquele?! ...

Parabéns, Snr. José Selada.

2013/11/24

MADALENA


Madalena

Tanto sofrimento
Quanta dor
Tanta poesia
Um nome pode encerrar.

Não foi o nome que lhe deram.
Mas o escolhido por si.
    
Madalena

No seu coração tão grande
houve sempre um lugar que foi meu
   Eu sei

O meu nome nunca abandonou
o seu pensamento
   Eu sei

   Sei também
Que onde está agora
eu continuarei a ser  a sua “loirinha”

   E sei também
Que no meu coração
irei sempre recordá-la
a si, ao seu carinho
o seu nome

Madalena

Zaida Paiva Nunes
23 Nov 2013

@as-nunes

2013/11/22

Desculpa lá ó Eça ...



A cidade está fria, despovoada, pacata até de mais. 

Vem-me à memória Eça de Queiroz e as suas maledicências em relação a Leiria, ao seu "rasteiro" estilo de vida à época... 

A verdade, porém, é que foi graças à sua estada em Leiria que ele escreveu o livro que o alcandoraria aos píncaros da fama como escritor: "O Crime do Padre Amaro".

Quem sabe se hoje não seria mais um escritor da língua Lusófona como tantos outros se não tivesse escrito, talvez o primeiro romance realista português com o sucesso que lhe foi reconhecido?! ...

(Este texto saiu assim, num improviso, caseiro, digo eu que poético, algo lírico, mas sentido ... Por isso repito: desculpa lá, ó Eça!)



Junto à placa informativa: árvore do gelo

liquidambar ... é outono, a cor das suas folhas não o desmentem, já estão a cair, uma a uma ...

Recantos de encantar ... na zona do Jardim e do marachão do rio Lis ..
-
(fotos tiradas de telemóvel - Sony smartPhone XPERIA 2013)

2013/11/19

Miguel Torga em Leiria: O anjo revoltado

Caricatura de Miguel Torga feita por Luís Fernandes,  inserta  a p. 32 do livro LEIRIcaturas, ed. da Junta de Freguesia de Leiria (Presidência de Cabrita Franco), 2000.


Em 19 de Novembro de 1939, faz hoje, portanto, 74 anos, Miguel Torga escrevia, em Leiria:

EXERCÍCIO ESPIRITUAL

Ouço-os de todo o lado.
Eu é que sou assim,
Eu é que sou assado,
Eu é que sou o anjo revoltado,
Eu é que não tenho santidade…

Quando, afinal, ninguém
Põe nos ombros a capa da humildade,
E vem.

In “Diário Vols. I a VIII
P. 92

Ed. Publizações Dom quixote, 1999
-
Uma semana após, Miguel Torga seria preso em Leiria e transferido para o Aljube de Lisboa, onde ficaria até Fevereiro de 1940.
-


Na frontaria do edifício onde esteve instalada a PSP no edifício do antigo Governo Civil de Leiria.
@as-nunes

2013/11/18

ZÉ OLIVEIRA, Bordalo e Zé Povinho


Este vídeo está complementado com uma reportagem fotográfica e outras imagens (cartoons, reproduções...) na minha conta do Facebook.
Seguindo este link aqui  e aqui e aqui.

No passado sábado lá estivemos, na sede do Rancho Folclórico da Região de Leiria  e eu não podia deixar de passar este evento em claro. Aqui fica a minha visão do modo como o meu amigo "Zé Oliveira", de várias lides, nos blogues, no Elos Clube de Leiria (entretanto, inativo...), cartoonista de créditos firmados em jornais, revistas, nas Academias, particularmente na de Coimbra.

Mais se pode ler seguindo estas indicações, entre outras:


    (Uma entrevista a Zé Oliveira. Está cá o essencial da carreira e da maneira de estar de José Oliveira, Cartoonista)

Obrigado, Zé Oliveira, pela excelente oportunidade que nos proporcionou para o ficarmos a conhecer melhor. O seu trabalho fala por si. Aqui mais à mão, tivemos ocasião de o apreciar semanalmente, durante vários anos, no semanário "Região de Leiria".

Também tenho algumas referências à sua atividade nomeadamente neste link deste mesmo blogue aqui .

E muito mais haveria para dizer sobre Zé Oliveira, enquanto cartoonista, e um grande lutador pelas causas sociais e humanista...
-
Nesta data foi-me oferecido pela Junta de Leiria, Pousos, Barreira, Cortes, o livro LEIRIcaturas - Caricaturistas Leirienses, ed. de 2000, onde se dá relevo ao trabalho de ZÉ OLIVEIRA.
Como se pode ver seguindo este link aqui.
-
O atual Presidente da Câmara Municipal era caricaturado, ao tempo da edição daquele livro, como segue:

- e tantas outras referências que podiam para aqui ser chamadas, se houvesse espaço e tempo ...
@as-nunes

2013/11/17

Maçonaria: Raízes e Segredos da sua História

AZ - Biblioteca: Maçonaria: Raízes e Segredos da sua História: 954 Ed. 2002 - W. L. Wilmshurst , ele próprio membro da Maçonaria Inglesa, procurou com esta obra clarificar um pouco a sua histór...



954
Ed. 2002
-
W. L. Wilmshurst, ele próprio membro da Maçonaria Inglesa, procurou com esta obra clarificar um pouco a sua história, propósitos, crenças e rituais, tornando a sua compreensão acessível também aos leigos.

Bem tenho tentado perceber em rigor as diferenças substantivas que existem entre as várias Ordens Maçónicas, ou se devemos, pura e simplesmente, considerar uma Ordem Maçónica, ainda que identificada por várias Grandes Lojas...

À volta desta ideia de maçonaria e dos Maçons ainda subsistem muitos segredos que, aos poucos, mas sem certezas dos intentos dos vários grupos organizados, vão sendo do domínio público.
Pelo que me apercebo só integrando, de facto, uma Loja Maçónica é que se consegue perceber claramente os objetivos pretendidos, para além dos que definem teoricamente toda a "Hierarquia" ,instituída no sentido duma devoção constante relativamente a Deus e às coisas divinas...
-
É imperioso refletir sobre os conteúdos do livro de Eclesiastes, particularmente, Hierarquia, I, 1-3 ...
-
Aplicação Prática: 
Eclesiastes oferece ao Cristão a oportunidade de compreender o vazio e o desespero com os quais aqueles que não conhecem a Deus têm que lidar. Aqueles que não têm uma fé salvadora em Cristo se deparam com uma vida que no fim das contas vai acabar e tornar-se irrelevante. Se não há salvação, e não há Deus, então não existe nenhum sentido, propósito ou direção para a vida. O “mundo debaixo do sol”, longe de Deus, é frustrante, cruel, injusto, breve e total “vaidade”. No entanto, com Cristo a vida é apenas uma sombra das glórias por vir em um paraíso que só é acessível por meio d´Ele.
O QUE É A MAÇONARIA - MAÇONARIA EM PORTUGAL
  

A Maçonaria é uma Ordem iniciática e ritualistica, universal e fraterna, filosófica e pregressista, baseada no livre-pensamento e na tolerância, que tem por objectivo o desenvolvimento espiritual do homem com vista á edificação de uma sociedade mais livre, justa e igualitária.

A Maçonaria não aceita dogmas, combate todas as formas de opressão, luta contra o terror, a miséria, o sectarismo e a ignorância, combate a corrupção, enaltece o mérito, procura a união de todos os homens pela prática de uma Moral Universal e pelo respeito da personalidade de cada um. Considera o trabalho como um direito e um dever,valorizando igualmente o trabalho intelectual e o trabalho manual.

A Maçonaria é uma Ordem de duplo sentido: de instituição perpétua e de associação de pessoas ligadas por determinados valores, que perseguem determinados fins e que estão vinculadas a certas regras.

É Iniciática, porque só pode nela ingressar quem se submeta á cerimónia de iniciação, verdadeiro “baptismo” maçónico, que significa literalmente o começo, e simboliza a passagem das trevas á “Luz”.

É ritualista, porque as suas reuniões obedecem a determinados ritos, que traduzem simbólicamente, sinteses e sabedoria, remontando aos tempos mais recuados.

É universal e fraterna, porque o seu fim ultimo é a fraternidade universal, ou seja, o estabelecimento de uma única familia na face da Terra, em que os Homens sejam, no seio da Ordem, verdadeiramente irmãos, sem qualquer distinção de raça, sexo, religião, ideologia e condição social.

Como escreveu Fernando Pessoa, “a Nação é a escola presente para a Super-Nação futura”. Amar a Pátria e a Humanidade é outro dos deveres dos Maçons.

É filosófica. porque, ultrapassada a fase operativa (coorporações de arquitectos/construtores medievais), transformou-se numa associação de caracter especulativo, procurando responder às mais profundas interrogações do Homem. Conserva contudo, o vocabulário, os utensilios e a simbologia dos pedreiros construtores dos antigos templos.

Afinal, o fim último da Maçonaria é a construção de um Homem novo e de uma Sociedade nova. Por isso, todos os seus ritos assentam na ideia de construção e são baseados na geometria, a mais nobre das artes, porque só ela permite compreender a medida de todas as coisas. Assim se justifica que a régua, o esquadro e o compasso continuem a ser instrumentos previligiados do pensamento maçónico.

É pregressista, porque visa o progresso da Humanidade, no pressuposto de que é possível um homem melhor numa sociedade melhor. Encurtar as desigualdades e reduzir as injustiças sociais é um dos seus objectivos, através da elevação moral e espiritual de cada individuo. Porém a Maçonaria não é uma instituição política e, muito menos, partidária. Está acima de todos os partidos, coexistindo nela pessoas das mais diversas sensibilidades, crenças e ideologias... A Maçonaria é assim um espaço de diálogo e de tolerância. A sua influência na Sociedade não se exerce directamente,... mas apenas indirectamente, através do exemplo, da pedagogia e da influência individual dos seus membros nos locais ondem exercem a sua actividade: no emprego, nos partidos, nas organizações cívicas e sociais...

É livre pensadora, porque não aceita dogmas, pratica a tolerância e respeita a liberdade absoluta de consciência. O Maçon tem o direito de examinar e de criticar todas as opiniões e de discutir todos os problemas, sem quaisquer peias ou limitações. A Maçonaria é anti-dogmática, tanto no aspecto politico como religioso ou filosófico. A política e a religião pertencem ao foro intimo de cada um e não podem ser discutidas, salvo nos termos genéricos acima referios, para não abalar a união do povo maçónico, pois, como se disse, a instituição congrega pessoas de todas as crenças ou sem crença nenhuma, de todas as ideologias não totalitárias.

Assim é rotundamente falsa a acusação que vem dos tempos do “Santo Oficio” e que foi retomada pela ditadura deposta em 25 de Abril de 1974 devque os Maçons, ou pedreiro livre, é contra a religião. Muitos e ilustres membros da Ordem foram e são crentes e , até, bispos e cardeais.

A Maçonaria aceita, aliás, a existência de um princípio superior, simbolozado pelo “Grande Arquitecto do Universo” (G.A.D.U.), que não tem definição e que cada um interpreta segundo a sua sensibilidade ou convicção. Para uns será o Deus em que acredita, para outros o Sol, fonte de vida, a própria natureza, a lei moral ou ainda a resultante de todas as forças que actuam no Universo. Esta ideia implica o respeito por todas as religiões, pois todas são igualmente verdadeiras, sem prejuizo do necessário combate ao fanatismo e à superstição.

Nos tempos remotos e medievais, o Maçon era obrigado a perfilhar a religião do seu País. Mas depois doIluminismo, e das formas modernas, considerou-se mais adequado, apenas lhe impôr a religião sobre a qual todos estão de acordo, e que consiste em amar o próximo, fazer o bem e ser homem bom, de honra e probidade. Deste modo a Maçonaria é uma casa de união entre ateus, agnósticos e pessoas dos mais diversos credos.

Deve porém dizer-se que a Maçonaria Regular, Tradicional ou de Via Sagrada, por oposição ao ramo Liberal ou Laico, impõe, a crença em Deus e na imortalidade da alma, excluindo também as mulheres. No entender de alguns Maçons este facto viola os principios maçónicos e contitucionais de igualdade (art.13º da Constituição da Republica Portuguesa). Ao manter uma velha tradição de 300 anos, que teima em não adequar aos valores ético-humanistas do nosso tempo, o ramo tradicional ou anglo-saxónico exclui da dignidade maçõnica três quartos da Humanidade.

(Texto retirado de “Introdução á Maçonaria” de António Arnaut)

2013/11/10

As árvores do centro de Leiria neste outono

Tília no canto Norte do Jardim Luís de Camões  

As Melia Azedarach do Largo 5 de Outubro de 1910, já enformadas e a darem nas vistas...
 O Pastor Peregrino de Francisco Rodrigues Lobo (Estou a tentar acompanhar o trabalho académico "Itinerário Poético de Rodrigues Lobo de Maria de Lourdes Belchor, INCM 1985...). Andavam a arranjar a estrada ali ao pé do Largo Goa, Damão e Diu... creio que o chão anda a abater um pouco...
 O Castelo de Leiria a espreitar por uma nesga entre as folhas duma tília e dum bordo negundo
 Uma melia azedarach entre duas ameixoeiras de jardim
 Um liquidambar ( o do recanto da Alameda do marachão, mesmo ao pé do rio Lis que acompanha o Jardim Luís de Camões
 A tal tília no canto norte do Jardim, um cedro (a árvore mais alta) e um dos raros ulmeiros que susbsistem no centro da cidade
Uma perspetiva do Jardim Luís de Camões, ao fundo um painel publicitário não sei bem de quê, com um X garrido, demasiado contrastante com o ambiente do lugar. Coisas do marketing...

Fotos tiradas no decorrer dum passeio inesperado de máquina fotográfica em punho...

@as-nunes

2013/11/04

A Igreja da Misericórdia em Leiria e a Rede de Judiarias de Portugal

 Esperemos bem que seja possível dar um aproveitamento condigno, como poderá ser este o caso, à Igreja da Misericórdia, em Leiria.
Registo 1479
AZ-Biblioteca
Ed. 2010


Índice do livro de Saul António Gomes

"Neste livro apresenta-se, ao leitor interessado, uma história daquela que foi uma das mais prósperas comunidades judaicas do Portugal medieval. O autor, depois de proceder à avaliação da tradição historio-gráfica acerca da memória judaica e cristã-nova leiriense, passa à contextualização da fixação dos primeiros judeus nesta antiga vila extremenha, por finais do século XII e princípios de Duzentos, e avalia pormenorizadamente as particularidades económicas, sociais e culturais da comuna israelita local, na década de 1490, funcionou a tipografia da família Ortas, oficina impressora do célebre Almanaque Perpétuo de Abraão Zacuto. Estabelece-se, de seguida, um amplo corpo documental que elucida, para os séculos XIII a XVI, a presença e a sobrevivência do povo hebraico em Leiria e em toda a sua região."
in contracapa do livro supra-citado.
« consultar também:  www.catedra-alberto-benveniste.org
« ver em Facebook
@as-nunes

2013/11/01

ARAL - Associação de Rádio Amadores do Distrito de Leiria em 2000

 À esquerda: CT1XI - Mariano Gonçalves - Presidente da REP (Rede dos Emissores Portugueses)
À direirta: eu (CT1CIR) - Presidente da Direção da ARAL
Estávamos na ESTG Leiria, no decorrer da Feira da Rádio da ARAL
Preparávamo-nos para assinar o Protocolo de cooperação ARAL-REP, um momento histórico da vida associativa no meio radioamadorístico.


Eu e o Carlos Costa, CT1CKL. Na mesma altura... Velhos tempos!
@as-nunes

2013/10/31

As Armas nos Lusíadas


Vivo na Barreira - Leiria há mais de 20 anos. Escrevi um ensaio monográfico sobre esta freguesia em 2005 e nela referenciei uma das suas grandes figuras históricas, o General Oliveira Simões. Pois fiquem sabendo que Oliveira Simões se me está a revelar como um grande poeta, humanista, cultor exímio das letras, político brilhante e um militar de envergadura. Nasceu em 1857 e morreu em 1944. Descobri recentemente, num alfarrabista, o livro cuja capa reproduzo abaixo. Uma maravilha. As suas descrições ilustradas com pinturas alusivas, acerca das armas que Camões refere frequentemente no seu cantar poético dos feitos heróicos dos portugueses são dignas de ser apreciadas.  Conto escrever e deixar publicado no meu blogue mais pormenores sobre este tema... (quem me abriu as portas ao conhecimento desta figura excecional foi o meu amigo Pedro Moniz através do seu livro "General Oliveira Simões - Poesia e Prosa (Antologia)" - Ed. Junta Freguesia da Barreira, ed. 1997).
(ver aqui).


---

 Este livro saiu a lume em 1986.
p. 5


p. 5



O autor, General Oliveira Simões, ocupa-se, neste livro, sucessivamente, em considerações  técnicas e literárias sobre as armas utilizadas pelos Portugueses e os seus adversários com referência aos passos do poema "Os Lusíadas" onde Camões as menciona.  Essas menções referem-se a:
armas em sentido genérico,
armas brancas,
armas de haste,
armas de arremesso,
armas defensivas,
artilharia neurobalística,
armas de fogo,
munições e engenhos de fogo,
apetrechos de guerra,
instrumentos e insígnias bélicas.

José de Oliveira Simões prossegue, escrevendo sobre "Armas-ferro" anotando diversas passagens dos Lusíadas

1º verso da 1ª instância, I canto:

As armas e os Barões assinalados
Aqui a palavra armas tem o significado genérico de feitos guerreiros, façanhas militares, combates, campanhas, trabalhos na guerra.

Armas mitológicas:
IX 37. Tu, que as armas Tifeias tens em nada,
Metáfora a indicar os raios de Júpiter contra o gigante Tifeu.

---
Camões emprega a palavra espada no sentido restrito, a designar a arma geralmente conhecida, ou no sentido metafórico.

No canto VIII, estância 19, o poeta pinta-se, em auto-retrato, numa bela imagem erudita mas fiel, afirmando que era escritor e soldado.
Aqui se refere ao prior de Santa Cruz, D. Teotónio, senhor de Leiria, vila que depois D. Afonso Henriques retomou.

 Canto VIII  est. 19

Um Sacerdote vê, brandindo a espada
Contra Arronches, que toma, por vingança
De Leiria, que de antes foi tomada
Por quem por Mafamede enresta a lança:
É Teotónio Prior. Mas vê cercada
Santarém, e verás a segurança
Da figura nos muros que, primeira
Subindo, ergueu das Quinas a bandeira.

---


I   47

Neste passo dos Lusíadas há referência aos terçados, quando descreve os costumes e o armamento do gentio de Moçambique:

De panos de algodão vinham vestidos,
De várias cores, brancos e listrados:
Uns trazem derredor de si cingidos,
Outros em modo airoso sobraçados:
Da cinta para cima vêm despidos;
Por armas têm adagas e terçados;
Com toucas na cabeça; e navegando,
Anafis sonoros vão tocando.

O terçado é uma arma muito parecida com a espada, mas mais curta.

I   54

Esta ilha pequena, que habitamos,
em toda esta terra certa escala
De todos os que as ondas navegamos
De Quíloa, de Mombaça e de Sofala;
E, por ser necessária, procuramos,
Como próprios da terra, de habitá-la;
E por que tudo enfim vos notifique,
Chama-se a pequena ilha Moçambique.



(...) Muito mais há para ler e admirar, incluindo imensas e belas reproduções fotográficas e pinturas a cores ... (ver registo 1974 az-biblioteca)