VIZINHO DE
DEUS
Saio de casa para olhar o
mundo. Olhá-lo, sem mais. Debaixo
do outono, amealhava pinhões,
tecia colares de caruma, cruzava
um regato, o cheiro da terra molhada. Anotava o geométrico
um regato, o cheiro da terra molhada. Anotava o geométrico
voo dos estorninhos e
pensava crer como um corpo
adolescente.
Face a face com o mundo.
Ou quase. Talvez seja isto que
Balthus refere: «pintar o
que se tem diante dos olhos é um
modo de se tornar vizinho
de Deus».
Mário Rui Oliveira
Ed. Assírio &
Alvim – 2002
Prefácio de Eugénio
de Andrade
ver tb aqui
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Também dedico este apontamento ao meu amigo, pintor de excelência (diz que anda a aprender mas acho que não está a convencer ninguém, que já nasceu com o dom para a pintura, Rui Pascoal). Blogger atento e muito perspicaz.
@as-nunes
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* Se Deus não é isto, tal como o poeta proclama, então o que é Deus?
@as-nunes