2020/12/25

Jesus Cristo

Hoje é dia de Natal 2020. Um ano cheio de incertezas e algumas amarguras, pela vida atípica que estamos a ser induzidos a levar. Por medo?! Por espírito comunitário, porque estamos a perceber que do mal o menos, temos que fazer sacrifícios em nome da nossa sobrevivência como seres humanos face a um vírus que nos está a afectar o sistema imunitário?!

Pelas duas razões, certamente. 

Há dias comprei o livro "A História de Jesus para pessoas com pressa", de Anthony le Donne, ed. Presença, 2020, ainda que já seja de 2018, a sua edição original: "Jesus: A Biginner´s Guide".

O autor, professor Le Donne (como é referenciado na contracapa deste livro) "situa Jesus no contexto da vida judaica do século I, explorando a sua condição de «Filho de Deus» entre os primeiros cristãos. O autor faz uma digressão pela arte medieval europeia, pelas histórias revisionistas, pelos memes contemporâneos da Internet, comparando as várias conceções culturais de Jesus no pensamento do Iluminismo e do pós-Iluminismo. Este livro dinâmico e acessível explora o impacto de uma das figuras mais amplamente retratadas na história humana.» 

Nem sei bem porque é que me decidi a fazer esta compra. A verdade é que a informação sobre Jesus está tão presente que até acabamos por julgar que não há nada mais a aprender/recordar para além daquilo que os nossos pais e avós nos transmitiram, que a igreja nos catequisou enquanto éramos crianças e mesmo já na adolescência e pelo que está escrito nos vários Testamentos da Bíblia.

Ora, acontece que nestes meus últimos anos de duração provável da minha vida, tenho-me debruçado, embora tardiamente, com mais insistência, no reforço de conceitos filosóficos e particularmente na área da Metafísica. A verdade é que, quando nos preocupamos em tentar perceber com mais profundidade a origem e natureza das coisas...

(.... em edição ... )

Talvez porque já esteja em idade de pensar que não me posso dar ao luxo de gastar muito tempo com o disperso. Houve tempo em que - como se pode constatar num relance por este blogue, desde a data da sua fundação - me esforçava por ir até aos pormenores dos fragmentos que ia descobrindo e estudava e falava com as pessoas entendidas nas matérias. O entusiasmo da partilha da informação e do conhecimento era muito. Hoje esse entusiasmo está a esmorecer um pouco. Talvez muito, talvez demasiado, poderei dizer. 

Voltando ao livro.

Fiquei encantado com esta passagem: 

"O Evangelho de João arranca de forma poética com a ideia de Logos (palavra grega que é por vezes traduzida como Palavra ou Sabedoria). Jesus, enquanto Logos, é retratado como uma vontade divina que existiu no próprio início dos tempos. Eis o início de João:

No princípio era a Palavra [Logos] e a Palavra estava com Deus e a Palavra era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas vieram a ser por seu intermédio e, sem ele, nenhuma coisa veio a ser. Aquilo que começou a ser nele foi a vida, e a vida era a luz de todas as pessoas. A luz brilha nas trevas e as trevas não triunfaram sobre ela. (João 1:1-5)".

Há que ter em conta que há vários Evangelhos, que são os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e o Evangelho de João.  Sinótico significa «visto em conjunto» ou «que oferece uma perspectiva geral».
´Os quatro evangelhos citam, aludem e dão ecos da escritura hebraica. Nos quatro evangelhos, Jesus granjeia um séquito de discípulos, é traído por um deles, é condenado à morte por Pôncio Pilatos, é crucificado e ressuscita.`
No século II Taciano de Adiabene conseguiu ter acesso a cópias dos quatro evangelhos, comparou-os e criou uma história de Jesus harmonizando as narrativas de Mateus, Marcos, Lucas e João que ficou conhecida para a posteridade como o Diatessarão. (em grego significa «composto por quatro»). Julga-se que tudo isto terá acontecido na Síria, por volta de 170 d.C. A tradição deste evangelho quaternário acabou por ser incluída no cânone cristão.

Com o decorrer dos tempos, e fazendo valer o seu poder, a «Igreja Católica» acabou por desconsiderar o Diatessarão 

A partir do século II a história contada de Jesus dá origem ao cristianismo. Apesar das macabras perseguições de Roma aos cristãos, até ao século IV, eis que Constantino adota o cristianismo que se torna a religião oficial do Império de Roma.
Depois de muito debate os líderes cristão chegam a um acordo formal para definir a infraestrutura e um poder religioso e reivindicam a sucessão e ortodoxia apostólica.

... em edição 01-01-2021 18:18 ... (ref p 125)
-
14-02-2021
Afinal acabei por avançar para a publicação duma crónica em duas partes no Notícias de Colmeias.


2020/12/18

Coisas de 'santos´


(foto de Luís Vieira da Mota
é de se apreciar o Facebook, aqui)

 Oremos

Que os santos todos que caminham
alguns confinados ao seu quintal
olhem para o que se passa
no planeta terra 
e se deixem de rezas sem sentido
que não estão a dar o resultado requerido

nós os que oram como mandam as neps Có-Có
e até se penitenciam
de pecados que não lhes podem ser cometidos
visto muito naturalmente
tão somente
gostarem de beber e comer
mas na cantina 
não no luxo de santuários carregados de ouro
especiarias e pedras preciosas

devemos acordar
 
tão logo se passe 
esta quadra mundana e profana de festas
devemos deliberar por zoom
o caminho a seguir
rumo ao  futuro da nossa irmandade

temos de voltar ao sertão deste mundo
e pregar os sermões devidos
às actuais circunstâncias

chega

estamos fartos do vírus sars v-2
esse infiel depravado e predador idiota
que subtilmente
se tem arrogado o poder de nos estragar os nossos planos
para a conversão das almas famintas
do povo global

chega 

(Um abraço de todo o tamanho
para cada um em particular
para todos em geral)

(17-12-2020-sto antónio dos lourais)

2020/12/10

Adeste Fidelis: a composição de Natal, talvez a mais famosa, da autoria de D. João IV; ficou conhecida como o Hino Português...

(Nos últimos anos tenho publicado essencialmente no Facebook. Mas faço questão em não perder o contacto com este meu blogue: um amigo consistente, constante - apesar de tudo, talvez a melhor via de nos apresentarmos na internet e o melhor (meu) auxiliar de memória...)

--- eis o que, nesta data, deixei no meu Facebook)

 ... Por muito entusiastas que sejamos pela ciência, no sentido de tentar compreender a imensidão do universo, somos seres humanos que vivem num planeta e que são, eles próprios, um mundo terrivelmente complexo e que é dotado dum sistema de autodefesa para não se sentir perdido e poder viver numa harmonia possível. E nesse processo têm tido um papel predominante (para o bem e para o mal, na concepção do próprio homem) as religiões. O Cristianismo é uma delas. Só que o homem é um mundo de contradições. Insanáveis?! Por quê?! ...

O NATAL é uma época extraordinária, em que as tradições Cristãs envolvem o Ser que é o Homem, duma forma tão intensa que é capaz de condicionar todo o ritmo da vida na planeta. Claro, não podemos esquecer que a população mundial não é toda cristã. Mas somos muitos milhões, os que se declaram cristãos...
-
Há dias, numa reunião-almoço parcelar de família, falou-se da composição natalícia, talvez a mais conhecida e cantada, de nome "Adeste Fidelis". E que quem a terá composto foi o nosso rei D. João IV.
E que, uma das razões porque terá sido tão propagada pelo mundo fora, foi o facto de no séc. XVIII ter sido muito cantada e com muito sucesso na capela da embaixada de Portugal na Inglaterra, numa altura em que neste país era proibido o culto profano do catolicismo da igreja romana. Daí esta composição musical gregoriana, ter ficado conhecida como o Hino Português.
(Mais em https://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_Portugu%C3%AAs (As notas do autor, Gabriel Zavitoski, da publicação no YouTube são muito bem engendradas).
Gosto muito de ouvir esta composição de Natal. Até porque me habituei ao encanto da sua audição quando, nos anos 70, acompanhei, com muita regularidade, as actuações do coro misto do Orfeão de Leiria, em que participavam a Zaida, a Inês, a Clarinha, a Fernanda, o Paulo, o Jorge, o Zé Neto, o maestro Guy Stoffel, o/a......
(como lamento a perda das dezenas e dezenas de horas de gravação vídeo que tinha em cassete formato BETA e VHS! Que mais tarde passei para CD. Pura e simplesmente, desapareceram ... ).