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2013/04/10

O Belo e o Betão

Uma aguarela da primavera

Da estrada N 356-2 (Leiria-Fátima), em terras da Quinta de S. Venâncio. Vê-se o viaduto do IC36, a entrar na zona do Vidigal/Pousos. O renque de árvores ao fundo indica o sítio por onde corre o rio Lis.
Do lado de cá, a zona florestal (por quanto tempo?) da Quinta de Vale Lobos.

@as-nunes

2012/02/06

Quinta Vale de Lobos - Leiria


Em 12 de Maio de 2009 - Quinta Vale de Lobos, Leiria, andava o autor deste blogue envolvido numa missão a que se propôs a si próprio, que era indagar das quintas à volta da urbe Leiriense que, durante séculos, serviram de residência a algumas famílias ilustres e eram utilizadas como unidades de produção agrícola para abastecimento da cidade. Foi à volta destas quintas que nasceram muitas das povoações rurais que hoje existem dado que nelas trabalharam e viviam muitas famílias. 
Uma dessas quintas é a Quinta Vale de Lobos. Estas fotos são agora aqui publicadas como forma de perpetuar a sua memória e do quanto era valioso preservar toda a mancha florestal daquela zona. 

É que:


1- Toda esta área (dotada de excepcionais qualidades agrícolas no vale do Lis) está integrada numa dita zona florestal dentro do PDM de Leiria (3);
2- Precisamente nesta área, com uma mancha inalienável de carvalhos e sobreiros, acabou por ser construído o IC36, com um viaduto monstruoso sobre o vale do Lis e uma rotunda de acesso (que acabou por condicionar quer esta quinta quer a de S. Venâncio).


De acrescentar que a Rua Ramalho Ortigão (**), de que já vos deixei aqui nota (pesquisar neste blogue em "ramalho ortigão"), inicialmente com um traçado rústico, bordejada por belos exemplares de Quercus Robur, foi desviada e deslocalizada para uma área paralela ao acesso da rotunda para o IC36 para proporcionar o encaminhamento para as A1, A8, A17, A19, IC2, Zona Comercial dos Parceiros (Leiria Shopping) e do Alto Vieiro até à Azoia e Vale Gracioso.







 Um carvalho cerquinho

Para quem esteja menos informado, o IC36 é uma estrutura de Autoestrada, que vai do Alto Vieiro até aos Pousos e que teve como finalidade essencial servir os interesses das concessionárias das autoestradas A1 e A8/A17 e a própria A19 (como tal sujeitas a pagamento de portagens).
Esta obra monumental deve ter custado uma fortuna colossal e tem a extensão de cerca de 4 quilómetros. Posso garantir-vos que as várias interligações com rotundas e mais rotundas, têm provocado imensas confusões aos automobolistas, já que, ao mínimo descuido, são encaminhados sem possibilidade de correção, para uma dessas autoestradas, quando, muitas vezes, se pretende unicamente utilizar este itinerário para encurtar caminho à volta da cidade de Leiria.

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(**) Em próximo registo espero poder contar-vos a rocambolesca história da Rua Ramalho Ortigão, em Leiria, na zona de Vale de Lobos. (entre Leiria e Cortes)
(3) Convém frisar que, no momento em que se publica esta nota, o autor não garante que o PDM, no que a esta questão respeita, tenha ficado inalterado.
-
(Estou a tentar seguir o Novo Acordo Ortográfico)
@as-nunes  

2011/11/20

IC36: ai Leiria do Lis e do Lena

As silhuetas do Castelo de Leiria e do Santuário de Nª Sra. da Encarnação, observadas do viaduto do IC36, com os automóveis a sobrevoar o Vale do Lis.
Provavelmente já não poderei captar esta imagem na via Nascente/Poente em direcção à A19, ou à A8 ou à A17 ou mesmo em direcção à A1, se quiser virar à rotunda do IC36/S.Somão, seguir à rotunda do "McDonald" e seguir a via rápida para os Pousos e auto-estrada. 
É que, depois de aberto oficialmente ao tráfego, não se pode parar lá em cima.
 A estrada que vem de S. Romão em direcção a Fátima, o Vidigal à vista, de cá de cima do IC36
 O vale do Lis, terrenos da Quinta de S. Venâncio, lá em baixo...uma amostra do que era a quantidade de sobreiros que havia nesta zona. (clique para ver melhor, pode ser que eu não tenha visto bem).
No horizonte, a silhueta da Sra. do Monte e da Serra da Maúnça.
Ora cá estão as famigeradas portagens. Fica-se sem se perceber se estas são as taxas por se estar a percorrer o IC36 ou se serão as taxas para quem queira ir para a A8 ou se será a portagem para se seguir pela A19 até à A8. 
Confusões... deve ser por causa da minha dificuldade em me adaptar a estas alterações bruscas, coisas da idade, se calhar, os neurónios a funcionarem com memórias e recordações do que era o tempo do Lis e do Lena cantado por poetas e aproveitado para a agricultura, pastorícia e florestas a perder de vista.
@as-nunes

2011/11/18

IC36 prestes a entrar em serviço, após uma razia de floresta, nivelamento de montes e vales, poluição visual

Vale de Lobos e Telheiro; floresta e monte esventrados, habitações em equilíbrio instável
O IC36, obras imponentes, em pleno predomínio sobre a paisagem, ali era uma floresta de carvalhos, sobreiros e pinhal. Paciência? Alcatrão e betão antes de tudo? A qualquer preço? Em nome do desenvolvimento, do futuro? Futuro sem floresta?  Ali podia ter-se feito um túnel, evitava-se a destruição do meio ambiente à superfície,  respirava-se outro ar.
Não é só casmurrice da minha parte, ou será? Já nem sei que dizer, os jovens é que deviam ser chamados a dar a sua opinião acerca do que querem para o futuro do planeta.
Vale do Lis visto do Vidigal, via externa, as folhas outonais dos plátanos da quinta de S. Venâncio a acenarem-nos, de longe, como que a dizerem-nos adeus.
Inicio a subida da rua dos Lourais. Olá, anima-te, mostram-se-me estas rosas de todos os anos, dum meu vizinho.
O IC36 aqui mesmo ao pé, vai passar a ser um instante para se ir para a A1, A8, A17, A19. Viva, viva, tantas vias para andarmos de automóvel por aí fora, que importam as árvores, o Vale do Lis, o vale do Lena, os Pousos cortado ao meio?
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18nov - 10h30 - últimas notícias do IC36:
Já se circula no IC36. Uma obra monumental, esperemos que não venha a ser mais uma obra faraónica. O impacte ambiental é tremendo. Ver-se o vale do Lis e as encostas dos dois lados - Nascente com o Vidigal, S. Romão , Pousos e Poente, Vale de Lobos e Telheiro -, de cima daquele viaduto de quase um quilómetro, como que a sobrevoar  com os pés assentes nas suas sapatas gigantescas, toda aquela zona mítica, parece que muitas e românticas referências de Leiria, se esfumaram em menos de um fósforo.
O Castelo de Leiria e o Santuário de N. Sra. da Encarnação a recortarem-se no horizonte, uma nova silhueta que ficou ao nosso alcance...

Que venha a ser para o bem das novas gerações... 

2011/11/14

O rapazito, um gato bravo




Quem diria, o «rapazito», com este seu ar de carneiro mal mortoé um gato duma bravura, que atinge, por vezes, as raias da loucura!

Sim, senhoras e senhores!

Estava-se a preparar uma chuvada das antigas, como se pode adivinhar pela foto superior, tirada aqui de cima do alto dos Lourais, na freguesia da Barreira. O que vale é que a água segue direitinha, a alta velocidade, rua abaixo, para o rio Lis.

Que não chova neste ritmo e com esta violência, como aconteceu hoje, durante muito tempo, quando não ainda o viaduto sobre o vale do Lis (IC36) acaba por ir água abaixo!

É que o rio Lis corre mansamente, romanticamente, por entre ulmeiros, salgueiros, freixos e choupos enquanto não é provocado. Quando a chuva é muita e cai forte tembém o Lis se pode tornar bruto que nem 7 carradas de mato!
@as-nunes

2011/11/12

Leiria: acessos ao IC36 em Vale de Lobos e Quinta de S. Venâncio


Rotunda Vale de Lobos/IC36-N 356-2
(clique para ampliar - lá estão: A1, A8, A17, A19; viva a fartura!)

Com a presente entrada neste meu blogue, pretendo muito prosaicamente, deixar uma nota informativa para os meus leitores poderem tentar perceber como é que, dentro em breve, vai funcionar o circuito rodoviário aqui na zona de Leiria.

É que as coisas vão ficar muito diferentes, não vai ser fácil encaixar este esquema para as pessoas se movimentarem com à vontade, aqui em Leiria, e nas suas deambulações na zona. 

Parece que se está a tornar evidente que alternativas para circular em zonas portajadas não vão faltar.

Aliás, já dou comigo a falar no Entroncamento de Leiria


Mas não quero ser demasiado repetitivo. Fiquem só a saber, desde já, olhando as placas de sinalização na via de entrada no IC36, quem sai da rotunda que fica ao pé da Quinta de S. Venâncio e na de Vale de Lobos (do outro lado do viaduto), que, seguindo aquelas indicações se pode sair do centro de Leiria (na estrada das Cortes) e ir logo direitinho para 4 auto-estradas:


A19A8A17 e a A1; aliás a intenção primeira do IC36 é ligar a A1 à A8 (por sinal vizinhas muito chegadas, sempre uma ao lado da outra).


Entretanto, reparem na desenvolvtura daquela alameda de plátanos, por dentro da Quinta de S. Venâncio, que agora vai ficar à sombrinha daquele viaduto.
E que dizer da zona florestal e agrícola da Quinta de Vale de Lobos? 


Tanto que eu ouvi falar na defesa daquela zona florestal e do Vale do Lis entre as Cortes e S. Romão, pelo menos!... 



2011/11/08

Chove no Telheiro!



É verdade. Estava no Telheiro, mas não debaixo de telha, estava dentro do carro, mal estacionado, à espera que a Zaida acabasse de fazer um depósito de euros no supermercado.


O Telheiro é uma povoação da freguesia da Barreira - Leiria, a mais povoada, com novas urbanizações, uma das quais, a de Vale de Lobos, está a constituir-se num dos mais atraentes e sofisticados conjuntos habitacionais da zona de Leiria, de cujas janelas viradas para Nascente e para o Vale do rio Lis, se usufrui um panorama majestoso, por enquanto, ainda de alguma floresta, do vale do rio Lis, dos montes da outra margem, onde se empoleiram o Vidigal, mais ao lado direito, as Cortes, subindo depois, por uma estrada ondeante, para a Sra. do Monte e lá vai seguindo aos ziguezagues até Fátima.


:: Segue-se uma resmunguice das minhas, às vezes lá calha!


A quebrar esta sinfonia de cores, está a espreitar, com olhos de lobo mau, o IC36, logo ali ao lado esquerdo de quem continua a olhar para Nascente, um viaduto monstruoso a rasgar implacavelmente a zona florestal de Vale de Lobos, o próprio Vale do Lis, mesmo na sua área de cheias históricas e incontornáveis, é tudo uma questão de meteorologia, e mais além, toda a zona florestal e de encosta que vai até aos Pousos, do outro lado do monte. 
Mais uma via rodoviária, tipo auto-estrada, que vai ter a função de ligar a A1 (Lisboa-Porto) à A8 (Lisboa-Leiria) e à A17 (continuação da A8, até Aveiro). E também à A19 ou ex-IC2.


Ou seja, há que encarreirar os automobilistas para uma de duas Auto-estradas que correm paralelamente ao longo do litoral. Concessionários para sacar o dinheiro das portagens não faltam, assim sobrevivam financeiramente os automobilistas.


Já agora, que estamos em maré de reflectir sobre a melhor maneira de gastarmos os trocados que ainda nos deixam trazer nos bolsos, como é que vai ser com a A19? (aquele lanço de autoestrada, que hoje é o IC2 e que vai servir de trampolim para uma infinidade de manobras). Vai pagar-se portagem, não vai? Ai que já estou a ouvir a resposta!
Passando a enumerá-las:
1- ligação directa para o Shopping do Engº Belmiro;
2- Idem para o Instituto Politécnico de Leiria;
(Vá lá que também vai dar para seguir por Estradas Nacionais para a Marinha Grande e para os Parceiros, sem esquecer a Barosa, claro, até porque lá, às vezes, também é necessário confirmar se chove, eheh)
3- Idem para a A8/A17;
4- Idem para o IC36;
5- Idem para a obra faraónica que é o IC9 (Nazaré - Tomar, passando aqui ao lado do IC36 e das autoestradas já enumeradas);
6- Idem para a Variante Pousos - Rotunda aérea sobre o IC2 (ou A19?), que também leva os automóveis ao colo para a A1;
7- Áreas comerciais e industriais a dar com um pau, aqui à volta de Leiria, mas onde é que está essa indústria, meu Deus?


Como se diz em latim (não somos nós, latinos?! lá se me vem à cabeça o "novo acordo ortográfico!...):
hoc opus hic, labor est
Ou nos mexemos a sério ou todo este investimento em infraestruturas rodoviárias vai servir para quê?


@as-nunes
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2011/09/29

Leiria: a história rocambolesca da Rua Ramalho Ortigão

Por aqui passava a histórica "Estrada das Cortes", a EM 256, agora interrompida com uma rotunda, logo a seguir a Quinta de S. Venâncio, do lado esquerdo e a Quinta de Vale de Lobos, do lado direito. O IC36, como que a voar por cima do Vale do Lis. Vamos lá a ver como é que os Engenheiros implantaram todos aqueles monstruosos pilares em pleno leito de cheias do Lis, uma zona agrícola por excelência, votada ao abandono em troca do "Desenvolvimento"?!


O IC36, em rápido progresso de construção, na zona da estrada das Cortes (melhor, a Estrada de Vale de Lobos), os plátanos vistosos da Quinta de S. Venâncio a emergirem deste monstro de betão e alcatrão, qual serpente ondeante em direcção à localidade de Pousos 
(uma comissão de moradores e proprietários a sentirem-se fortemente lesados em virtude de uma extensa área junto ao cemitério ter sido, pura e simplesmente, esventrada a céu aberto, em vez de se ter utilizado a técnica do túnel, o que levou ao desaproveitamento de muitas terras e à desertificação de mais uma significativa área florestal).  


Este carvalho terá, pelo menos, 300 anos, segundo me informaram moradores desta zona de Leiria. O chão está atapetado com as suas bolotas, que o Outono está a usar como meio para ilustrar a sua pintura na paisagem.
Aqui, neste chão em bruto, qual caminho rural, para os antigos carros de bois, começa/acaba uma rua a que a comissão de toponímia acabou por chamar pomposamente "Rua Ramalho Ortigão". Soube da história que estará na origem desta decisão. Este local, mesmo ao lado da rotunda da 1ª foto, agora  aberta ao tráfego, mas ainda em fase de implementação
(vai permitir que se suba para o tabuleiro do viaduto do IC36 que vem do Telheiro e segue ao lado da Quinta de S. Venâncio, atravessa o rio Lis, continuando pelo Vidigal  e Pousos, para finalmente chegar à extremidade nascente: a A1)
era uma zona habitacional constituída por três casas no interior duma zona florestal 
(à base de Carvalhos, que, entretanto estão a ser derrubados inclementemente
e que, por necessidade de acessos para automóveis, passou a ser servida por um caminho em terra batida. Levantou-se a questão do nome a dar a esse caminho. Pôs-se a hipótese de se lhe dar o nome dum antigo proprietário duma dessas casas, que se chamava Ramalho. Vai daí, não sei se para satisfazer parcialmente essa pretensão, acabaram por atribuir a este caminho o nome de Rua Ramalho Ortigão. Uma atitude bastante imprópria, diga-se, pelo manifesto menosprezo dado à figura do grande escritor, companheiro de tertúlia literária de Eça de Queirós.
Neste momento, dadas as obras em que toda aquela área está envolvida, nem sei bem como é que se está a pensar resolver o traçado dessa rua. 
O que espero é que, pelo menos, alguns carvalhos centenários que terão ainda resistido à força bruta das máquinas de movimentação de terras que tudo arrasam em horas, possam ser preservados. Em conversa com uma senhora já duma certa idade e que mora naquela zona, o "Casal de Vale de Lobos", ela própria se manifestou veementemente a favor do não abate desses carvalhos (Quercus robur, na maioria dos sobreviventes).
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Já aqui abordei o tema desta rua, em tempos em que nem sequer se falava no IC36.
(Pode seguir-se este link)
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Moral desta indigente história: o nome "Ramalho Ortigão" foi atribuído a esta rua (que já nem é nem deixa de ser rua) em "homenagem" a um dos pioneiros daquele "Casal" ou em sinal de deferência para com um grande vulto das nossas Letras?!... 
@as-nunes
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2011/09/28

Leiria numa encruzilhada...

Do Alto dos Capuchos podem fazer-se observações impressionantes. As transformações radicais que toda esta zona tem sofrido nos últimos anos! Uma boa parte deste monte e dos vales dos rios Lis e Lena deviam ter sido mais protegidos, do ponto de vista ambiental e paisagístico. O próprio património histórico desta área está em risco iminente. Inclusive, o antigo Convento dos Capuchos e a respectiva capela, que também já foi Hospital Militar, uma relíquia que devia ter sido preservada, tem os seus dias contados. Infelizmente, já não tenho qualquer dúvida.

O que se pode ver nesta foto: O IC2, que já não é IC2 visto que o transformaram numa Auto-estrada, a A19, num percurso limitado (com certeza para nos porem a pagar mais uma portagem, não tarda nada), uma ponte/rotunda aérea, ligações para a Marinha Grande, para a  A19 ou IC2 como se lhe queira chamar (por enquanto), mais acima (ao lado esquerdo, já fora da área da foto), mais rotundas aéreas, umas quantas, seguidas, para encarreirar as pessoas/automóveis para o Shopping, IC36, A8, A17, A1, mais acima ainda, tudo numa extensão de 1 km, outra rotunda aérea por causa do IC9 (Nazaré-Tomar, passando por Fátima, está claro, diz-se também que para ajudar a desviar o trânsito do IC2 que passa ao lado do Mosteiro da Batalha), enfim uma encruzilhada de vias rodoviárias, mais parecendo uma teia de aranha.
O que se passa? Havia necessidade de tantas vias rodoviárias? Com este índice de concentração? Impressionante! 
Existe algum plano revolucionário para o desenvolvimento rápido e sustentado de toda esta zona de Leiria? 
Tiveram-se na devida consideração todas as condicionantes ambientais imprescindíveis ao equilíbrio ecológico e à biodiversidade de toda esta zona? Desflorestações, movimentações impressionantes de terras, viadutos a ocuparem o Vale do rio Lis e do Lena (por aqui também anda o IC36, que vai ser a via de circulação externa de Leiria e que vai levar as pessoas/automóveis de e para a A1 e a A8 e a A19/IC2) é o que se vê por todo o lado!
Por este caminho, nós, os habitantes de Leiria, vamos passar a viver como se estivéssemos numa urbe betonizada e alcatroada por tudo quanto é sítio. 
Será que a nossa vida vai melhorar significativamente?!  
O conjunto arquitectónico, duas rotundas e uma ponte sobre o IC2/A19, que liga o centro de Leiria (ali na zona do célebre Estádio de Futebol que foi a leilão há dias, ainda não sei em que é que deu tal iniciativa) ao IC2/A19, que vai entroncar no IC36, que vai ligar a A8/A17 à A1 e que também vai passar por cima do IC9, que passa a 300 metros do IC36, do IC2 que vai passar a ser a A19 (é aquela que se vê na foto com um camion/camião de frente vermelha), que também vai direitinha ao Shopping, que desencaminha a população de Leiria, que deixa a cidade de Leiria às moscas, que também tem andado em muitas obras de requalificação para atrair as pessoas, que vão mas é para o Shopping, porque lá até têm onde estacionar o pópó de borla, o tempo que quiserem, de modo a poderem lá sentir-se como se estivessem na cidade, porque lá se vende de tudo e até se come e bebe e vai-se ao cinema e dá para marcar encontros que é mais prático e, às vezes, há lá espectáculos e muitas coisas mais, uff...
Uma maravilha!...


Ao descer do alto mais alto do Alto dos Capuchos (onde até houve em tempos não muito recuados, uma capelinha que deixaram destruir), ainda se consegue ver a silhueta do Castelo de Leiria.
Aleluia!...
-
Se calhar sou eu, 
Produto da Natureza,
Que já não suporto 
Tanto betão 
E tanto alcatrão
E tanta desflorestação!...


Pois...
Como conciliar a crise económica, financeira e social que assola e amedronta os povos de Portugal, da Europa e do mundo (o terreno, uma partícula ínfima no Cosmos, apesar de tudo!...) com a necessidade imperiosa da preservação ambiental deste Planeta Azul, cada vez menos azul e mais negro?
@as-nunes
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2011/08/21

Parceiros-Leiria: Há fogo na noite escura e tempestuosa





Na zona de comentários da entrada (post) anterior dizia eu que estava de novo a caminho da casa de Soares e Luísa Duarte, nos Parceiros, aqui em Leiria. Uma distância de 4 km, desde a Barreira passando pela zona do "LeiriaShopping". Mais um encontro de amigos a pretexto dum jogo de futebol do Benfica na SportTV.      Ao intervalo fui à varanda para dar uma olhadela até onde a vista alcança, obras por todo o lado, e toda a paisagem florestal e urbana que se consegue ver de Norte a Sul de quase toda a área dos Parceiros.

De repente, fixei a minha vista num ponto, ali perto, para os lados do Alto Vieiro, na zona das obras no IC2, por causa do seu alargamento para A19, do IC9 (Nazaré - Tomar, cruzando-se por túnel por debaixo do IC2/A19? entre a Batalha e Leiria) e do IC36 (que vai ligar a A8/A17 à A1, A19/IC2; vai para aqui uma confusão de obras e mais obras, que Leiria poderá vir a ser mais um Entroncamento que uma cidade, assim antevejo).


Estava no seu início um fogo. Entretanto, falta a luz. Terá sido um curto-circuito? Nota-se uma explosão. O tempo abafado, temperatura na casa dos 33 graus. O vento começa a soprar rijo, cada vez mais forte. Transforma-se num vendaval, qual sarabanda frenética.
Os vasos da varanda começam a cair, as portas a bater com estrondo, cacos e restos de plantas a espalharem-se.
O fogo começa a atingir dimensões preocupantes, o vento a propagá-lo a um ritmo estonteante.
Começa a seguir na direcção da zona urbana de Parceiros, cuja igreja se vê iluminada a preceito, já decorrem as festas anuais. Pela fotografia pode ficar-se com a ideia arrepiante do que poderá vir a acontecer. É que o vento, de Sul/Sudeste, ar quente, continua a soprar com uma força assustadora.

Começam a ouvir-se as sirenes dos carros dos bombeiros.

Tal como se iniciou, a ventania abrandou dum momento para o outro, o que terá ajudado os bombeiros e as populações de toda aquela zona, muito povoada. Segundo informações obtidas pelo telefone, os habitantes da povoação do Brogal/Parceiros, já se estavam a preparar para o pior!

Que rico fim-de-semana de festa!?...
@as-nunes
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2011/03/10

Leiria, Auto-Estradas, Obras Públicas, a Quinta da Mourã e tantas outras...


(clic para ampliar)

A Quinta da Mourã é uma das emblemáticas áreas rurais da zona de Leiria. Situa-se no limite de três freguesias: da Barreira, da Azoia, dos Parceiros e de Leiria. A entrada principal está bem visível quem passa de automóvel na rua alcatroada ao lado Nascente do "Continente".

Encontra-se instalada junto ao Rio Lena, no vale ainda hoje de aparência bastante produtiva para a agricultura, floresta e pecuária. Ainda se observa a existência dum moinho de água que deve ter tido muito uso, pelo que me informam até aos anos 80 do século passado.

As obras de construção do IC36, que estão a desconfigurar completamente uma extensa área agrícola e florestal entre os Rios   Lena e Lis, particularmente, os vales destes rios, também são visíveis numa das fotografias desta montagem.


Apetece-me perguntar: o que é feito das belíssimas intenções do MPRL - Movimento de Protecção do Rio Lena, solenemente constituído e apresentado publicamente no Salão Nobre da Câmara Municipal de Leiria, no dia 21 de Julho de 2002? 
Temos que admitir, infelizmente, que todo aquele aparato acabou por se ficar pelos foguetes lançados ao ar!...
Lamentavelmente...

Obras públicas em nome do progresso material a quanto obrigam!

Claro, como ainda hoje discursou o Snr. Presidente da República na tomada de posse para o seu segundo mandato, o Desenvolvimento Económico é o factor que condiciona toda a nossa vida material. Pelo que nos estão a convencer, teremos que aceitar essa inevitabilidade para que possamos acompanhar minimamente os restantes países da União Europeia.

Uma questão muito importante, dadas as avultadas verbas utilizadas, a ter em conta é se o ritmo a que se estão a implementar algumas obras públicas (muitas através de concessões e parcerias público-privadas) será coadunável com a nossa capacidade de endividamento público. Sim,  já não nos podem restar quaisquer dúvidas, de que não estamos a conseguir criar riqueza nacional que nos permita muitas das veleidades a que nos estamos a abalançar. Até parece que já ninguém faz contas e balanceia devidamente o quociente custo/benefício dos investimentos públicos.

Das duas uma: ou se está a preparar nesta zona da Estremadura, uma área-motor da nossa Economia e então há que apoiar, com a necessária ponderação dos impactos ambientais, os investimentos em infra-estruturas rodoviárias que estão a ser levados a efeito; ou então, algo de muito difuso está a acontecer.

É que os juros da Dívida Pública têm que ser pagos! Pelos vistos vamos ter que os pagar com língua de palmo!...
.
A quadra acima transcrita é de Acácio de Paiva, grande poeta bucólico e humorista, que nasceu em Leiria, Largo da Sé, casa com frontaria em azulejos "viúva Lamego", "Pharmácia de Leonardo da Guarda e Paiva", em 14 de Abril de 1863Faleceu, com 81 anos de idade, na sua Casa das Conchas, no Olival, em 29/11/1944. Vai dar à estampa, em breve, uma brochura monográfica, iniciativa da Junta de Freguesia de Leiria, em recordação da sua vida e obra em prol das letras portuguesas e da sua amada cidade de Leiria.
Pode ler mais, seguindo este link e este outro, aqui mesmo.
©as-nunes
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2011/02/28

Leiria-Cortes-Barreira: Quinta de Vale de Lobos e obras do IC36

Aspecto geral dos edifícios que integram o núcleo central da mítica Quinta de Vale de Lobos, na área de Barreira, Cortes, Leiria. Esta fotografia foi tirada desde a localidade de Vidigal, que abarca o vale do Lis, na zona onde está a ser construído um viaduto, parte integrante do IC36, sobre as terras, das mais férteis e de relevante interesse ambiental de toda a bacia deste rio.
Continuamos a ver, do lado esquerdo, a Quinta de Vale de Lobos. Sobressaem, no entanto, as imponentes obras do viaduto que liga a encosta da Quinta, atravessa o vale do Lis e prossegue, do outro lado do rio, na encosta da margem direita, na zona do Vidigal-Norte. Por entre os pilares do viaduto ainda se vislumbram umas construções, que pertencem à Quinta de S. Venâncio.
Mais um desbaste na zona florestal, de terrenos de cultivo de primeira qualidade em nome do desenvolvimento económico. Toda a área onde se veem terras movimentadas recentemente constituía uma floresta à base do carvalho robles (Quercus robur).


A páginas 39 do livro RECORTES do Jornal daí – vol II (1), lê-se, a propósito dos “Moinhos das Cortes em 1906”, da autoria de Carlos Fernandes, o seguinte:
“...Por conseguinte, em 1922, pelo menos uma propriedade na Ponte do Cavaleiro tinha a designação de “D. Ignez”, indiscutivelmente uma reminiscência muito forte da senhora que, nos finais do século XVIII, tinha três moinhos a laborar nas Cortes. E a sua importância seria de tal monta que o seu nome se confundia com o nome da povoação ou, pelo menos, com o daquela propriedade que passou a domínio da Quinta de Vale de Lobos e de que, em 1922, era proprietário o engenheiro Roberto Charters d´Azevedo, filho do Visconde de S. Sebastião, das Cortes. O mesmo Roberto Charters que é o autor da planta da bacia do rio Lis de que falámos no início deste apontamento.”

Deixo aqui este registo, em complemento das notas que se seguem, fundamentadas no que Ricardo Chartres d´Azevedo deixou escrito no livro “Villa Portela”(2), a que já me referi, quando abordei o tema da Quinta de S. Sebastião.
Esta questão da Quinta de Vale de Lobos já faz parte do meu longo processo de aprendizagem da história de toda esta zona, já que, no início da primeira década deste século, fui membro da Junta de Freguesia da Barreira e, na altura, fomos confontados com o problema de delimitação das áreas territoriais das freguesias de Barreira, Cortes, Leiria e Golpilheira. Muito se falou na Quinta de Vale de Lobos, se ficaria na Barreira ou em Leiria. Acabámos, por consenso, em estabelecer que ficaria a pertencer à freguesia de Leiria e que, entretanto, a freguesia da Barreira, junto ao Quartel do RAL 4, passaria a ser delimitada pela Rua José Marques da Cruz. E assim passou a constar.

1) Ed. Do “Jornal das Cortes – mensário regional” de 2007
(2) ler "Villa Portela", ed. gradiva, Ricardo Charters d´Azevedo, p. 83 e nota 62:
Das diversas propriedades que o 1º Visconde de S.Sebastião teve nos arredores de Leiria, destacamos a Quinta de Vale de Lobos (nota 62) e, ...
Em 1868, era seu feitor António Pereira, Cf. A.D.L., paróquia das Cortes, Casamentos, 1815-1869, fl. 99v.

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2011/02/20

LEIRIA: Vila Maria, para memória futura




Vim viver para Leiria em 1966. 
A cidade tinha um núcleo urbano central, a actual Zona Histórica, e mais uns quantos aglomerados urbanos, vivendas familiares e muitas Quintas, à sua volta.
Passados estes anos todos, Leiria está transformada num grande centro urbano, a deslocar-se duma forma nítida para a zona do actual "Shopping Center", ao mesmo tempo num infernal entroncamento de Auto-estradas e Itinerários Complementares, que está a alterar drasticamente o equilíbrio ambiental desta área, zonas de floresta e os vales do Lis e do Lena praticamente engolidos por estruturas megalómanas de betão e  alcatrão.
Entretanto, muitas edificações típicas, características duma época, foram abandonadas umas, transformadas em blocos de apartamentos incaracterísticos, outras. 
Dir-se-á: alterações próprias da evolução das cidades das últimas décadas. Está claro, mas teremos que nos render tão dramaticamente à ocupação dos terrenos com tão grande impacto ambiental?


Além disso, também é verdade que, a nós, os que vivem a cidade desde há mais de 30 anos, começam-nos a faltar muitas referências desses tempos passados. 
Só por isso, de vez em quando, vou deixando aqui algumas reportagens das quintas e vivendas/vilas que marcaram a Leiria de outra era. 
Saudosismo?
Talvez!
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