Vitorino Nemésio, outro ilustre Terceirense, escreveu um imortal poema(*) sobre este tema da caça das baleias.
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antónio
nome redondo pássaro solto
pelos búzios da ilha
que deixou sonhada.
arrumava a bruma nos bolsos dos calções
a ternura nas mãos como
punhado de araçás.
da banqueta da memória fez
emergir a ilha e a distância dos navios
- seu destino de marujo à descoberta
de tesouros de feno e bagas de faia.
antónio tinha o mapa secreto das cores
e navegava no oceano macio da saudade.
in
antónio
porta-te como uma flor
ed. salamandra - 1998
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Poesia dedicada por Álamo Oliveira a António Dacosta
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Antes, bem a tempo, já o poeta havia perguntado:«e que desígnios se ocultam para lá da tela»?
Assim remata, Fernando Azevedo, o seu Prefácio.
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