2014/06/02

Um Centenário no Centenário do Concelho de Alcanena





Como já em diversas oportunidades aqui deixei referido, faço parte integrante do Grupo de Poesia e Cultura da Biblioteca Municipal de Alcanena. Já lá vão uns quantos anos, cinco, mais precisamente. Fui, mesmo agora confirmar, revendo o Álbum-livro que a Zaida, com a minha ajuda, editámos, em 2013, por alturas do 10º aniversário do início de atividade desse grupo. 
"Não somos desta bonita vila de Alcanena. Mas em 2009 fomos aceites (o nosso grupo de Leiria - Luísa e Joaquim Soares Duarte, Zaida e António Nunes) como participantes nos "Encontros de Poesia e Cultura"."

A verdade é que sentimos que muito temos aprendido com todos os laços de amizade que entretanto se firmaram e que são maravilhosos.

A razão porque estou, agora, a dar relevo a um desses companheiros de Tertúlia e amizade, prende-se muito singelamente com a coincidência de em 2014 o Snr. Manuel (nas fotos, de seu nome completo, Manuel António Ferreira Gertrudes, comemorar, como esperamos, 100 anos de vida, precisamente no ano do Centenário do Concelho de Alcanena.  Estamos a preparar-nos para comemorar os seus 100 anos de vida, no dia 11 de Julho próximo, data em que está previsto que o próprio homenageado, nos proporcione o lançamento dum seu livro. Fantástica a sua lucidez e fantástica a sua capacidade como poeta, sempre ao seu estilo saudosista, naturalista e romântico.

Para além destas fotografias, vou tentar editar um vídeo sobre este meu/nosso companheiro de tão proveta idade.

Até ao Centenário, amigo e sr. Manuel!...
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Tinha o snr. Manuel 97 anos...
http://dispersamente.blogspot.pt/2011/09/idade-da-poesia.html

2014/05/26

Mais aldrabas - Barreira - Leiria

 Interessante. Muito interessante. Esta minha curiosidade pelas aldrabas está a proporcionar-me descobertas muito interessantes... Vi, há dias, uma aldraba precisamente igual a esta, na estrada quem vai das Cortes para a Sra. do Monte.





2014/05/14

O Homem-Capital não tem alma


Dizem que o homem tem alma!

Aquilo que o anima,
que o faz viver e sentir,
que o distingue dos outros seres vivos.

Olho o mundo.

Vejo amor, solidariedade, sentimentos
nos outros animais.

Vejo-os também nalguns homens:
Os subjugados, os pobres, os proscritos da vida.

E são cada vez mais!

Neles apercebemos a alma.

E nos outros?
Nos poderosos do mundo?

São os homens ocos!
“The Hollow Men” de Eliot!
Os “Mistah Kurtz” de Conrad!

A alma?

Venderam-na
A um Senhor Todo Poderoso!
O Capitalismo Selvagem!

12 de Maio/2014
Zaida Paiva Nunes

2014/05/06

2014/05/04

A propósito dum tal snr. Fulano da atualidade...



Estando D. Fulano a tagarelar
comigo, de tédio senti-me morrer.
Tantas as tolices que lhe ouvi dizer.
Finalmente disse: “Tempo é de deitar.”
Respondi-lhe logo: “Se ir vos apraz,
Ide em boa hora que eu cá fico em paz.”

Morrendo de tédio, farto de o ouvir
Estive eu muito tempo, ali massacrado.
Já pestanejavam meus olhos de enfado.
Finalmente disse: “Tempo é de deitar.”
Respondi-lhe logo: “Se ir vos apraz,
Ide em boa hora que eu cá fico em paz.”

Foi tagarelando pela noite fora
E dentro de mi o tédio crescia.
Mas o maçador nem se apercebia.
Finalmente disse: “Tempo é de deitar.”
Respondi-lhe logo: “Se ir vos apraz,
Ide em boa hora que eu cá fico em paz.”

Trova satírica de Dom Dinis
Versão moderna de Natália Correia

Sécs. XIII/XIV

2014/05/03

Mãe ...

      Eu, em 2010 .....................................................         Minha Mãe, em 1945 ?


Mãe

67 anos são passados
o poema da nossa vida
ainda está a ser escrito
e assim continuará

São muitos anos, mãe
Hoje lembrei-me de te escrever
A distância não me deixa
Dar-te um beijo

Mesmo assim sinto
Que estás presente

Só porque me lembro de ti, mãe…

Tónio

Vestígios de meados do séc. XX nas ruas de Leiria





2014/05/01

Com o tempo... emociona-me o Tempo ... as flores ... a vasta silhueta das montanhas aqui em frente ...




Emocionam-me as árvores
o lume das amoras
adocicando os caminhos
as cigarras sem fadiga
iluminando o pó

Emocionam-me as árvores
a vasta silhueta das montanhas 
a mancha seca dos ribeiros
a frescura breve da voz dos melros
entre a ramagem amena dos amieiros

Emocionam-me as árvores
as velhas pedras onde o poema
é música de seda ...

Luís Filipe Maçarico
cantoneiro da CMLisboa
ed. autor, 1993