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2010/11/07

Leiria - Um recanto de encanto em dias de desencanto!...

Não me canso de acompanhar este recanto do Jardim Luís de Camões - Leiria: acer falso plátano; faia púrpura; liquidâmbar; melia azedarach.
Pormenor das folhas do liquidâmbar no Outono. Esta é uma das árvores que mais me emocionam com as cambiantes com que nos brinda durante as várias estações do ano.
Pormenor da copa da faia que faz parte deste conjunto encantado. Muito perto, o Largo Alexandre Herculano (leia-se uma carta que escreveu do seu retiro na Quinta de Vale Lobos, em que se refere às suas três amadas faias, cuja sombra protectora dizia ser preferível a visitar museus e viajar. Já desiludido da vida mundana e da política)

Entretanto, as rádios, televisões, jornais, só nos mostram o símbolo do Euro (furado), falam-nos de Orçamento do Estado, Déficit, Dívida Pública (Talvez que a China nos ajude... com contrapartidas, claro está), Cavaco Silva a falar de mudanças de sistema económico (que mudanças? Porquê agora? precisamente nesta altura? porque não quando foi 1º Ministro?).

Apetece ficar pasmado a olhar para a beleza e sossego encantado deste recanto, junto ao rio Lis, murmurar versos dos poetas que o têm cantado ao longo dos tempos, que aqui encontraram as suas musas inspiradoras!...

E esquecer a vida atribulada que levamos. E o Futuro incerto, carregado com cores de drama, que aí se avizinha!?...
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2010/08/15

Leiria na rota da Cultura Chinesa

Na passada quinta-feira, nas instalações do antigo Banco de Portugal, onde actualmente funciona o Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Leiria.
Palestra/conversa proferida pela Prof. Catedrática Jubilada pela Universidade Técnica de Lisboa, Prof. Dra. Ana Maria Amaro, que presenteou a assistência com uma exposição em tom coloquial mas admirável, subordinada ao tema "Do Misticismo à Diversão Popular - As sombras Chinesas!"
Muito se falou da ideia de sombra segundo a Cultura Milenar Chinesa e da sua utilização em espectáculos de Teatro, os chamados espectáculos sombra, muito utilizados para distrair a população chinesa e, em várias ocasiões, para mais facilmente se despertar a atenção popular para problemas e momentos de particular relevo, que interessava divulgar por toda a China. Foi com este tipo de espectáculos que já em tempo de República, nos anos 30, se apelou ao sentimento nacionalista dos Chineses para combater os invasores Japoneses, por alturas do princípio da época da II Guerra Mundial.
A sombra foi apresentada como uma ideia inicial de assombramentos, ao mesmo tempo que permitiu reforçar o conhecimento do polo oposto, a Luz, em contraste flagrante e sinónimo de vida. Como não seria de espantar foram os monges budistas que usaram primeiramente a ideia de sombra e a sua representação cénica para acentuar a divulgação de Lendas, da História e para realçar, duma forma drástica, as diferenças fundamentais entre o Ocidente, essencialmente mercantilista e a Grande China, mais ideológica e orientada pela reflexão profunda dos seus mentores.


............................ (...) Ergo o meu copo
......................................( e convido a lua
............................ A minha sombra
............................ (projecta-se diante de mim.
............................ Assim, já não estou só.
............................ Somos três a brindar! (...)
No final a Prof. Dra. Ana Maria Amaro obsequiou os presentes com um CD com os diapositivos que usou na sua conferência. Uma verdadeira bênção, para quem gosta de apreciar com vagar e serenidade, uma matéria tão interessante e, ao mesmo tempo, tão distante nos seus pormenores, do vulgar cidadão do mundo não Chinês. Claro que veio à ribalta, a ligação íntima que nós, Portugueses, tivemos com os Chineses, através da nossa permanência em Macau e, a propósito assinalou-se o facto de terem, entretanto, decorrido dez anos desde que a Administração Portuguesa daquela parcela ínfima da China foi tranferida para os seus naturais.
Nos agradecimentos, a Dra. Ana Amaro destacou a actuação interessada e simpática da Câmara Municipal de Leiria e a Fundação Jorge Álvares.
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NOTAS:
1- Para quem tiver interesse em obter um CD com os diapositivos (que a Dra. Ana Amaro cede com a toda a sua boa vontade) basta que contacte o autor deste blogue ou o Pelouro da Cultura da CMLeiria;
2- Também tivemos oportunidade de observar em mão, papel original feito de arroz e com desenhos chineses pintados à mão; o mesmo para figuras usadas nos espectáculos de sombra, feitos em pele de burro, e devidamente trabalhados e articulados;
2- Esta conferência enquadrou-se nas actividades relacionadas com a exposição patente no Edifício do Banco de Portugal "Macau: Encontro de Culturas".
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