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2012/06/22

"Aquele riso com que a vida dais", Leiria é, e muito mais...


Regresso ao Largo da Sé
O meu centro de Leiria
As calçadas empedradas
Quantas vezes palmilhadas
Milhares e milhares
Tanto tempo
Tanta gente



Jovens
Escola
Zaida
(será a moura encantada?
na lenda tão badalada?)
Filhos...
...netos...


Dentro de ti ó Leiria
Minha alma fugidia
Vive e revive o dia
Sozinho te reconhecia
Quanta ansiedade sentia


Dentro de ti continua...
A minha vida, Leiria!...
@as-nunes

2008/09/12

Viva eu 100 anos, vou cá ficar!...
Zaida, Inês, Bruno, Mafalda, Gui.(*)

Corre o ano de 1966
Rua Direita, Viseu, Outono.
Acabei os exames no Porto
Esforço pr´além do sono.

Vou para Leiria.

Viagem sinuosa, empedrada
Esperança quase arrependida
Estação dos Claras, fim de jornada
Nova e decisiva etapa da minha vida.

Não conhecia o Centro/Oeste,
A fala a cantar, calor abafado,
Barracão do Cinema, terra batida,
Restaurante Peninsular,
Onde me instalar?
Aqui mesmo ao lado,
Quarto alugado.

Ontem aluno, hoje professor
Escola Secundária, Castelo ao sol-pôr
Das suas ameias, um ensurdecedor,
Setor! És jovem, não tens temor?!

Luta interior, plangente!
Fico, não fico, coisa imprevista
A tropa a dois passos, obrigatória.
Hesitação de pouco tempo.
Subo a calçada do Castelo, porta à vista
Setas rasam-me… vitória!

Hoje, tão Leiriense como os que o são,
Monasticamente a vaguear, a laborar
Boavista, Leiria, Barreira, Praia do Pedrógão
Viva eu 100 anos, vou cá ficar!…

António Santos NunesMaio de 2005
(*)…Ana, Carolina

Posted by PicasaVista das traseiras da casa do Largo da Sé, Leiria, onde viveram, desde há quase 2 séculos, Paivas e Teles e Paiva e Santos Nunes e vive uma Terceirense, de Angra e do Raminho, com quase 90 anos.

2008/02/26

Sentir de pai

"Nem sempre o que achamos bom para os filhos é o melhor para eles..."

Fiquei a pensar nesta reflexão porque não vejo forma de deixar de olhar para os meus filhos (A Inês e o Bruno, ambos com 30 e tal anos, diferença de 4 entre eles) e ver os meninos que já foram com uma nitidez impressionantemente actual.
Os seus filhos são como se meus também o fossem. As alegrias e sucessos deles sinto-os como meus também.
Mas preocupa-me sobremaneira o decurso das suas vidas, as vicissitudes por que passam, eu querer ajudar para além do que humanamente me possa ser permitido.
Como conciliar as nossas acções com o sentido que se pretende dar à frase em epígrafe?
Não sei.

2008/02/07

Um roteiro Boa Vista - Leiria




clic para ampliar
Este roteiro corresponde a um percurso que faço diariamente, a bem dizer. Trabalho na Boa Vista e vou almoçar ao Largo da Sé, em Leiria. Por vezes - frequentemente - logo ao sair do parque de estacionamento do carro (um Rover de 1999 e é um pau...), antes de me dirigir para o meu destino, derivo à esquerda e faço um giro por aquela zona da cidade, Largo do Papa Paulo VI, Jardim Luís de Camões e parte restante do Largo 5 de Outubro de 1910, cuja referência arquitectónica é o edifício da antiga agência do Banco de Portugal. Para mim, esta zona de Leiria constitui um marco incontornável e duma nostalgia a raiar o infinito. É que me vêm à recordação os primeiros anos (cheguei a Leiria em 1966) em que passei a viver nesta linda cidade do Lis e do Castelo (quando não a põem em estado de sítio com obras sobre obras, buracos em cima de buracos, prédios em ruínas, árvores do Largo da Sé abatidas só porque tinham para aí uns 100 anos mas nem eram altas nem ameaçavam morrer...durariam mais um século com muitas probabilidades...). Nesta zona havia cafés, salas de chá e cervejarias sendo, por isso, o principal ponto de encontro dos habitantes da cidade. Lembram-se da "Lísea" (sala de chá e café), do separador central de relva, do outro lado o Jardim da cidade (o único na altura...pouco mais há a que se possa chamar verdadeiramente de jardim, zona verde em bosquete, de preferência...)? Lembram-se, os Leirienses, jovens dos anos 60, da festa que fazíamos quando por ali passava um amigo de carro? Tinha logo que parar, dar e levar notícias e, porque não, carregar a viatura com a malta que por ali estava no paleio e/ou a beber uns finos?...
Mas já me estou a afastar do tema deste post. Ou seja. O roteiro acima referido poderá ser assim descrito: 1) placa de sinalização toponímica quem vai pelo IC2 de Norte para Sul; 2) Uma acácia mimosa imponente, como não se vêm com facilidade, na Rua da Balcota (Este nome de rua deriva do nome dado desde tempos imemoriais a este sítio que era constituído por terras de amanho e pinhais), mais facilmente, na zona do planalto, mesmo ao pé dum jardim de infância; 3) Jardim Luís de Camões fotografado de dentro para fora, na extrema direita, uma ameixoeira de jardim, Prunus Pissardi, a iniciar a sua floração anual; 4) Pormenores da for da dita ameixoeira.
...
Bom, depois disto tudo, há que ir almoçar, que a Zaida, às vezes também a Inês e até o Bruno, já devem estar à minha espera,ou então, dada a minha demora, decidiram ser melhor não esperar por mim...
Posted by Picasa

2008/01/27

Abrupto corte

Hoje está um Belo dia de Sol!... Agora, de manhã, ainda faz uma brisa que traz consigo algum frio...
Larguei o computador e fui arejar um pouco ao meu jardim . Fotografei azáleas e narcisos, as flores que estão agora a florir, juntamente com as acácias (que não tenho no jardim nem se aconselha a sua cultura, dada a sua característica invasora da nossa floresta) e as camélias.


Mas, há dias, sentia que algo não estava bem. Como pode estar?!...
Vidas dispersas

Abrupto corte
Dos laços familiares
Dias estonteados
Vidas deduzidas em penares.

E as crianças?
São bolas de ping-pong?

Repartidas no viver
Retalhadas no sentir
Ora aqui ora acolá
Sem olhar ao seu porvir?

A vida não é o mar de rosas
Que alguns julgam sonhar
Antes uma partilha séria
De todo o verbo amar…

Legenda, de cima para baixo: Inês, em 1970, Nampula, Moçambique, minha filha e mãe da Mafalda e do Guilherme (2003), na foto de baixo.

2007/11/26

"A vida é bela!"

Ampliando a fotografia aprecie-se a imponência destas duas árvores, mesmo ali à borda da estrada. Como facilmente poderão identificar tratam-se dum salgueiro e dum eucalipto. Há quanto tempo não ando para as fotografar, neste seu ar gaiteiro, a acenar com risos de crianças aos viajantes que, ensimesmados nas suas vidas, nem por elas dão. Mas, olhem, senhores/as! São dignas de ser admiradas! Finalmente, parei o carro, peguei na máquina fotográfica e tirei esta foto. No meio da estrada, na disposição de fazer parar o trânsito, se necessário fosse. O dia estava lindo, solarengo até de mais, a meio da sua marcha incessante...
Esta rua é a "Rua dos Mártires" em homenagem aos bravos resistentes Leirienses aos invasores da segunda invasão francesa. O combatentes e as populações e património desta zona foram completamente destroçados. Uma luta desigual. Os vencedores vingaram-se da coragem dos resistentes duma forma atroz. Mataram e pilharam até mais não.
No local destas magníficas árvores funciona, de há várias décadas a esta parte um colégio infantil, "O Castelinho", desde a pré-primária. Parece que estou a ver-me a acompanhar a minha filha Inês com pouco mais de 3 anos. Estávamos em 1972...Vivíamos no Largo a Sé, lá mais em baixo, no centro. A cidade era pequenina, tinha para aí uns 20.000 habitantes...pouco mais. Hoje deve rondar os 200.000. E a Inês tem dois filhos, é professora. Uma lutadora decidida a proporcionar uma boa qualidade de vida à Mafalda e ao Guilherme! Podes contar connosco, os teus pais, Inês. E com a restante família, como bem sabes. A vida é bela, dizes tu. Sei bem que não estás nem deixarás baixar os braços nessa cruzada. Os teus filhos irão ser tudo do melhor que tu lhes desejas. Eles sabem que podem contar com a mãe.

E tu também mereces toda a Felicidade deste mundo.
Um beijo do maior tamanho e intensidade que imaginar se possa!

Posted by Picasa