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2012/03/22

Leiria a mudar de sítio e de mãos


Era uma vez uma cidade que tinha um Castelo no cimo dum morro, que se via de todos os lados, um Centro Histórico que fervilhava de gente e comércio, vida comunitária, às Terças e Sábados era um corropio pelo Mercado, Rua Direita, João de Deus, Av. Combatentes da Grande Guerra, Correios, Praça Rodrigues Lobo e seus cafés e lojas de ferragens e farmácias, Rua D. Dinis, Largo da Sé, Largo Goa Damão e Diu, Av. Heróis de Angola...
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Hoje, Leiria, mudou-se de armas e bagagens para a chamada zona comercial, com o seu enorme Shopping Center onde as pessoas passaram a comprar tudo, a marcar encontros, a comer, a ver cinema, a passearem nas avenidas artificiais e iguaizinhas a tantas outras dos outros Shoppings espalhados pelo país. Há momentos em que até perdemos a noção se estamos em Leiria ou em Lisboa ou no Porto ou noutra cidade qualquer. 


Os acessos rodoviários concebidos para encarreirar as pessoas para o Shopping usando a A1, A8, A17, A19 e os IC2, IC9, IC36, todos interligados num gigantesco nó górdio à volta da cidade.


Autómatos é no que as pessoas se estão a transformar. A reagir aos apelos da sociedade de consumo, a comprar barato e para usar uma ou duas vezes, deixando-se enredar nesta teia de comprar para deitar fora, logo a seguir voltar a comprar, é barato pode-se comprar e deitar fora, não é preciso fazer contas, compra-se porque é barato e pronto. E a deixar a urbe Leiriense às moscas, aos pardais, aos pombos e aos escombros das casas da zona histórica que não tarda caem que nem tordos, que ninguém se incomoda com a sua recuperação autêntica. Os abutres já se vêm nos seus voos circulares à espreita que a presa perca as suas forças, aproxima-se o tempo em que todo o centro histórico passará por tuta e meia para as mãos de meia dúzia de endinheirados que se irão voltar a pavonear na cidade quando o vulgo tiver abandonado o centro, exausto, particulares, proprietários e pequenos comerciantes.


Voltando ao Shopping; além disso há os cartões de crédito. Aos montes!
Esquecem-se que ao pagarem o saldo dum cartão de crédito com outro cartão de crédito estão a aumentar a sua dívida em 20 e tal por cento.


Assim não há orçamentos que resistam!
Muito menos em momentos de crise declarada como a que estamos a atravessar!
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Fotos tiradas do Alto dos Capuchos
---------------------------------------------Em tempo ----------------------------------------------------------------


Nem de propósito. 
Comprei hoje (23 de Março 2012) o "Jornal de Leiria" para ver se me mantenho mais ao corrente do que se vai passando aqui nesta zona e dei logo com a minha atenção na seguinte manchete:
Álvaro Pereira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande
O shopping de Leiria secou tudo à volta


Mais na pág. 17 do jornal.


@as-nunes  

2012/02/06

Quinta Vale de Lobos - Leiria


Em 12 de Maio de 2009 - Quinta Vale de Lobos, Leiria, andava o autor deste blogue envolvido numa missão a que se propôs a si próprio, que era indagar das quintas à volta da urbe Leiriense que, durante séculos, serviram de residência a algumas famílias ilustres e eram utilizadas como unidades de produção agrícola para abastecimento da cidade. Foi à volta destas quintas que nasceram muitas das povoações rurais que hoje existem dado que nelas trabalharam e viviam muitas famílias. 
Uma dessas quintas é a Quinta Vale de Lobos. Estas fotos são agora aqui publicadas como forma de perpetuar a sua memória e do quanto era valioso preservar toda a mancha florestal daquela zona. 

É que:


1- Toda esta área (dotada de excepcionais qualidades agrícolas no vale do Lis) está integrada numa dita zona florestal dentro do PDM de Leiria (3);
2- Precisamente nesta área, com uma mancha inalienável de carvalhos e sobreiros, acabou por ser construído o IC36, com um viaduto monstruoso sobre o vale do Lis e uma rotunda de acesso (que acabou por condicionar quer esta quinta quer a de S. Venâncio).


De acrescentar que a Rua Ramalho Ortigão (**), de que já vos deixei aqui nota (pesquisar neste blogue em "ramalho ortigão"), inicialmente com um traçado rústico, bordejada por belos exemplares de Quercus Robur, foi desviada e deslocalizada para uma área paralela ao acesso da rotunda para o IC36 para proporcionar o encaminhamento para as A1, A8, A17, A19, IC2, Zona Comercial dos Parceiros (Leiria Shopping) e do Alto Vieiro até à Azoia e Vale Gracioso.







 Um carvalho cerquinho

Para quem esteja menos informado, o IC36 é uma estrutura de Autoestrada, que vai do Alto Vieiro até aos Pousos e que teve como finalidade essencial servir os interesses das concessionárias das autoestradas A1 e A8/A17 e a própria A19 (como tal sujeitas a pagamento de portagens).
Esta obra monumental deve ter custado uma fortuna colossal e tem a extensão de cerca de 4 quilómetros. Posso garantir-vos que as várias interligações com rotundas e mais rotundas, têm provocado imensas confusões aos automobolistas, já que, ao mínimo descuido, são encaminhados sem possibilidade de correção, para uma dessas autoestradas, quando, muitas vezes, se pretende unicamente utilizar este itinerário para encurtar caminho à volta da cidade de Leiria.

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(**) Em próximo registo espero poder contar-vos a rocambolesca história da Rua Ramalho Ortigão, em Leiria, na zona de Vale de Lobos. (entre Leiria e Cortes)
(3) Convém frisar que, no momento em que se publica esta nota, o autor não garante que o PDM, no que a esta questão respeita, tenha ficado inalterado.
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(Estou a tentar seguir o Novo Acordo Ortográfico)
@as-nunes  

2011/11/20

IC36: ai Leiria do Lis e do Lena

As silhuetas do Castelo de Leiria e do Santuário de Nª Sra. da Encarnação, observadas do viaduto do IC36, com os automóveis a sobrevoar o Vale do Lis.
Provavelmente já não poderei captar esta imagem na via Nascente/Poente em direcção à A19, ou à A8 ou à A17 ou mesmo em direcção à A1, se quiser virar à rotunda do IC36/S.Somão, seguir à rotunda do "McDonald" e seguir a via rápida para os Pousos e auto-estrada. 
É que, depois de aberto oficialmente ao tráfego, não se pode parar lá em cima.
 A estrada que vem de S. Romão em direcção a Fátima, o Vidigal à vista, de cá de cima do IC36
 O vale do Lis, terrenos da Quinta de S. Venâncio, lá em baixo...uma amostra do que era a quantidade de sobreiros que havia nesta zona. (clique para ver melhor, pode ser que eu não tenha visto bem).
No horizonte, a silhueta da Sra. do Monte e da Serra da Maúnça.
Ora cá estão as famigeradas portagens. Fica-se sem se perceber se estas são as taxas por se estar a percorrer o IC36 ou se serão as taxas para quem queira ir para a A8 ou se será a portagem para se seguir pela A19 até à A8. 
Confusões... deve ser por causa da minha dificuldade em me adaptar a estas alterações bruscas, coisas da idade, se calhar, os neurónios a funcionarem com memórias e recordações do que era o tempo do Lis e do Lena cantado por poetas e aproveitado para a agricultura, pastorícia e florestas a perder de vista.
@as-nunes

2011/07/15

Alentejo abandonado

Café abandonado à borda da estrada. Não, não tem nada a ver com a zona de Leiria e do seu rio Lis (também há quem escreva Liz)
Nas Estradas Nacionais, fora do IC1, do IP1 e/ou da A2, sentido Norte-Sul, a caminho de Vila Nova de Milfontes, perto do Cercal, Santiago do Cacém, um panorama de abandono, até parece que estamos num cenário de pós-guerra, de retirada estratégica face ao avanço das vias de comunicação que encurtam as distâncias entre os grandes centros populacionais, e os fazem inchar, inchar, até rebentar como balões espetados por alfinetes.
Terras e terras a perder de vista, solos difíceis mas que já foram o "celeiro de Portugal"!...


Ficam as saudades dos velhos tempos em que as ligações do Centro/Norte de Portugal com o Algarve, por motivo de férias, nos obrigavam a preparativos de véspera, a partir de madrugada, ver o nascer do Sol a meio do Alentejo, parar para o pequeno-almoço, alcançar o local escolhido no Algarve, Lagos, Albufeira, Quarteira, Monte Gordo, sei lá. E não havia auto-estrada.
Acampar, alugar casa ao mês, fazer caravanismo, anos 60 e 70.


Eram assim aqueles tempos!...


E agora, Alentejo?
Que projectos têm sido congeminados para te rentabilizar, numa época em que tanto se fala de crise, de necessidade imperiosa de promover o Desenvolvimento, fomentar a Economia portuguesa?
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2011/03/10

Leiria, Auto-Estradas, Obras Públicas, a Quinta da Mourã e tantas outras...


(clic para ampliar)

A Quinta da Mourã é uma das emblemáticas áreas rurais da zona de Leiria. Situa-se no limite de três freguesias: da Barreira, da Azoia, dos Parceiros e de Leiria. A entrada principal está bem visível quem passa de automóvel na rua alcatroada ao lado Nascente do "Continente".

Encontra-se instalada junto ao Rio Lena, no vale ainda hoje de aparência bastante produtiva para a agricultura, floresta e pecuária. Ainda se observa a existência dum moinho de água que deve ter tido muito uso, pelo que me informam até aos anos 80 do século passado.

As obras de construção do IC36, que estão a desconfigurar completamente uma extensa área agrícola e florestal entre os Rios   Lena e Lis, particularmente, os vales destes rios, também são visíveis numa das fotografias desta montagem.


Apetece-me perguntar: o que é feito das belíssimas intenções do MPRL - Movimento de Protecção do Rio Lena, solenemente constituído e apresentado publicamente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Leiria, no dia 21 de Julho de 2002? 
Temos que admitir, infelizmente, que todo aquele aparato acabou por se ficar pelos foguetes lançados ao ar!...
Lamentavelmente...

Obras públicas em nome do progresso material a quanto obrigam!

Claro, como ainda hoje discursou o Snr. Presidente da República na tomada de posse para o seu segundo mandato, o Desenvolvimento Económico é o factor que condiciona toda a nossa vida material. Pelo que nos estão a convencer, teremos que aceitar essa inevitabilidade para que possamos acompanhar minimamente os restantes países da União Europeia.

Uma questão muito importante, dadas as avultadas verbas utilizadas, a ter em conta é se o ritmo a que se estão a implementar algumas obras públicas (muitas através de concessões e parcerias público-privadas) será coadunável com a nossa capacidade de endividamento público. Sim,  já não nos podem restar quaisquer dúvidas, de que não estamos a conseguir criar riqueza nacional que nos permita muitas das veleidades a que nos estamos a abalançar. Até parece que já ninguém faz contas e balanceia devidamente o quociente custo/benefício dos investimentos públicos.

Das duas uma: ou se está a preparar nesta zona da Estremadura, uma área-motor da nossa Economia e então há que apoiar, com a necessária ponderação dos impactos ambientais, os investimentos em infra-estruturas rodoviárias que estão a ser levados a efeito; ou então, algo de muito difuso está a acontecer.

É que os juros da Dívida Pública têm que ser pagos! Pelos vistos vamos ter que os pagar com língua de palmo!...
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A quadra acima transcrita é de Acácio de Paiva, grande poeta bucólico e humorista, que nasceu em Leiria, Largo da Sé, casa com frontaria em azulejos "viúva Lamego", "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em 14 de Abril de 1863Faleceu, com 81 anos de idade, na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944. Vai dar à estampa, em breve, uma brochura monográfica, iniciativa da Junta de Freguesia de Leiria, em recordação da sua vida e obra em prol das letras portuguesas e da sua amada cidade de Leiria.
Pode ler mais, seguindo este link e este outro, aqui mesmo.
©as-nunes
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2011/02/28

Leiria-Cortes-Barreira: Quinta de Vale de Lobos e obras do IC36

Aspecto geral dos edifícios que integram o núcleo central da mítica Quinta de Vale de Lobos, na área de Barreira, Cortes, Leiria. Esta fotografia foi tirada desde a localidade de Vidigal, que abarca o vale do Lis, na zona onde está a ser construído um viaduto, parte integrante do IC36, sobre as terras, das mais férteis e de relevante interesse ambiental de toda a bacia deste rio.
Continuamos a ver, do lado esquerdo, a Quinta de Vale de Lobos. Sobressaem, no entanto, as imponentes obras do viaduto que liga a encosta da Quinta, atravessa o vale do Lis e prossegue, do outro lado do rio, na encosta da margem direita, na zona do Vidigal-Norte. Por entre os pilares do viaduto ainda se vislumbram umas construções, que pertencem à Quinta de S. Venâncio.
Mais um desbaste na zona florestal, de terrenos de cultivo de primeira qualidade em nome do desenvolvimento económico. Toda a área onde se veem terras movimentadas recentemente constituía uma floresta à base do carvalho robles (Quercus robur).


A páginas 39 do livro RECORTES do Jornal daí – vol II (1), lê-se, a propósito dos “Moinhos das Cortes em 1906”, da autoria de Carlos Fernandes, o seguinte:
“...Por conseguinte, em 1922, pelo menos uma propriedade na Ponte do Cavaleiro tinha a designação de “D. Ignez”, indiscutivelmente uma reminiscência muito forte da senhora que, nos finais do século XVIII, tinha três moinhos a laborar nas Cortes. E a sua importância seria de tal monta que o seu nome se confundia com o nome da povoação ou, pelo menos, com o daquela propriedade que passou a domínio da Quinta de Vale de Lobos e de que, em 1922, era proprietário o engenheiro Roberto Charters d´Azevedo, filho do Visconde de S. Sebastião, das Cortes. O mesmo Roberto Charters que é o autor da planta da bacia do rio Lis de que falámos no início deste apontamento.”

Deixo aqui este registo, em complemento das notas que se seguem, fundamentadas no que Ricardo Chartres d´Azevedo deixou escrito no livro “Villa Portela”(2), a que já me referi, quando abordei o tema da Quinta de S. Sebastião.
Esta questão da Quinta de Vale de Lobos já faz parte do meu longo processo de aprendizagem da história de toda esta zona, já que, no início da primeira década deste século, fui membro da Junta de Freguesia da Barreira e, na altura, fomos confontados com o problema de delimitação das áreas territoriais das freguesias de Barreira, Cortes, Leiria e Golpilheira. Muito se falou na Quinta de Vale de Lobos, se ficaria na Barreira ou em Leiria. Acabámos, por consenso, em estabelecer que ficaria a pertencer à freguesia de Leiria e que, entretanto, a freguesia da Barreira, junto ao Quartel do RAL 4, passaria a ser delimitada pela Rua José Marques da Cruz. E assim passou a constar.

1) Ed. Do “Jornal das Cortes – mensário regional” de 2007
(2) ler "Villa Portela", ed. gradiva, Ricardo Charters d´Azevedo, p. 83 e nota 62:
Das diversas propriedades que o 1º Visconde de S.Sebastião teve nos arredores de Leiria, destacamos a Quinta de Vale de Lobos (nota 62) e, ...
Em 1868, era seu feitor António Pereira, Cf. A.D.L., paróquia das Cortes, Casamentos, 1815-1869, fl. 99v.

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2011/02/24

Rua da Lapa - Pousos - Leiria: As giestas brancas aí de novo



Ao descer esta rua, vindo da zona da Igreja Matriz dos Pousos, em direcção ao Vale do Sirol, a Ribeira revolta com muita água.
Seguindo, rua abaixo, vai-se paralelamente à variante do Hospital de Sto. André para o nó rodoviário, que brevemente receberá o IC36, que vem do Alto Vieiro, para ligar a A8 à A1. Nessa rua, ainda vemos nas bermas, giestas, tojos, os restos de pinhais, sobreiros, choupos, até uma cerca com porcos pretos criados ao ar livre. Do outro lado, a   Auto-Estrada (a variante) que se vê na foto. 
Tanto alcatrão! Tanto kilómetro de automóvel a devorar!... 
Quem irá usar no futuro tanta Auto-Estrada? que, imagino, vai ser paga km a km, litro após litro de combustível, o petróleo a preços incomportáveis!... 
Já me sinto perdido a fazer contas e mais contas à vida!...
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GIESTAS


Recordo o tempo da giesta em flor
A dar uma outra cor à nossa estrada;
Caminhos que seguíamos, de amor
Ele a florir também, na alvorada.


O branco e amarelo, o bicolor
Mostravam cada encosta matizada;
O brilho à luz do sol, no seu esplendor!
De mim saía um poema, uma balada...


Depois, as auto-estradas do progresso.
Às vezes vou nas outras, que não esqueço,
Embora fique aquém das horas lestas;


É nelas que à minha alma sempre assoma
Lembrança de algum beijo... no aroma
Que vinha então selá-lo, das giestas.



  autor não identificado ver link
(Copyright ©as-nunes)Posted by Picasa

2011/01/26

PAÇO - MONTE REDONDO - Leiria

clic para ampliar

Há dias fui a Monte Redondo, 25 km a Norte de Leiria, indo pela A17.
Ao regressar à minha base de operações em Leiria, fiz um pequeno circuito pela povoação de Paço, ali mesmo integrada na freguesia de Monte Redondo
Aqui estão algumas fotos de pormenores que me chamaram a atenção.

(Ressalva: a fotografia com a estátua reporta-se à zona do Adro da Igreja Matriz de Monte Redondo.)

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