Largo da Sé de Leiria
(A todos os que tiveram o privilégio supremo de o viver no século XX)
(A todos os que tiveram o privilégio supremo de o viver no século XX)
anos 80 noventa
um entardecer
o olhar do Largo da Sé
deixa-me embevecido
o olhar do Largo da Sé
deixa-me embevecido
um coro de cantos
anunciam o recolher
de bandos de pássaros
ao aconchego sobrenatural
da tília tomentosa e dos padreiros
e também do jacarandá
anunciam o recolher
de bandos de pássaros
ao aconchego sobrenatural
da tília tomentosa e dos padreiros
e também do jacarandá
oh não esqueçamos as olaias
os pássaros
em estridentes
e melodiosos trinados
amanhecem o dia
fazem-nos companhia
em estridentes
e melodiosos trinados
amanhecem o dia
fazem-nos companhia
das águas furtadas
da "pharmácia" e casa dos Paivas
cumprimenta-se de varandim
com a abrangência do olhar
da "pharmácia" e casa dos Paivas
cumprimenta-se de varandim
com a abrangência do olhar
e todo o Largo
a própria chuva
nas gárgulas da Sé
correspondem em uníssono
a própria chuva
nas gárgulas da Sé
correspondem em uníssono
e sentimo-nos
como que em transe
a participar
daquela sublime comemoração
em sinfonia celestial
como que em transe
a participar
daquela sublime comemoração
em sinfonia celestial
oh Largo da Sé
muito de mim
ficará para todo o sempre
contigo
muito de mim
ficará para todo o sempre
contigo
um dia
onde quer que esteja
hei-de voltar
onde quer que esteja
hei-de voltar
a d'almeida nunes
rev. junho 2019
rev. junho 2019