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2017/06/09

José Manuel Soares, Mestre pintor, em exposição da sua pintura na Galeria do Mercado de Santana em Leiria


Fotografia do meu amigo Rui Pascoal, no decorrer da exposição. O autor deste blogue à conversa com Luís Pinto, amigo de longa data, a recordar tempos de militância na JS.

Outras fotografias de Rui Pascoal:

 Luis Vieira da Mota a apresentar a exposição.
Uma das pinturas do Mestre em abono da cidade de Leiria.
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"José Manuel Soares, para muitos, e em Pinhel agora também, o Mestre José Manuel Soares, pintor, não de paredes, que também pintou algumas, mas com a mesma arte, nasceu em São Teotónio, Odemira, Alentejo, província da qual pintou paisagens agrestes e secas ou doces de ribeiros, pormenores da duríssima vida rural, ou monumentos históricos, as que vendeu, vendeu, as que não quis vender estão agora, não em Odemira, mas em Pinhel.
O mestre Soares foi muito novinho, adolescente, para Lisboa, com o lápis na ponta dos dedos e as imagens na alma. Ilustrou banda desenhada, revistas de humor, livros de lazer e escolares, fixou-se em Lisboa, foi galardoado várias vezes em concursos e exposições, pintou pormenores de rua, pormenores de vidas, monumentos, sítios já desaparecidos, de tudo o que pintou e não quis vender, não está agora em Lisboa, está em Pinhel.
O mestre Soares amava a Costa da Caparica e aí alugou, e depois comprou, onde residir. Ele ainda lá está, há quase dez anos imobilizado, apenas os olhos vivos e alguns movimentos de lábios inaudíveis. Mas o que restou dos seus retratos de pescadores, de faina piscatória, dos pormenores das arribas, dos recantos das casinhas populares, não ficaram na Costa, nem em Almada, estão agora em Pinhel.
Nos últimos anos da década de setenta do século XX o mestre Soares veio a Leiria, a convite duma galeria, a primeira galeria privada da cidade, expor dos seus trabalhos. E encantou. Paisagens alentejanas, ribatejanas, lisboetas, os pescadores da Costa, os portais dos monumentos, ou artesãos de ofícios desaparecidos. Tudo com pormenor impressionante. Não impressionista, mas impressionante. E encantou-se, como se a “balada do encantamento” de D. José Pais de Almeida, popularmente “dentro de ti, Ó Leiria”, o tivesse enfeitiçado. Comprou um pequeno apartamento na Rua do Coronel Artur Paiva e começou a pintar Leiria. De dia, de noite, a toda a hora. As horas mortas dos outros eram as suas mais vivas. Leiria e arredores. Recantos das Cortes, das Fontes e da Batalha. Exposições históricas em datas centenárias. A monumental exposição, no Dia da Cidade, em 1986, onde todos os quadros representavam Leiria com todo o seu encanto de solidão nocturna. O castelo em quase todos, que de todos os lados se vê o castelo em Leiria, e as fontes e os recantos mais recônditos e românticos. As entidades oficiais da época, e as seguintes, embora tendo sido alertadas para o facto, não se interessaram pelo espólio do mestre Soares. Nem um exemplar figura em qualquer museu público da cidade. Estão, agora, em Pinhel.
Soares nunca foi a Pinhel. O mais próximo que pintou de Pinhel foi Monsanto. E também com paixão e pormenor impressionantes. Idanha-a-Nova ainda tentou adquirir o espólio. Mas a tentativa falhou. Meda candidatou-se a seguir, organizou uma exposição grandiosa, inaugurada por PELO Presidente Cavaco Silva e também desistiu. 
Pinhel quis, preparou as instalações, muito dignas instalações e inaugurou, no passado dia 25 de Agosto, seu Dia da Cidade, o Museu José Manuel Soares. Agora Pinhel, porque os responsáveis da cultura da Cidade não “cederam” a opiniões de críticos de arte, que não pintam senão paredes, avançaram com a obra e agora têm lá todo o espólio do romântico Mestre Pintor José Manuel Soares, a biografia, fotografias de “família”, a banda desenhada, os quadros com recriações das mais significativas batalhas e heróis da nossa História, desenhos mais perfeitos que fotografias de monumentos nacionais, os bois, as árvores, os lagos, os pescadores, o mar. E têm-nos porque fizeram por os merecer, porque são de textura impressionante. Todas as outras cidades, que tinham o dever de adquirir, pelo menos a parte que aos seus sítios dizia respeito, não o fizeram por isso mesmo: por serem de “tessitura” impressionante e não impressionistas, modernistas, surrealistas, cubistas, “ectcetristas”, conforme os críticos aconselham a quem queira comprar arte ou… instalar museus novos. 
De qualquer modo, o espólio de Mestre Soares, emigrando, seguiu as normas actuais do país: deita-se fora o bom e recolhe-se a caca. Também, quando mãe é madrasta, é melhor ser bem adoptado. Ou, como diz o povo, guardado está o bocado para quem o há-de comer. Pinhel tem agora um museu aonde quer levar os alunos das escolas para “verem” a História.
Por falar em fotografias e pintura realista. Ângela Vimonte, esposa de José Manuel Soares, pinta principalmente naturezas mortas. Em Castelo Rodrigo fotografei uma hortênsia, a flor “natal” de Ângela Vimonte. Depois, em casa, comparei a minha fotografia com um quadro dela. Fiquei triste e muito abalado: na minha representação de hortênsias faltava o orvalho da sua saudade."
Luís Vieira da Mota
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Escrevi um e-mail aos membros dos "Serões Literários das Cortes" nestes termos:

Caros amigos e companheiros de Tertúlia
dos Serões Literários


Gostaria de partilhar convosco esta composição, só possível graças à inspiração da poesia de Carlos Lopes Pires e da música e voz de Pedro Jordão.
Repare-se nas hortênsias do vídeo.
Hoje tive o privilégio de assistir à sessão de apresentação duma exposição na Galeria do Mercado de Santana em que Luís Vieira da Mota nos brindou com três excelentes intervenções.
Ao lado das pinturas de fino recorte técnico e de imagens fabulosas de Leiria à noite nas décadas de 60/80 tivemos a ocasião rara de apreciar alguns quadros que nos representavam hortênsias nos contrastes das suas cores tal como as estivéssemos a apreciar ao vivo.
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Sugiro que apreciem a reportagem fotográfica que o nosso companheiro Rui Pascoal fez da exposição referida:

2016/04/19

Saúl Roque Gameiro - exposição de pintura e fotografia em Alcanena

Seguindo o folheto editado pela Biblioteca Municipal Dr. Carlos Nunes Ferreira - Alcanena:

Saúl Roque Gameiro nasceu em Minde em 1957.
É sócio da Sociedade Nacional de Belas Artes desde 1957.
Obtece a licenciatura em "Textiles Management and Design na Universidade de Leeds, Reino Unido, em 1979.
Em 1968 frequenta o IADE emLisboa - Desenho de Figura Humana.
Em 1994 frequenta o Arco em Lisboa - Desenho de Figura Humana.
Em 1995 conclui Introdução de História de Arte na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Em 1996 conclui temas de Estética e Arte contemporânea na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Conclui História de Arte Séc. XIX e XX na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Conclui História de Arte Séc. XX na Sociedade Nacional de Belas Artes.

Muito mais informação sobre Saúl Roque Gameiro já está publicada na web, nomeadamente nos ´sites` da Câmara e da Biblioteca de Alcanena.

Estive presente na inauguração da Exposição de Pintura e Fotografia "Luz, Sombra e Cor" na Biblioteca Municipal de Alcanena no dia 16 de Abril de 2016 da qual extraí a seguinte reportagem fotográfica:


Da direita para a esquerda: Vereadora Maria João, Saúl Roque Gameiro, Presidente da CMA - Fernanda Asseiceira, Óscar Martins, Diretor da Biblioteca Municipal de Alcanena.








António A.S. Nunes e esposa, Zaida Paiva Nunes. O quadro é uma composição em técnica mista, à base de colagens em papel. Foi muito apreciado pela assistência e adquirido pela Câmara Municipal de Alcanena, dado a sua qualidade e simbolismo para a região. Tanto mais que as Comemorações do Centenário do Concelho de Alcanena ainda não esmoreceram.
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Ver vídeo de 2014 https://youtu.be/A5wk2Uo5TVE

2015/07/22

Pintura de Leal da Câmara no livro de Aquilino Ribeiro "Leal da Câmara - Vida e Obra"

Cabaret de chansonniers (Quartier Latin)                                 Bertrand Irmãos, Lda - Lisboa

A obra acima referida foi executada nas oficinas gráficas de Bertrand (Irmãos), Lda. Acabou de se imprimir em Outubro de 1951.

Foi feita uma tiragem única de 1.000 ex. numerados de 1 a 1.000, e mais 150 ex. de I a CL fora do mercado. Todos rubricados pelo autor.
A direção artística foi de Abel Manta.

Comprei este livro num alfarrabista (via internet), por volta do ano de 2014.
Inclui 12 gravuras a cores, reproduções de obras de Leal da Câmara:

Índice das gravuras a cores:
A Rainha D. Maria Cristina de Espanha   - Pág. 24
No Café Cirano (Paris) - 32
P. Pantonnier (marchand de tableaux)  - 48
A carta ditada - 56
Cabaret des chansonnier (Quartier Latin) - 64
Dernier salon où l´on cause (Paris) - 72
Lady Misery - 80
Na Feira das Mercês - 88
A Ribeira (Porto) - 96
Rua Formosa (Lisboa) - 100
Panorama do Porto - 112
O melhor beijo - 118

Tenciono publicar todas estas gravuras...



2012/10/30

Maria Lucília Moita: em Alcanena, uma justa homenagem a uma pintora de mérito





Aspetos de pormenor da sala da biblioteca municipal de Alcanena onde está exposto diverso material (outubro-novembro de 2012) que nos pretende ajudar a entrar no ambiente criado à volta da vida e obra da pintora e escritora Maria Lucília Moita

Aqui deixo, em jeito de registo para a memória deste blogue, e como singelo contributo para a divulgação do seu trabalho artístico e literário, este apontamento fotográfico captado no passado sábado, antes de mais uma sessão de tertúlia de poesia, no decorrer da qual de reviu o trabalho e a obra de Natália Correia.
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A pintora Maria Lucília Moita, considerada uma das últimas herdeiras dos grandes pintores naturalistas portugueses como Silva Porto e Henrique Pousão, morreu em 22 de Agosto de 2011, aos 82 anos em Abrantes, onde residia. 

Lucília Moita nasceu em Alcanena em 1928 mas, embora longe dos grandes centros artísticos e culturais, não deixou de fortalecer uma carreira, tornando-se numa personalidade cultural contemporânea e uma das pintoras mais conhecidas e premiadas da região.

Abrantes foi a sua terra de acolhimento, ali residindo desde 1954.

Há alguns anos que na sua própria casa abria as portas do seu atelier a visitas de grupos escolares, num gesto de serviço à comunidade local. «A pintura para mim não é um passatempo, é uma exigência», costumava dizer.

A sua arte está representada em colecções particulares nacionais e estrangeiras e ainda em museus como o do Chiado, Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, Museu José Malhoa, Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, Museu de Setúbal e outros.

Em comunicado, por alturas do seu falecimento, a Câmara Municipal de Abrantes «lamenta com pesar o desaparecimento de uma figura ímpar da cultura local e nacional, recordando a vasta obra artística e o seu carácter humanista».

Maria Lucília Moita cedeu uma grande parte do seu espólio ao município de Abrantes, do qual fazem parte quadros a óleo, um vasto conjunto de desenhos e diversa documentação que enquadra a sua vida e obra, peças e material que integrarão o núcleo de pintura com o seu nome, a instalar no futuro Museu Ibérico de Arqueologia e Arte.

(texto retirado da internet; mais e melhor informação se pode obter consultando a biblioteca municipal de Alcanena)

2010/11/18

Almada Negreiros e a actualidade

Sempre desejou que a produção artística se orientasse pela linha de renovação dos países já animados do espírito europeu - o que pode explicar a tendência provocatória de alguns dos seus manifestos (com destaque para o conhecido Manifesto Anti-Dantas) e o ter participado e fomentado muitas das manifestações culturais realizadas no seu tempo em Portugal.(*)
(Ouvir aqui na voz do grande Mário Viegas)

Sou um ouvinte compulsivo da Antena Um. Vinha eu de regresso de Monte Redondo para Leiria, via A17, claro, a ouvir aquela estação de Rádio.
Eis senão quando começo a ouvir uma gravação do célebre "Manifesto Anti-Dantas". Ampliado pela voz excelente do diseur, relembrei aquele extraordinário texto, a veemência dum Manifesto autêntico, escrito por uma das figuras mais importantes da cultura portuguesa do século XX. Tinha, Almada, 23 anos. 
No Verão passado comprei em Monte Gordo, numa feira das Velharias, um livro antigo em que se faz a apologia da vida e da obra de Júlio Dantas. Ou seja, sem dúvida, que Júlio Dantas foi um escritor controverso e alvo de muitas críticas dos seus contemporâneos.

Precisamente hoje comprei o livro nº 11 da colecção "Pintores Portugueses", edição da Quidnovi em colaboração com o HH - Instituto de História da Arte e o jornal "Público" que está a promover a sua distribuição semanal, à Terça-Feira. Decidido a rever e actualizar informação sobre a Pintura Portuguesa ao longo dos tempos, assinei em tempo toda esta colecção. Esta semana deu à estampa o livro, cuja capa se reproduz acima. O seu autor é André Silveira, doutorando em teoria da Arte pela faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

Almada Negreiros viveu entre 1893 e 1970.

O percurso da sua carreira multi-facetada multiplicou-se entre a caricatura, o desenho, a poesia, a prosa, a dança, a cenografia, a coreografia e a pintura.

Muito se devia saber sobre a vida e obra de Almada Negreiros, até pela necessidade que todos nós, portugueses, temos de tentar perceber como nos posicionarmos, nos tempos que correm, quer em termos nacionais quer até em relação à própria Europa, como um caminho para o nosso Futuro. Simplesmente, Almada Negreiros como Fernando Pessoa (os dois participaram em conjunto no muito estudado fenómeno da pubicação das revistas Orpheu e Portugal Futurista) como tantos outros vultos da nossa história literária, artística, criativa enfim, requerem que os estudemos na devida profundidade para que daí possamos retirar as sínteses necessárias.
Como dizia Fernando Pessoa: "Creio na Síntese, sempre"

Almada Negreiros escreveu, em dada altura da sua vida:

"A História da Humanidade

começa exactamente por um fracasso,
o fracasso da primeira colaboração
entre pessoas"


Fica-se a cismar!...
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(*) Texto retirado daqui
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