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2012/11/25

IMI - Aí estão a chegar as contas atualizadas/íssimas


Só um exemplo:

Uma casa nos arredores de Leiria, que tinha um valor patrimonial de 20.000€ (avaliação de 1995) "vale" agora (que os imóveis vendem-se facilmente e a ganhar rios de dinheiro!...) para as Finanças,  5 (cinco) vezes mais.

Resultado: o IMI aumenta para mais do dobro em 2013, para mais do triplo em 2014 e para mais do quádruplo em 2015.

Entretanto, os rendimentos dos proprietários (que, na maior parte dos casos ainda estão a pagar o imóvel ao Banco) têm vindo a diminuir drasticamente ano após ano...

E assim nos vamos empobrecendo cada vez mais.

Em contrapartida, os ricos e detentores do capital, continuam a engordar as suas fortunas a cobrarem juros de agiota para que Portugal pague os juros da Dívida Pública acumulada pelos sucessivos (des)governos e gestões autárquicas deste país. 
E a Dívida Pública a continuar a aumentar!...
@as-nunes

2012/11/06

Harmonia da natureza em dias de demasiada turbulência em Portugal


Liquidâmbar e piricanta
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Entretanto, Pedro Passos Coelho, aprendiz de feiticeiro como primeiro ministro, cá continua com os seus falsos avanços e recuos, sem saber como balancear as contas deste país.

Tão bem que ele falou ao coração dos portugueses, que tinha chegado a hora do salvador da pátria, afinal o que temos pela frente é austeridade sobre austeridade até à pobreza total (para alguns milhões)!...

É tempo de renegociar a Dívida Pública. 
                                                                        Já!
@ as-nunes

2012/10/24

Há vida para além do Défice

Andreus, Cumeira, freguesia da Barreira - Leiria - Portugal. Uma das freguesias a agrupar, segundo o projeto de reorganização administrativa do Governo.

Mesmo que a figueira não volte a florir,
mesmo que não haja
nem sequer um cacho nos ramos da vinha,
mesmo que as oliveiras mintam
na sua promessa de fruto
e que os campos não voltem a produzir
nem sequer um cardo;
mesmo até que o galo tenha morrido
e se achem vazios todos os estábulos,
mesmo assim, eu quero exultar no Senhor,
achar a minha alegria no Deus que me salva.
O Senhor meu Deus é a minha força,
aquele que torna os meus pés iguais aos das gazelas
e me faz caminhar até às alturas.


HABACUC
Profeta caldeu que terá vivido no séc. VII ou VI a.C.. O texto que
aqui se apresenta é conhecido como O Cântico de Habacuc.

in
Os Herdeiros do Vento
Antologia Apócrifa
JOAQUIM PESSOA
bib. az-biblioteca #1831

2011/09/26

Enredados numa teia de jardim

clic para ampliar...a não ser que tenha medo de aranhas!?... eheh

A teia que nos enreda
É obra, apresenta-se bem
Na Madeira só se embebeda
Quem no Alberto se detém

Com um aranhuço assim
Os buracos são inevitáveis
Pra se viver no jardim
Com contas tão insondáveis

Já é tempo de rever
O mando praqueles lados
Certas contas há que fazer
Já farta sermos fintados

Nós aqui no contenente
Não somos nenhuns papalvos
Precisamos urgentemente
Desta teia sermos salvos
-
Olhem só prò que me deu!
Instantâneo no meu jardim
A mosca lá a comeu
Esta aranha num frenesim


Olhem só para o que me havia de dar!...
Escrever para aprender...a escrever...poesia...(mesmo que livre da métrica e/ou da rima).
-

nota informativa sobre esta aranha:

@as-nunes

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2011/03/24

Rádio Batalha: uma rádio em serviço público

O meu querido amigo Soares Duarte, no seu programa na Rádio Batalha, de hoje, "Conversas e Ideias", abordou, essencialmente, a temática da necessidade de uma adequada programação dos tempos de antena da rádio - uma rádio dita local, neste caso - tendo em conta os seus objectivos e premência na luta pela qualidade, audiência e, sem contestação nenhuma para uma rádio não financiada como Fundação ou Instituto Público, pela sua rentabilidade económica e financeira.
Muito se disse, vários foram os depoimentos de ouvintes, em determinada altura como que ouvi as suas lágrimas de comoção , a correrem-lhe pela face, que quase lhe «calaram o pio». Uma senhora, pareceu-me que estaria nos primeiros anos de actividade em rádio, tantas palavras de elogio lhe dirigiu, relativamente à sua já longa e meritória carreira de radialista, que o meu amigo teve que deixar passar uma pausa na emissão para lhe agradecer a amabilidade. Que é merecida, como bem sabemos, os seus ouvintes.
A verdade é que a Rádio como meio de comunicação social é uma Arte. Incontestavelmente. Só sendo encarada com esse espírito, a Rádio conseguirá atingir os seus objectivos, a começar pelo seu público alvo. Que tem de estar sempre na mente de quem programa a actividade da Estação.
A Rádio tem de ser capaz de dizer coisas às pessoas, de transmitir Cultura, para além da necessária Informação sempre em linha com os acontecimentos e da indispensável Música, criteriosamente seleccionada.
--
Passando para a minha participação no programa, que muito me honra com a sua confiança, era inevitável falar, ainda que sumariamente, nos acontecimentos políticos em Portugal, dos últimos dias, melhor, do que se passou ontem no Parlamento.
Que me desculpem os ouvintes da Rádio Batalha, mas faço questão, na rubrica de que fui incumbido "Opinião", de exprimir a minha opinião, que não será, logicamente, a mesma de muitos dos ouvintes.
No entanto, uma coisa temos que convir. É da diversidade democrática das opiniões que pode e deve sair a síntese indispensável à escolha do melhor caminho para a nossa vida colectiva.
Quem me estiver a ler, pode ficar com uma ideia da orientação que tentei imprimir às notas breves que lancei à consideração dos ouvintes, ampliando a fotografia acima (estava eu na boa companhia do meu computador portátil e duma folha de papel de apontamentos) e lendo o que se consegue vislumbrar na dita folha de papel.
Resumindo: ainda acredito que o nosso Presidente da República não vai aceitar o pedido de demissão como Primeiro Ministro do Engº José Sócrates; ainda o teremos à frente do Governo, pelo menos até ao fim do Verão. 
Haja calma, se for imprescindível para uma melhor governação do País, substituir o actual Governo, não sejamos precipitados. 
Por amor de Portugal e consideração para com os portugueses!
Se atentarem nas consequências, estrondosamente visíveis, hoje, corte de dois lugares no rating Fitch de Portugal, subidas dramáticas das taxas de juro da nossa Dívida Pública, declarações de reputados e influentes dirigentes Europeus e da OCDE...perceber-se-á a razão destas minhas reticências...e vamos lá a ver onde é que esta tragédia vai parar. 
@as-nunes
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2011/03/14

Radio Batalha - Conversas e Ideias: PEC IV - Mais austeridade

(clik para ouvir a Rádio Batalha)

Soares Duarte e
António Nunes

Hoje, 14 de Março de 2011, entre as 17h10 e as 17h30, na Rádio Batalha, 104,8 Mhz
-
Vou tentar fazer uma síntese da nossa conversa via rádio, animada e preocupada ao mesmo tempo.

Decididamente nós, o Povo da rua, aquele que quer é viver a vida do dia a dia, com dignidade, à custa do esforço do seu trabalho, estamos a atingir um ponto de saturação  tal que já não podemos acreditar em mais de 10% do que vamos ouvindo na comunicação social, seja pela boca dos políticos que nos governam 
-Atenção, muita atenção, estamos a ser governados, não só pelo Governo oficial do PS minoritário, mas também pelo Presidente da República, pelo PSD e pelos restantes partidos da Assembleia da República seja pela própria comunicação social.

As notícias vindas a lume são contraditórias, actualizáveis ao minuto. Mas, acima de tudo, muito desanimadoras. Perturbadoras, teremos mesmo que o dizer.

Durante décadas convencemo-nos que estávamos a viver num tempo de vacas gordas. Que toda a gente podia comprar casa (port vezes até com piscina), carro novo, mobílias novas, viajar para países exóticos. E se não tivéssemos todo o dinheiro necessário imediatamente disponível (que era o caso geral) não havia azar. Os bancos emprestavam-nos esse dinheiro, sem grandes burocracias e a taxas de juros baixas.
E assim fomos andando e nos deixámos embalar no canto da sereia.

Todo este regabofe tinha que dar mau resultado, obviamente. A dívida individual foi aumentando exponencialmente, ao mesmo tempo que com as contas do Estado acontecia o mesmo.

Sabendo nós e sentindo na própria carne, as consequências daqui advindas, damos connosco a perguntar:
E agora?

Tentando fazer uma ligeira recapitulação do que se tem vindo a passar e que nos afecta a vida, cada vez com mais premência, retomemos a história, na altura, em que os juros da nossa Dívida estavam em alta declarada. O Primeiro Ministro e o Ministro das Finanças trazem-nos notícias de Bruxelas:
- Acordo europeu para aumentar para 440 Mil Milhões de Euros a chamada FEEF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira);
- Que passará para 500 Mil Milhões em 2013;
- Flexibilizar a utilização destes fundos para serem utilizados na compra directa da Dívida Pública dos países em dificuldades e assim reduzir a pressão dos mercados externos para evitar a subida insustentável das taxas de juro.

Só que, entretanto, foram-nos impostas novas medidas de contenção e austeridade nos países periféricos como o nosso. É aqui que surge o já chamado PEC IV, que tanta celeuma está a levantar.

E o que é este PEC IV?

O Governo comprometeu-se na Sexta-Feira passada em avançar com novas medidas de austeridade:
- Aumento do imposto automóvel para reduzir o volume das importações;
- Corte nas pensões a partir de 1.500€ num montante médio (progressivo a partir de 3,5% até aos 10% para as mais altas;
- Revisão das Taxas do Iva;
- Revisão das condições de atribuição do subsídio de desemprego.

Entretanto, Passos Coelho, pressionado pelos gurus do seu partido e pela previsível impopularidade destas medidas, só possíveis com a sua aprovação, já que não acredito que o Governo se abalance sozinho neste difícil cruzada, já veio declarar que o Governo não pode contar com o PSD para as pôr em prática.

Face à nossa dramática situação, vamos a ver se Passos Coelho não vai ter de refrear os seus correligionários.

-
Segundo as últimas informações, os juros da Dívida Pública estão a descer drasticamente e a Grécia a ficar mais aliviada.

Será que a União Europeia, efectivamente unida, irá conseguir ultrapassar este Tsunami financeiro que está a atacar a estabilidade do Euro e da própria União?

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2011/03/10

Leiria, Auto-Estradas, Obras Públicas, a Quinta da Mourã e tantas outras...


(clic para ampliar)

A Quinta da Mourã é uma das emblemáticas áreas rurais da zona de Leiria. Situa-se no limite de três freguesias: da Barreira, da Azoia, dos Parceiros e de Leiria. A entrada principal está bem visível quem passa de automóvel na rua alcatroada ao lado Nascente do "Continente".

Encontra-se instalada junto ao Rio Lena, no vale ainda hoje de aparência bastante produtiva para a agricultura, floresta e pecuária. Ainda se observa a existência dum moinho de água que deve ter tido muito uso, pelo que me informam até aos anos 80 do século passado.

As obras de construção do IC36, que estão a desconfigurar completamente uma extensa área agrícola e florestal entre os Rios   Lena e Lis, particularmente, os vales destes rios, também são visíveis numa das fotografias desta montagem.


Apetece-me perguntar: o que é feito das belíssimas intenções do MPRL - Movimento de Protecção do Rio Lena, solenemente constituído e apresentado publicamente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Leiria, no dia 21 de Julho de 2002? 
Temos que admitir, infelizmente, que todo aquele aparato acabou por se ficar pelos foguetes lançados ao ar!...
Lamentavelmente...

Obras públicas em nome do progresso material a quanto obrigam!

Claro, como ainda hoje discursou o Snr. Presidente da República na tomada de posse para o seu segundo mandato, o Desenvolvimento Económico é o factor que condiciona toda a nossa vida material. Pelo que nos estão a convencer, teremos que aceitar essa inevitabilidade para que possamos acompanhar minimamente os restantes países da União Europeia.

Uma questão muito importante, dadas as avultadas verbas utilizadas, a ter em conta é se o ritmo a que se estão a implementar algumas obras públicas (muitas através de concessões e parcerias público-privadas) será coadunável com a nossa capacidade de endividamento público. Sim,  já não nos podem restar quaisquer dúvidas, de que não estamos a conseguir criar riqueza nacional que nos permita muitas das veleidades a que nos estamos a abalançar. Até parece que já ninguém faz contas e balanceia devidamente o quociente custo/benefício dos investimentos públicos.

Das duas uma: ou se está a preparar nesta zona da Estremadura, uma área-motor da nossa Economia e então há que apoiar, com a necessária ponderação dos impactos ambientais, os investimentos em infra-estruturas rodoviárias que estão a ser levados a efeito; ou então, algo de muito difuso está a acontecer.

É que os juros da Dívida Pública têm que ser pagos! Pelos vistos vamos ter que os pagar com língua de palmo!...
.
A quadra acima transcrita é de Acácio de Paiva, grande poeta bucólico e humorista, que nasceu em Leiria, Largo da Sé, casa com frontaria em azulejos "viúva Lamego", "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em 14 de Abril de 1863Faleceu, com 81 anos de idade, na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944. Vai dar à estampa, em breve, uma brochura monográfica, iniciativa da Junta de Freguesia de Leiria, em recordação da sua vida e obra em prol das letras portuguesas e da sua amada cidade de Leiria.
Pode ler mais, seguindo este link e este outro, aqui mesmo.
©as-nunes
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2011/02/23

Leiria: Requalificação e Dívida Externa

Estes desiquilíbrios - repare-se (clic) também no poste ao lado da "Zara", antigo "Paço Episcopal" substancialmente fora da vertical do lugar - não abonam nada ao nosso próprio equilíbrio emocional.
No Jardim Luís de Camões...
Leiria tem sido, na última década e meia, alvo de muitas e variadas obras de requalificação de espaços públicos.
Nalguns casos, desnecessários e despropositados. 
Opiniões, claro está.
Por exemplo, os bancos de jardim que estão espalhados pela zona do Largo 5 de Outubro de 1910 e do Jardim Luís de Camões, foram importados dos "States". Por acaso, ainda se lembram de como eram bonitos e mais apropriados às características do Centro Histórico de Leiria, os bancos de madeira que lá existiam, muito mais confortáveis e anatómicos? Dava gosto descansar um bocadinho e entabular uma conversa (também se namorava bem...) nesses bancos,
- ainda se podem observar alguns, talvez para ficarem para memória futura, no quadrado central do Jardim, ainda que pintados de cor de laranja (a que propósito?!)
Haveria necessidade?
Tanta empresa de serralharia civil (e até mecânica) (*) que tínhamos e ainda temos em Portugal!...

Depois, contas feitas, a «Balança de Pagamentos» com o exterior é o que se vê! Está a assumir proporções deficitárias tão ou mais graves como a própria «Dívida soberana»?
-
(*) Ora aqui está uma questão prosaica mas que é correcto distinguir:
- Serralharia CivilConstrução e reparação de Portões, Grades e Coberturas de metal;
- Serralharia MecânicaConstrução e reparação de Máquinas.



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2011/02/08

Esperança?! Casa arrombada trancas à porta!...


08-02-2011 12:20 -     Esperança  
Nem tão pouco o desemprego, ou mesmo a falta de qualificação da mão-de-obra. Nem sequer a situação de descapitalização e falta de liquidez do sector financeiro e consequente "desalavancagem", eufemismo encontrado para denominar o processo de contracção de crédito e logo do investimento pelo qual a economia está a passar. O nosso verdadeiro problema, espelhado pela ausência de indignação face à situação actual, pela evidente atitude de resignação, pelo espírito pessimista dominante na população e agentes económicos, consiste, afinal, numa profunda ausência de esperança em relação ao futuro.


A economia faz-se de expectativas. Tendo os portugueses perdido a esperança no futuro, actuam em conformidade. Não investindo. Poupando em vez de consumir. Quem tem recursos aplica-os em activos externos. Quem tem mobilidade opta por sair. Hoje, temos uma emigração dual, onde o peso dos qualificados é crescente. Os imigrantes regressam aos países de origem.
O estado geral dos agentes económicos é depressivo. Assim não há economia que cresça, por muito que o marketing propagandístico oficial nos tente vender a imagem de um país virtual que a generalidade dos cidadãos não reconhece.


A agora famosa canção dos Deolinda é, em si mesmo, exemplar: 
uma geração a quem o poder deixou o encargo de trabalhar uma vida inteira para pagar as dívidas da irresponsabilidade passada protesta em canto. 
Mas ainda não se revoltou. 
Esta é a geração dos que estudaram "para ser escravos". Mas como por cá não os escravizam, não lhes dando emprego, tentam emigrar. Se o fizerem, ganham mais na escravidão e escapam a pagar as dívidas da geração anterior. Esta paga o preço da sua irresponsabilidade ficando sem pensão decente. Perante tal perspectiva, não há optimismo que resista. Para nenhuma das gerações.


Perante o pessimismo, a população olha para o poder, como o sempre fez durante séculos. Acreditamos que será sempre do Estado que virá a salvação. Mas não vale a pena ter ilusões. Durante a maior parte desta década, o Estado estará demasiado ocupado a reorganizar-se, a redefinir as suas funções, a reduzir a despesa e a dívida e a diminuir o fardo que a todos impõe via maiores impostos e menores benefícios sociais. Não será, seguramente, através da despesa pública que a economia será relançada, ainda que essa fosse uma forma eficaz de o fazer.


Inverter o pessimismo das expectativas vai depender do aparecimento de uma figura com efectivas capacidades de transmitir optimismo através de uma liderança inspiracional. Sebastianismos à parte, até pode ser que tal figura surja no meio político. Mas duvido de que o Estado, com os problemas urgentes que terá de enfrentar, tenha meios para formular, comunicar, liderar e implementar um verdadeiro processo de reformulação estratégica do País, em geral, e da economia, em particular. Mas não percamos a esperança.


É altura de deixarmos de olhar para o Estado como líder da economia e da sociedade. O modelo está esgotado e conduziu-nos onde agora estamos. A economia, para dar o salto, necessita de se libertar dessa relação simbiótica com o(s) poder(es) político(s) e fazer valer-se por si mesma. O crescimento da economia terá de passar a ser liderado pelo sector empresarial. Necessitamos, enquanto Nação, de ver umas quantas empresas assumir a liderança do processo de modernização e inovação empresariais. E por arrastamento, do País. Precisamos mais de Nokias e Zaras do que de discursos políticos. Infelizmente, uma boa parte - mas não toda - das grandes empresas nacionais habituou-se em demasia a viver à mesa do Estado e do Orçamento. Por isso, também aqui há razões para pessimismo. As excepções, os poucos que até em público ousam criticar o omnipotente Estado, estão entre aqueles que maior sucesso atingiram no exterior. Não sendo estado-dependentes, estão habituados a suceder por mérito próprio, contra a concorrência agressiva dos actores internacionais. É esta a nossa última esperança. Mas se a estas empresas e suas lideranças forem negados os meios para investir e actuar, no contexto do propalado "processo de desalavancagem" resultante da actuação incompetente do Estado, então não haverá qualquer perspectiva de esperança para a economia nacional. Não será uma nova década perdida: serão várias gerações perdidas.


Professor da Universidade Nova de Lisboa
Assina esta coluna quinzenalmente à terça-feira
  
Jornal de Negócios - Paulo Pinho


------------COMENTÁRIO DO AUTOR  DO BLOGUE:----
Permito-me, como autor deste blogue, assumir a seguinte opinião:


1- É do mínimo bom-senso não se gastar mais do que se consegue receber (ressalvando futuras potenciais receitas solidamente fundamentadas);
2- O desequilíbrio das contas públicas portuguesas já tinha a tendência notória de crescimento exponencial desde os tempos do "cavaquismo" dos anos 90. Que se fez na altura? Os políticos não usaram de terapias rudes, como pelos vistos se impunha, porque tinham medo da reacção popular, nas eleições que se seguissem;
3- Face às medidas drásticas que finalmente se estão a tomar, da forma brutal como começa a ser cada vez mais notório, que fazer?:
- Queimar na fogueira da indignação a actual equipa Governamental e a sua imagem de marca, José Sócrates?
- Dar uma oportunidade a outro partido da mesma área ideológica (na prática)? Ou seja, mudar as caras mas não a política? Isto é, alinhar no jogo do assalto ao poder, nem que para isso seja necessário que as chamadas direita e esquerda da oposição Parlamentar se postem do mesmo lado da barricada?
- Escavacar tudo indo para a rua fazer barulho a reclamar indiscriminadamente contra tudo e contra todos?
- Ter Esperança? Em que a União Europeia nos ajude a resolver a nossa faraónica Dívida Pública? 
- Ajuda da UE? Que tipo de ajuda? Só com um perdão de parte da nossa dívida pública aliado a forte contenção nos gastos públicos é que poderemos ter alguma hipótese de por as contas em dia!


Creio que não restará outra possibilidade de restabelecer algum equilíbrio na zona da UE senão usando de um grande espírito de Solidariedade para com os países Europeus ditos periféricos! Doutra forma ainda vamos assistir ao funeral do Euro e de perturbações de repercussão incomensurável em toda a Europa e no Mundo!


(Copyright © António S. Nunes)