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2012/01/25

Uma rosa no inverno e a poesia de Cecília Meireles

Esta rosa pouco durou no meu jardim. O frio desfê-la rapidamente...
É mais uma das flores que nascem todos os anos no mesmo sítio, com a mesma disposição, meio desconfiada, escondida junto a um socalco em pedra...

SE EU FOSSE APENAS...

Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!

Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!

Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
- de ser menos breve do que a água,
mais durável que o vento e a rosa...

Cecília Meireles




Nascida no Rio de Janeiro, em 1901, Cecília Meireles passou grande parte da sua vida em Portugal.
Em 1938 recebeu com Viagem , o prémio da Academia Brasileira de Letras, pela primeira vez concedida a uma mulher.
Em Agosto de 1949, Vitorino Nemésio dizia que os livros que publicara  até aí, faziam dela «um dos maiores líricos da língua portuguesa». E concluía: «grande poeta, em verdade, esta mulher brasileira, da linhagem de Camões, de Fr. Agostinho e António Nobre».
Faleceu em 1964. (mais)
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Cecília Meireles será a próxima poeta a ser evocada no I Encontro de Poetas 2012 (próximo sábado), na Biblioteca Municipal de Alcanena, nos quais tenho vindo a participar, particularmente pela mão de minha mulher, Zaida Paiva Nunes (ela, sim, autêntica poetisa) e do grande poeta e declamador Soares Duarte. Temos ido, todos os meses, há já uns quantos anos, religiosamente, partindo de Leiria.
@as-nunes 

2008/09/30

Divulgue-se o Acordo Ortográfico!

29 Set 2008 - O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, assina hoje, no Rio de Janeiro, o decreto para promulgação do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Em declarações à Lusa, à margem do colóquio Machado de Assis, que começou hoje na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Lauro Moreira explicou que a data escolhida é simbólica, coincidindo com o aniversário da morte de Joaquim Maria Machado de Assis, que considera um dos escritores brasileiros mais "universais".
"O Presidente Lula da Silva aproveitou a comemoração do centenário da morte de Machado de Assis para assinar o decreto naquela que é a casa de Assis (a Academia Brasileira de Letras), fundada por ele", disse o embaixador.
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De notar:
¨ Que da biografia oficial de Machado de Assis consta que o mais representativo escritor brasileiro morreu a 29 de Setembro de 1908;
¨Que nós, aqui em Portugal, ainda andamos feitos puritanos a subscrever abaixo-assinados(*), ainda há e heverá vultos intelectuais de peso que não se estão a acomodar ao Acordo Ortográfico da Língua Lusófona. Há escritores a ameaçar continuar a escrever como se não houvesse Acordo Ortográfico e as Editoras andam em grande alvoroço, indecisas...
Afinal queremos que o Português seja uma língua falada e escrita em todo o Mundo ou não? Se continuamos nesta pose qualquer dia ficam os Portugueses a falar uma Língua morta (quem sabe se não voltamos ao latim. Então é que "hoc opus hic labor est").
Tenho que confessar que, talvez por uma questão de nacionalismo saloio, andei indeciso em assumir uma posição a favor ou contra. Temos que nos decidir: ou sim ou não, nem que para isso seja necessário ir a referendo nacional. De qualquer modo, o Acordo já está aprovado oficialmente. Só não sabemos quando é que entrará em vigor de facto (ou de fato?!) em Portugal!...
Sem dúvida que fomos nós, os Portugueses, que demos novos mundos ao Mundo! Através da nossa vocação marítima, mercantilista e religiosa, afoitámo-nos por todos os Mares nunca dantes navegados e colocámos no Mapa-Mundi novas terras que a Europa não sonhava que existiriam.
Sofremos e fizémos sofrer muitos povos para que que Fernando Pessoa pudesse escrever em jeito sebastiânico, no seu poema, Mar Português: Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! ...
De qualquer modo, esse Passado que não podemos nem queremos apagar, porque faz parte da nossa História, não nos pode cegar a ponto de não querermos ver a realidade dos tempos modernos.
Somos muitos milhões a falar português, mas estamos dispersos por todo o Planeta. Há que fazermos concessões uns aos outros para que este sentimento, que já é muito forte e mais será, de Lusofonia, não esmoreça. Será esse sentimento, moldado pelo sofrimento, pelo convívio e pela força indomável do Tempo, que vai alavancar, inevitavelmente, O ACORDO ORTOGRÁFICO.
(*)
Aproveito, revoltado comigo mesmo, para pedir desculpas a quem, tempos atrás, na minha indecisão, eu prometi assinar um desses abaixo-assinados. Hoje não o faria. E não tenho vergonha nenhuma de dizer que não me arrependo de ter andado entre o sim e o não. E de hoje estar a dar o dito por não dito.