Leiria, Natal de 2009
António Nunes
(*) Do dicionário do autor do blogue: bazookas: críticas construtivas acerca das coisas de Viseu e outros comentários.
O texto lê-se com facilidade ampliando-se as imagens, uma a uma. Constitui um autêntico tratado sobre a laranjeira escrito em 1932 pelo médico, Dr. Samuel Maia, o maior proprietário da minha aldeia natal, Casal, Ribafeita, Viseu - onde ainda hoje existe uma quinta dotada dum solar ao gosto aristocrático de fins do séc. XIX, princípios do séc. XX - e ilustre especialista de vinhos e vinhedos e, pelos vistos, também muito interessado na laranjeira, nas suas reconhecidas qualidades medicinais e na história da sua introdução na Europa e posterior divulgação por todo o mundo.
Já tive oportunidade de me referir ao Dr. Samuel Maia como insigne escritor, tendo, na sua época, sido muito considerado até nos meios literários Parisienses.
Pode consultar-se toda a matéria já registada neste blogue, seguindo o link respectivo do índice temático na barra lateral.
A maior parte do material que tenho recolhido devo-o à extraordinária amabilidade duma pessoa que, à primeira vista, não conheço, mas que me tem enviado pelo correio, livros e este almanach Bertrand de 1932. Evidentemente estou-lhe muito grato, Snr. António Leite.
Depois de passarmos por duas ruas com uma toponímia sui-generis e de bebermos da água mais fresquinha e gostosa que conheço (vem directamente da Serra próxima), eis que se mostram umas batatinhas acabadas de assar, com carne e presunto caseiros, assados no forno da minha prima Lourdes, casa com casa dos meus pais.
Está-se na aldeia do Casal - Ribafeita - Viseu - Portugal.
As fotos já são de Agosto deste ano, por altura da festa anual dedicada a S. Salvador, padroeiro da localidade.
Uma zona idílica (mas abandonada) junto ao Dão, perto de Viseu - Hoje (Vítor Nunes)
- A zona do Dão está intimamente ligada ao rio com o mesmo nome.
O seu percurso é feito no sentido Nordeste-Sudoeste e, ao longo dele, para além de ter a Barragem de Fagilde no seu fio de água, atravessa ou demarca os limites dos concelhos de Aguiar da Beira, Penalva do Castelo, Mangualde, Viseu, Carregal do Sal, Nelas, Tondela e Santa Comba Dão. Desagua no Rio Mondego, em plena albufeira da Barragem da Aguieira, nos limites dos concelhos de Santa Comba Dão, Mortágua e Penacova, depois de percorrer cerca de 100 quilómetros. Os seus principais afluentes são o Rio Carapito, Ribeira de Coja, o Rio Sátão, o Rio Pavia e o Rio Criz. No seu vale, zona de altitude com solo granito, situa-se a Região Demarcada do Dão, da qual se destaca a produção de excelentes vinhos de mesa. (in Wikimédia).
O rio Pavia atravessa a cidade de Viseu.
http://dispersamente.blogspot.com/2008/01/samuel-maia-sexo-forte-1915.html
Seguindo este endereço, pode tomar-se nota de um livro, editado em 1915, da autoria do Dr. Samuel Maia, natural de Ribafeita, grande proprietário que foi na minha terra Natal, Casal-Ribafeita-Viseu. Ainda hoje lá existe a quinta do Dr. Samuel Maia, como eu me lembro de ser apelidada, estávamos pelos anos 50. O maior polo de atracção de populações àquela área dever-se-á, muito provavelmente, à mão de obra intensiva que era necessária para o trato das suas terras. Actualmente esta quinta está a ser utilizada por um seu neto na cultura e comércio de plantas ornamentais. Aliás, a entrada da Quinta era bordejada por cameleiras numa extensão de 150 metros, se bem me lembro. Tenho que lá ir tirar umas fotos (ou o meu irmão Vítor...)
O enredo do romance do livro referido no post acima assinalado parece desenrolar-se na zona do Dão à volta dos concelhos de Mangualde e de Viseu. Nele se fala, por exemplo, do cirurgião de Vilar, do abade de Coja, duma ribeira onde acaba por ser encontrado o corpo duma jovem, dumas termas, que poderão ser as de Alcafache, etc.
O Rossio, ou seja a Praça da República, em Viseu, hoje, aí pelas 3 e meia da tarde. Nos meus tempos de menino e moço, fartei-me de correr e saltar por estes lados, hoje vi-o muito despido, algo desconfortável. A temperatura até estava agradável atendendo a que tinha chegado de Leiria.
Vim ao enterro do meu tio e padrinho, Serafim, 80 anos. Daqui seguimos para o Casal de onde o cortejo fúnebre seguia até ao cemitério de Ribafeita, sede da freguesia. E lembrei-me, como se fosse hoje, dos tempos do folar que o meu padrinho me dava, depois de cumpridos os ritos que mandava a tradição: deite-me a sua benção, meu padrinho; Deus te abençoe, meu rapaz. E lá vinha aquela nota mágica de 20 paus...
Adeus padrinho, descansa em paz!...
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