Há dias dei-me à paciência de parar na Gândara, junto à Igreja na rua central (a que fazia parte da EN que ligava Leiria à Figueira da Foz, em tempos idos). Registei estes painéis de azulejos (sob a égide desta placa comemorativa) na área restrita àquela rua/estrada no interior da localidade. Como eram tão diferentes os tempos daqueles anos de 60 que tenho na memória mais antiga!
Em tempo (2Abr2016)
Com de vida vénia do autor desta crónica no Facebook:
31 min ·
Curioso por saber a história desta “Pedra”, com nome tão original, que
fotografei no passado dia 29 de Março, recorri à ajuda do amigo Rui Pascoal
para tentar conseguir, junto de naturais da Gândara dos Olivais, elementos que
pudessem satisfazer a minha curiosidade e a de todos quantos estas fotos virem.
Ao Rui e a João Ervilha os meus agradecimentos pela preciosa colaboração. A
réplica encontra-se no pequeno recinto à frente da capela e bem visível da rua
principal que atravessa a povoação, rua que deixou de ser a EN 109 após a
construção do tão necessário desvio da Gândara. Eis o texto da autoria de João
Ervilha:
“A Pedra da Paciência existiu, desde há cento e tal anos até à altura em que o
cemitério da Gândara foi deslocado para um local mais ajustado às necessidades
da população. Encostada ao muro do antigo cemitério, que circundava a capela, e
virada para o exterior, a pedra estava apoiada em tijolos tipo
"burro" e servia de apoio aos mais idosos, e não só, que aí se
reuniam para conversar, provavelmente também para desconversar e, de facto,
também para esperar que o tempo passasse. Certamente também para verem o
movimento do vai e vem das pessoas e dos veículos, primeiro os de tracção
animal e mais tarde os movidos a motor, uma vez que era a parte mais central da
terra e estava junto à Estrada Nacional n.º 109 (Leiria-Figueira da Foz). E,
porque não dizê-lo, o banco ficava pertíssimo da taberna, pelo que também dava
jeito para as idas e vindas. Sobre a pedra actual, pode-se dizer o seguinte:
tal como retiramos da inscrição na lápide que lhe está adjacente, o banco
actual foi edificado na altura da comemoração do 3.º centenário da construção
da capela e, de facto, pretende ser uma homenagem aos anciãos Gandarenses. A
pedra que faz parte deste trabalho, embora sendo, sem dúvida, centenária, não é
a original. É uma soleira da porta de uma casa antiga, demolida nos Marrazes e
que foi cedida para o efeito. É mais larga do que a original e de comprimento
idêntico e está assente em tijolos igualmente diferentes dos originais. Estas
informações foram obtidas junto da pessoa que idealizou a obra e não tiveram
direito a contraditório. Gândara dos Olivais, 31 de Março de 2016, João
Ervilha"











Repare-se no pormenor do nome do fabricante do painel: