2015/02/15
2015/02/06
Descoberta do caminho marítimo para a Índia - Poema escrito por Olavo Bilac em 1898
Descoberta do caminho marítimo para a Índia
Aqui se pode ver um pequeno vídeo com uma sinopse do que foi o Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia, em Abril de 1498.
Em 7 de Maio de 1898 publicou Olavo Bilac este livro/Poemeto.
-------------
A água negra, em cachões, se precipita, a uivar;
Retorcem-se gemendo os zimbros sobre a areia.
E, impassível, opondo ao mar o vulto enorme,
Sob as trevas do céu, pelas trevas do mar,
Berço de um mundo novo, o promontório dorme.
Só, na trágica noite e no sítio medonho,
Inquieto como o mar sentindo o coração,
Mais largo do que o mar sentindo o próprio sonho,
- Só, aferrando os pés sobre um penhasco a pique,
Sorvendo a ventania e espiando a escuridão,
Queda, como um fantasma, o Infante Dom Henrique...
Casto, fugindo o amor, atravessa a existência
Imune de paixões, sem um grito sequer
Na carne adormecida em plena adolescência;
E nunca aproximou da face envelhecida
O nectário da flor, a boca da mulher,
Nada do que perfuma o deserto da vida.
Forte, em Ceuta, ao clamor dos pífanos de guerra,
Entre as mesnadas (quando a matança sem dó
Dizimava a moirama e estremecia a terra),
Viram-no levantar, imortal e brilhante,
Entre os raios do sol, entre as nuvens do pó,
A alma de Portugal no aceiro do montante.
Em Tanger, na jornada atroz do desbarato,
- Duro, ensopando os pés em sangue português,
Empedrado na teima e no orgulho insensato,
Calmo, na confusão do horrendo desenlace,
- Vira partir o irmão para as prisões de Fez,
Sem um tremor na voz, sem um tremor na face.
É que o Sonho lhe traz dentro de um pensamento
A alma toda cativa. A alma de um sonhador
Guarda em si mesma a terra, o mar, o firmamento,
E, cerrada de todo à inspiração de fora,
Vive como um vulcão, cujo fogo interior
A si mesmo imortal se nutre e se devora.
"Terras da Fantasia! Ilhas Afortunadas,
Virgens, sob a meiguice e a limpidez do céu,
Como ninfas, à flor das águas remansadas!
- Pondo o rumo das naus contra a noite horrorosa
Quem sondara esse abismo e rompera esse véu,
Ó sonho de Platão, Atlântida formosa!
Mar tenebroso! aqui recebes, porventura,
A síncope da vida, a agonia da luz?.
Começa o Caos aqui, na orla da praia escura?
E a mortalha do mundo a bruma que te veste?
Mas não! por trás da bruma, erguendo ao sol a Cruz,
Vós sorrides ao sol, Terras Cristãs do Preste!
Promontório Sagrado! Aos teus pés, amoroso,
Chora o monstro... Aos teus pés, todo o grande poder,
Toda a força se esvai do oceano Tenebroso...
Que ansiedade lhe agita os flancos? Que segredo,
Que palavras confia essa boca, a gemer,
Entre beijos de espuma, à algidez do rochedo?
Que montanhas mordeu, no seu furor sagrado?
Que rios, através de selvas e areais,
Vieram nele encontrar um túmulo ignorado?
De onde vem ele? ao sol de que remotas plagas
Borbulhou e dormiu? que cidades reais
Embalou no regaço azul de suas vagas?
Se tudo é morte além, - em que deserto horrendo,
Em que ninho de treva os astros vão dormir?
Em que solidão o sol sepulta-se, morrendo?
Se tudo é morte além, por que, a sofrer sem calma,
Erguendo os braços no ar, havemos de sentir
Estas aspirações, como asas dentro da alma?"
Com os olhos febris furando a escuridão,
Queda como um fantasma o Infante Dom Henrique...
Entre os zimbros e a névoa, entre o vento e a salsugem,
A voz incompreendida, a voz da Tentação
Canta ao surdo bater dos macaréus que rugem:
'Ao largo, Ousado! o segredo
Espera, com ansiedade,
Alguém privado de medo
E provido de vontade...
Verás destes mares largos
Dissipar-se a cerração!
Aguça os teus olhos, Argos:
Tomará corpo a visão...
Sonha, afastado da guerra,
De tudo! - em tua fraqueza,
Tu, dessa ponta de terra,
Dominas a natureza!
Na escuridão que te cinge,
Édipo! com altivez,
No olhar da líquida esfinge
O olhar mergulhas, e lês...
Tu que, casto, entre os teus sábios,
Murchando a flor dos teus dias,
Sobre mapas e astrolábios
Encaneces e porfias;
Tu, buscando o oceano infindo,
Tu, apartado dos teus,
(Para, dos homens fugindo,
Ficar mais perto de Deus);
Tu, no agro templo de Sagres,
Ninho das naves esbeltas,
Reproduzes os milagres
Da idade escura dos celtas:
Vê como a noite está cheia
De vagas sombras... Aqui,
Deuses pisaram a areia,
Hoje pisada por ti.
E, como eles poderoso,
Tu, mortal, tu, pequenino,
Vences o mar Tenebroso,
Ficas senhor do Destino!
Já, enfunadas as velas,
Como asas a palpitar,
Espalham-se as caravelas
Aves tontas pelo mar...
Nessas tábuas oscilantes,
Sob essas asas abertas,
A alma dos teus navegantes
Povoa as águas desertas.
Já, do fundo mar vário,
Surgem as ilhas, assim
Como as contas de um rosário
Soltas nas águas sem fim.
Já, como cestas de flores,
Que o mar de leve balança,
Abrem-se ao sol os Açores
Verdes, da cor da esperança.
Vencida a ponta encantada
Do Bojador, teus heróis
Pisam a África, abrasada
Pela inclemência dos sóis.
Não basta! Avante!
Tu, morto
Em breve, tu, recolhido
Em calma, ao último porto,
- Porto da paz e do olvido,
Não verás, com o olhar em chama,
Abrir-se, no oceano azul,
O vôo das naus do Gama,
De rostros feitos ao sul...
Que importa? Vivo e ofegando
No ofego das velas soltas,
Teu sonho estará cantando
À flor das águas revoltas.
Vencido, o peito arquejante.
Levantado em furacões,
Cheia a boca e regougante
De escuma e de imprecações,
Rasgando, em fúria, às unhadas
O peito, e contra os escolhos
Golfando, em flamas iradas,
Os relâmpagos dos olhos,
Louco, ululante, e impotente
Como um verme, - Adamastor
Verá pela tua gente
Galgado o cabo do Horror!
Como o reflexo de um astro,
Cintila e a frota abençoa
No tope de cada mastro
O Santelmo de Lisboa.
E alta já, de Moçambique
A Calicut, a brilhar,
Olha, Infante Dom Henrique!
- Passou a Esfera Armilar...
Fartar! como um santuário
Zeloso de seu tesouro,
Que, ao toque de um temerário,
Largas abre as portas de ouro,
- Eis as terras feiticeiras
Abertas... Da água através,
Deslizem fustas ligeiras,
Corram ávidas galés!
Aí vão, oprimindo o oceano,
Toda a prata que fascina,
Todo o marfim africano,
Todas as sedas da China...
Fartar!... Do seio fecundo
Do Oriente abrasado em luz,
Derramem-se sobre o mundo
As pedrarias de Ormuz!
Sonha, - afastado da guerra,
Infante!... Em tua fraqueza,
Tu, dessa ponta de terra,
Dominas a natureza!..."
Longa e cálida, assim, fala a voz da Sereia...
Longe, um roxo clarão rompe o noturno véu.
Doce agora, ameigando os zimbros sobre a areia,
Passa o vento. Sorri palidamente o dia...
E súbito, como um tabernáculo, o céu
Entre faixas de prata e púrpura irradia...
Tênue, a Princípio, sobre as pérolas da espuma,
Dança torvelinhando a chuva de ouro. Além,
Invadida do fogo, arde e palpita a bruma,
Numa cintilação de nácar e ametistas...
E o olhar do Infante vê, na água que vai e vem,
Desenrolar-se vivo o drama das Conquistas.
Todo o oceano referve, incendido em diamantes,
Desmanchado em rubis. Galeões descomunais,
Crespas selvas sem fim de mastros deslumbrantes,
Continentes de fogo, ilhas resplandecendo,
Costas de âmbar, parcéis de aljofres e corais,
- Surgem, redemoinhando e desaparecendo...
É o dia! - A bruma foge. Iluminam-se as grutas.
Dissipam-se as visões... O Infante, a meditar,
Como um fantasma, segue entre as rochas abruptas.
E impassível, opondo ao mar o vulto enorme,
Fim de um mundo sondando o deserto do mar,
- Berço de um mundo novo - o promontório dorme.
Aqui se pode ver um pequeno vídeo com uma sinopse do que foi o Descobrimento do Caminho Marítimo para a Índia, em Abril de 1498.
Em 7 de Maio de 1898 publicou Olavo Bilac este livro/Poemeto.
-------------
"Acreditavam os antigos celtas,
do Guadiana espalhados até
a costa, que, no templo circular
do Promontório Sacro, se reuniam
à noite os deuses, em misteriosas
conversas com esse mar cheio
de enganos e tentações."
OL. MARTINS. - Hist.
de Portugal.
Sagres
"Acreditavam os antigos celtas,
do Guadiana espalhados até
a costa, que, no templo circular
do Promontório Sacro, se reuniam
à noite os deuses, em misteriosas
conversas com esse mar cheio
de enganos e tentações."
OL. MARTINS. - Hist. de Portugal.
Em Sagres. Ao tufão, que se desencadeia,do Guadiana espalhados até
a costa, que, no templo circular
do Promontório Sacro, se reuniam
à noite os deuses, em misteriosas
conversas com esse mar cheio
de enganos e tentações."
OL. MARTINS. - Hist. de Portugal.
A água negra, em cachões, se precipita, a uivar;
Retorcem-se gemendo os zimbros sobre a areia.
E, impassível, opondo ao mar o vulto enorme,
Sob as trevas do céu, pelas trevas do mar,
Berço de um mundo novo, o promontório dorme.
Só, na trágica noite e no sítio medonho,
Inquieto como o mar sentindo o coração,
Mais largo do que o mar sentindo o próprio sonho,
- Só, aferrando os pés sobre um penhasco a pique,
Sorvendo a ventania e espiando a escuridão,
Queda, como um fantasma, o Infante Dom Henrique...
Casto, fugindo o amor, atravessa a existência
Imune de paixões, sem um grito sequer
Na carne adormecida em plena adolescência;
E nunca aproximou da face envelhecida
O nectário da flor, a boca da mulher,
Nada do que perfuma o deserto da vida.
Forte, em Ceuta, ao clamor dos pífanos de guerra,
Entre as mesnadas (quando a matança sem dó
Dizimava a moirama e estremecia a terra),
Viram-no levantar, imortal e brilhante,
Entre os raios do sol, entre as nuvens do pó,
A alma de Portugal no aceiro do montante.
Em Tanger, na jornada atroz do desbarato,
- Duro, ensopando os pés em sangue português,
Empedrado na teima e no orgulho insensato,
Calmo, na confusão do horrendo desenlace,
- Vira partir o irmão para as prisões de Fez,
Sem um tremor na voz, sem um tremor na face.
É que o Sonho lhe traz dentro de um pensamento
A alma toda cativa. A alma de um sonhador
Guarda em si mesma a terra, o mar, o firmamento,
E, cerrada de todo à inspiração de fora,
Vive como um vulcão, cujo fogo interior
A si mesmo imortal se nutre e se devora.
"Terras da Fantasia! Ilhas Afortunadas,
Virgens, sob a meiguice e a limpidez do céu,
Como ninfas, à flor das águas remansadas!
- Pondo o rumo das naus contra a noite horrorosa
Quem sondara esse abismo e rompera esse véu,
Ó sonho de Platão, Atlântida formosa!
Mar tenebroso! aqui recebes, porventura,
A síncope da vida, a agonia da luz?.
Começa o Caos aqui, na orla da praia escura?
E a mortalha do mundo a bruma que te veste?
Mas não! por trás da bruma, erguendo ao sol a Cruz,
Vós sorrides ao sol, Terras Cristãs do Preste!
Promontório Sagrado! Aos teus pés, amoroso,
Chora o monstro... Aos teus pés, todo o grande poder,
Toda a força se esvai do oceano Tenebroso...
Que ansiedade lhe agita os flancos? Que segredo,
Que palavras confia essa boca, a gemer,
Entre beijos de espuma, à algidez do rochedo?
Que montanhas mordeu, no seu furor sagrado?
Que rios, através de selvas e areais,
Vieram nele encontrar um túmulo ignorado?
De onde vem ele? ao sol de que remotas plagas
Borbulhou e dormiu? que cidades reais
Embalou no regaço azul de suas vagas?
Se tudo é morte além, - em que deserto horrendo,
Em que ninho de treva os astros vão dormir?
Em que solidão o sol sepulta-se, morrendo?
Se tudo é morte além, por que, a sofrer sem calma,
Erguendo os braços no ar, havemos de sentir
Estas aspirações, como asas dentro da alma?"
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E, torturado e só, sobre o penhasco a pique,Com os olhos febris furando a escuridão,
Queda como um fantasma o Infante Dom Henrique...
Entre os zimbros e a névoa, entre o vento e a salsugem,
A voz incompreendida, a voz da Tentação
Canta ao surdo bater dos macaréus que rugem:
'Ao largo, Ousado! o segredo
Espera, com ansiedade,
Alguém privado de medo
E provido de vontade...
Verás destes mares largos
Dissipar-se a cerração!
Aguça os teus olhos, Argos:
Tomará corpo a visão...
Sonha, afastado da guerra,
De tudo! - em tua fraqueza,
Tu, dessa ponta de terra,
Dominas a natureza!
Na escuridão que te cinge,
Édipo! com altivez,
No olhar da líquida esfinge
O olhar mergulhas, e lês...
Tu que, casto, entre os teus sábios,
Murchando a flor dos teus dias,
Sobre mapas e astrolábios
Encaneces e porfias;
Tu, buscando o oceano infindo,
Tu, apartado dos teus,
(Para, dos homens fugindo,
Ficar mais perto de Deus);
Tu, no agro templo de Sagres,
Ninho das naves esbeltas,
Reproduzes os milagres
Da idade escura dos celtas:
Vê como a noite está cheia
De vagas sombras... Aqui,
Deuses pisaram a areia,
Hoje pisada por ti.
E, como eles poderoso,
Tu, mortal, tu, pequenino,
Vences o mar Tenebroso,
Ficas senhor do Destino!
Já, enfunadas as velas,
Como asas a palpitar,
Espalham-se as caravelas
Aves tontas pelo mar...
Nessas tábuas oscilantes,
Sob essas asas abertas,
A alma dos teus navegantes
Povoa as águas desertas.
Já, do fundo mar vário,
Surgem as ilhas, assim
Como as contas de um rosário
Soltas nas águas sem fim.
Já, como cestas de flores,
Que o mar de leve balança,
Abrem-se ao sol os Açores
Verdes, da cor da esperança.
Vencida a ponta encantada
Do Bojador, teus heróis
Pisam a África, abrasada
Pela inclemência dos sóis.
Não basta! Avante!
Tu, morto
Em breve, tu, recolhido
Em calma, ao último porto,
- Porto da paz e do olvido,
Não verás, com o olhar em chama,
Abrir-se, no oceano azul,
O vôo das naus do Gama,
De rostros feitos ao sul...
Que importa? Vivo e ofegando
No ofego das velas soltas,
Teu sonho estará cantando
À flor das águas revoltas.
Vencido, o peito arquejante.
Levantado em furacões,
Cheia a boca e regougante
De escuma e de imprecações,
Rasgando, em fúria, às unhadas
O peito, e contra os escolhos
Golfando, em flamas iradas,
Os relâmpagos dos olhos,
Louco, ululante, e impotente
Como um verme, - Adamastor
Verá pela tua gente
Galgado o cabo do Horror!
Como o reflexo de um astro,
Cintila e a frota abençoa
No tope de cada mastro
O Santelmo de Lisboa.
E alta já, de Moçambique
A Calicut, a brilhar,
Olha, Infante Dom Henrique!
- Passou a Esfera Armilar...
Fartar! como um santuário
Zeloso de seu tesouro,
Que, ao toque de um temerário,
Largas abre as portas de ouro,
- Eis as terras feiticeiras
Abertas... Da água através,
Deslizem fustas ligeiras,
Corram ávidas galés!
Aí vão, oprimindo o oceano,
Toda a prata que fascina,
Todo o marfim africano,
Todas as sedas da China...
Fartar!... Do seio fecundo
Do Oriente abrasado em luz,
Derramem-se sobre o mundo
As pedrarias de Ormuz!
Sonha, - afastado da guerra,
Infante!... Em tua fraqueza,
Tu, dessa ponta de terra,
Dominas a natureza!..."
Longa e cálida, assim, fala a voz da Sereia...
Longe, um roxo clarão rompe o noturno véu.
Doce agora, ameigando os zimbros sobre a areia,
Passa o vento. Sorri palidamente o dia...
E súbito, como um tabernáculo, o céu
Entre faixas de prata e púrpura irradia...
Tênue, a Princípio, sobre as pérolas da espuma,
Dança torvelinhando a chuva de ouro. Além,
Invadida do fogo, arde e palpita a bruma,
Numa cintilação de nácar e ametistas...
E o olhar do Infante vê, na água que vai e vem,
Desenrolar-se vivo o drama das Conquistas.
Todo o oceano referve, incendido em diamantes,
Desmanchado em rubis. Galeões descomunais,
Crespas selvas sem fim de mastros deslumbrantes,
Continentes de fogo, ilhas resplandecendo,
Costas de âmbar, parcéis de aljofres e corais,
- Surgem, redemoinhando e desaparecendo...
É o dia! - A bruma foge. Iluminam-se as grutas.
Dissipam-se as visões... O Infante, a meditar,
Como um fantasma, segue entre as rochas abruptas.
E impassível, opondo ao mar o vulto enorme,
Fim de um mundo sondando o deserto do mar,
- Berço de um mundo novo - o promontório dorme.
SAGRES,
Olavo Bilac
Rio de Janeiro, MDCCCXVIII
TYP. DO ´JORNAL DO COMMÉRCIO´DE RODRIGUES & C.
---
Nota:
Será interessante conseguir acompanhar a explanação elaborada por José Eduardo da Fonseca (UFMG) tentando demonstrar que "A Mensagem" de Fernando Pessoa poderá ter sido inspirada por leituras interessadas que o próprio terá feito do Poema de Olavo Bilac que acima se reproduz.
Talvez seguindo o link:
https://attachment.fbsbx.com/file_download.php?id=1537419149873489&eid=ASu0Q_jt4Kai_3qjeIBEYvAMSlxgK1i946uX8Vk9o2Ovq-FlPl6WEp8t0HC1L_hiwFo&inline=1&ext=1423252323&hash=ASuHM1qZtKRZz-cq
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Nota:
Será interessante conseguir acompanhar a explanação elaborada por José Eduardo da Fonseca (UFMG) tentando demonstrar que "A Mensagem" de Fernando Pessoa poderá ter sido inspirada por leituras interessadas que o próprio terá feito do Poema de Olavo Bilac que acima se reproduz.
Talvez seguindo o link:
https://attachment.fbsbx.com/file_download.php?id=1537419149873489&eid=ASu0Q_jt4Kai_3qjeIBEYvAMSlxgK1i946uX8Vk9o2Ovq-FlPl6WEp8t0HC1L_hiwFo&inline=1&ext=1423252323&hash=ASuHM1qZtKRZz-cq
Etiquetas:
A Mensagem,
aclal,
caminho marítimo para a Índia,
fernando pessoa,
Olavo Bilac,
Sagres (livro de 1898 de Olavo Bilac),
Serões Literários das Cortes
2015/02/04
Adesba Sénior - Zaida Paiva em sessão de animação
Zaida e a sua mãe, Eva Paiva.
No dia 18 de Janeiro de 2015, a Zaida Paiva Nunes, esteve no Lar da Adesba - Barreira, a orientar uma sessão de animação com base na sua vivência como filha, como mãe e como avó. Inspirou-se nos seus trabalhos de poesia e no livro de Patrícia Reis com Maria Antónia Palla. Esteve presente a sua mãe, Eva Paiva.
2015/01/31
Decoração duma cozinha em Leiria - 2015
Em Janeiro de 2015 produzi um vídeo em que mostro a decoração da cozinha cá de casa.
Era uma pena não ficar aqui esse registo.
A decoradora não podia deixar de ser senão a Zaida, claro.
O fundo musical é constituído pela canção "La Boheme", cantada e acompanhada ao piano por Dulce Pontes.
---
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2015/01/26
RUI PATO e Francisco Fanhais em Leiria vs problemas de Censura na atualidade...
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(Vídeo produzido pelo autor do presente Post no dia 24 de Janeiro de 2015, no decorrer da Tertúlia no MiMO em Leiria)
Estive presente na Tertúlia no MiMO, junto ao Castelo de Leiria, em que esteve presente RUI PATO numa altura em que a Administração do «Facebook» fechou a sua conta, por motivos desconhecidos.
Pode-se acompanhar uma página de apoio a Rui Pato aqui https://www.facebook.com/pages/APOIO-A-RUI-PATO/380708555437003?pnref=story
"... em 1962, já só a guitarra acústica de Rui Pato se ouvia ao lado da voz de José Afonso, e assim continuaria a ser até 1968. ..." p. 19 do livro de João Carlos Callixto «CANTA, AMIGO, CANTA - NOVA CANÇÃO PORTUGUESA (1960-1974) . Ed. Âncora - 2014 . Por alturas da CENSURA do Facebook de RUI PATO...
-Pode-se acompanhar uma página de apoio a Rui Pato aqui https://www.facebook.com/pages/APOIO-A-RUI-PATO/380708555437003?pnref=story
"... em 1962, já só a guitarra acústica de Rui Pato se ouvia ao lado da voz de José Afonso, e assim continuaria a ser até 1968. ..." p. 19 do livro de João Carlos Callixto «CANTA, AMIGO, CANTA - NOVA CANÇÃO PORTUGUESA (1960-1974) . Ed. Âncora - 2014 . Por alturas da CENSURA do Facebook de RUI PATO...
Também gravei mais este vídeo. A qualidade de produção e do operador de câmara é a de um amador. Mas penso que vale a pena divulgar...
Francisco Fanhais a cantar "Canção de Embalar" (José Afonso). Rui Pato à guitarra.
João Callixto é o autor do livro acima referido.
em edição... ainda (27jan2015)
Gosto · Responder · 9 · 24/1 às 1:10
Jose Leitao Pesquisando....Blogues..... Antes de tudo e
de mais, o Rui Pato foi meu companheiro de brincadeiras de infância no Bairro
S. José, em Coimbra, futuro Bairro Marechal Carmona, actual Bairro Norton de
Matos, no Calhabé.
Por causa dele, cheguei a partir a cabeça do meu irmão
mais velho à pedrada.
Rui de Melo Rocha Pato nasceu em Coimbra, no dia 04 de
Junho de 1946, filho do jornalista-fotógrafo Rocha Pato, chefe da delegação de
Coimbra de "O Primeiro de Janeiro" e, mais tarde, do "Diário
Popular".
Pertence à "geração de viragem" da "canção
de Coimbra", tendo sido o acompanhante à viola de José Afonso, por escolha
deste, na primeira fase da sua carreira na balada, de 1962 a 1969.
Rui Pato tinha apenas 16 anos quando acompanhou José
Afonso em "Menino de Oiro", "Tenho Barcos, Tenho Remos",
"No Lago Do Breu" e "Senhor Poeta", em 1962.
A dupla com José Afonso foi interrompida pela PIDE em
1970 quando a polícia política impediu que Rui Pato seguisse para Londres para
gravar "Traz Outro Amigo Também", na sequência da crise académica de
69.
(Em vão o esperei em Março desse ano em Londres. Em sua
substituição foi oBóris, Carlos Correia - nota do signatário).
Rui Pato conheceu José Afonso através do Pai, que era
amigo de Zeca. Rocha Pato doou a sua correspondência com Zeca ao Centro de
Documentação 25 de Abril, da Universidade de Coimbra.
Numa ida a Coimbra, no início da década de 60, José
Afonso mostrou aos amigos um outro tipo de música, sem o "espartilho da
guitarra de Coimbra".
Tratava-se de uma grande liberdade rítmica, que
necessitava apenas de uns leves acordes de viola para sublinhar o poema que era
o mais importante da canção. Coube a Rui Pato executar esses leves acordes de
viola.
Mas Rui Pato não se limitou, exclusivamente, a acompanhar
José Afonso. Entre 1960 e 1971 foi também um dos principais acompanhantes de
Adriano Correia de Oliveira.
Reputado pneumologista, Rui Pato é hoje presidente do
conselho de administração do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE.
Este ano, surpreendeu os amigos em confraternização na
Praia de Miracom uma vibrante interpretação à viola de "Apache", um clássico
dos Shadows.
Foi-lhe então perguntado se, à margem de José Afonso,
alguma vez espreitou o ié-ié e a guitarra eléctrica, ao que respondeu que
chegou a fazer parte de um conjunto, os Beatnicks, que fazia o tradicional
percurso dos bailes de estudantes.
Mais recentemente, Rui Pato confessou que já não tem
guitarras eléctricas:
Embora já tenha passado na adolescência por outros tipos
de guitarras, actualmente não tenho nenhuma eléctrica, nem tão pouco uma
acústica. Só tenho guitarras clássicas. Aqui convém esclarecer que a guitarra
de Coimbra, a de fado, assim como a guitarra de Lisboa, não têm nada a ver com
a guitarra de que estamos a falar.
Estamos a falar de "violas", ou seja, guitarras
clássicas. Neste aspecto, uma guitarra clássica só tem alguma categoria se fôr
fabricada por especialistas (lutiers), com madeiras raras que estiveram em
estufa a secar mais de uma dezena de anos .
Os grandes mestres da sua fabricação são espanhóis
(Ramirez, Rubio, etc) , mas existem alguns grandes fabricantes na América do
Sul, incluindo o Brasil, onde há fabricantes excepcionais (Di Giorgio).
Claro que existem fabricantes industriais de boas
guitarras feitas em série, muito mais baratas, mas... não têm nada a ver...
Tenho actualmente três guitarras (violas): uma Odemira,
da fábrica Luso-Espanhola, fabricada em 1967, uma do Luís Filipe Roxo,
fabricada em 1980, e uma (a melhor de todas), de um fabricante de Braga , o
Jorge Ulisses, feita em 1999.
Quando fôr rico, quero ter uma Ramirez, do modelo topo de
gama!
PS - Há precisamente 10 anos - 29 de Setembro de 1998 -
recebi uma missiva de Rui Pato, onde referia a nossa amizade de calções nas
praças da nossa infância.
Colaboração de Luís Pinheiro de Almeida
2015/01/22
Samuel Maia em referência noutros blogues
via seu Facebook https://www.facebook.com/joseaugusto.costapereira?fref=ufi
por aquimetem, em 22.01.15
Sempre que se mexe com o arquivo memorial, o seu conteúdo liberta-se da muita
ou pouca poeira que com o tempo se vai acumulando sobre as pastas onde são
depositadas as memórias vividas ou presenciadas por cada ser humano. Notei isso
quando após concluir o post anterior me veio à mete um desejo, já com alguns
anos, de consagrar um post ao 1º comentador das Mestas. O tempo foi-se
passando, e só agora ao dar uma vista de olhos pelo corpo desse blog, tomei a
decisão de não retardar mais. Trata-se de um conterrâneo do escritor Samuel
Maia e assim sendo é natural da freguesia de Ribafeita, concelho de Viseu, e muito
próxima de São Pedro do Sul. Esta é a conclusão a que cheguei, e não estou
enganado, mediante o seu comentário no meu post, quando diz: “…ando
precisamente a preparar um post sobre uma zona da Baira Alta a que um escritor
Samuel Maia (da minha terra natal), no princípio do séc. passado, se refere a
umas "poldras" através das quais faziam a travessia do Rio Vouga”.
Através deste amigo virtual, que muito gostava de conhecer pessoalmente, fiquei
também a conhecer mais um escritor beirão que por pouco divulgado me era
alheio. Um médico que formado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, se
consagrou como escritor com o romance “Sexo Forte” e com a novela “Língua de
Prata”, além de muitas outras obras que lhe conferiram o prémio Ricardo
Malheiros da Academia de Ciências.
As terras valem o que valem os seus filhos, e se Ribafeita os tem ao nível de
Samuel Maia, o Profº António Nunes emparceira com eles, os mais ilustres e
generosos, mediante uma dedicação apaixonante pela história local e sua
divulgação, como pode ser visto e acompanhado no site DISPERSAMENTE… Curioso é
este beirão ter Leiria como sua segunda terra muito amada e eu que também a
tenho por muito querida, foi na capela de NS da Encarnação que casei, e
visito com muita frequência, só agora disso me aperceber.
(Sítio
onde existiu a casa onde Torga morou, e hoje impera o Hotel Eurosol, mas uma
placa colocada pela CM, em 2010, assinala o facto).
Mais ainda por através do seu site ficar a saber que também Miguel Torga
residiu na princesa do Lis, como recorda em post de 2014/01/18. Realçando o que
Miguel
Torga escrevia, no seu Diário, em Leiria,
20 de Novembro de 1980:
"(...)
Esta terra foi a grande encruzilhada do meu destino. Aqui identifiquei escolhi
os caminhos da poesia, da liberdade e do amor, sem dar ouvidos às vozes
avisadas da prudência, que pressagiavam o pior. Aqui, portanto, arrisquei tudo
por tudo, fazendo das fraquezas forças, das dúvidas certezas, do desespero
esperança. Aqui era justo, pois, que, passados muitos anos e muitos trabalhos,
eu viesse verificar com alegria que valeu a pena desafiar a sorte, que tive sempre
uma mão-cheia de almas fraternas e solidárias a torcer por mim, e que as
cicatrizes das feridas de ontem são os nossos brasões de hoje."
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viseu
publicado às 20:35
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Muito obrigado pela lembrança, caro amigo.
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Muito obrigado pela lembrança, caro amigo.
2015/01/19
Roberto Chichorro inaugura Exposição na Biblioteca Municipal de Alcanena
https://www.facebook.com/orelhavoadora/media_set?set=a.10200169597759637.1073741960.1742211899&type=1
Também se pode ver o vídeo que eu próprio produzi, imagens recolhidas na sessão que teve lugar na Biblioteca Municipal de Alcanena:
2015/01/17
Miguel Torga morreu há 20 anos.
Miguel Torga, pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, (São Martinho de Anta, 12 de Agosto de 1907 — Coimbra, 17 de Janeiro de 1995)
Faz já 20 anos que morreu Miguel Torga. Parece que estou a ouvir a notícia na antiga Emissora Nacional, então designada por RDP.
Com data de 10 de Dezembro de 1993 já o Grande Torga escrevia, antecipando-se ao próprio calendário, o poema:
.
REQUIEM POR MIM
...
Tive a subida honra de participar nas ações de homenagem ao Grande Torga por alturas do Centenário do seu Nascimento.
Ver também http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/Miguel%20Torga%20em%20Leiria
e
http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/miguel%20torga
Faz já 20 anos que morreu Miguel Torga. Parece que estou a ouvir a notícia na antiga Emissora Nacional, então designada por RDP.
Com data de 10 de Dezembro de 1993 já o Grande Torga escrevia, antecipando-se ao próprio calendário, o poema:
.
REQUIEM POR MIM
...
Tive a subida honra de participar nas ações de homenagem ao Grande Torga por alturas do Centenário do seu Nascimento.
Ver também http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/Miguel%20Torga%20em%20Leiria
e
http://dispersamente.blogspot.pt/search/label/miguel%20torga
2015/01/03
Imagine de John Lennon - VIVER em PAZ e com Dignidade.
Imagine
Imagine there's no heavenIt's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there's no countries
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say
I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day
You'll join us
And the world will live as one
conforme http://letras.mus.br/john-lennon/90/traducao.html ver vídeo em https://www.facebook.com/video.php?v=10200107581009257
Imagine
Imagine que não há paraísoÉ fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje
Imagine não existir países
Não é difícil de fazer
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas não sou o único
Tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo será como um só
Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma irmandade do Homem
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo
Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas não sou o único
Tenho a esperança de que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo viverá como um só
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