2013/10/16

Poemas de Ricardo Reis e exposição na Barreira

(No próximo Domingo, 20 de Outubro de 2013, no Solar do Visconde da Barreira, será inaugurada uma exposição de Marta Moita, sob o título (ENTRE)LAÇOS LITERÁRIOS)




Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio

Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
 (Enlacemos as mãos.)

Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
 Mais longe que os deuses.

Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
 E sem desassossegos grandes.

Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
 E sempre iria ter ao mar.

Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
 Ouvindo correr o rio e vendo-o.

Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
 Pagãos inocentes da decadência.

Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
 Nem fomos mais do que crianças.

E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,


 Pagã triste e com flores no regaço.


Poemas de Ricardo Reis
Mais poemas aqui
Ricardo Reis (heterónimo de Fernando Pessoa)
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RICARDO REIS

“Aí por 1912, salvo erro (que nunca pode ser grande), veio-me à ideia escrever uns poemas de índole pagã. Esbocei umas coisas em verso irregular (não no estilo Álvaro de Campos, mas num estilo de meia regularidade), e abandonei o caso. Esboçara-se-me, contudo, numa penumbra mal urdida, um vago retrato da pessoa que estava a fazer aquilo. (tinha nascido, sem que o soubesse, o Ricardo Reis).”
Diz Fernando Pessoa na carta, de 13 de Janeiro de 1935, a Adolfo Casais Monteiro, que Ricardo Reis nasceu em 1887 (embora não se recorde do dia e mês), no Porto. Descreve-o como sendo um pouco mais baixo, mais forte e seco que Caeiro e usando a cara rapada. Fora educado num colégio de jesuítas, era médico e vivia no Brasil, desde 1919, para onde se tinha expatriado voluntariamente por ser monárquico. Tinha formação latinista e semi-helenista.
Fernando Pessoa atribui a este heterónimo um purismo que considera exagerado e  refere que escreve em nome de Ricardo Reis, “depois de uma deliberação abstracta, que subitamente se concretiza numa ode”.

Fonte: Carta de Fernando Pessoa a Adolfo Casais Monteiro, de 13 de Janeiro de 1935, inCorrespondência 1923-1935, ed. Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 1999.

2013/10/12

Vinicius de Moraes e Maria Bethânea - nos 100 anos do nascimento de "o Poetinha"




Poética I


De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.

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O astronauta

Quando me pergunto
Se voçê existe mesmo, amor
Entro logo em órbita
No espaço de mim mesmo, amor

Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vénus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor

O astronauta ao menos
Viu que a Terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor

Mas voçê, sei lá
Voçê é uma mulher
Sim, voçê é linda
Porque é

Vinicius de Moraes
Arranjo de base de Maria Bethânia

2013/10/11

ACLAL - Boletins informativos

Em tempo:

Fica aqui o link para consulta em ficheiros .PDF dos Boletins informativos da

ACLAL- ACADEMIA DE LETRAS E ARTES LUSÓFONAS

Ver mais sobre ACLAL neste blogue.

Boletins informativos nos 1, 2 e 3.   (aqui para se ler o Boletim nº 1 com melhor qualidade gráfica)

Família General Oliveira Simões




Fotos do que resta do solar que pertenceu ao General Oliveira Simões, na Barreira, em frente à Igreja matriz. Aqui um painel de azulejos alusivo a N. Sª da Oliveira. (*)
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(*) Também se pode observar um painel alusivo a esta N. Sra. na estrada quem sobe das Cortes para a Sra. do Monte.
Ver também:
pp 268-269 do livro "Caminhos Entrelaçados-na freguesia da Barreira", de António Almeida Santos Nunes, ed. 2005 da Junta de Freguesia da Barreira e da ed. Folheto. 
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Idem
General Oliveira Simões
Poesia e Prosa (Antologia)
Pedro Moniz
ed. Junta Freg Barreira, 1997

Buarcos: recantos e ruelas







No fim-de-semana do 5 de Outubro de 2013. O tempo estava fabuloso, temperatura amena, o mar de Buarcos sereno... Tínhamos ido visitar o Museu do Mar (Núcleo Museológico do Mar), exposição de fotografia de Joel Santos.

@as-nunes

2013/10/01

Romance da vida em Leiria em 1916-25

Escrevi em 26 de Setembro de 2013, no "facebook", o que abaixo transcrevo. O feicefuque não me deixa partilhar duma forma direta, neste blogue, ao contrário do que acontece no inverso...
Estarei certo ou errado? Será que eu é que ainda não percebi como o fazer a não com a função do Windows, do copiar/colar?


António AS Nunes
Estou a reler, agora com atenção redobrada, um livro que Marques da Cruz (Zeca) publicou em 1995, "Alta Estremadura - Romance Gastronómico", com Prefácio de José Hermano Saraiva, capa de Jorge Estrela. Já lá vão quase dez anos. Para quem gostar de se inteirar do que era a vida em Leiria, no meio mais burguês e intelectual, dos anos de 1916-25, aconselho vivamente a sua leitura. Neste romance (ficção com base na realidade, arrisco-me eu a dizê-lo) perpassam personalidades, sítios e edifícios de referência de Leiria da época, como José Saraiva (prof. do Liceu de Leiria), Tito Larcher, Acácio de Paiva, Afonso Lopes Vieira, Hernâni Cidade, José de Figueiredo, Horácio da Silva Eliseu, Acácio Leitão, Américo Cortez Pinto, Regimento de Infantaria 7 (com um Batalhão mobilizado para a I Guerra Mundial), Teatro Dona Maria Pia (com o seu fantástico "pano de boca" (mandado pintar expressamente em Milão), Convento de Sant´Anna, Rossio, Júlio Estrela e a sua fama (e proveito) de apreciador da gastronomia, ... e receitas, muitas receitas dos pitéus que se comiam e ainda comem em Leiria... Um regalo! 
-
em tempo:
- Realce-se um tema muito candente na altura e que subsiste na atualidade, que era a real localização dos terrenos onde se travou a tão badalada "Batalha de Ourique". É que existe uma terra chamada "Ourique" ali perto das Fontes do rio Lis. E este tema foi muito discutido e alvo de estudos apurados quer de José Saraiva, quer de Tito Larcher. E pôs-se em causa se essa batalha terá sido travada a Sul do Tejo ou, mais precisamente, aqui perto de Leiria... 
Tudo indicia que seria praticamente impossível que ela tivesse ocorrido no Alentejo como consta dos registos oficiais para a História de Portugal. Só que, pelos vistos, tal evidência não tem sido tomada em conta pelos historiadores...
Gosto ·  · Promover · 

2013/09/30

CARTA DE OUTONO


CARTA DE OUTONO

Pensarás que não te escrevi antes porque o verão
consome a energia da alma com um apetite solar; e
porque as tempestades do crepúsculo incendiaram as
palavras com o rápido fogo aéreo. No entanto, eu
ouço aquelas aves que gastaram as asas na travessia
do Espírito, cujos olhos viram o que havia de duvidoso
nas traseiras do invisível, onde um deus culpado
se esconde e se ouvem as vozes sem nexo dos
anjo enlouquecidos. Essas aves deixaram de saber voar,
agarram-se aos ramos dos arbustos e, ao fim da tarde,
gritam em direção às nuvens com os olhos secos e
sem medo. Abri-lhes o peito: e encontrei as entranhas
verdes como as folhas perenes do norte.  Então,
ouço-te bater por dentro de mim, embora estejas morto;
e os teus dedos tenham perdido a força antiga que
desafiava a sombra. Procuro uma entrada no átrio
desabrigado da página; avanço entre sílabas e versos
perdendo-me do silêncio na insistência dos passos.
O passado é todo o dia de ontem; a vida coube-me
neste bolso do infinito onde guardei os últimos cigarros;
o teu amor gastou-se com um breve brilho de
isqueiro. Saio sem desejo dos desertos de outubro
e novembro, arrastando o outono com os pés, nas planícies
provisórias de um esquecimento de estações.

Nuno Júdice 
Poemas em voz alta (p.22)
Dito por Natalia Luiza

Ed. Presença, 1996

2013/09/29

Biblioteca Municipal de Alcanena: 11º Aniversário

28 de Setembro de 2013: 11º aniversário da Biblioteca Municipal de Alcanena. Juntaram-se, por feliz coincidência, dois eventos numa sessão de Poesia e Cultura. O Dr. Óscar Martins a abrir a sessão de poesia com Hélia Correia.
 Um aspeto da assistência, também participantes ativos.
 Outro aspeto dos participantes.
 Bolo de Aniversário e uma tarte de maçã feito a primor pela Zaida. As maçãs que foram utilizadas na confeção são do nosso jardim/quintal na Barreira - Leiria.
Óscar Martins a preparar o ambiente para se cantar "Parabéns a Você" em companhia da Luísa Soares Duarte ao telefone, por causa dos problemas de saúde do marido e nosso companheiro, ausente/presente...

Também se voltou a falar de Acácio de Paiva e do livro "Falando de Acácio de Paiva"... 
(Afinal em Estremoz também há uma rua com o seu nome)

Um abraço, Soares Duarte!... 
@as-nunes

2013/09/27

Desfeita em pó a estátua



A terceira miséria é esta, a de hoje.
A de quem já não ouve nem pergunta.
A de quem não recorda. E, ao contrário
Do orgulhoso Péricles, se torna
Num entre os mais, num entre os que se entregam,
Nos que vão misturar-se como um líquido
Num líquido maior, perdida a forma,
Desfeita em pó a estátua.

Hélia Correia
A Terceira Miséria
Relógio d´Água, 2012
poema 23. (p. 29)
-
Próximo Sábado, na Biblioteca Municipal de Alcanena (15 horas)

@as-nunes

2013/09/23

José Vaz, um poeta Leiriense (mesmo não tendo cá nascido)



No Outono,
as folhas das árvores
são como filhos que partem,
ganhando asas no vento
e semeiam a primavera
na curva do Outono para criar a palavra.

No Outono as folhas das árvores
são como poemas que ganham voz
ao abandonarem o poeta.
As árvores e os poemas
alegremente, adivinham a floração
primaveril, mesmo no Outono.

As folhas das árvores
são assim, quando se despedem
brandamente
do Outono.

José vaz


-
Que tal organizar uma Antologia de poetas leirienses?
-
É justo anotar que já está em curso há vários anos (6? 7? mais?) uma coleção "25 poemas" da Ed. Folheto onde se pode encontrar muita poesia de Leirienses...

Mesmo assim, impõe-se uma ANTOLOGIA!  

Hélia Correia: Sábado na biblioteca de Alcanena




  • Hélia Correia

  • Hélia Correia, é uma escritora portuguesa. É licenciada em Filologia Românica, tendo feito também um curso de Pós-graduação em Teatro Clássico. Além de se ter dedicado à escrita, também fez diversas traduções. Wikipédia
    Nascimento1949, Lisboa

  • 7.

    Nós, os ateus, nós, os monoteístas,
    Nós, os que reduzimos a beleza
    A pequenas tarefas, nós, os pobres
    Adornados, os pobres confortáveis,
    Os que a si mesmos se vigarizavam
    Olhando para cima, para as torres,
    Supondo que as podiam habitar,
    Glória das águias que nem águias tem,
    Sofremos, sim, de idêntica indigência,
    Da ruína da Grécia.


    Hélia Correia
    A Terceira Miséria
    Relógio d´Água, 2012
    p. 13

    @as-nunes

    2013/09/21

    ACÁCIO de PAIVA - Diversos apontamentos

    Vai este verbete servir de suporte para aqui deixar o registo de diversas notas e apontamentos que me ocorrerem, entretanto, já depois do lançamento do livro "Falando de Acácio de Paiva", 6 de Setembro de 2013:

    1 - José Marques da Cruz publicou em 1995, ed. A 10ª Musa EDITORES, o livro "A Alta Estremadura - Romance Gastronómico", prefaciado por José Hermano Saraiva (registo 1299 na az-biblioteca particular) em que a pág. 51 se refere a Acácio de Paiva e à sua esposa num momento em que a personagem central do seu romance, José Saraiva, pai de José Hermano Saraiva (poder-se-á dizer, ficção baseada em factos reais) entra, para jantar, em 1916, numa pensão em Leiria, "A Pensão do Manuel dos Santos", onde hoje existe a Pensão Leiriense, ali ao pé do Arco da Misericórdia. É apresentado, nesta fase do seu romance, como "distinto funcionário das alfândegas e plumitivo de créditos já firmados". 
    -
    Ler, no mesmo livro, pp 61a 63, onde se conclui da ligação de Acácio de Paiva à Vieira, em cuja Alfândega era funcionário.
    Aqui se fala do célebre ensopado de peixe da Vieira.
    -
      ...
    (Há-de continuar...)

    2013/09/15

    Acácio de Paiva nos Serões Literários de Cortes - Leiria

    No decorrer da sessão, vários livros, entre os quais, se deu realce ao "Falando de Acácio de Paiva", que o seu autor se incumbiu de apresentar.


    Antes, 20 horas, no recinto das Tasquinhas das Cortes, instalações modelares, depois de um repasto à base de bacalhau à lis e ensopado de borrego dei uma vista de olhos à Lua em quarto-crescente, com um telescópio ali montado e à disposição dos populares. Muito interessante...

     Os enfeites luminosos com a Lua, no alto, em missão de observação sobre a Terra...
     No decorrer do serão...
    Luís Vieira da Mota, depois de nos ter mostrado todo o seu entusiasmo pelo cariz sarcástico de um soneto a Sotto Mayor banqueiro (na época dos anos 10 do séc. XX) escrito por Acácio de Paiva na coluna ""Em Foco" do suplemento "O Século Cómico". 

    O próximo serão terá lugar no dia 12 de Outubro.


    2013/09/12

    Acácio de Paiva: Vim agora mesmo de Leiria

    Ontem à noite, umas 10 horas, a Lua em quarto crescente... lembrei-me de Acácio de Paiva.

    VIM AGORA MESMO DE LEIRIA

    (...)
    Fui também à capela da Senhora
    Da Encarnação, e vi pertinho os montes
    Que o sol ao levantar-se logo doura
    Para no sítio a que lá chamam Fontes
    Abençoar o rio em sua origem:
    E, entretanto, vi milagres às centenas
    Em promessa à Virgem.
    A demonstrar o fim de muitas penas,
    Menos das minhas, porque então, por mais
    Que prometesse e me apegasse às santas,
    Confiado em seus dons celestiais,
    Outra menina (foram tantas, tantas!)
    Me desprezou, cruel e desdenhosa,
    Insensível às velas e aos painéis,
    Porque aos meus versos preferia a prosa
    De cem contos de reis…
    E mais vi… Mas não devo adiantar-me,
    Pois esta referência em baixo estilo
    É uma espécie de sinal de alarme
    A dizer que se avanço descarrilo.
    Desta vez, como devem ter notado,
    Deu-me para o lirismo. Bem, se tento,
    Porém, ser engraçado,
    O efeito que tirei do sentimento,
    Das belezas, enfim, que descrevi,
    Desfaz-se como fumo pela altura.
    Nada!… É melhor parar aqui,
    Nada! nada! É melhor parar aqui,
    Não se borre o diabo da pintura…

    Acácio de Paiva
    (Tinha voltado para Lisboa)


    @as-nunes

    2013/09/07

    Acácio de Paiva: lançamento do livro "Falando de Acácio de Paiva"

    Para já é a reportagem possível. Graças ao meu amigo Rui Pascoal.

    Na mesa, da esquerda para a direita:
    Adélio Amaro (Ed. Folheto), Orlando Cardoso (apresentação do livro), Laura Esperança (responsável pela edição enquanto Presidente da Junta de Freguesia de Leiria), António Nunes (autor) e Arménio Vasconcelos (escreveu o Prefácio e contou-nos um conto que se estava a passar na realidade... cena surreal de momentos inolvidáveis da vida).
    (foto de Rui Pascoal)
    Arménio Vasconcelos no uso da palavra
    foto de Rui Pascoal
    Parte da assistência. Vê-se Joaquim Vieira, Alda Sales, Zaida Paiva Nunes...  
    (Foto cedida gentilmente por Carlos Fernandes)

    Zaida Paiva Nunes a dizer um poema de Acácio de Paiva
    foto de Rui Pascoal


    O autor a escrever uma dedicatória a Isabel Soares. 
    Esta foto, penso que foi tirada pela Odília Cardoso...
    (esta foto também é de Rui Pascoal)

    ---
     Isabel Soares a declamar
    foto de Rui Pascoal
     José Vaz a declamar
    foto de Rui Pascoal

    Paulo Costa, à direita, e o seus amigos num momento musical muito apreciado...

    (Fotos de Rui Pascoal e retiradas do Facebook de Isabel Soares)
    ---
    Ler poema dito em jeito de saudação à neta de Acácio de Paiva, Constança, presente na sessão de lançamento do livro:
    http://dentrodetioleiria.blogspot.pt/2013/09/falando-de-acacio-de-paiva-lancamento.html
    ---
    Palavras proferidas pelo autor, no decorrer da sessão de apresentação do livro 
    https://docs.google.com/file/d/0BxQSPO7qWKkbclNDRHZZR0l1alk/edit?usp=sharing

    2013/09/03

    Um momento a olhar o mar!



    o mar à minha frente
    às vezes revolto
    a bater nas pedras 
    vaga após vaga

    eu a olhá-lo
    com saudade
    com ternura
    zangado...também

    Pedrógão, 1º de Setembro, 2013

    @as-nunes