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2015/03/25

Vistas panorâmicas Sra. do Monte, Serra da Maúnça. Também N. Sra. da Oliveira





Subi à Sra. do Monte e à Serra da Maúnça - Leiria (Portugal), tinha vontade de observar as vistas panorâmicas à volta desta área da cordilheira das Serras d´Aire e Candeeiros. Pelo caminho fotografei um painel de azulejos alusivos à N. Sra. da Oliveira (por sinal que também leva a Fátima). Dá-se o caso, também, que N. Sra. da Oliveira é a padroeira referenciada no Solar do General Oliveira Simões, na Barreira. http://dispersamente.blogspot.pt/…/General%20Oliveira%20Sim…

2013/10/31

As Armas nos Lusíadas


Vivo na Barreira - Leiria há mais de 20 anos. Escrevi um ensaio monográfico sobre esta freguesia em 2005 e nela referenciei uma das suas grandes figuras históricas, o General Oliveira Simões. Pois fiquem sabendo que Oliveira Simões se me está a revelar como um grande poeta, humanista, cultor exímio das letras, político brilhante e um militar de envergadura. Nasceu em 1857 e morreu em 1944. Descobri recentemente, num alfarrabista, o livro cuja capa reproduzo abaixo. Uma maravilha. As suas descrições ilustradas com pinturas alusivas, acerca das armas que Camões refere frequentemente no seu cantar poético dos feitos heróicos dos portugueses são dignas de ser apreciadas.  Conto escrever e deixar publicado no meu blogue mais pormenores sobre este tema... (quem me abriu as portas ao conhecimento desta figura excecional foi o meu amigo Pedro Moniz através do seu livro "General Oliveira Simões - Poesia e Prosa (Antologia)" - Ed. Junta Freguesia da Barreira, ed. 1997).
(ver aqui).


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 Este livro saiu a lume em 1986.
p. 5


p. 5



O autor, General Oliveira Simões, ocupa-se, neste livro, sucessivamente, em considerações  técnicas e literárias sobre as armas utilizadas pelos Portugueses e os seus adversários com referência aos passos do poema "Os Lusíadas" onde Camões as menciona.  Essas menções referem-se a:
armas em sentido genérico,
armas brancas,
armas de haste,
armas de arremesso,
armas defensivas,
artilharia neurobalística,
armas de fogo,
munições e engenhos de fogo,
apetrechos de guerra,
instrumentos e insígnias bélicas.

José de Oliveira Simões prossegue, escrevendo sobre "Armas-ferro" anotando diversas passagens dos Lusíadas

1º verso da 1ª instância, I canto:

As armas e os Barões assinalados
Aqui a palavra armas tem o significado genérico de feitos guerreiros, façanhas militares, combates, campanhas, trabalhos na guerra.

Armas mitológicas:
IX 37. Tu, que as armas Tifeias tens em nada,
Metáfora a indicar os raios de Júpiter contra o gigante Tifeu.

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Camões emprega a palavra espada no sentido restrito, a designar a arma geralmente conhecida, ou no sentido metafórico.

No canto VIII, estância 19, o poeta pinta-se, em auto-retrato, numa bela imagem erudita mas fiel, afirmando que era escritor e soldado.
Aqui se refere ao prior de Santa Cruz, D. Teotónio, senhor de Leiria, vila que depois D. Afonso Henriques retomou.

 Canto VIII  est. 19

Um Sacerdote vê, brandindo a espada
Contra Arronches, que toma, por vingança
De Leiria, que de antes foi tomada
Por quem por Mafamede enresta a lança:
É Teotónio Prior. Mas vê cercada
Santarém, e verás a segurança
Da figura nos muros que, primeira
Subindo, ergueu das Quinas a bandeira.

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I   47

Neste passo dos Lusíadas há referência aos terçados, quando descreve os costumes e o armamento do gentio de Moçambique:

De panos de algodão vinham vestidos,
De várias cores, brancos e listrados:
Uns trazem derredor de si cingidos,
Outros em modo airoso sobraçados:
Da cinta para cima vêm despidos;
Por armas têm adagas e terçados;
Com toucas na cabeça; e navegando,
Anafis sonoros vão tocando.

O terçado é uma arma muito parecida com a espada, mas mais curta.

I   54

Esta ilha pequena, que habitamos,
em toda esta terra certa escala
De todos os que as ondas navegamos
De Quíloa, de Mombaça e de Sofala;
E, por ser necessária, procuramos,
Como próprios da terra, de habitá-la;
E por que tudo enfim vos notifique,
Chama-se a pequena ilha Moçambique.



(...) Muito mais há para ler e admirar, incluindo imensas e belas reproduções fotográficas e pinturas a cores ... (ver registo 1974 az-biblioteca)

2013/10/28

General Oliveira Simões - figura grada da freguesia da Barreira - Leiria



 Solar abrasonado na Barreira, mesmo em frente à Igreja Matriz







Aspetos da capela privativa do solar em devoção a N. Sra. da Oliveira...
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Tendo como base o livro “General  Oliveira Simões – Poesia e Prosa (Antologia)” da autoria de Pedro Moniz, edição da Junta de Freguesia da Barreira – Leiria, 1997 podemos apresentar o General Oliveira Simões da forma seguinte:
Entre as figuras históricas da freguesia da Barreira avulta Oliveira Simões, ímpar pela obra literária e legislativa que legou.
O seu nome completo era José Maria de Oliveira Simões, nascido em Leiria a 11 de Maio de 1857, filho de José Ferreira Simões e Cipriana Lúcia de Oliveira, moradores no Bairro de Santo Agostinho da mesma cidade. O pai era natural da freguesia de S. Julião, da Figueira da Foz, enquanto a mãe pertencia também a Leiria.
Neto paterno de Manuel José Ferreira e Ana Rita (*) e materno de José Oliveira Zúquete e de Maria da Encarnação.
Depois de cursado o liceu de Leiria e a Universidade de Coimbra, matriculou-se na escola do Exército onde concluiu, com distinção, o curso da arma de artilharia, acabando por tirar o curso de Engenharia Civil.
Na carreira militar teve a seguinte evolução:
Alferes em 4-1-1882, em 16-9-1909 era promovido a tenente-coronel e em 23-11-1915 chegava a general.
Foi professor do liceu de Lisboa, do Instituto Superior do Comércio e da Escola do Exército, altura em que escreveu vários livros sobre pólvoras, que foram adotados no ensino militar.
Foi deputado em várias legislaturas pelo círculo de Leiria e presidente da Associação dos Engenheiros Portugueses.
O general Oliveira Simões tinha inúmeros louvores de variados ministérios (da Guerra, Obras Públicas, Fomento, Comércio e Instrução) e medalhas  nomedamente das várias Ordens portuguesas e algumas estrangeiras, designadamente a Ordem Militar de Avis, a de Santiago, a do Santo Sepulcro, a de Santiago da Espada, etc.
Colaborou em vários jornais.
Possuía um solar abrasonado na Barreira (conforme se pode ver nas fotos) e morreu aos 18 de Maio de 1944, na freguesia de Camões, em Lisboa.
Muito mais se pode alcançar pela leitura do livro em referência e das notas de João Cabral publicadas no Jornal da Barreira de Junho de 1991, 1ª página.
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No livro de Pedro Moniz, na primeira badana constam os seguintes dados:

Nas referências bibliográficas deste livro podem ver-se:
- ENC, Port. Brasileira, t. XIX, pp. 415;
- FERREIRA, H. Amorim, Elogio Histórico do Conselheiro José Maria de Oliveira Simões (Proferido na Sessão Plenária de 5 de Maio de 1957);
- LEIRIA Illustrada, de 14-IX-1905;
TINOCO, Agostinho Gomes, Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria, 1979.

Publicou várias obras dentre as quais:
- Versos Perdidos; Esbocetos Rústicos; A Expressão Numeral na Linguagem.

"Com a sua incontestada autoridade de grande professora, disse D. Carolina Michaellis de Vasconcelos: «A língua é a base, e é a mais genial, a mais original e nacional obra de arte que cada nação cria e desenvolve»."
OLiveira Simões foi um exemplar cultor da língua portuguesa como o comprovam os seus trabalhos literários, sejam em prosa sejam em poesia.


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Em tempo: (30Out2013)
Chegou-me às mãos o livro "As Armas nos LVSÍADAS", J.de Oliveira Simões, Publicações Alfa, 1982. 
Um assombro, este extraordinário trabalho de Oliveira Simões: 
"São muito numerosas as passagens nos Lusíadas em que se encontra o vocábulo armas, e diversos os sentidos em que Camões o empregou.
Logo no 1º verso da 1ª instância, I canto, escreveu:


As armas e os Barões assinalados"

ver registo na minha Biblioteca aqui
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(*)   É importante ter em conta o comentário de Agosto de 2022 a seguir transcrito:

Também sou bisneta do General José Maria Oliveira Simões, neta de Maria Francisca Macedo de Oliveira Simões Pereira de Costa Guerra.
Também eu passei dois verões nessa casa, visto que O Tio Jorge Macedo de Oliveira Simões, deixou em testamento a casa Ao seu sobrinho José~e Maria Oliveira Simões, com usufruto enquanto viva à minha Avó, acima mencionada.

Espero que não me leve a mal, mas queria fazer uma pequena correcção sobre A Srª D. Rita.
Nunca foi casada com nenhum dono do Banco Espírito Santo, mas sim mãe de Ricardo e José Maria Espírito Santo, esses sim fundadores do Banco Espírito Santo.

Atenciosamente

Maria Francisca Guerra raposo de Magalhães

quinta ago. 18, 02:17:00 da tarde 2022

 

2013/10/11

Família General Oliveira Simões




Fotos do que resta do solar que pertenceu ao General Oliveira Simões, na Barreira, em frente à Igreja matriz. Aqui um painel de azulejos alusivo a N. Sª da Oliveira. (*)
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(*) Também se pode observar um painel alusivo a esta N. Sra. na estrada quem sobe das Cortes para a Sra. do Monte.
Ver também:
pp 268-269 do livro "Caminhos Entrelaçados-na freguesia da Barreira", de António Almeida Santos Nunes, ed. 2005 da Junta de Freguesia da Barreira e da ed. Folheto. 
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Idem
General Oliveira Simões
Poesia e Prosa (Antologia)
Pedro Moniz
ed. Junta Freg Barreira, 1997