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Otelo (Otelo Saraiva de Carvalho) morreu hoje aos 84 anos. Li esta notícia há pouco no Facebook do meu velho amigo José Rocio Crespo (na acepção de velho e bom amigo, um amigo de sempre dos meus tempos de leiriense...). Brinda-nos, o Zé, com um emotivo poema com o qual também exalta duma forma vibrante a memória de Otelo. Ao mesmo tempo evoca-nos a já mítica aventura do 25 de Abril de 1974. Que, de qualquer modo, por muito mais complicada que tenha sido a fase do PREC, pelo menos os jovens dessa altura e das gerações da década anterior, jamais a poderão esquecer. Finalmente acabava a Guerra Colonial Portuguesa. Os jovens passaram a poder viver sem o fantasma da Guerra e da morte em combate inglório. É certo que esses jovens (na sua esmagadora maioria) tinham na sua mente educada desde meninos, que Portugal não era um País pequeno; "era grande o seu mundo e maior a sua alma"... Só a nossa ignorância é que nos iludia a este ponto. Mas era assim. Íamos defender a Pátria Portuguesa???!!
De qualquer modo cumprimos uma missão de Honra. Fomos lutar contra movimentos apoiados por forças ditas revolucionárias internacionalistas que não tencionavam, na verdade, ajudar à Liberdade de outros Povos. Apoiaram os movimentos de Libertação das nossas ex-Colónias, com o fito supremo de explorarem a riqueza natural e a posição geoestratégica desses territórios. Aliás, se bem estudarmos a História, fomos nós, Portugueses, que definimos e defendemos as linhas fronteiriças desses fantásticos novos países, através da aventura monumental que foram as viagens marítimas por mares nunca dantes navegados. Com muitos milhares de mortos em naufrágios e lutas mortíferas, quantas vezes também insanes (o homem também tem esta faceta).
A Liberdade dos povos de Angola, Moçambique, Guiné, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe, Timor, Goa Damão e Diu, mais tarde ou mais cedo seria uma inevitabilidade Histórica/Humana. Foi pena que Salazar e Caetano não tivessem tido o arrojo e a ombridade Históricas de ter resolvido esta questão fundamental a tempo, duma forma diplomática.
(Teria sido possível?! Estaríamos hoje a falar de Angola e Moçambique na sua actual configuração geográfica?!. Os Alemães, Ingleses, Franceses, Holandeses, Americanos, Russos, tudo fizeram para se assenhorearem daqueles vastíssimos territórios...).
Também se tem de lamentar muito o sistema de Ensino Português que não tem conseguido incutir no espírito dos jovens a necessidade de se saber a forma como o nosso Passado pode estar a influenciar o Presente e a projectar o Futuro...
A nossa missão de vida é Aprender...