2011/10/31

Álamo Oliveira: embaixador cultural da Terceira e não só, em Alcanena


O Director da Biblioteca Municipal de Alcanena, a fazer a apresentação prévia do escritor Álamo Oliveira, que veio da Ilha Terceira para participar, a convite, na sessão de Outubro do Grupo de Poesia e Cultura em geral de Alcanena. Como se pode verificar na foto acima, a idade não conta.
Álamo Oliveira, no uso da palavra. Um estilo despretensioso mas muito objectivo e pedagógico, não só pela sua larga experiência como escritor, mas também pelo seu invejável curriculum como conferencista em vários pontos do mundo, particularmente Universidades Brasileiras e dos Estados Unidos.
Claro, falou-se principalmente de poesia. E disse-se muita poesia da sua autoria. Nesta foto, para além do autor convidado, vê-se a Vice-Presidente da Câmara Municipal de Alcanena e Joaquim Soares Duarte a dizer um poema, no seu modo peculiar e com a qualidade que se lhe reconhece.


Na recepção do hotel de Alcanena onde ficou alojado Álamo Oliveira. Luísa Soares Duarte, para praticar um pouco a área de fotografia que frequenta na Universidade Sénior da Nazaré, tirou-nos este instantâneo. Esta foto  tem uma dupla justificação: em primeiro lugar pelo gosto mútuo em ficarmos com uma recordação destes momentos e de eu também poder ficar na fotografia; em segundo lugar, porque vai permitir que a mãe da Zaida, que também é do Raminho, na ilha Terceira, dos Açores, a possa ver, nestas circunstâncias especiais.
(Esta, Álamo, já não a vou incluir no e-mail que lhe vou enviar.)
Que terço mal rezado: "Avé-Maria, cheia de graça...Quem sabe o que irão fazer agora?... Bendita sois vós entre as mulheres..."/ "E se fosses à polícia contar o que se passou? Santa Maria, Mãe de Deus..."/ "Isso nem vale a pena. A polícia quer lá saber do que se passou..." / "Rogai por nós, pecadores, agora e na hora..." / "E depois é tudo doutores que até um homem... Cobrem-se todos com a mesma manta..." / "Na hora da nossa morte..." / "Pobre Burra Preta!...Amén, Jesus." O casal Maúrça estava decidido. Mandaria matar a "burra". Ia fazê-lo com o coração amarrotado, a ternura amortalhada no frio daquela noite de novembro - mês das almas e crisântemos, dos sinos dobrados pelo choro e pelo vento. E se o Divino Espírito Santo cobrisse, com o mantão do seu silêncio, a morte de Burra Preta, tirariam uma dominga de coroação, dariam esmolas de carne aos pobres e parentes , "função" aos convidados e "brindeiras" aos inocentes.


Aqui fica um excerto do livro acima apresentado. Só para aguçar o apetite pela sua leitura. Vale a pena ampliar para ler a nota de João de Melo, pela qual se fica com a ideia precisa do conteúdo deste romance publicado em 1995. Aquele último parágrafo há-de estar sempre actualizado. 
Crise antropológica permanente em que o homem se enredou. Ou foi enredado. Por quem, podemos questionar-nos? 
Seremos capazes de, algum dia, a superarmos? Em teoria seria tão simples!...


Mais pormenores sobre esta vinda de Álamo Oliveira a Alcanena podem ser vistos no site da Biblioteca Municipal desta vila Ribatejana.


Foram momentos (a tarde de Sábado passado) muito enriquecedores dos pontos de vista cultural e humanístico.
A repetir.
@as-nunes

2011/10/29

Borboleta Papilio Machaon: em vias de extinção



Este vídeo pretende mostrar a sequência de metamorfoses por que passa a borboleta Papilio Machaon.
As fotos e o vídeo da larva foram obtidas há dias num jardim.

As da borboleta já têm 5 anos, ainda que a tenhamos visto recentemente a cirandar aqui pelo jardim.

Fizemos uma montagem em filme, este que agora se apresenta publicamente, para deixar aqui um registo que possa proporcionar a visionalização  da beleza e tamanho da lagarta (larva) que, provavelmente, dentro de poucos dias, começará a fase de se encasular em fios de seda. Após uma gestação de 45 dias surgirá a borboleta Papilio Machon
(julgamos que estamos certos na classificação desta borboleta, pelas consultas feitas, particularmente através do material disponível no blogue do amigo Augusto Mota; fonte segura pelo que conheço do meu amigo e autor deste e doutros trabalhos rigorosos de observação da Natureza).

Pelo menos já se conseguiu proporcionar uma excelente demonstração prática do quão interessante é acompanhar a vida na Natureza, nas suas mais diversas formas. O público alvo foram as crianças do Jardim-Escola dos Capuchos em Leiria. Claro, quem se incumbiu desta missão, em colaboração interessada com as professoras, foi a avó Zaida. As crianças adoraram.

A larva foi reencaminhada para a planta do jardim onde andava atarefadíssima a comer as folhas verdes e fresquinhas, com a chuva que tinha caído.
Já a voltámos a observar hoje. Lá continua a comer folhas, umas a seguir às outras. E continua a crescer. Esperemos que não demore muito tempo a encasular.
Este espécime - dizem os entendidos - está em vias de extinção.

Esperamos que apreciem este trabalho, feito com todo o entusiasmo, a pensar em como é gratificante poder partilhar conhecimentos com todos, particularmente com crianças de tão tenra idade.
Tudo o que se possa fazer para os ajudar a aprender a amar a Natureza, nunca é de mais.

2011/10/25

ÁLAMO OLIVEIRA: presente no encontro de Outubro do grupo cultural e de poetas de Alcanena

Álamo Oliveira em Alcanena no próximo Sábado. Consulte também BMA (aqui)
Monte Brasil-TERCEIRA - Posto de vigia das baleias
Vitorino Nemésio, outro ilustre Terceirense, escreveu um imortal poema(*) sobre este tema da caça das baleias.
Fotografia de 2006, no decorrer de uma inesquecível viagem de turismo e de romagem ao local de nascimento da mãe  da Zaida (Eva de Sousa Esteves Paiva - nascida, há 93 anos, no Raminho)

Álamo Oliveira vai estar presente na tertúlia mensal do Grupo Cultural e de Poetas de Alcanena, nas instalações da Biblioteca Municipal daquela vila, no próximo Sábado. Este grupo/tertúlia tem sido brilhantemente coordenado pelo Dr. Óscar Martins, desde há já bastantes anos, quantos não consigo precisar, que só há cerca de dois tenho o privilégio de o integrar, em sub-grupo de Leiria (eu próprio, Joaquim Soares Duarte, Luísa Soares Duarte e Zaida Paiva Nunes). 

Estas sessões orientam-se com base numa brochura-guia de trabalho organizada pela Biblioteca, sempre de muita utilidade e de óptima qualidade. O autor é escolhido por consenso dos participantes. Desta vez optou-se por Álamo Oliveira, que nasceu em Maio de 1945 no lugar e freguesia de Raminho, concelho de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira (Açores), emérito escritor e poeta de reconhecidos dotes literários, com obra publicada e estudada nas áreas da Poesia, Teatro, Ficção, Ensaio e Contos.
A 10 de Junho de 2010, nas comemorações do Dia de Portugal e das Comunidades, Álamo Oliveira recebeu o grau de Comendador da Ordem do Mérito.

Muito mais se vai acrescentar, com toda a certeza, na reportagem que conto proporcionar aos leitores deste blogue. 

Na certeza do maior sucesso desta oportuna e prestigiada sessão de promoção da cultura e da língua Lusíada, aqui deixo, muito simplesmente, o seguinte poema de Álamo Oliveira:
-

antónio


nome redondo     pássaro solto
pelos búzios da ilha
que deixou sonhada.


arrumava a bruma nos bolsos dos calções
a ternura nas mãos     como
punhado de araçás.


da banqueta da memória     fez
emergir a ilha e a distância dos navios
- seu destino de marujo à descoberta
de tesouros de feno e bagas de faia.


antónio tinha o mapa secreto das cores
e navegava no oceano macio da saudade.

in
antónio
porta-te como uma flor
ed. salamandra - 1998
-
Poesia dedicada por Álamo Oliveira a António Dacosta
...
Antes, bem a tempo, já o poeta havia perguntado:«e que desígnios se ocultam para lá da tela»?
Assim remata, Fernando Azevedo, o seu Prefácio.

@as-nunes


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As Farpas de Eça: 139 anos depois

Uma pequena mostra do que vai circulando pela Net. 
Muitos de nós já recebemos na caixa de correio electrónico mails deste teor e de outros do mesmo quilate.
Poder-se-á dizer, lá estamos nós a lavar roupa suja, só a dizer mal da situação, sem avançar com soluções para os problemas que temos em mãos. 
A verdade, porém, é que a situação económica e financeira em Portugal era muito grave no tempo em que Eça e o seu amigo Ramalho Ortigão escreviam a criticar a atitude dos que se arvoravam em mentores políticos da Nação sem que para isso tivessem a ombridade necessária.
O tempo passa e continuamos na mesma...


Será que não se consegue sair deste circuito vicioso?
-
PS.: Ó Zé, mas que grande bombardeamento que me estás a fazer à minha caixa de correio! E cada .pdf mais verrinista  mas assertivo que o anterior.
Isto é que vai uma crise!...
Financeira e de valores, temos que admitir!
@as-nunes
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2011/10/24

Chuva em arco-íris




E a chuva aí está


vinda de Sul para Norte


e no intervalo


o arco-íris...
-


talvez a preparar a síntese do negrume dos dias que aí vêm...
@as-nunes
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2011/10/22

Amanhã chove





Diz que sim, amanhã vai chover em Portugal. Segundo os meteorologistas, vai chover água e granizo, talvez mesmo alguma neve, e vai-se sentir muito vento.
Há quem augure que uma corrente gélida vinda de Nordeste possa trazer uma chuva de notas de «sem» euros, valha-nos Deus!


Quem diria?!
Hoje, o tempo tão bonançoso, não buliu uma palhinha...
Muita luz, o céu no limbo do nebuloso/solarengo, temperatura amena...


Sardinha assada, batatas cozidas, salada de agriões, alface, cebola, tomate, algum azeite e pouco vinagre...


O Bruno, a Ana e a Carolina, a sua vozita cheia de vida, a vida a desabrochar neste Outono raro, ainda quente, vistoso, flores, a minha camélia «Winter snowDown». 


Não sei como esteve no resto do país, mas aqui entre o vale do Lis e as Serras à volta da Barreira - Leiria, o dia esteve sublime...


Cá te esperamos, chuva, abençoada sejas tu, que vens por bem, com certeza.
E já sentimos muito a tua falta!...
@as-nunes
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Sinais dos tempos?




Clicar para ampliar, pode ser que encontre algo que interesse. Os preços parecem ser em conta!
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IVO!!!???...

2011/10/20

Leiria: O Fim da Melia

Perguntei à alameda por onde passo
se sabia da razão deste fim
ela já muda de cansaço
só me disse: a vida é assim



E assim acabou esta bela, sinuosa,
velhinha, Melia Azedarach...
que tantas vezes,
ao longo de muitos anos,
com ela troquei olhares
e murmúrios
e recortes de encantar.
.
.

Há árvores que só deviam morrer de pé!...
.

nb:
a árvore em causa é a do lado direito da 2ª foto de baixo, na montagem. (clicar para melhor admirar);
era companheira do liquidâmbar (na 1ª foto de cima com as folhas vermelhas, do Outono), duma faia púrpura, de dois padreiros e de uma tília e namorada de sempre, do Rio Lis e dos seus barbos e bogas e ...
minha paixão arrebatada, como se pode ver aqui e aqui
@as-nunes
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2011/10/17

O passarinhar do Ministro

E eu a ouvir o snr. Ministro das Finanças de Portugal a apresentar o Orçamento de Estado para 2012. E lá vão os subsídios de férias e de natal. E não são só para os funcionários públicos! São também para todos os pensionistas, sejam do regime da Caixa Geral de Aposentações sejam do Regime Geral. O que até nem é justo, já que as regras de cálculo para estes dois sistemas ainda são substancialmente diferentes. E foram muito diferentes, desfavorecendo o Regime Geral, pelo menos nos últimos vinte anos.

Esta questão dos cortes aos pensionistas tem muito que se lhe diga. Acaba por ser um defraudar infame das expectativas do aforro duma vida inteira. Uma sociedade que não preserve uma qualidade de vida digna para os últimos dias dos seus cidadãos, depois de terem atingido uma idade que já não lhes permite competir no mercado para angariação de rendimentos que lhes proporcione a subsistência, não pode ser um modelo a seguir.

Esta sanha brutal de caça à receita e de corte brutal nas despesas para tapar buracos que resultam de gestões danosas (para não usar um termo mais incisivo) da coisa pública é um sinal muito depressivo para os tempos que correm.

Quer dizer, estamos na presença dum Orçamento do Estado ao nível de há 35 anos atrás!
Como foi possível chegarmos a este estado de coisas?
@as-nunes


22hoo 
Assisti em directo a um excelente debate com Jerónimo de Sousa, no Clube dos Pensadores
Nem uma ameaça de bomba impediu este debate. 
Seguir o vídeo  a partir do 21º minuto


Fica-se com a sensação: porque não dar mais força ao PCP ?

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2011/10/16

LEIRIA: Fé e Arte, um diálogo de séculos

Do interior da Igreja da Pena, Castelo de Leiria, infelizmente já a céu aberto, que não se tem conseguido dinheiro para fazer face às mais que justificadas obras de requalificação daquele espaço histórico e religioso, com reminiscências medievais, românicas e góticas, para além da sua íntima ligação à Rainha Santa Isabel e D. Dinis, cujos aposentos ainda estão bem conservados, mesmo ali ao lado).

O Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto e o Prof. Dr. Saul Gomes, no decorrer duma brilhante exposição sobre a Igreja da Pena. Um momento muito interessante para mim foi ter tomado conhecimento, no sítio, da colocação no interior desta Igreja, já nos princípios do séc. XX, dum arco (manuelino?) que tinha sido retirado da antiga e, entretanto, já demolida "Capela de Sto. António do Carrascal"(*).
Tanta insensatez! Porque é que aqueles nossos antepassados não se preocuparam minimamente em nos deixar aquela capela de legado?
Tenho a reprodução duma foto da época (1930?) com aquela capela em ruínas. Mesmo assim ainda se teria ido a tempo de preservar aquele marco da vida desta comunidade Leiriense. Foi pena!
(Talvez por isso alguém se ter lembrado de colocar um arco dessa capela na Igreja da Pena)!

No Adro da Sé de Leiria. Em segundo plano, a célebre casa de fachada de azulejos azuis (viúva Lamego), a antiga "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", a botica do Carlos, personagem de relevo na trama do célebre romance de Eça de Queirós, "O Crime do Padre Amaro".

Nos claustros da Sé. Ao fundo vê-se uma porta para lá da qual existiu uma capela dedicada a S. Teotónio, cujas ligações a Viseu (de cuja diocese é patrono) e a Leiria são de realçar.

Uma "carranca" nos claustros da Sé de Leiria.


No interior da Sacristia da Sé de Leiria. Todo este conjunto arquitectónico, incluindo mobiliário, quadros e outros adereços, são de muita beleza e dum primor requintado.
No passado Sábado, entre as 14h45 e as 18h00, participámos, numa visita guiada ao património religioso de Leiria. A parte desse património. Talvez o mais simbólico. Muito mais há a ter na devida conta, quiçá com o mesmo significado histórico, cultural e religioso para Leiria, cidade e diocese.
Os nossos guias foram o pároco da Sé de Leiria, o Bispo da Diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto (por acaso também de Viseu) e o Prof. Dr. Saul Gomes, meu particular amigo 
(até me fez o especial favor de escrever o Posfácio do meu livro/ensaio monográfico sobre a freguesia da Barreira, "Caminhos Entrelaçados", ed. 2004, o que muito o valorizou, tenho a certeza)
e profundo investigador e conhecedor da história de Leiria, cidade, concelho, diocese e outros e variados aspectos da História. Um ilustre professor catedrático da Universidade de Coimbra a quem Leiria muito deve, pelos seus excelentes trabalhos, palestras e conferências.
No decorrer das suas explanações fez questão em relembrar a íntima ligação que Leiria, tem, nas suas origens de organização diocesana, a Coimbra e, mais recentemente, a Fátima.
-
a) Referências à Capela de Sto. António do Carrascal podem ser encontradas seguindo o link deste próprio blogue;
e também neste "Leiria";
b) Para melhores e mais completas informações podem consultar-se, entre outros, os seguintes livros:
- Introdução à História do Castelo de Leiria
Saul António Gomes - ed. Câmara Municipal de Leiria, 2004
- Catedral de Leiria: História e Arte
Virgolino F Jorge, Luciano C Cristino, Saul A Gomes e Vitor Serrão - ed. da Diocese de Leiria-Fátima, 2005
@as-nunes
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2011/10/14

Açores - Celorico da Beira: lendas ao vivo e a cores


Com a Fé da D. Mariazinha bem podemos ficar esperançados que a Sra. do Açor nos possa valer nestes tempos conturbados, em que parece que o Mundo está a desabar sobre a cabeça dos Portugueses!

Na semana de 5 a 9 deste mês decidimos, eu e a Zaida, que era altura de também nos permitirmos fazer uma excursão ao centro interior do nosso país. Um dos locais que escolhemos foi  a freguesia de Açores, no concelho de Celorico da Beira, muito particularmente por se tratar duma terra que se especula possa ter a ver com o arquipélago dos Açores, terra de origem da mãe da Zaida, hoje com 93 anos, a viver em Leiria, há mais de 80.
Estávamos nós, nas imediações da Igreja de Sta. Maria (nome original da igreja da localidade de Açores), a observar o seu exterior, as lajes de sepulturas muito antigas que se encontravam no Adro, o cruzeiro, os sinos colocados numa espécie de torre separada da igreja, quando alguém se lembrou de nos perguntar se gostávamos de ver o seu interior. 
E foi chamada a sra. D. Mariazinha (a sra. do vídeo), que logo nos veio abrir a porta e servir de cicerone. Por sinal, pessoa muito simpática e conhecedora dos pormenores relacionados com esta igreja e que faz parte da comissão que a zela. Pelo que percebemos, ex-emigrante dos USA. 
(vale a pena ampliar) 
Lá deixámos a nossa contribuição para as obras de restauro daquele património religioso e arquitectónico e da "Fazenda da Esperança" em Maçal do Chão.
Pode-se saber mais pormenores e contribuir para ajudar a nascer a esperança a jovens que desejam libertar-se das drogas, do álcool
e outras dependências consultando o blogue com o link (clicar)

Lendo-se o texto abaixo transcrito fica-se com a garantia de que a visita guiada pela D. Mariazinha constituiu uma prova de que a tradição oral tem sido, ao longo dos tempos, uma forma,  historicamente confirmada, de transmissão dos hábitos e tradições das populações, sejam elas as mais isoladas.  
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Antiga vila, Açores conserva ainda traços da sua longevidade. Situada a Nordeste de Celorico da beira, confronta com freguesias do BaraçalVelosaRatoeira e Lajeosa do Mondego no concelho de Celorico da Beira e Vila Cortês do Mondego e Sobral da Serra no concelho da Guarda.
Outrora designada por Freixial, a actual designação deriva da ave com o mesmo nome, associada aos mitos em torno da Senhora do Açor. A freguesia é constituída pelos aglomerados de Aldeia Rica e Açores.

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A lenda da Senhora do Açor

"O Açor e o Pagem“
Um rei cristão que veio de longe em peregrinação à senhora do Açor fazia-se acompanhar por um pagem que em determinada altura, segurava um açor destinado à caça de altanaria . Porém, o pagem descuidou-se e a ave fugiu das suas mãos pelo que irritou grandemente o monarca, que de pronto sentenciou que lhe fosse cortado um braço . O seu criado vendo-se aflito, pediu auxilio à Senhora que atendeu o pedido do pagem fazendo com que o açor viesse de novo pousar milagrosamente no braço do criado, safando-se este da mutilação .
A lenda do aparecimento da Senhora ao Rústico da Vaca"
Havia um pastor que ia a passar com uma vaca num largo, que antigamente existia, junto ao edifício escolar; pelo que a vaca se assustou, desviando-se do trilho de pedra, que permitia a travessia, indo cair no largo, pelo que o pastor na impossibilidade de salvar a vaca, invocou a Senhora, que fez com que as águas se separassem e eles pudessem sair do lago . 

 “A lenda da Batalha da Penhadeira"
Em 1187, um poderoso exército castelhano, entrou em Portugal, invadindo e apoderando-se de vários castelos beirões. Quando estavam já em retirada foram surpreendidos por um pequeno exército, chefiado pelos alcaides de Trancoso e Celorico da Beira, que com ajuda da virgem venceram os castelhanos, nessa noite em que a Lua e as Estrelas deram mais brilho. 



Desta lenda surgiu a romaria à Senhora do Açor.
in
http://www.cm-celoricodabeira.pt/concelho/freguesias/acores/Paginas/default.aspx
-
@as-nunes

2011/10/11

Hortênsias, dálias...em sede da ACLAL


Uma hortênsia e uma dália
Nos jardins do Museu Maria da Fontinha
Além do Rio, Gafanhão, Castro Daire. 
No último de 5 dias a visitar o Centro de Portugal, de Celorico da Beira, a Castro Daire, sempre que possível a viajar de automóvel por estradas nacionais e municipais, alcançámos este local paradisíaco, com o pretexto de participar numa Assembleia Geral da ACLAL (1).
Ainda que tencione deixar aqui uma reportagem mais elaborada sobre essa Assembleia Geral e sobre os desígnios culturais em prol da Lusofonia desta Academia e sobre o Museu Maria da Fontinha (2), desta feita, pretendi anexar aqui este singelo apontamento mostrando-vos duas flores com que este mês de Outubro, que já não se consegue descortinar se é Outono, se Verão, se Primavera, nos presenteou antes de se dar início à maratona da Ordem de Trabalhos. Essa OT continha tão só 20 pontos. Começou às 15h45. Eram quase 21 horas quando eu e a Zaida nos vimos forçados a sair em direcção a Leiria. Só quem conhece minimamente aquela zona é que pode imaginar o que é transitar naquelas estradas estreitas e sinuosas, encosta acima, encosta abaixo, lá ao fundo o Rio Paiva, no meio de uma zona florestal densíssima. É a coisa mais fácil deste mundo perdermo-nos e acabarmos por andar às voltas, à nora, em plena serra. Nem o GPS nos consegue acudir!

Claro, chegados à A24, a partir daí a fluidez e velocidade do tráfego muda da noite para o dia. Mas, e chegar lá? E ainda tínhamos 230 km pela frente, que o dia seguinte era de trabalho já previamente programado.
Este interessantíssimo projecto que é a ACLAL justifica plenamente todos estes trabalhos e canseiras!...
-
(1) ACLAL - Academia de Letras e Artes Lusófonas (www.aclal.org ou http://aclalusofonas.blogspot.com )
(2) Pode-se ficar com uma ideia de como é este fabuloso Museu consultando este blogue em
http://dispersamente.blogspot.com/search/label/museu%20maria%20da%20fontinha
@as-nunes
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2011/10/10

Forca medieval...


Não, na Idade Média não se vestia assim. Mas...
Depois de uma subida por caminhos íngremes, pedregosos, um autêntico calvário até lá chegar ao cimo da serra, na localidade de Fornotelheiro, concelho de Celorico da Beira, encenámos esta fotografia.
O local é ermo, a paisagem à volta, mítica. Mais parece um local de passagem divina que o sítio onde se enforcavam pessoas, na Idade Média. 
Uma sensação estranha!...


O interior Centro, toda a Beira-Alta, Distritos de Viseu, Guarda, Covilhã, mostram-nos, a todo o passo, recantos naturais de uma beleza estonteante.


(E muitos de nós, portugueses, em vez de nos esforçarmos por conhecer o nosso próprio país, gastamos os nossos subsídios de férias nos ditos locais exóticos na América Central e outros, encafuados nos complexos turísticos (iguais em todo o lado) e pouco mais! 
Não concordam que devemos dar prioridade ao turismo no nosso próprio país? Não nos podemos esquecer que Portugal, sendo um país pequeno, contém na sua área geográfica, uma autêntica manta de retalhos de todo o mundo, seja em termos paisagísticos, seja em temperaturas ambiente, montanha, planície, vales fabulosos, praia, valor e beleza do património histórico.)

Mesmo quando se nota a presença do Homem desde os tempos mais recuados.
Serra, formações graníticas de extraordinária beleza são uma constante na paisagem de toda esta área à volta da cordilheira onde se integra a majestosa Serra da Estrela.
@as-nunes
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2011/10/09

Fornos d´Algodres e Celorico da Beira: na rota da zona raiana da Beira Alta

 Prosseguindo esta nossa rota de revisitação (após muitos anos de ausência) da zona da Beira Alta interior, com uma linha de referência, nítida, obra impressionante, uma autoestrada (A25 - liga Aveiro a Vilar Formoso) a rasgar o interior serrano, isolado,  decidimos subir a Fornos d´Algodres, terra do meu amigo de já alguns anos (Al Cardoso, assim mesmo) com o qual mantenho contactos via redes sociais da Internet e que tenho o prazer de conhecer pessoalmente.
A foto de cima retrata o momento em que parámos para a Zaida comprar produtos serranos, como azeite puro, queijo da serra, doces de abóbora, maçã, pera, da região, numa lojinha muito anunciada em tabuletas desde que se começa aquela subida sem fim, chamada Gourmet do Agricultor
Nota-se, aqui e em todos os sítios por onde se ande, nesta zona interior, um carinho muito especial pelas árvores centenárias, que se preservam até ultrapassarem o limie de idade (Uma Melia azedarach
Em segundo plano pode apreciar-se a Igreja matriz, com o seu célebre relógio de sol 
(por acaso não se conseguem observar as horas, porque a peça de metal que permitiria determinar a hora solar não estava no seu sítio. É pena.)

 E continuámos a seguir a via que sobe e sobe e sobe até ao cume da montanha, na expectativa de encontrarmos uma necrópole medieval, muito anunciada desde que se começa o caminho. Passámos as Ínfias e os miradouros de espantar que se podem improvisar em todo o lado.
Acabámos por insistir seguindo um percurso pedestre, já lá no alto, mais não se podia subir, extremamente agreste, até custa a perceber como é que ainda há gente a viver por ali perto, zona extremamente inóspita. Em tempos idos as pessoas deviam viver da pastorícia e alguma difícil agricultura de subsistência.
Por mais que caminhássemos não conseguimos descobrir vestígios da necrópole, apesar de alguma sinalização que fomos observando na estrada até chegarmos ao cimo daquela subida íngreme. Lamentável que deixem os turistas completamente às cegas, precisamente já na parte final...

Daqui regressámos à A25 para chegarmos à etapa seguinte, com mais rapidez, ainda que com muito pouco prazer na observação das paisagens e povoações, cujas silhuetas se vão divisando pelo canto do olho, atenção repartida com a condução a velocidades superiores a 110 km. Conduzo habitualmente em Auto estrada entre os 120 e os 140 km/h.
Foi assim que, rapidamente, atingimos Celorico da Beira. Começámos por fazer uma primeira abordagem, de carro, pelas ruas estreitas do seu centro histórico. Claro, iniciámos o passeio pelo seu Castelo, cuja história é um assombro. Relatos de factos históricos misturados com lendas fabulosas, como é, por exemplo, a que explica as figurações que compõem o brasão da cidade, em que são personagens centrais uma truta, uma águia e o castelo propriamente dito. Adqurimos, no museu instalado, na Torre do Castelo, um livro que nos conta essa lenda e nos explica todo o trabalho de requalificação daquele Castelo. Fiquei algo surpreendido pelo facto de aquelas obras terem sido financiadas em parte com fundos portugueses e espanhóis. A verdade é que a proximidade daquele Castelo com a fronteira de Espanha constituiu um factor predominante nas estratégias das escaramuças fronteiriças que amiudadamente ocorriam entre forças dos dois países.
Tão próximos que nós somos, tão irmãos que somos e tão rivais que temos permanecido ao longo de toda a nossa já longa História. 
Uma das paragens obrigatórias é o "Solar do Queijo", um antigo palácio da conhecida família dos "Osórios". Claro, comprou-se o inevitável queijo da Serra, devidamente certificado. Aproveitamos para observar as peças do Museu, relacionadas com a história do fabrico daquele mundialmente conhecido e saboreado queijo.
A Zaida deixou registada no Livro de Visitas, escrita num repente, a seguinte quadra:


Para nos fazer felizes
Qual é a melhor maneira?
Saborear um queijinho
De Celorico da Beira.


Z.P.N 7/10/2011