E com isto tudo o ecossistema desta orla atlântica e mediterrânica vai-se modificando (destruindo, talvez seja o termo mais adequado) inapelavelmente.
2012/02/04
Não se andará a cortar árvores de mais, para vender como lenha?
E com isto tudo o ecossistema desta orla atlântica e mediterrânica vai-se modificando (destruindo, talvez seja o termo mais adequado) inapelavelmente.
2008/03/18
Rotunda Paulo VI - vista da Sra. da Encarnação
(mais conhecido por Santuário de N. Sra. da Encarnação, padroeira de Leiria e nome da minha Mãe, que já não vejo há cerca de dois anos, ingrato que tenho sido!
Mas, oh mãe, quero informar-te em primeira mão, que no próximo Sábado tenciono ir ao Casal - Viseu para matar saudades tuas e do pai e dos meus tios e tias e dos meus primos e, se calhar do meu irmão Vítor. Vamos lá a ver. Se o tempo vai dar para tudo, se a Inês e os meus netos também me acompanham, quiçá o Bruno, a Ana e a Carolina também. Era bom. E tu bem merecias que eles aparecessem por aí, assim quase de

Vê-se a rotunda Paulo VI (deve ser assim por que ela estará baptizada já que é ali que começa a Av. Paulo VI, a antiga "Calçada do Bravo") com várias azinheiras (talvez porque a partir daqui há vários caminhos que vão dar a Fátima), vê-se também um Cedro e uma Grevíllea já com boa envergadura, ao lado duma bomba de gasolina, prédios diversos, a já dita Avenida (que vai entroncar, 2 kilómetros lá mais acima no IC2), o Hospital de Santo André, pintado de laranja claro, uma chaminé da queima de resíduos. Em primeiro plano pode ver-se, do lado esquerdo da foto) um carvalho português a iniciar o seu ciclo de floração e já com algumas folhas a brotar. Neste monte há vários carvalhos e bastantes sobreiros. Existe, inclusivé, um recanto com mesas e bancos em pedra, à sombra dum bosquete de sobreiros(veja-se a foto aqui).
-Já agora. Ocorre-me falar daquele fatídico Sábado, corria o ano de 1967, mal eu tinha chegado a Leiria, vindo do Porto/Viseu.(*)
Na Sexta-feira anterior, tinha eu combinado com uns amigos, que no dia seguinte iríamos fazer uma almoçarada de leitão, à Boa Vista. Na altura, a ligação Leiria/Boa Vista (10 km) era feita através da EN1, cheia de curvas perigosas e com uma armadilha mortal, bem à vista de todos os passantes, mas extremamente perigosa. No sítio onde hoje está a rotunda, havia uma casa e umas arrecadações, árvores de fruto e terras de amanho. Ao fundo da Calçada do Bravo, quase 1 km sempre a descer, havia uma curva perigosíssima, para a direita. O piso era o piso das estradas de Portugal, da época: de paralelepípedos, mais tarde de alcatrão/manteiga.
Seríamos cinco. Aconteceu, por obra e graça do acaso (?!), que eu andava bastante cansado, e acabei por ficar a dormir até às tantas da manhã de Sábado. O resto do grupo bem esperou ,mas acabou por seguir sem mim.
No regresso, por volta das 4 e tal, o carro em que vinham (tocaditos com toda a certeza, malta nova, sangue na guelra) seguiu em frente, entrando pela casa dentro. Morreram todos os ocupantes.
Porque é que eu não ia lá dentro com eles?!... Desígnios do insondável destino de cada um de nós, ocupantes deste planeta a que chamamos Terra.
...Ainda hoje sinto o ressoar dos gritos de angústia da mãe dum jovem, irmão dum amigo que jantava comigo habitualmente no antigo Restaurante Peninsular, ali à Av. Mouzinho de Albuquerque. ...(note-se que eu próprio nem sei se já teria 20 anos).
2007/08/24
Sobreiro da Escola do Telheiro - Barreira
Este sobreiro é como que uma imagem presente do meu dia a dia e nos de muitas mais pessoas, com toda a certeza. Já o fotografei em variadíssimas ocasiões: com mais luz, menos luz, de outros e variados ângulos. Mas é assim, tal como está - mesmo descarnado da sua cortiça, que lha tiraram há uns dois anos - talvez, que mais ele se mostra.
Há que tempos que ando para o colocar neste meu blogue. Ei-lo finalmente!
Quantos anos terá? Já fiz esta pergunta a muita gente da terra, Telheiro - Barreira - Leiria. Que não fazem ideia. Está posicionado precisamente no lugar do muro do recreio da Escola Básica. Ainda bem que o estão a preservar. Para mim, que aqui passo todos os dias e que moro aqui perto, já é mais que uma simples árvore. É um símbolo dum lugar! Imprescindível!
Que Deus o conserve! E que os homens não o desamparem!...
- Quercus suber L Sobreiro, Sovereiro, Sobro, Sôvero, Chaparro
Árvore de copa ampla algo irregular, até 10-25 metros de altura. Ritidoma suberoso(*), grosso e gretado, cinzento-escuro a quase negro, revelando-se liso e amarelado ou avermelhado nos troncos e ramos descortiçados. Espécie comum do O da região mediterrânica e muito cultivado na Europa pelo valor ornamental e aproveitamento comercial da cortiça. (ver "Árvores de Portugal e Europa" - Guia FAPAS(**) - ed- 2005. A página 3 deste livro pode ler-se: "Em memória do grande ambientalista português, Vitor Manuel Marques de Magalhães, 1951-2004. ... Com o Vítor Marques, como gostava de ser chamado, travámos muitas lutas, fundámos o Terra Viva, o Grupo para o Estudo e Protecção da Fauna e Flora do Alto Alentejo e, por fim, o jornal e a associação Quercus. ... Caro Vítor, ainda havemos de plantar, com o Gustavo, muitas árvores em tua memória! 14 de Abril de 2005. Serafim Riem" (Gustavo é seu filho)).
(*) Principal característica para o distinguir da Azinheira, Quercus Ilex L, que tem o Ritidoma não suberoso, isto é, "porção externa da casca, e que consiste na periderme e tecidos por ela isolados, nomeadamente tecidos corticais e floémicos", no caso em análise, ter ou não ter cortiça.
(**) FAPAS - Fundo para a Protecção dos Animais Selvagens, associação sem fins lucrativos (http://www.fapas.pt/)